Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
Aula de Poções, 10h47min.
ML: O que você tem?
IL: Nada, por quê?
BL: porque não é normal uma pessoa ficar amarela...
IL: Só estou com calor, acho que é essa poção.
AG: Mas nem ta saindo fumaça da sua!
IL: Não me lembro de ter pedido sua opinião!
ML: Não precisa ser estúpido Ian!
Estávamos cozinhando na masmorra do castelo em uma maçante aula de poções. Eu suava frio e apesar de culpar minha poção do sono, tinha certeza que ela não era a responsável. Desde que voltamos do acampamento, não tive noticias de meu pai. Sei que ele recebeu um berrador da professora Milenna, mas não se manifestou. Sim, um berrador! Tem cabimento isso?? Samuel disse que o pai dele ficou uma arara. Mas também não é pra menos, ele é o Ministro da Magia e ministros não deveriam receber berradores. Não sei onde meu pai recebeu o dele, mas onde quer que tenha sido sem duvida foi constrangedor... E é isso que ta me apavorando, porque se conheço bem meu pai, e tenho certeza que conheço, ele deve estar fulo da vida.
Reze suas preces e não conte com ninguém
Veja tudo como se não houvesse amanhã porque
Parece um dia tão normal
Mas em cada esquina você pode vacilar, e então
Vê se se cuida, rapaz
Então, estamos quase quites
DC: Luke vai beber água, você ta suando demais!
BL: É melhor mesmo, antes que comece a desidratar!
IL: Eu to bem... – falei saindo da masmorra afrouxando a gravata.
Era hora do almoço e sentei-me à mesa da Sapientai com Bernard, mas não conseguia comer. Sabe quando a gente ta com aquela sensação de que vai rodar? Pois é, sinto meu fim se aproximando. Marie largou o bolha d’água da mesa da Lux e veio se sentar ao meu lado, parecendo preocupada. Merlin, como esta a minha cara?? Devia estar próxima a expressão de velório pra ela sentar aqui toda carinhosa, depois de passarmos o tempo todo brigando. Contei a eles o que estava me agoniando e tive que aturar sermão da Marie e gargalhada dos meninos. Ta, é bem feito mesmo, quem mandou atear fogo nas barracas? Sai do grande salão direto para o salão comunal e fiquei por lá até a aula de Mitologia no final da tarde. A classe já estava toda acomodada quando entrei e os alunos usavam umas roupas esquisitas.
Se ainda não percebeu isso é uma.
Emboscada, armadilha
Emboscada, armadilha
FR: Ah, que bom que monsieur Lafayette resolveu se juntar a nós, meros mortais... Queira fazer o favor de vestir os trajes da aula e tomar o seu lugar, não vou mandar duas vezes. – disse ríspido e me entregou um troço que mais parecia um vestido.
IL: Tenho que usar isso? Mas por quê??
FR: ISSO se chama toga, eram os trajes dos antigos romanos, que por sinal serão o assunto dessa aula. Portanto vista sua toga, sente-se calado e preste atenção na aula, pois será matéria de NIEMs!
IL: Pra que temos que usar isso? Não bastava copiar a matéria?
ML: Não seja chato Luke, ele só que entrar no clima da Roma antiga.
DC: Sua opinião não conta Marie, todas as garotas dessa escola babam nesse engomadinho...
Dominique soltou um palavrão quando Marie o beliscou e o professor François bateu com o livro em cima do pilar que ele havia construído para decorar sua sala. A turma instantaneamente se calou e ele começou a lecionar. Não o suporto, mas tenho que admitir que essa era a melhor matéria de Beauxbatons! A cada aula dele que termina, tenho vontade de largar o castelo e ir estudar em Heraclion, na Grécia.
Ainda tínhamos um tempo vago até a aula de Astrologia na torra leste, mas subi direto. Precisava de ar fresco e aparentemente só lá em cima eu não me sentiria sufocado. O professor Martin já estava lá, falando sozinho como sempre. Ele ensaiou puxar assunto comigo, mas não deu muita trela. As conversas dele são sempre delirantes demais, tenho medo de me perder em um devaneio e ir parar no manicômio! A turma se juntou a nós dois na torre já perto das 23hs e o doido começou a dissertar sobre os astros. A aula de hoje foi toda voltada pra uma constelação além-plutão, onde me pareceu o melhor lugar pra se estar no momento...
Se cada ação traz junto uma reação
Você sabia que essa hora ia chegar e
Ainda assim se escondeu
E eu, cada vez mais perto, esse jogo é meu
Então é xeque-mate, rapaz
Então, fim de festa pra você
Descia da torre arrastando minha mochila quando paralisei e Bernard trombou comigo derrubando seus livros, olhando intrigado pra mim. Apontei pra frente meio tremulo, mas sem dizer nada: meu pai estava parado na porta do escritório de madame Maxime conversando com ela e parecia irritado. Olhei pros meus amigos e me afastei deles, já prevendo o que viria a seguir. Eles sentaram ao pé da escada receosos e me encaminhei até os dois de cabeça baixa. Meu pai chegou a dar um pulinho quando me viu.
Gerard: Ah, aí esta você! Creio que não precise dizer o que estou fazendo aqui, não é mesmo?
IL: Não senhor...
Gerard: Ótimo! Vá juntar suas coisas, partiremos em exatamente 15 minutos, nem um segundo a mais!
OM: Vá monsieur Lafayette, não se preocupe com o que esquecer aqui, um elfo virá buscar tudo.
Meus amigos saltaram da escada quando passei por balançando a cabeça negativamente e me seguiram até o dormitório, indignados. Juntava minhas coisas triste, sem acreditar que estava indo embora de Beauxbatons. Bernard e Dominique falavam alto algo que soava como abaixo-assinado e protesto na porta da minha casa e Marie chorava sem disfarçar.
ML: Mas como ele vai te tirar da escola? Ele não pode fazer isso, falta menos de dois anos para nos formarmos!
DC: Ele não tem o direito de te forçar a se formar como um trouxa, você é um bruxo puro-sangue!
BL: Deve haver um jeito Luke, não é possível...
IL: Não adianta pessoal, ele já havia me advertido e eu passei dos limites... Mas obrigado pela força e por se preocuparem... Não tenho mais tempo, preciso ir. Dominique, diga ao Samuel o que aconteceu, por favor. Vou escrever pra ele quando chegar à minha casa. Escreverei pra vocês também dando noticias e quero que vocês não esqueçam de mim e contem sempre o que anda acontecendo aqui!
Marie pulou no meu pescoço me abraçando e me perguntei quando teria a chance de dizer a ela o que sinto. Agora não era uma boa hora, justo quando estou indo embora da escola. Abracei os meninos também lamentando profundamente ter incendiado aquele acampamento e desci as escadas do dormitório, dando uma ultima olhada no lugar que foi minha casa por 5 anos e meio antes de me juntar a meu pai e desaparecer dentro da lareira do salão comunal da Sapientai.
Reze suas preces e não conte com ninguém
Veja tudo como se não houvesse amanhã...
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N.A: Trechos da música “Emboscada”, da Pitty
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