Tuesday, January 17, 2006

O perigo não acabou.....

Do diário de Morgan O’Hara

Cenário: um casal abraçado, olhando pela janela o dia nascer em um chateaux às margens do Sena.

-Vou sonhar com nossos dias aqui....
-Sei... Vai é se distrair com os dragõezinhos que estão pra nascer...
-Amor... Promete que...
-Vou me cuidar, não vou fazer nenhuma besteira.E se descobrir que algum professor é comensal, prometo que vou correndo contar para Madame Máxime.
-Ok, fale a última frase com os dedos descruzados.
Risos.... Olhares cúmplices....
-Tô falando sério.... Ele ia...
-Ssshhhii, já acabou. Estou bem.
-Odeio deixar você sozinha de novo... Droga... Está perigoso demais... Venha....
Palavras interrompidas subitamente....
-Não posso. Vamos seguir em frente apenas com mais cautela ok?

Passamos a noite conversando sobre tudo o que tem acontecido, pude saber um pouco mais sobre os acontecimentos em Londres; Dumbledore incumbiu a todos de missões secretas em várias partes do país, está procurando alguma coisa importante e parece urgente. A Ordem perdeu um membro e o Ministério havia perdido Amélia Bonnes.
Prometi tudo que podia para que Carlinhos voltasse ás missões menos preocupado, e assim menos suscetível de cometer erros. Ele já se culpava por não haver impedido o comensal no acampamento. Acho que consegui convencê-lo que o mais importante foi ele e o Schakelbolt terem chegado a tempo. Sua expressão estava menos ansiosa quando me deixou no escritório de Madame Máxime e ela garantiu que ficaria de olho em mim.

Estava em meu dormitório conversando com Marienne, e separando meus livros para as aulas, quando um elfo veio me avisar que deveria ir ao escritório de Madame Máxime, com urgência.
Logo me apresentei e ela não estava sozinha. Havia um casal junto com ela, que logo me foi apresentado:
OM-Senhorita O’Hara, estes são o senhor Kyle McGregor, Auror que está investigando o fato ocorrido no acampamento, e a senhora Alexandra McGregor, que trabalha no depto de mistérios.
Até achei que fossem irmãos por causa do sobrenome igual, mas as grossas alianças iguais, em suas mãos esquerdas, informou que eram casados.
O homem era bem alto, forte, feições severas, atitude bem profissional, mas as pequenas rugas ao redor dos olhos mostravam que gostava de rir. A mulher era jovem ainda, da mesma altura que eu, com fartos cabelos negros, e uma voz que me transmitiu tranqüilidade enquanto apertávamos as mãos.
Eu me sentia presa ao olhar dela. Ela deve ser legilimente, pois senti uma certa vertigem, depois que nossos olhares se desprenderam.
KM-Sentímos muito em conhecê-la em situação tão desagradável senhorita, mas gostaríamos que nos contasse tudo o puder se lembrar, para que possa nos ajudar a descobrir quem é o comensal que a atacou.
A mulher deve ter percebido um certo receio de minha parte e disse:
AM- Madame Máxime, estará presente, e você poderá parar o seu relato quando quiser, ok? Não tenha medo.
Assenti com a cabeça e comecei a contar tudo o que havia acontecido, e vez ou outra o homem tomava notas em um pequeno bloco. A mulher apenas escutava com atenção e parecia até mesmo distraída algumas vezes. Passado algum tempo, enquanto dava uma pausa em meu relato e Madame Máxime, um pouco afastada, conversava com o homem sobre a possibilidade de haver alguns aurores na escola, a mulher vira para mim e diz:
-Está melhor? - e eu soube que ela havia entrado em minha mente.
-A senhora não deveria ter avisado antes? - disse um pouco irritada.
-Eu precisava saber você não estava sob a maldição Império. E se estivesse com alguma lembrança modificada, eu acessaria a memória real. Desculpe.
Olhei um pouco chateada para a mulher, mas ela me olhou do jeito que minha mãe me olhava e disse sincera:
-Nestes tempos, infelizmente somos obrigados a dispor de recursos extremos para manter a segurança. Se tivéssemos tido alguma informação antecipada sobre este ataque teríamos agido antes. Tenha certeza que tenho interesse pessoal em evitar que os membros desta escola corram perigo. Sem ressentimentos? – disse estendendo-me a mão.
-Sem ressentimentos. - apesar de tudo gostei dela.
Logo Madame Maxime e o senhor McGregor voltaram a falar conosco e a mulher pediu a palavra:
-Kyle, se você não precisar mais de mim, gostaria de dar uma olhada no Ty. - e olhou para Madame Máxime que balançou a cabeça afirmativamente.
-Claro, pode ir, depois eu falarei com ele. - e vi o olhar carinhoso que trocaram.
Ela sorriu em despedida e retirou-se. A partir daí respondi mais algumas perguntas e depois dispensada. Pela hora do almoço, saindo do salão esbarrei em alguém e acabei derrubando meu material.
-Opa, desculpe. - e o garoto se baixou para pegar o que havia caído.
-Tudo bem foi um acidente. -Respondi, olhando para o garoto; e ele tinha feições familiares para mim enquanto sorria meio encabulado, devolvendo meu livro, pois os amigos estavam zombando de sua distração.
-Ty, parece que está dormindo...- perguntou uma bonita oriental.
-Está no mundo da lua é?
- Ah, o mundo da Lua é seu Gabriel.
Respondeu para um garoto ruivo de óculos, enquanto se afastavam brincando uns com os outros e subitamente eu soube de onde eu conhecia aqueles olhos e sorrisos: este era o Ty.
Agora entendo porque o casal McGregor assumiu estas investigações. O filho deles poderia ter sido uma das vítimas...

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