Sunday, February 25, 2007

Nem tudo é o que parece ser

Das memórias de Gabriel Graham Storm

Depois que saímos do barco, cada um foi para o seu lado. Ty saiu para conversar com Rory e davam sinais de que finalmente iam se entender, Miyako seguiu com os gêmeos para um café e eu desci com Mad para andarmos a toa. Nós passamos a manha inteira caminhando por Paris sem entrar em qualquer tipo de loja, até que resolvemos parar para almoçar em um dos diversos restaurantes da Champs Elysée.

- Vocês viram o Olivier por ai? – Manu chegou de repente com uma cara de poucos amigos
- Não... – respondi inocentemente – Na verdade, não o vi nem no barco
- É! Aquele safado! Mas ele vai me pagar...
- O que houve Manu?? – Mad perguntou preocupada
- Ele e mais aqueles 6 patetas dos amigos dele foram ao jogo! Foram assistir a final da Taça Européia de Quadribol e ele está fugindo de mim, porque sabe que se eu o encontrar, não deixo ele ir!
- É hoje?? – falei espantado e me arrependi em seguida – Desculpe.
- Se virem ele por ai me avisem imediatamente! A Nox vai perder um aluno, porque vou assassiná-lo!

Manu saiu marchando avenida abaixo e não consegui segurar o riso. E nem a Mad. Os 7 loucos que decidiram ignorar as namoradas e ir à final estavam condenados a morte por elas, sem sombra de dúvida.

- Bem que desconfiei que os meninos fossem... Luke e Dominique não falavam de outra coisa a semana toda! Não conseguia dizer o que os deixava mais animado: se era o jogo ou o 1º show dos Duendeiros depois da saída do vocalista principal...
- Ei, você quer ir ao jogo? – falei de repente, tendo uma idéia
- Até gostaria, mas não acho que vamos encontrar ingressos hoje...
- Tenho alguns contatos, posso conseguir entradas. Quer ir ou não?
- Quem você conhece?? – ela estava curiosa
- O ex-vocalista dos Duendeiros... Acabei de me lembrar que ele vai ao jogo, e pode nos deixar entrar
- Você só pode estar de brincadeira! Você conhece Ben O’Shea?? Como?
- Ele é, hmm, meu tio. Mais ou menos – não sabia ao certo como explicar, então optei por parar por ai - Você quer ou não? Preciso falar com ele logo.
- Quero sim, claro! Não acredito ainda que ele seja seu tio! Eu o adoro, foi horrível quando ele saiu da banda. Sabia que teve ate comoção dos fãs para impedir isso?
- Ele teve seus motivos...
- Aposto que agora a mulherada não o deixa em paz, o cercando 24hs por dia
- Não se preocupa com isso, ele é gay

Sabe quando você fala alguma coisa, e imediatamente se arrepende? Pois é, esse foi um desses momentos. Mad levantou os olhos me encarando como se tivesse acabado de contar a ela que o mundo ia acabar em algumas horas e iríamos todos morrer. Tapei a boca com as mãos, mas não havia como voltar atrás e torcer para que ela não tivesse ouvido.

- O QUE?? DIZ QUE É BRINCADEIRA!
- É brincadeira, falei por maldade – menti, mas não colou
- Merlin, é verdade! Ele é gay! – podia jurar que ela tinha lágrimas nos olhos – Como você tem certeza disso?
- Bom, ele é namorado do meu padrinho, por isso é meu tio... – agora não tinha mais jeito, só me restava contar logo – Desculpa, não era pra ter dito nada
- Não, isso não pode ser verdade... – Mad levantou da mesa e começou a andar de um lado para o outro. Estava começando a chamar a atenção das pessoas – Ele é tão lindo e... Não, isso não é justo! Preciso contar pra Manu!
- Não Mad! Não era pra você saber disso, acho que ninguém nunca soube e eu sou um fofoqueiro que fala demais. Não vai espalhar isso!
- Quieto! Você acaba de fazer meu mundo desabar, não fala mais nada!

Saímos do restaurante e não pude fazer nada a não ser ouvi-la contando para a amiga a descoberta. Manu reagiu de forma mais dramática ainda, chegando de fato a chorar. Aproveitei o momento de drama das duas e fui procurar um telefone publico para ligar para ele e pedir os ingressos. Quando voltei, ela já tinha guardado o espelho de duas vias e estava sentada desolada em um dos bancos da rua.

- Você está bem? – não sabia se me preocupava ou ria. Decidi não rir – Enquanto você estava espalhando a noticia, liguei pro tio Ben. Miyako vai conosco, ele já está nos esperando
- Ok, vamos então. Onde está sua amiga?
- Estou aqui, já cheguei! Não vou perder esse jogo, vamos embora!
- Você sabia que ele era gay? – Mad perguntou a Miyako ainda desolada
- Sabia... Triste, não? – Mi parecia dividir o que quer que ela estivesse sentindo e tive que rir – É porque você não conheceu o namorado...
- Parem vocês duas, por favor...

Elas riram e não tocaram mais no assunto durante todo o caminho até o estádio. Levamos apenas alguns minutos até lá e como combinado, tio Ben nos esperava do lado de fora, pela entrada dos fundos por onde passavam os mais importantes que não queriam ser incomodados. Mad quase esmagou minha mão quando o viu. Imagino o que teria feito se não soubesse que ele é gay...

- Por que demoraram tanto?
- Oi pra você também, tio Ben! – respondi brincando e ele riu, vindo abraçar a mim e a Miyako
- Cheguei a pensar que não iam me ligar para vir ao jogo. Onde está o Ty?
- Saiu com a ex-namorada. Ou namorada outra vez, não sabemos ainda... – Miyako falou confusa
- Pela demora, é namorada outra vez. Tio Ben, essa é a Madeline – e parei para pensar antes de continuar – minha amiga
- Muito prazer, sou a namorada dele – Mad esticou a mão para cumprimentá-lo – Ele tem medo de dizer, não se acostumou ainda...
- O que?? Mas foi você quem... eu não... – mas ela e Miyako riram e não consegui terminar a frase, tamanha era minha indignação
- Vamos entrar, Scott está esperando vocês

Tio Ben ainda estava rindo com elas da minha cara quando chegamos ao que parecia ser uma espécie de sala vip. Tio Scott estava no telefone e ouvi Mad cochichar algo no ouvido de Miyako que me pareceu como ‘é esse o namorado dele?’ com uma voz chorosa. Não consegui evitar revirar os olhos.

- Não Louise, isso vai ao forno. Microondas não resolve, sem contar que ele vai explodir – ele sorriu pra nós e fez sinal para não sairmos dali – No forno, e com papel alumínio, ou isso vai ser pro almoço de amanha – ele desligou o telefone com a minha mãe e veio até nós – Enfim chegaram!
- Não íamos perder um jogo desses nunca! – respondi animado o abraçando – E não, Ty não veio porque não o encontramos
- Não ia perguntar... Oi gata. – tio Scott puxou Miyako para um abraço sorrindo – E quem é essa? – ele perguntou, mas já sabia a resposta
- Essa é a Madeline – e mais uma vez olhei para ela, mas dessa vez senti que podia falar – minha namorada. Mad, esse é o Scott, meu padrinho.
- Muito prazer – ela esticou a mão outra vez – Já ouvi falar muito de você.
- Bem, acho que posso dizer o mesmo – ele apertou a mão dela sorrindo e o telefone tocou outra vez – Diga Louise! – ele fez uma careta e rimos – Como não acha o papel alumínio? Ok faz o seguinte... Corta essa abóbora em pedaços pequenos e esquece o camarão na moranga, faz um ensopado mesmo! – ela andava de um lado para o outro enquanto falava no telefone e o acompanhávamos com o olhar, rindo – Ora, você não encontra nada e não quero ninguém explodindo minha cozinha! Melhor, pede uma pizza e espera eu voltar que eu faço um jantar pra você, mais seguro – pude ouvir minha mãe xingando ele no telefone antes dele desligar – Vocês podem ir entrando, procurem os lugares, nós já vamos. Nicholas está sentado já, sentem perto dele

Assentimos com a cabeça e deixamos a sala em direção à tribuna de honra onde logo avistamos Nicholas. Havíamos conhecido ele no casamento dos meus pais e da mãe da Mi e o adoramos de imediato, ele era uma figura. Nick acenou assim que nos viu e sentamos ao lado dele. Senti a mão de Mad procurar pela minha e olhei para ela sorrindo.

- Ele é gay, tem um filho de 6 anos... Algo mais que deveria saber?
- Bom, se quiser, tenho uma lista de famosos gays... – ela arregalou os olhos e ri – estou brincando, não sei de nada!
- Vamos fazer um trato: mesmo que você saiba, não me conte mais, ok?
- Trato feito – ainda pensei em deixar pra lá, mas não consegui – então... Agora você e eu somos namorados?
- Bom... No nosso primeiro encontro oficial fora da escola você me apresenta seu padrinho, tio e primo. Se no segundo apresentar os pais e os avôs, acho que podemos até casar logo! – ela sorriu e enlaçou os dedos nos meus – sim, acho que sou sua namorada...

Sorrimos ao mesmo tempo e não dissemos mais nada. Finalmente havíamos chegado a um entendimento...

Tuesday, February 20, 2007

SOS Solteiras

Do diário de Isabel McCallister

- Eu te amo, e meu sonho é passar a vida toda com você! Estar com você, Isabel, é como ir a um lugar onde eu nunca fui! Blah blah blah... – virei o resto da taça de whisky de fogo enquanto Brendan se contorcia de rir na beirada da cama.
BL: Isa, você fica cômica nesse papel de solteira amargurada! – disse ainda rindo, enquanto enxugava lágrimas dos olhos. Olhei irritada pra ele, e servi mais uma dose de whisky. – Epa! Acho que está na hora de você parar de beber!

Brendan ficou sério de repente e se levantou, as mãos esticadas prontas para agarrarem a garrafa. Fui mais rápida que ele. Abracei a garrafa com força, enquanto as duas mãos dele tentavam livrar ela do meu aperto. Quando ele finalmente desistiu de lutar, sentou ao meu lado me olhando avaliador.

BL: Isa, hoje é o dia dos namorados, e não o fim do mundo! Me dá essa garrafa? Você já bebeu demais...
IM: Qual é Bren? Encarnou meu pai, é? – disse rindo. – “Isabel, minha filha, você tem que comer mais carboidratos. Está tão magrinha!” – imitando a voz do meu pai, e depois rindo sozinha. Brendan continuava a me encarar, preocupado.
BL: Izzy, você não é a única solteira do mundo, sabe? E se você fosse uma solteira do tipo gorducha bizarra, eu até apoiava a sua depressão! Agora, me dá essa garrafa?
IM: Sai daqui Brendan! Por favor? Me deixa curtir minha solidão sozinha, ok? Estou no meu quarto, no meu dia de depressão, com a minha garrafa de whisky! Entendeu? SOZINHA! É fácil falar quando se tem alguém que goste de você se arrumando para te acompanhar no baile mais tarde, não é? Por que você não vai se arrumar também? Vai deixar a menina esperando, para ela se sentir uma fracassada?

Eu ia soltando as palavras, sem limite. No fundo, estava mesmo começando a ficar irritada com as lições de moral e o positivismo do Brendan, então, disse tudo sem pesar. Ele me encarava em choque. Coitado, não conhece uma mulher em TPM tão bem assim! Eu o mandei ir embora de novo, e abri a porta para que ele saísse. E ele foi! Na verdade, eu descobri que o Brendan pode ser tão orgulhoso e racional quanto qualquer outro homem! Ta, não foi a descoberta do século, afinal, Isabel, Brendan é um homem! *Ainda bem!*

Ele saiu para se encontrar com qualquer que seja a menina da vez, onde iriam passar um agradável e quase romântico dia dos namorados, e eu fiquei lá, no meu quarto, bebendo a garrafa de whisky até a última gota e cantarolando músicas solitárias enquanto via a garrafa sair rolando pelo chão.

Hum, essa é a hora que você vê até que ponto uma pessoa chega, sem estar ainda em sua total decadência! Quando o whisky acabou, e meu repertório de músicas românticas solitárias, igualmente, me levantei, tomei um bom de um banho gelado, um café forte, e disse para a minha imagem caída do espelho:

- Isabel McCallister, você está doida??? *disse isso com raiva, enquanto apontava um dedo ameaçador para o vidro frio* Nunca, NUNCA mais na sua vida, desse momento de agora até o dia da sua morte, você vai se dar ao luxo de derramar lágrimas pela sua solidão, e muito menos, por homens!!! Estamos entendidas??? *A imagem do espelho concordou inofensiva, apesar de eu não ter sentido minha cabeça balançar...* Certo! Agora, vai arrumar essa maquiagem, esse cabelo, e vai fazer uma coisa mais útil do que chorar e ficar bêbada!

Foi assim que o meu dia dos namorados começou... Sai do quarto para almoçar, e voltei. Passei a tarde toda esperando um creme de pepinos fazer algum efeito, enquanto separava algumas roupas que não usava mais. Fiz todos os deveres, mandei uma carta para meu pai, e quando estava me preparando para escrever um artigo para o jornal, alguém bateu na porta. De imediato, pensei que fosse o Bren! Achei que ele queria se certificar de que eu não estava em coma alcoólico antes de ir para o baile. Mas quando abri a porta, não consegui acreditar!

IM: Dora???
DG: Oi Isabel... – sorrindo meigamente.- Posso entrar?

Fiquei sem reação, é claro! Nunca converso com a Dora! Aliás, é ao contrário... Ela nunca conversa comigo! Sim! Porque fica tão dona de nariz arrebitado perto da Nicole, que mal me cumprimenta...

IM: Por favor...

Ela entrou, ainda sorrindo. Tão simpática como eu nunca imaginaria vê-la! Acho que a Nicole age influenciando todas as pessoas ao redor dela de maneira muito negativa! Ela olhou ao redor, e por uns segundos, os olhos se detiveram na garrafa de whisky tombada no quarto. Então, ela se virou pra mim.

DG: Dia dos namorados é sempre um dia bem depressivo para quem é solteiro, não é?
IM: Na verdade, nem tanto assim... Tudo uma questão de auto-estima!- me senti até superada depois dessa frase!
DG: Então, será que você quer uma companhia? – ela sorriu simples. Eu não conseguia acreditar que ela estava querendo me fazer companhia!
IM: Tudo bem, mas... Bem, não tem nada de muito bom para se fazer, não é? – sorri de volta, e ela olhou ao redor.
DG: Melhor não fazer nada com alguém, do que não fazer nada sozinha!
IM: É, verdade... Senta aí, em qualquer lugar! – ela acenou com a cabeça e se sentou na ponta da cama. Me sentei de frente pra ela, me encostando na cabeceira. Ficamos nos encarando em silêncio, alguns segundos...
DG: Você está se perguntando o porquê de eu estar aqui, não é?
IM: Na verdade, sim... – é, tive que ser sincera!

Ela sorriu de novo e começou a me explicar que a Nicole e o Rubens (o coração parou de bater um segundo quando ela falou o nome dele), tinham ido passar o dia todo juntos, e ela não tinha nada para fazer, ninguém para conversar, assim como eu... Estava passando pelo Salão Principal quando Brendan a interceptou pedindo que viesse ver se estava tudo bem comigo, e lá estava ela! *Eu não disse que o Bren ia dar um jeito de se certificar que eu não estava à beira da morte, sozinha?*

IM: Entendo... O Bren às vezes encarna o espírito do meu pai!
DG: Ele se preocupa bastante com você...
IM: É, ele é um fofo! Eu pensei que você fosse sair com o Michel... – olhei curiosa, e ela sorriu, se divertindo.
DG: O Michel é uma graça, mas é só meu amigo! E um amigo bem safado! – ela fez uma careta, e ri concordando. – Eu que pensei que você fosse sair com o Samuel...

Fiz uma careta. Não de desgosto, mas de susto.

IM: Com o Samuca? Quem disse isso???
DG: Não, ninguém! Só que vocês sempre andam juntos, então eu pensei que tivessem alguma coisa... – em tom de quem está cutucando.
IM: Ah não, não mesmo! O Samuca é um fofo, mas é somente meu amigo! Assim como o Brendan! Sem mais!

Ela sorriu de um jeito diferente, parecendo incrivelmente aliviada com o que eu tinha acabado de dizer.

IM: Por que esse sorriso??? *Você não achou mesmo que eu ia perder essa oportunidade de cutucar, não é?*
DG: Nada! Só que você e eu só andamos com homens, amigos...
IM: É! Talvez seja a sina de toda boa solteira.
DG: Quem sabe...

Ela se levantou indo até um monte de roupas que tinha tirado do armário, levantando peça por peça à altura dos olhos.

DG: Você tem um ótimo gosto, Isa! Aliás, posso te chamar assim, não posso?
IM: Obrigada... Hum, claro.
DG: A Nicole geralmente compra roupas mais brilhantes. Particularmente, eu não gosto muito.
IM: É, cada um tem seu gosto. A Nicole também se veste bem... *Eu não estava elogiando a Nicole, ok? Ela realmente se veste bem! Pelo menos, para os padrões dela, sim! Só não estava entendendo a Dora! Um dia ela elogia todas as lantejoulas bregas da Nicole, no outro dia diz que não gosta? Um dia arrebita o nariz, no outro dia se mistura com a menina que a amiga não gosta? Afinal, o que ela quer???*

Ela me olhou, e então abaixou a cabeça rindo, jogando a trança para trás.

DG: Você não gosta da Nicole.
IM: Não é que eu não goste dela... O meu santo simplesmente não bateu com o dela! Nunca conversei com ela para saber se devo gostar, ou não...
DG: Ela às vezes engana! Sério! Você pode até pensar que ela é metida a alguma coisa nojenta, mas no fundo, ela é uma boa pessoa e amiga!
IM: Imagino que sim.
DG: E se quer saber a verdade, ela só implica com você porque você é amiga do Rubens!
IM: Eu já desconfiava. Assim como você implicava comigo porque pensava que eu tinha alguma coisa com o Samuca, certo???
DG: Exato! – ela respondeu tão de imediato, que nem pensou. Só depois que falou, que tentou mudar o caminho, sem sucesso algum.
IM: É, eu percebi que você gosta dele... Na verdade, é sina de toda boa solteira também, ter uma nota piscando na testa denunciando de quem você gosta!

Ri e ela me acompanhou, passando a mão na testa.

DG: Eu gosto dele sim. E olha que nunca conversei muito com ele, mas o pouco que conversei, foi o suficiente... E eu sei que você gosta do Rubens! A nota na testa, sabe...
IM: Típico. Mas já me contentei com a utopia do amor. A Nicole não precisa ficar com medo de mim. Não sou do tipo barraqueira que interrompe casamentos! Mas você e o Samuel... – disse, pela primeira vez analisando bem ela. – Têm chance, sabia? Afinal, pelo o que eu saiba, ele também está solteiro e à procura!

Ela se remexeu empolgada, balançando novamente a trança. Um novo sorriso no rosto.

DG: Ele nem sabe quem sou eu!
IM: Ta na hora de saber então, não está?
DG: Como assim?
IM: Oras, se você não se aproximar, vai continuar na mesma até quando? Vou ajudar vocês...
DG: Ajudar como?
IM: Apresentando vocês, é um bom começo. Puxando assuntos, fazendo vocês ficarem em contato algumas vezes, até se conhecerem o suficiente...
DG: Isa! Isso é maravilhoso! Obrigada! Não sabia que uma solteira ajudava a outra com tanta disposição assim...
IM: Não se ajudam mesmo. Eu é que sou do tipo solidário... Até escrevo artigos de dicas no jornal, enfim! Acho que nasci pra ser cupido!
DG: Bom, vou te ajudar também, então!
IM: Do que você está falando?
DG: Com o Rubens, claro!!!
IM: Você está doida, Dora? Eles se amam! Sério! Eu já entendi que é amor platônico... Logo arrumo um novo! Definitivamente, não quero ser culpada de ter estragado um namoro de tanto tempo!
DG: O namoro deles não estaria tão firme assim, se eles tivessem sido sempre sinceros... – falou com um ar sonhador que me deixou remoendo de curiosidade. Mas logo, voltou à realidade e me encarou. – Você me ajuda, eu te ajudo! O jeito como cada uma vai fazer isso, não interessa! Feito?

Estava em choque! O que ela sabia sobre a Nicole? Ou sobre o Rubens? E ela estava tão desesperada assim pelo Samuel, ao ponto de trair a amizade da amiga??? Ela estava com a mão estendida e eu a peguei, sem saber o que pensar ainda. Merlin, será que eu vou acordar daqui a pouco, sozinha no quarto, a garrafa caída, e vou descobrir que a Dora e toda essa coisa de pacto de solteiras foram apenas um sonho???

°°°
NA: WOW!!! 4 folhas? Pelo menos, com um texto só, já adiantei bastante coisa... Agora, é só desenvolver o resto! Essa fase rebelde da Isa está me rendendo, hein? =)

Sunday, February 18, 2007

Forças do Destino

Anotações de Ty McGregor

- Ty acorda ou você vai ficar dormindo no barco?- cutucou Miyako.
- Hã? Hein? Não estou dormindo, só estou descansando os olhos.- resmunguei e bocejei.
- Ty, o que tá acontecendo com você? Trocou o dia pela noite é?- perguntou Griff e antes que eu dissesse alguma coisa, Seth comentou:
- O Ty andou circulando pela enfermaria estes dias, isso é que está acontecendo. Nunca tinha visto a projeção astral e achei muito maneiro.
- Ele é teimoso. Sai das aulas de Sir Sharft e precisa descansar, mas ele acaba indo visitar a invocadinha. Já falei pra ele ir lá durante o dia e falar com ela. Mais prático e menos perigoso para ele. Se a tia Alex fica sabendo disso....- comentou Gabriel.
- Não vou lá falar com ela. Não fiz nada, e foi ela que brigou comigo.- respondi.
- Admita cara: você tá desesperado de saudades dela, mesmo ela estando errada.Quase surtou quando a Emily contou que ela estava na enfermaria. E se você for lá falar com ela, e ela ainda estiver irritada, nós pescamos você do Sena, pode confiar.- disse Griff com seu jeito brincalhão.
- Madame Magaly não me deixou entrar, e eu só queria saber se ela estava melhor, só isso.Então apelei, oras.
Continuamos a conversar enquanto o barco atracava. De repente meus amigos pararam de falar. Ouvi um ham-ham nas minhas costas e me virei. Rory estava parada atrás de mim, torcendo as mãos, parecia nervosa:
- Posso falar com você?
- Já está falando.- disse seco.
- Eu gostaria de me desculpar com você.- ainda pensei em fazer mais um pouco de birra, mas Griff tinha razão: eu estava doido só para estar perto dela. Concordei e acenei um adeus aos meus amigos e começamos a andar. Não abri a boca e ela parecia com pressa:
- Ty me desculpa. Eu agi tão errado com você. Quando vi a Savie grudada em você, eu fiquei cega...
- Cega porque?
- Você sabe porque...
- Não, eu não sei. Diga! – ela respirou fundo e disse baixo:
- Fiquei com ciúmes de você. Perdi a cabeça e acabei dizendo coisas horríveis.
- Sim, você disse e me deixou muito chateado. É só isso que quer? – fiz menção de me virar pra ir embora e ela segurou meu braço:
- Quero que você me desculpe por tudo, e que... Que...- falou tão baixo que tive que me aproximar mais para ouvir, meu coração acelerou quando senti o cheiro do perfume dela:
- Ty...Volta pra mim?
- Tem certeza que você quer isso? Posso resolver passar o tempo com você até achar coisa melhor.- cutuquei. Nesta hora pingos grosos de chuva começaram e corremos até um café com um enorme toldo vermelho. Já estava cheio e nossas roupas começaram a molhar.
- Você nunca vai me perdoar não é?- seu queixo tremia e seus olhos brilhavam demais.
- Você ta queimando de febre.- disse com a minha mão na sua testa.
- Não ligo.
- Eu ligo, não quero você doente de novo. Vem comigo, doçura.
- Não vou, enquanto você não disser que está tudo bem com a gente e...Você me chamou de doçura....- começou a sorrir e eu mandei meu orgulho ás favas:
- Está tudo bem conosco.No seu lugar eu não só teria brigado com você como teria enchido o cara que pusesse a mão em você de porrada. Vem cá.- puxei-a para um beijo e agora estavamos parados no meio da chuva.

Se quiser fugir
Pra qualquer lugar que for
Nem precisa me chamar
Tão perto que eu estou

- Você precisa tirar estas roupas molhadas. - disse.
- Estamos no começo da manhã, o barco só volta para a escola no fim da tarde. - ela respondeu.
- Moro aqui perto, vamos até lá. Minha mãe pode ter algum remédio em casa, e podemos secar nossas roupas.
Peguei a mão dela e fomos andando rápido entre os toldos, a chuva não dava trégua.
Chegamos num prédio antigo, e logo subimos para o apartamento. Ela tremia muito de frio, e nossas roupas pingavam. Logo entramos no apartamento.
- Venha comigo. É o quarto da minha mãe. Tire as roupas e me entregue para eu por para secar. Pode usar um dos roupões dela. Use o que precisar.
- Não posso usar as coisas dela, vou ficar com vergonha e...
- Deixa de ser teimosa e me escuta: É o único lugar da casa em que vamos ter coisas para mulher. Espera que já volto.
Fui para o meu quarto e me livrei das minhas roupas molhadas, voltei para lá com umas roupas minhas.
-Ponha estas roupas por enquanto, e deite-se. (ela abriu a boca para protestar) - Faça o que estou pedindo sem discutir, por favor? Não quero seu fantasma me assombrando se você morrer. Vamos ficar presos aqui por um tempo.
Coloquei um cobertor em cima dela, mas a tremedeira não passava. Fui até a cozinha achar alguma coisa quente para ela tomar.
- Beba isso, é uma mistura que minha avó faz para minha mãe.
Ela tomou um gole e disse:
- É muito bom. – e tomou todo o chá.
Fiz menção de sair do quarto, e ela pediu:
- Ty fica aqui comigo. Não quero ficar sozinha. Odeio tempestades. - e nesta hora relâmpagos riscaram o céu.
Aproximei-me e me estiquei na cama ao lado dela, que disse:
- Você pode me abraçar?
- Rory, o que você ta pedindo é efeito da febre né?
- Eu sei o que eu estou pedindo. Contato físico pode me aquecer mais rápido e fazer a febre ceder. Não pense besteiras.

Agora eu posso ser seu anjo
Seus desejos sei de cor
Pro bem e pro mal você me tem
Não vai se sentir só, meu amor

Eu a abracei por trás e ela começou a falar que havia sentido minha presença no hospital. Fiquei ouvindo sua voz, enquanto encostava meu queixo na sua cabeça.
- Era você não era? Mas a enfermeira disse que você não foi lá nenhuma vez. - dei uma risadinha abafada.
- Eu ia te visitar através da projeção astral. Madame Magali não nos deixava entrar e eu fiquei preocupado com você, doçura. Emily me contou que você é boa de briga. – zombei.
- Quando vi que você demorou do vestiário, fui atrás e vi a Savie se esfregando em você e eu fiquei doida de ciúmes. E depois quando ela disse que tinha feito de propósito, eu não segurei a mão. Foi vergonhoso, nunca me comportei daquele jeito. É... Pode rir seu convencido. – rímos juntos.

Sempre que quiser um beijo
Eu vou te dar
Sua boca vai ter tanta sede de me tomar
Se quiser
Sempre que quiser ir as estrelas
Me dê a mão, deixa eu te levar

Ela adormeceu depois de algum tempo, e eu não me mexi com medo de acordá-la. A febre começou a ceder e os tremores haviam passado, o corpo dela estava colado ao meu. De repente ela se movimentou e eu fiquei estático:
- Pára de se mexer deste jeito... – resmunguei.
- Assim? – moveu-se novamente e eu tive que engolir seco. - Respirei fundo e disse:
- É! Não faz isso. – ela riu e virou-se para mim sorrindo. Fiquei perdido nos olhos dela e falei sério:
- Eu te amo Rory, e jamais machucaria você. Nunca duvide disso.
- Também te amo Ty, você nem imagina o quanto.
Começamos a nos beijar e as coisas foram ficando mais sérias.
- Rory, precisamos parar, não estou a fim de brigar novamente. - disse tentando voltar a respirar normal.
- Não acho que isso seja uma briga Ty. Eu confio em você e vou para onde você quiser.
Acariciei seu rosto e a beijei com todo o amor que tenho dentro de mim, esqueci que a vida continuava lá fora.

Eu penso te tocar
Te falar coisas comuns
E poder te amar, o amor mais incomum
Não deixa o medo te impedir
De chegar perto de mim

Se quiser...

Me deixa ser real
E te ajudar a ser feliz
Porque eu sou seu fogo
Tudo que você quis
Tudo que você quis

N.Autora: trechos da música Se quiser – Tania Mara

Wednesday, February 14, 2007

Amélia, doce Amélia...

Das lembranças de Ian Lucas Renoir Lafayette

Do you believe in magic in a young girl's heart

How the music can free her, whenever it starts
And it's magic, if the music is groovy
It makes you feel happy like an old-time movie
I'll tell you about the magic, and it'll free your soul
But it's like trying to tell a stranger 'bout rock and roll

"Do You Believe in Magic" - The Lovin’ Spoonful

- Consegui! – Dominique vinha correndo com um envelope na mão – 7 ingressos!
- Grande Nick! Esse vai ser o melhor sábado das nossas vidas! – falei puxando os ingressos da mão dele e analisando

No próximo sábado teríamos visita a Paris e mesmo sabendo que era dia dos namorados, nos programamos para outro tipo de passeio: assistir à final da Taça Européia de Quadribol, entre o Napoleons Olympiques e o Vratsa Vultures, time da Bulgária. As respectivas namoradas teriam que ser compreensivas e todos que as tinham, estavam programando algo especial para recompensá-las. Mas o que quer que fosse, definitivamente seria depois do jogo!

Não conseguíamos falar de mais nada além desse jogo durante toda a semana. Seria a final do século, o Olympiques não chegava tão longe assim há anos e o time da Bulgária era considerado o melhor de todos os tempos, tendo chegado à final invicto. Bom, ele certamente perderia a invencibilidade na final, levando uma surra do time da casa.

Era véspera do jogo e estava na Lux com Bernard. A mãe dele estava lá, pois era aniversário de Amélia e Bernard me arrastou até lá. Não que eu não gostasse de comer bolo de graça, mas ficava extremamente desconfortável perto da irmã dele. Amélia é apaixonada por mim desde que se entende por gente e eu não aprendi a contornar isso ainda, afinal, ela tem 4 anos a menos que eu. E Bernard não ajuda em nada, debochando da situação o tempo inteiro. Elas conversavam alguma coisa sobre um baile de dia dos namorados quando percebi, tarde demais, que não deveria estar ali.

- Nem pensar mamãe, não vou levar Amélia a baile algum – Bernard protestou ao meu lado – Seria demasiado esquisito!
- Mas eu não posso ir sozinha, seria ridículo – Amélia tinha os olhos cheios de lágrima
- Que baile é esse? – cai na besteira de perguntar – E qual o problema de você acompanhar ela?
- Eu sou irmão dela, não posso acompanhá-la a um baile cheio de frescuras! Por que não vai você?
- Ah, excelente idéia meu querido! – a mãe de Bernard logo se animou com a idéia – Acho que o Ian não se importaria de acompanhar Amélia ao baile, não é mesmo?

Eu nem consegui responder. Comecei a gaguejar e engasgar com o bolo, enquanto Bernard dava tapa nas minhas costas. Eu não podia ir com ela! Por inúmeros motivos óbvios, mas o maior deles era que o baile era no mesmo dia da final! Mas como eu diria isso a Sra. Lestel? A cara de alegria de Amélia também me impediu de rejeitar o convite. Depois que as duas saíram olhei furioso para Bernard.

- Eu mato você!
- Obrigado cara, minha irmã ficou realmente feliz...
- Como você deixou isso acontecer??? – eu quase berrava – Não posso acompanhar sua irmãzinha a um baile idiota quando tem um jogo da Taça Européia acontecendo!
- E você vai ter coragem de partir o coração dela dizendo isso? – a cara que Bernard fazia só me fez ter mais vontade de socá-lo
- Você vai desfazer isso! Pode esquecer, não vou a baile algum com ela! – disse saindo irritado da Lux e largando ele pra trás

Mas Bernard não desfez nada. E honestamente, mesmo que ele tivesse tentado não teria adiantado. Então no sábado, dia da grande final, eu me encontrava em um salão de festas cheio de pirralhos me estressando com uma gravata estúpida, prestes a esperar uma menina de 13 anos para acompanhá-la a um baile idiota. E sim, com muita raiva do meu suposto melhor amigo!

Olhei no relógio aflito. Os meninos já deviam estar no estádio de quadribol, que para o meu total desespero, se localizava a menos de 500 metros de onde eu estava. A professora Emily pediu que descêssemos para esperar as meninas e vi Amélia no canto do salão, olhando ansiosa. Ela logo abriu um sorriso quando me viu, o que me deixou com a consciência pesada: estava considerando seriamente a hipótese de fugir pelo muro dos fundos e largá-la lá.

A ultima vez que participei de um bailinho desses estudava em um colégio trouxa e tinha 9 novas. Lembrava-me de ter passado mal uma semana inteira na expectativa de convidar a menina que gostava, incerto de que ela aceitaria meu convite. Também lembrava muito bem que Bernard passara pelo mesmo sufoco que eu para convidar uma menina de óculos e tranças no cabelo. Acho que ele tem tara por óculos. E o clima desses bailes não mudara nem um pouco: eram os meninos sentados de um lado e as meninas de outro, ambos os lados tentando criar coragem para convidar o outro para dançar, mesmo já tendo ido acompanhado. Alguns meninos começaram a se animar e puxar seus pares para uma dança lenta e vendo o olhar apreensivo no rosto de Amélia, decidi sair para tomar um ar. Já estava ali obrigado, ter que dançar era um pouco demais!

O casarão tinha uma enorme piscina nos fundos e afrouxei o nó da gravata enquanto deitava em uma das espreguiçadeiras. Se eu pulasse na piscina talvez não me deixassem entrar no salão e assim quem sabe poderia ir embora... Mas não, não teria coragem de fazer isso com ela. Revoltado comigo mesmo por estar com pena na hora errada, fechei os olhos, certo de que acordaria daquele pesadelo a qualquer instante. Ouvi algumas vozes vindas do outro lado do muro e sentei na espreguiçadeira. Eram as vozes de Bernard, Michel, Dominique, Viera, Samuel e Patrick. Os seis pularam o muro e pararam na minha frente, todos com chapéus e bandeiras dos Napoleons Olympiques.

- O que estão fazendo aqui?
- O jogo foi interrompido, saímos para resgatar você! – Michel falou animado
- Como está o jogo? – perguntei desanimado
- Estamos ganhando, mas por muito pouco – Samuel falou – Se o apanhador deles capturar o pomo não temos a menos chance
- Anda Ian, vamos embora – era Bernard que falava agora e me espantei – Desculpa ter colocado você nessa roubada, mas não posso deixar você aqui com um jogo daqueles acontecendo!
- Está louco? Não posso sair daqui! – nem eu mesmo acreditei no que estava dizendo
- Claro que pode, é só pular o muro! – Viera recebeu o apoio dos outros
- Anda Ian, vai ficar aqui e perder o melhor jogo de quadribol de toda a história da Taça Européia??

Meus amigos estavam parados na minha frente, prontos para pular de volta pra o outro lado do muro, esperando que eu fosse com eles. E eu estava realmente tentado a arrancar aquela gravata e pular o muro atrás deles. Estava prestes a fazer isso quando olhei para trás, a porta que levava ao salão do baile aberta. Pude ouvir a musica que tocava, era uma muito antiga que tocou no ultimo baile desses que fui, aos 9 anos. Era a mesma musica que tocava quando criei coragem e convidei a menina que gostava para dançar. Lembrei-me da expressão de desapontamento no rosto de Amélia quando me viu saindo do salão. Era torturante, talvez a coisa mais difícil que já fiz em toda a minha vida, mas não poderia ir embora.

- Vocês vão ter que me contar como foi o jogo depois
- Tem certeza? – Bernard perguntou
- Sim, podem ir, eu vou ficar...

Fiquei observando os 6 pularem o muro e os ouvi correndo pela rua escura de volta ao estádio. Não sei se fiquei muito tempo encarando o pátio vazio onde eles estavam segundos antes, mas a voz de Amélia vindo da entrada do salão me tirou do transe. Ela tinha os olhos um pouco vermelhos. Estava claro que havia chorado. Ótimo, tudo que mais odeio é ver alguém chorando, isso me deixa desconfortável. Nunca sei o que fazer ou falar, e geralmente falo alguma bobagem.

- Se quisesse poderia ter ido com eles – ela falou se aproximando – Sei que não sou uma boa companhia
- Não, não é isso – falei depressa com receio dela começar a chorar – Isso não tem nada a ver com você
- Não precisa mentir, Lucas. Sei que você não me suporta e só está aqui porque não queria desapontar minha mãe
- Amélia, eu não detesto você. O problema é que você gosta de mim e eu não. Quer dizer, gosto sim de você, mas não do jeito que você queria e... ah, você me entendeu!
- Eu sou uma idiota, eu sei – disse tapando o rosto com as mãos. Ah Merlin, permita que ela não chore – Não sei como pude pensar que...

Sua mão esbarrou em um dos brincos que usava e ele caiu, rolando pelo pátio e caindo direto dentro da piscina. Amélia fez uma cara de desespero e se ajoelhou na beira dela, olhando a pedrinha brilhante afundando perigosamente na direção do ralo.

- Ótimo, era só o que faltava! – ela estava quase às lagrimas – Esse brinco era da minha avó, mamãe me emprestou e agora eu o perco!

Não sei porque fiz isso, não sei explicar. Só sei que no instante seguinte eu já havia mergulhado na piscina sem tirar nada, nem mesmo o sapato, e voltava à superfície alguns segundos depois com o brinco na mão. Estendi a mão e lhe devolvi ele, torcendo a roupa. Ela agora estava sorrindo, o rosto corado.

- Se não se importar em se molhar um pouco... – disse estendendo o braço para que ela segurasse – Acredito que o salão já esteja quase cheio, mas acho que as pessoas vão se afastar para passarmos, com medo de estragarem os vestidos...

Amélia sorriu e segurou meu braço. Não me lembro mais qual foi o placar do jogo quando os meninos me contaram depois e eles também mal se recordam da partida, mas nunca vou esquecer a expressão no rosto de Amélia quando voltamos ao salão e passei o resto do baile ao seu lado. Ela sabia que eu nunca me envolveria com ela e sabia os motivos, mas naquela noite ela fingiu não saber. Talvez tenha sido o baile do qual ela também nunca irá se esquecer e em partes eu estava satisfeito em pensar que mesmo involuntariamente, havia contribuído para torná-lo inesquecível...

Wednesday, February 07, 2007

Antes só, do que mal acompanhada.

Do diário de Rory Montpellier


- E ai? Vamos pro castelo ou vamos ficar aqui?- perguntou Danielle abraçada ao Went, enquanto os alunos ia se retirando das arquibancadas após o jogo surpresa para os olheiros.
- Eu vou ver se apresso o Ty, ele ainda está no vestiário. Nos encontramos lá depois ok?
Desci as arquibancadas e fui até o vestiário. No corredor senti um cheiro de perfume doce, enjoativo. Apressei o passo e de repente eu vi.
Vi Savannah abraçada ao Ty. Senti lágrimas virem aos meus olhos na mesma hora. Saí correndo.... Traidor!

Sou capaz de gritar
E de te ofender
De me machucar
Mas não de te esquecer

Ele me encontrou encostada na mesma amurada que estávamos mais cedo, antes do jogo. Vinha todo sorridente, como se fosse um rei. Que babaca. ¬¬

Sou capaz de chorar
Ser ridícula até não agüentar
Posso bater com a cabeça na parede
Posso fingir que não sou inteligente

- Já estava ficando preocupado com você.- e tentou me beijar e o repeli com asco.
- Não toca em mim nunca mais.
- O que houve?- ele pareceu surpreso.
- Você está fedendo.
- Não estou não, tomei banho antes de vir pra cá.
- Falo do perfume da Savannah que grudou em você. – ele parou surpreso.
- Não é o que você está pensando.... – começou.
- Não? Como você explica este cheiro dela em você? Como você explica estas marcas de maquiagem no seu colarinho? – fui dizendo enquanto o cutucava com o dedo em riste.
- Ei, hei pára de cutucar. Você tá nervosa...
- Você ainda não me viu nervosa. Eu vi tudo.
- Viu o que exatamente?
- Como é cínico. Fui te procurar e te encontro aproveitando a “fama” com a Savannah.
- Rory não é nada disso Quer dizer é...E não é... Ela apareceu por lá e...
- E você foi aproveitar com ela aquilo que não conseguiu comigo.Eu sempre soube que não podia confiar em você.Você não presta.
- Rory dá pra calar a boca e me ouvir?- ele disse irritado.
- Não! Não vou ouvir suas mentiras nunca mais. E não me manda calar a boca.
- Doçura por favor, eu sou inocente. Você tá tendo um ataque de ciúmes à toa.- disse tentando controlar a situação.
- Meu nome é Rory e não doçura. Ataque de ciúmes? Era só o que me faltava. Você achar que é tão importante pra mim, que eu sentiria ciúmes de você. Se enxerga, garoto. – comecei a rir.

Posso pensar em vingança e traição
Eu gosto de ser cruel
Pra chamar sua atenção
Eu faço o que você quiser
Pra agradar seu coração

- Eu não fiz nada.- ele disse baixo e achei que estivesse vendo mágoa em seus olhos.
- A farsa acabou Ty. Sei agora quem você é, e que estava comigo para passar o tempo. Devo reconhecer que você beija bem... Se bem que se você treina com a Savie é porque gosta de tudo fácil.
- Você acha mesmo que eu não gosto de você? Que eu menti durante este tempo?
- Depois do que vi eu tenho certeza.
- Você é uma burra!
-Você é um idiota! – senti tanto ódio que levantei a mão para dar-lhe um tapa e ele com o reflexo rápido segurou meu pulso apertado.
- Se fizer isso, juro que vai levar de volta.- e tinha uma expressão dura no rosto.
Ele falava a sério. Recuei, engoli seco, mas mantive a cabeça erguida.
- Me solta. Sinto nojo de você.
Ele me soltou e disse controlando a raiva:
- Além de burra, é cruel e cega. – virou as costas e foi embora.
Eu devia me sentir aliviada por tê-lo desmascarado antes que fossemos longe demais neste namoro, mas me senti arrasada. Ele havia dito a última palavra e isso não fez bem.
Será que eu estou tão errada assim?

N. Autora: música Gosto de ser cruel - Kid Abelha

Friday, February 02, 2007

Complicada relação

Das memórias de Gabriel Graham Storm

- Eu não vou decorar isso, é impossível!
- Já viu o tamanho das falas? Eu li o script ontem à noite... Acho que vamos precisar aprender alguma técnica de não respirar pra conseguir completar uma sentença simples!
- Silencio... – o professor falou baixo ao passar do nosso lado – O exercício requer concentração, marionetes não falam, mademoiselle Kinoshita.
- Desculpa professor Armand...

Ele continuou andando e Miyako e eu rimos baixo. Estávamos na aula de teatro e o professor havia passado um exercício maluco onde as meninas tinham que se passar por marionetes e os garotos as comandavam. Elas não podiam fazer nenhum tipo de movimento por conta própria. Miyako agora tinha parado de falar e mantinha os olhos fechados, enquanto eu mexia os braços e cabeça dela de um lado pro outro, sem nenhum tipo de sincronia. Ela abafava risadas de tempo em tempo, tentando se concentrar.

Depois de passarmos meia hora nessa brincadeira para relaxar fomos liberados. Mad, que passara boa parte do tempo assistindo a aula, tinha desaparecido. Caminhava com Miyako e Ty, que nos esperava na saída, pensando em ir para os jardins quando senti alguém me cutucar com força e virei depressa. Renault estava parado de braços cruzados e tinha uma cara mal humorada.

- O que é? Perdeu alguma coisa? – disse cínico. Sabia muito bem o por que da cara feia
- Que história é essa que você anda se encontrando com a minha garota?
- Sua garota? Desculpe, mas não sei do que está falando
- Não se faça de cínico, Storm! Sei que você e a Mad estão saindo!
- O que eu faço ou deixo de fazer com a minha vida não lhe diz respeito. Por que não vai arrumar uma ocupação, como uma namorada? Ou de repente um namorado, não sei o seu gosto... – Miyako e Ty caíram na gargalhada
- Ora seu idiota! – ele avançou pra cima de mim e logo Ty e eu nos armamos
- O que está acontecendo aqui?? – Mad apareceu do nada e parou entre nós dois
- Nada, já estava de saída – Renault se desarmou depressa, mas eu me mantive pronto para socá-lo – Quero ver essa sua valentia em campo, quatro-olhos - ele me empurrou outra vez e o empurrei para longe
- Não encosta a mão em mim, seu imbecil!
- Ei, chega! O que pensam que estão fazendo?? – Mad olhava de um para outra sem entender nada – Thiery, por que está perturbando o Gabriel?
- Pronto Storm, chegou sua advogada! – ele riu debochado e me irritei ainda mais
- Não preciso de defesa, Mad! – falei olhando vermelho de raiva para ela – Mas já que está aqui e pretende se justificar para o seu namorado, quando acabar me procura!
- Gabriel, espera! Aonde vai?

Ela me chamou de volta, mas a ignorei e sai andando para fora do castelo, Miyako e Ty me acompanhando. Ninguém falava nada e quando já estávamos perto do lago ouvi a voz da Mad me chamando outra vez. Ela andava depressa para tentar nos alcançar. Parei de andar e esperei por ela.

- Será que dá pra conversarmos?? – ela parecia irritada também
- Er Biel, vou voltar pro castelo... Até amanha! – Miyako falou depressa
- É, to indo também... A gente se fala depois no dormitório – Ty falou saindo com Miyako
- O que quer conversar? Estou ouvindo
- Por que vocês dois estavam brigando?
- Mad, você não é burra e não combina com você se passar por uma. Acho que sabe exatamente o porque!
- É, pode ser que eu saiba... Mas não estou querendo acreditar e queria ouvir de você!
- Por que de mim? Seu namorado não lhe explicou? – disse debochado e ela só faltou espumar
- Argh! Odeio quando você faz isso! Ele NÃO é meu namorado, você que... – mas ela parou de falar antes de terminar. Não pude deixar de rir e isso a irritou ainda mais
- Você é patética! Essa situação beira o ridículo! – agora já estava pouco me lixando se ela ia me odiar ou me azarar com alguma maldição imperdoável – Você sabe que estamos namorando, é obvio isso até pra um bebe de 2 anos, mas não consegue admitir!
- Você sabia que seria assim quando resolveu ir em frente com isso, não venha reclamar agora!
- Não estou reclamando, apenas fazendo uma observação. Você não pode negar que é ridículo...

Ela me encarou por alguns segundos, mas não respondeu. Ela sabia que quem estava sendo infantil nisso tudo era ela. Depois de um tempo em silencio ela passou a encarar o lago e finalmente resolveu falar alguma coisa.

- Thiery é mimado, não sabe dividir as coisas e...
- Dividir? Que história é essa? Não me lembro de ter concordado em dividir nada!
- Quer me deixar terminar de falar? – falou me olhando ainda irritada. Fiquei calado e deixei que ela prosseguisse – Thiery sempre foi filho único, e muito mimado pela mãe, principalmente depois que o pai dele largou ela e teve outra família...
- Largou a mãe dele para ficar com a mãe da Anne? – perguntei começando a entender a falta de semelhança entre os dois irmãos
- Isso. Eles são irmãos por parte de pai, por isso ela é tão diferente dele, em todos os aspectos. Mas enfim, ele é muito mimado, um péssimo perdedor. Ele enche a boca para falar que foi ele quem terminou comigo, mas é mentira. Eu cansei dos ataques dele, da mania de se achar melhor que todo mundo e terminei tudo. E ele simplesmente não aceita isso.
- É, deu pra perceber que ele não aceita ter perdido você pra um garoto dois anos mais novo que ele – falei presunçoso de propósito, queria ver a reação dela.
- Não se gabe muito, ouviu? – mas não conseguiu conter o sorriso ao falar
- Não estou me gabando, é apenas a realidade...
- Ótimo, troquei um mimado por um presunçoso... – disse rindo e sentou no chão
- É, pode ser, mas você gosta... – disse sentando ao lado dela e a beijando

Ficamos juntos nos jardins até que o tempo limite para os monitores circularem pelo castelo terminasse e caminhamos para nossas casas. Resolvi acompanhá-la até a Nox.

- O que pretende fazer no fim de semana? Os meninos estavam com planos de escapar do castelo, podemos ir com eles...
- Não posso, vou para casa sexta-feira.
- Como assim? Por que?
- Ah, eu esqueci de comentar com você... – disse sendo sincero. Tinha mesmo esquecido – É o casamento dos meus pais e da mãe da Miyako com o padrinho do Ty, vamos os três, mais os gêmeos Chronos. Madame Maxime permitiu que saíssemos, mas voltamos domingo.
- Seus pais só vão se casar agora? Não entendi...
- É uma longa historia, qualquer dia explico. Mas enfim, o casamento vai ser no sábado e temos que ir, não quero perder isso.
- Bom, então programamos alguma coisa para o próximo fim de semana, vai cair no dia 14... – e fingiu não saber que dia era dia 14 de fevereiro
- Isso, faremos alguma coisa dia 14...
- Tem certeza que não está indo para casa por causa do carnaval que você tanto fala? – disse mudando de assunto – Você parecia muito animado contando e eu já vi na tv como é, todo mundo muito à vontade...
- Estou mesmo indo ao casamento... Está com ciúmes? – perguntei rindo
- Esse é único prazer que não vou lhe dar, pode tirar o sorriso da cara... – disse me beijando e em seguida sumiu pela passagem secreta

Dei meia volta depois que ela entrou e voltei para a Sapientei, torcendo para não esbarrar com o panaca do Renault pelo caminho. Meu humor estava muito bom para ser estragado pela dor de cotovelo dele. E um fim de semana em casa não poderia ter vindo em melhor hora. Precisava contar o que estava acontecendo ao meu padrinho e saber a opinião dele sobre isso tudo.

Thursday, February 01, 2007

Uma equipe muito..Diferente.

Anotações de Ty Mcgregor

- Pára Ty, não faz isso....
- Doçura deixa de ser boba..Todo mundo faz...
- Mas não sou todo mundo, tenho medo...
- Não confia em mim?
- Confio, mas não quero fazer isso....
- Deixa de ser boba, vem...
- Não, e se você não sair daí eu vou embora. Prefiro ver você voar alto numa vassoura ou me abraçando. Fica quase... Irresistível.- disse jogando a cabeça para o lado como se estivesse em dúvida sobre o que era melhor.
- Uau, falando assim, você me convenceu.- parei de andar na amurada do castelo e pulei para o chão. Agarrei-a rápido antes que corresse e começamos a nos beijar entre as risadas.
As coisas começaram a ficar um pouco fora de controle entre nós e de repente:
-SLEPT.
-Ai, isso doeu. Que mão pesada você tem. - reclamei massageando minha mão vermelha e me afastando.
-Você está muito apressado. - ela disse olhando feio enquanto tentava recuperar o fôlego.
-Quem manda ser... Linda. Desculpa.- disse com cara de cachorro abandonado e após alguns segundos ela ficou mais calma.
Comecei a me aproximar novamente. Estava cada dia mais dificil ficar longe dela, parecia um vício. Lembrei da Miyako dizendo que eu estava amando e Gabriel concordava. Me zoaram dobrado quando eu não neguei.
Falávamos sobre nós, fazíamos planos, algumas vezes quando a Rory falava sobre sua família sentia uma certa apreensão da parte dela, mas ela logo voltava ao normal. A sensação de me sentir observado as vezes voltava, mas acho que deve ser por causa deste monte de auror na escola tentando pegar o lobo, tem uns que olham para nós como se fôssemos o fugitivo do mês. Se pegassem o bandido logo, mais cedo se livrariam de nós. Otários.
Estavamos abraçados novamente e ouvimos passos apressados. Era o Viera, monitor-chefe:
- Ei Ty, o professor de vôo tá convocando os times das casas para um treino agora, disse que quer todos lá já. Parece ser coisa importante.
- Mas hoje é sábado. Não teríamos treino de nenhum tipo hoje.- comentei enquanto puxava Rory pela mão, andando apressado.
- Eu sei que não, o Henry apareceu na biblioteca e mandou eu acionar todos os monitores para localizar os jogadores das casas, disse que era urgente.
- Como você apareceu aqui tão rápido? Quase não te ouvi chegar. - Ele deu uma risadinha cínica e disse:
- Se você se tornar monitor algum dia, quem sabe você descobre.
Dei um beijo rápido na Rory enquanto ela ia para as arquibancadas e lá já haviam outras pessoas. Fomos ao vestiário rápido e nos trocamos. Apesar do vento gelado fomos apressados para o campo de quadribol e ia colocando minhas luvas durante o trajeto. Ìamos encontrando os jogadores das casas pelo caminho e todos tinham a mesma pergunta estampada na face: O que estava acontecendo?
Alguns aurores se espalharam ao redor do campo para manter a segurança e madame Maxime chegava com um homem vestido de púrpura e um outro bem magrinho trajando vestes azuis.
Logo o professor de vôo Thiago Henry chegava e nos explicava o porque daquela convocação fora de hora.
- Olá a todos! Desculpe tira-los dos seus afazeres, mas garanto que é por uma boa causa: Tenho aqui dois amigos que gostariam muito de ver um treino de vocês. Eles são da Confederação Internacional de Quadribol. Um murmúrio percorreu o grupo.
- Você tá dizendo que vamos jogar pra um olheiro? Você bebeu né? Que brincadeira mais sem graça. - disse Samuel e alguns riram.
- Não, Berbenott eu não bebi e não estou brincando. Ele está aqui procurando novos talentos e pediu a nossa diretora que houvesse este jogo. Infelizmente não pude separar os times, mas fiz um feitiço que vai determinar quem pode jogar, e qual time.
- Você não espera que a gente jogue em equipes misturadas não é?Não teríamos entrosamento. - reclamou Renault e Gabriel respondeu:
- Quem quer jogar profissionalmente não pode se importar com isso. Ou se tem talento ou não.
Ele fechou o punho e Gabriel o encarou. Sentimos o clima de hostilidade entre eles então Miyako e eu ficamos do lado dele. E Viera o segurou:
- Acalmem-se senhores. Deixem esta "valentia" toda para o jogo. – disse o professor e puxou uma caixa onde havia os nomes de todos em papel.
- Cada um retira um papel e abre. Os que tirarem papéis marcado vermelho ou azul fiquem do lado. Quem tirar papel em branco fica no banco e quem sabe numa próxima vez.
Enquanto fazíamos o sorteio Louis Navarre que era o narrador dos jogos chegou correndo junto com Lucien.
- Professor, professor, posso narrar a partida? Toda a escola já está se ajeitando nas arquibancadas, e vão precisar saber tudo em primeira mão.
- E eu vou anotar tudo aqui pra edição extra do Le Soucier. - disse Lucien.
Olhamos ao redor e parecia que a escola inteira de já estava se ajeitando nas arquibancadas apesar do vento frio.
- Certo, não planejávamos isso, mas vamos em frente. - disse o professor.
Meu papel era azul e fiquei ao lado do Viera e do Samuel, Griff logo se juntou a nós e Gabriel também. Miyako ficou para o segundo grupo.
-Viera você é capitão do time azul e McFarland do time vermelho.
O jogo começou como o esperado, todos se estranhavam em campo, mas após algum tempo nos adaptamos. Griff fez algumas defesas de gênio e os artilheiros davam tudo de si.
- Ei McGregor, vamos fazer um DDB. - disse Viera ao passar por mim.
Imprimi maior velocidade á minha vassoura emparelhando com ele e rebatemos o balaço ao mesmo tempo, produzindo um contra ataque de impacto.
- Vejam os batedores do time azul, ambos de casas diferentes fizeram uma dupla defesa de batedores, senhoras e senhores. Isso sim, é jogar por amor ao esporte. – dizia Navarre com a mesma empolgação de uma final de campeonato.
Mas o melhor foi quando Samuel, junto da Isa e do Meyer, voaram juntos numa formação em V em direção das balizas, forçando os outros jogadores a se afastar para os lados, e com isso marcar os pontos. Dei um soco no ar para comemorar.
Gabriel estava no alto procurando o pomo e Renault estava na sua cola.
Estava concentrado quando a empolgação de Navarre pelos alto falantes chamou minha atenção:
-E lá vão eles senhoras e senhores, atrás do pomo. Vejam Renault está na frente, mas Storm deita na vassoura, para ganhar maior velocidade, está chegando perto...
-Vai Gabriel. Vai Renault... - gritávamos do lado azul e vermelho.
De repente eles começaram a ir a direção ao solo, era claramente uma finta de Wronski, foram indo, indo, indo até que Gabriel se jogou pra frente e ouvimos o baque. Renault freou a tempo e não desmontou:
Gabriel com a roupa toda suja, levantou o braço e começamos a gritar:
- VENCEMOS.- corremos até ele e comemoramos muito.
Logo o professor se reuniu ás duas equipes e junto dele vinham os dois homem da Confederação:
TH - Estou muito orgulhoso de vocês. Fizeram um ótimo jogo.
- Fizeram mais do que isso Henri, jogaram como profissionais e alguns pelo que vejo aqui já têm idade para jogar pela seleção. Parabéns ao senhor Berbenott pela bela formação cabeça de falcão. E os senhores: Vieira e McGregor com o DDB, nunca tinham jogado no mesmo time antes? (fizemos que não com a cabeça) e ele assobiou baixinho e continuou:
- É uma pena somente um dos dois estar livre após o final do ano letivo. Difícil conseguir batedores que se adaptem fácil um ao outro e com força física equivalente.
O mais magrinho dos dois começou a falar:
- A finta de Wronski foi executada à perfeição senhor Renault. (e vimos o babaca se inchar), mas a decisão de ir para o tudo ou nada do senhor Storm deu maior emoção ao jogo. E olha que ele poderia ter capturado o pomo com menos de 5 minutos de jogo. – dei um soquinho no braço do Gabriel em cumprimento e ele me devolveu rindo.
- Obrigado a todos pela bela partida e quem sabe um dia nos encontramos na Liga Mundial. - cumprimentaram-nos um a um e foram embora.
Fomos ao vestiário trocar de roupa e acabei demorando um pouco. Voltava sozinho quando encontrei Savannah.
- Oi Ty, você jogou muito bem hoje. – notei que ela usava uma saia mais curta que o normal.
- Obrigado Savie.
- Você merecia um prêmio sabia? Parecia que joga há anos com o Viera. - e foi se aproximando.
- O Viera é muito bom, fica fácil jogar e... O que você tá fazendo?- perguntei quando ela chegou perto e me agarrou, colando em mim.
Não tive tempo de pensar, só empurrei seus braços, enquanto virava o rosto.
- Eu tenho namorada Savie, isso não é legal.
- Ty eu só queria cumprimentar você pela partida. Não tenho culpa se fiquei com saudades.
- Olha esquece tá? Estou feliz demais para ficar bravo com quem quer que seja. Tchau.
Saí dali e fui procurar a Rory, mal sabia que ela já tinha me achado antes.