Vagas lembranças de Ty McGregor
Ai, minha cabeça... Porque tudo tem que girar deste jeito? Porque o Sol tem que brilhar assim? E este gosto na boca de coisa rançosa e estragada? Você deve estar se perguntando o que aconteceu para eu estar deste jeito. Como não estou podendo com luz do Sol neste momento, eu vou contar.
Tudo começou no Natal, e a casa estava cheia de gente, pois alguns primos dos meus pais vieram junto com os filhos, e entre estes primos tinha algumas garotas mais velhas. Não muito velhas, mas têm quase 19 anos...
São adultas... Independentes... E aí o Riven, resolveu "se achar". Claro, que elas olhavam para ele com ares de "dá um pirulito pra ele senão ele chora".
Eu, o Declan, o Alastair e o David ficávamos zoando ele demais, quando ele vinha com o rabinho entre as pernas, porque alguma delas o esnobava. Eu ainda estava com raiva dele por quebrar minha vassoura, mas depois da troca de presentes, em que ele ganhou um conjunto de poções da vovó, e ela ainda o lembrava que como ele não jogava, enquanto ela me dava uma Firebolt, novinha, último tipo..... Precisava ver a cara dele, quase chorou de ódio.
Como tinha muita gente em casa, papai, tio Sergei e os primos coroas ficavam inventando coisas, tipo quadribol, caça ao tesouro, jogos de tabuleiro, e o legal é que muitos pais ficavam brincando com a gente, e numa destas brincadeiras eu fiz amizade com as primas mais velhas Sabrina e Helena, pois Miyako me ensinou um pouco sobre alguns programas trouxas que são os animês japoneses e elas adoravam isto. Riven não gostou, e ficou esperando uma oportunidade de puxar meu tapete.
Pois bem.... Esta oportunidade chegou... E foi ontem na virada do ano que tudo aconteceu.
Estava eu descendo as escadas, terminando de arrumar o meu kilt, quando o Riven veio todo prosa.
RM-E ai Ty, vai deixar de bancar o bebezão e beijar alguma das meninas? Oh, acho que o bebê da mamãe nunca beijou uma mulher de verdade não é?
TM-Riven você é tão infantil... Já beijei uma garota sim. - eu tava tranquilão, não estava a fim de briga no último dia do ano.
RM-Infantil é você que nem bebe como um homem.
Aí era demais. Ele tava merecendo uns socos.
TM-Como assim? Eu bebo cerveja e vinho igual a você.
RM-É, mas não bebe daquela garrafa do seu padrinho.
KM-Aquilo é vodka, e nunca tive vontade de experimentar.
RM-Nunca teve peito de experimentar aquilo. Tem medo que mamãezinha fique brava.
TM-Riven você está confundindo as mães aqui. Tia Patrícia é que ficou fazendo escândalo, quando você, tomou wisky de fogo no Natal.
RM-Mas você não beberia daquilo...
TM-Bebo sim, e hoje vou tomar vodka.
RM-Duvido. - notei o brilho de vitória em teus olhos, mas não me deixei cair fácil.
TM-Pois não duvide, e você vai tomar também. - e vi um olhar assustado nele. Aquilo me divertiu.
TM-Vamos fazer assim: vamos tomar toda a vodka que cair em nossas mãos, para ver quem agüenta mais.
RM-Sim, e se você perder vai ficar na sua, não vai ficar de papinho com a Helena e nem com a Sabrina.
TM-E se eu ganhar. Você me paga 5 galeões. - selamos nosso pacto com um aperto de mão e lá fomos nós.
A festa corria solta, havia todo tipo de comidas e bebidas, as mulheres usavam roupas claras e alguns homens optaram por roupas de suas origens, por isso havia muitos homens de kilt no salão. Meu padrinho Sergei usava uma calça negra, com um casacão vermelho e botões dourados, na cabeça uma espécie de gorro de pele de urso negro. Tudo ia bem, ate que me aproximei da balde onde havia uma garrafa de vodka e servi dois copos.
KM-Vai tomar vodka Ty? - meu pai perguntou.
TM-Sim papai, eu e o Riven vamos tomar vodka. Tudo bem? – perguntei meio incerto.
RM-Eu avisei pra ele, que ele era criancinha demais, tio.
Se o Riven, achou que com isso, meu pai fosse dizer não, ele se enganou.
KM-Claro, pode beber. - e vi quando meu pai piscou para meu padrinho.
Bem, o primeiro copo desceu queimando, o segundo me encheu os olhos d'agua, no terceiro, eu comecei a sentir calor, no quarto comecei a ouvir a música que estava tocando e aí...
Bem... Eu não lembro muita coisa, só o que minha mãe me contou, e foi o seguinte:
Depois de uns 10 copos de vodka, eu comecei a ouvir uma musica russa, e vi meu padrinho dançando. Riven já estava ficando verde, mas como eu estava "ligadão" não se deu por vencido e continuou a beber e me empurrar mais. E eu ia bebendo.
Numa certa hora eu pulei pro meio da roda do meu padrinho e comecei a dançar com ele daquele jeito russo, e abaixa, levanta, dá cambalhota, e pula, e vodka pra dentro, e mais uma e pula, e grita... Minha mãe disse que eu tava o cossaco encarnado ali, pois as palmas estavam me incentivando e aí eu puxei o Riven pra dançar também. Na primeira cambalhota, ele saiu correndo verde, com náuseas terríveis, segundo papai. Quase não chegou ao banheiro. E eu continuei bebendo, dançando, pulando, gritando, dando cambalhotas e a coisa evoluiu de tal forma que eu quis tirar a roupa. Só não tirei, porque o mundo saiu dos eixos e eu caí desmaiado.
Hoje ao acordar e descer para o café da manhã, mamãe me empurrou duas aspirinas e um enorme copo d’agua, mas não está brava; Riven, além da ressaca está de castigo, pois na pressa de correr ao banheiro, ele acabou vomitando em tia Patrícia, que estava sentada no banheiro naquele momento.
Sabrina e Helena, me cumprimentaram com beijos estalados na bochecha, olhando-me de cima a baixo e dizendo que eu prometo...
Fiquei sem entender o que elas queriam dizer com isso, mas papai já avisou que quando minha dor de cabeça passar, ele me explica o motivo do meu sucesso com as primas.... Meu padrinho nesta hora saiu dando gargalhadas da cozinha. Ai céus, o que elas viram??O.O.
Mas o saldo até que foi positivo, pois o Riven, teve que vir ao meu quarto de óculos escuros, e meio esverdeado pagar os cinco galeões da aposta, mas saiu correndo quando ofereci para ele um pouco dos ovos mexidos com bacon, que vovó fez pra mim.
Deixa eu tomar mais duas aspirinas e apagar a luz do mundo, pra ver se minha cabeça pára de girar em cima do pescoço.
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