Tuesday, October 30, 2007

Eu, minha mãe e minha namorada

Por Gabriel Storm Lupin

- Deixa a gente ver como ficou, lobão!
- Espera, falta ajeitar a gravata – respondi apertando o nó da gravata vermelha e dourada – Pronto! Estou parecido?

Assim que me virei e fiquei de frente para os meus amigos, eles caíram na gargalhada. Ty, Griffon e Seth eram os que mais davam risada, por conhecerem o alvo da minha ‘homenagem’. Com o antigo uniforme de Hogwarts do Griffon, os cabelos arrumados do jeito certo, meus óculos e o desenho de um raio bem no meio da minha testa, estava completa minha fantasia de Harry Potter.

- Caramba, ficou perfeito! – Griff segurava a barriga de tanto rir – Se pintasse o cabelo de preto, iam pensar que são gêmeos!
- Meu cabelo é preto e o seu é loiro, Griffon – Seth falou ainda rindo – Acho que Gabriel é o gêmeo perdido do Harry
- Pois eu quero é ver a cara dele quando bater o olho em você! – Ty falou terminando de se arrumar.
- E eu quero ver a cara do tio Ben quando encontrar vocês dois, ele vai rir muito – falei rindo também. Ele e Micah estavam vestidos de, respectivamente, Toquinho Boardman e Ben O’Shea.
- Estou descendo, Luna já deve estar me esperando – Seth falou terminando de passar gel no cabelo e se olhou no espelho uma ultima vez. Griffon o imitou e rimos
- Espera, vou com você, Maddie já deve estar pronta também. Vejo vocês na festa.

Sai com Seth da Spartacus e como imaginava, Maddie já me esperava do lado de fora. Ela vestia o uniforme da Super Girl, com uma saia exageradamente curta. Torci o nariz indicando-a com a cabeça, mas ela riu em um claro sinal de que não adiantaria reclamar e estendeu a mão para que caminhássemos até a parte do jardim onde seria a festa.

A área reservada já estava lotada. Tinham abóboras, teias de aranhas e mesas de doces por todos os lados, e os pufes e panos esticados pelos cantos nas cores laranja, roxo e preto completavam a decoração. Já fomos logo nos servindo com o ponche em uma das mesas (as frutas foram cortadas para parecer insetos) e nos misturamos às pessoas na pista de dança. As fantasias eram as mais variadas. Iam de Roqueiros a personagens de programas trouxas, como as meninas superpoderosas, devidamente representadas por Isa, Bel e Brenda, ou Evan de Aquiles, Stuart de Samurai e Sean de Charles Chaplin.

Passava perto da mesa repleta de balas quando uma mão bateu no meu peito fazendo com que eu parasse de andar. Olhei para ver quem era e dei de cara com Harry, o verdadeiro, vestido de Van Helsing. Gina, Hermione e Ron, de fada, cigana e cavaleiro medieval, estavam parados ao lado dele e faziam um enorme esforço para prender as risadas, mas os barulhos que eles emitiam não enganavam ninguém. Harry me olhou de cima a baixo com uma expressão indignada no rosto e não agüentamos muito tempo mais, explodindo em gargalhadas. Ele acabou rindo também.

- Engraçadinho você, não? – ele disse sem graça
- Você agora é mais famoso que antes, logo as lojas vão vender fantasias com a sua cara, acostume-se – Ron falou sem conseguir parar de rir
- Biel, você ta hilário! – Gina também não parava de rir – Desculpe Harry, mas ta muito engraçado mesmo!
- NÃO CONTAVAM COM A MINHA ASTÚCIA! – alguém berrou a famosa frase de um seriado trouxa e em seguida senti uma pancada forte e alguém com os braços como um polvo em volta da minha cabeça. Era Ian vestido de Chapolin Colorado.
- Caraca, dois Harry Potter! Quem é o verdadeiro? – ele falou brincando olhando de mim para um Harry vermelho com as risadas – Adorei a roupa, cara. Muito original. E Maddie, uau, preciso falar?
- Ouse falar! – Marie apareceu vestida de Sininho atrás dele e torceu o braço de Ian com um beliscão, sorrindo pra gente
- É, ouse. Harry Potter é mais poderoso que Chapolin Colorado, ele mata cobra e Voldemort. Eliminaria você com um feitiço simples – encarei Ian fingindo estar falando sério e as risadas só aumentavam
- Não se o Chapolin tomar suas pastilhas de nanícolina, ai você não poderá detê-lo!
- Harry Potter já derrotou 100 dementadores! – rebati
- Chapolin Colorado já derrotou um gigante!
- Derrotou nada, ele estava sonhando! Acordou chorando depois, quando pensou que ele ia esmagá-lo!
- Ai chega, os dois! – Maddie falou nos separando – Chega dessa conversa de maluco, vamos dançar, Gabriel!
- Isso, excelente idéia, Mad! Vem, Ian!

Acenei me despedindo dos quatro e fui com eles de volta pra pista de dança. Mas dançar era algo quase impossível de se fazer. A cada pessoa que aparecia com uma fantasia diferente, parávamos para rir. Samuel e Anne estavam vestido de Chaves e Chiquinha, e Dominique completava o elenco como Kiko. Bernard resolveu encarnar o Willy Wonka e Miyako circulava de um lado pro outro com as quatro meninas que dividiam o quarto com elas, todas as cinco fantasiadas de Spice Girls. Depois de um tempo começava a cansar e decidimos procurar alguma coisa salgada para comer, mas não cheguei nem a me afastar muito e esbarrei em uma mulher com uma roupa de borracha vermelha, que deixava a barriga de fora. Olhei espantado para dar de cara com a minha mãe!

- Mãe! Que roupa é essa?? – falei chocado
- Não comece você também, já bastou seu pai! – mamãe falou enérgica e sacudi a cabeça – E você, o que é isso? – ela riu um pouco ao avaliar minha fantasia
- Harry Potter! – falei quando meu pai apareceu e começou a rir olhando pra mim
- Harry já esbarrou com você? – me perguntou rindo
- Sim, já viu, e estão zuando ele até agora. Que roupa é a sua, afinal?
- Elektra, não conhece? – mamãe respondeu como se fosse obvio alguém reconhecer uma roupa que era quase como um corpete vermelho. Mad me cutucou na costela, indicando eles com a cabeça e um pouco sem graça
- Ah desculpa! – a puxei pela mão mais para frente e vi mamãe erguer a sobrancelha enquanto meu pai tentava não rir dela – Mãe, pai, essa é a Madeline, minha namorada. Meus pais, Louise e Remo.

Meu pai cumprimentou Maddie sorridente e mamãe se adiantou para dar dois beijinhos nela. Ela foi simpática e educada, mas podia sentir que estava se controlando para não começar um verdadeiro inquérito. Lutava com todas as suas forças para não fazer algum comentário quanto ao tamanho da saia que ela usava ou sobre o piercing em sua sobrancelha. Sorte que esse momento chegou em meio a uma festa, o que forçou mamãe a se controlar. Meu pai tinha a expressão de alguém que estava se divertindo muito com toda aquela situação. Mamãe parecia prestes a dizer alguma coisa, mas fomos milagrosamente interrompidos.

- Potter, não acabamos nosso duelo de feitos heróicos! – Ian apareceu outra vez e nunca achei que fosse dizer isso, mas fui salvo pelo Chapolin Colorado
- Já falei que Chapolin não vence de Harry Potter, desiste Ian! – respondi animado por ter encontrado algo que desviasse a atenção da minha mãe

Ian ia responder, mas seu olhar congelou quando viu minha mãe. Ele tinha uma expressão confusa e a analisava de cima a baixo. Já ia empurrá-lo para que parasse com aquilo, mas ele começou a rir, parecendo um pouco espantado.

- Chefinha, é você? – falou se aproximando mais dela. Mamãe recuou um passo e parecia constrangida – Uau! Você realmente não devia usar jaleco no trabalho! Com todo respeito, claro!
- Mas será que nem aqui você me dá sossego, Lafayette?? Não sabia que conhecia meu filho!
- Gabriel, ela é sua mãe?? – falou mais chocado ainda
- É, e olha o respeito com ela! – falei invocado e ele riu
- Só estava brincando, Potter! Por favor, não me lance um Avada Kedavra! Tchau chefinha, e, por favor, considere usar essa fantasia amanha no expediente, hein!

Mamãe tentou acertar um tapa nele, mas Ian se esgueirou feito uma minhoca e conseguiu correr para longe. Antes que ela aproveitasse a deixa de estar estressada e começasse a nos encher de perguntas, meu pai puxou-a para dançar e nos deixou a sós. Maddie acompanhou os dois com o olhar e quando já estavam longe o suficiente, envolveu os braços em volta do meu pescoço.

- Achei que sua mãe fosse me reduzir a cinzas sem nem usar a varinha!
- Não esquenta, ela não está acostumada com a novidade, mas quando gritar com meu pai por algumas horas por conta disso, se acalma e você vai ver que ela é legal.
- Não sei não, acho que ela não foi muito com a minha cara. Que bom que seu pai e seu padrinho pareceram ser mais amigáveis
- Esquece isso, depois converso com ela. Vem, vamos dançar...

Ela me deu um beijo demorado e puxei-a de volta para o meio do gramado, onde começava uma seqüência de musicas mais lentas. Não queria dizer a ela, mas não seria nada fácil para mamãe se acostumar com o fato de que tenho uma namorada. Melhor mesmo esquecer isso por hora. São apenas alguns dias com todos juntos, e depois tudo volta ao normal e só precisarei me preocupar com isso nas férias. Por enquanto, queria curtir essas três semanas o máximo que pudesse...

Monday, October 29, 2007

De frente com Ben O'Shea

‘Isa! Vamos logo! Ele já está nos esperando há 3 minutos!’ Brenda consultou aflita o relógio e bateu o pé impaciente. Esborrifei mais um pouco de perfume, dei uma última olhada no espelho, peguei minha bolsa e saímos apressadas da República em direção ao Castelo de Durmstrang.

‘Tem certeza de que pegou tudo? Gravador, pena de repetição rápida, pergaminhos, tinteiros?’ Fui listando enquanto caminhávamos depressa. Senti um formigamento incômodo no estômago à medida que o castelo se aproximava. Brenda conferiu todos os itens e concordou. Paramos de andar ao alcançarmos a escadaria. ‘Ok, a hora é essa. Meu batom está legal?’

‘Está Isa. Mas se demorarmos mais um pouco, ele vai desistir...’

‘É, você tem razão. Escute Brenda, essa provavelmente é a entrevista mais importante de toda a minha vida. Então, vamos arrancar dele tudo o que conseguirmos, está bem?’ Respirei fundo e entramos. Haviam preparado uma sala de aula vazia para a entrevista e quando chegamos à porta, a mãe de Ty que tinha se anunciado namorada de Ben a plenos pulmões, e mais duas mulheres aparentando a mesma idade nos barraram.

‘Ben está sozinho na sala, mas não vamos sair da porta. Então façam o que têm que fazer, mas comportem-se!’ a ruiva disse em tom de alerta e concordamos com a cabeça. Elas três se entreolharam e nos deram passagem. Sentindo o coração despencar, abrimos a porta e entramos na sala.

Lá estava ele, sentado em uma poltrona passando distraidamente as páginas de uma revista. Ao ouvir o barulho na porta, se virou e sorriu ao nos ver. Senti minhas pernas perderem o equilíbrio quando ele se levantou e veio em nossa direção. Brenda se adiantou. Ele deu dois beijos no rosto dela cumprimentando, e se virou para mim...
Ok, Isabel, está tudo certo. Aja naturalmente. Cumprimente ele, sua tola! Droga, ele está vindo. Droga! Droga! Faz alguma coisa! Meu Merlin!!! QUE PERFUME É ESSE? QUE BRAÇOS SÃO ESSES? ELE ME BEIJOU!!! NUNCA MAIS LAVO O MEU ROSTO!’

‘É um imenso prazer fazer essa entrevista com você, Ben’ ouvi Brenda dizer enquanto agarrava meu braço e me arrastava até a poltrona mais próxima. Eu me mantinha ereta, perplexa, sem reação. O sorriso dele estava me embriagando.

‘Também estou achando ótimo. Não sabia que seria tão bem recebido por aqui... Mas então, vocês são da Rádio de Beauxbatons, é? Gabriel me contou.’

Brenda confirmou e contou um pouco sobre o castelo, a rádio, os programas e outras coisas que não estava prestando atenção. O perfume dele tinha se fixado em cada milímetro do meu corpo. Quando Brenda me estendeu um pergaminho, um tinteiro e a pena de repetição rápida, me dando um beliscão dolorido, desviei um pouco os olhos dele e arrumei as coisas em cima da mesa. Ben sorriu.

‘Você é a Isabel?’ perguntou e senti o tinteiro escorregar dos meus dedos e se espatifar no chão. Brenda se abaixou resmungando para arrumar.

‘É, sou. Isabel McCallister.’ Abaixei rapidamente para ajudar Brenda com a desculpa de mudar o rumo da conversa. Mas senti os olhos dele fixos em mim. Brenda me olhou com severidade, se levantou sorrindo e agarrou o gravador.

‘Podemos começar então?’ perguntou entusiasmada. Ben concordou rindo, provavelmente da minha cara de sonsa.

‘Ótimo. Pronta, Isa?’ me olhou enquanto eu estava dando uma chupadinha na ponta da pena verde ácida. Ela estremeceu, mergulhou no tinteiro e se posicionou a alguns centímetros do pergaminho branco. ‘1, 2, 3, valendo!’

Ela ligou o gravador e depois de uma rápida introdução, puxou uma lista de perguntas que eu rabisquei rapidamente.

- Qual o seu nome completo? Ben O’Shea é só nome artístico?
R: Benjamin Thomas McKanson O’Shea. Mas sempre me chamaram somente de Ben e adotei o O’Shea em seguida.

- De onde surgiu a idéia de formar a banda ‘Os Duendeiros’? E por que deram esse nome?
R: Na verdade, a banda surgiu de um momento ‘saco cheio’. Estava cursando o meu último ano em Hogwarts, e os NIEM’s estavam cada dia mais próximos. Por um acaso conheci Toquinho e trocamos algumas idéias... Ele me contou do sonho dele de formar uma banda, e já tinha até o nome, ‘Os Duendeiros’, algo que revolucionasse, que chocasse. Afinal, surgimos no final dos anos 70 não é? Começamos a tocar por brincadeira e sem mais nem menos, nos tornamos sensações...

Ele riu e eu soltei um suspiro enquanto acompanhava a pena correr pelo pergaminho em alta velocidade.

- Vocês tinham contato com ‘As Esquisitonas’? Elas surgiram nessa mesma década, não foi?
(Ben concordou ainda sorrindo saudosamente e abaixou a cabeça como se estivesse se lembrando).
R: Tínhamos tanto contado com ‘As Esquisitonas’ que quando começamos a estourar, Hogwarts se dividiu em dois grupos. Os ‘Esquisitões’ e os ‘Duendes’. Dois fãs clubes. Mas nós gostávamos muito do som deles e várias vezes tocamos juntos. Era o máximo...

- Quando Toquinho saiu da banda, vocês pensaram que seria o fim?
R: Como todos pensaram que seria o fim de Hogwarts quando Dumbledore morreu. Pensamos sim. Mas os fãs pediam por mais músicas, pediam para que continuássemos... E estávamos no auge do sucesso. Mesmo depois de quase 20 anos de carreira, nossos shows lotavam e nossas músicas eram conhecidas por muitas pessoas. Não podíamos simplesmente desistir.

‘E fizeram muito bem!!!’ Antes que pudesse me conter, disse em voz alta. Tanto Brenda, como Ben me olharam assustados e Ben sorriu agradecendo. Abaixei novamente meus olhos para o pergaminho sentindo o rosto queimar.

- Por que você decidiu abandonar a banda? Como a sua decisão foi vista por seus fãs, seus amigos?
R: Decidi abandonar quando percebi que minha vida estava sendo completamente tomada por meus compromissos profissionais. Não via meus amigos, não tinha tempo para outras coisas. Precisava aproveitar mais, de estar perto das pessoas que eu gosto. E não iria conseguir conciliar isso com agendas lotadas de shows. Então, quando anunciei, primeiramente foi um choque para todos. Mas eles souberam entender os meus motivos, e percebi que ainda hoje tenho o carinho de muitos fãs, o que eu pensei que já tivesse se esgotado.

- Difícil não lembrar de Ben O’Shea. Ainda mais para as mulheres, isso é impossível! Você é o homem mais incrível que conheci, sério! (Ben sorriu constrangido e ia abrindo a boca para responder quando a porta da sala se abriu. Alexandra McGregor espiou um momento, mas Ben acenou com a cabeça e ela tornou a desaparecer. Eu seu lugar, Miyako, Gabriel e Ty entraram na sala.)

‘E aí? Será que podemos ouvir a entrevista?’ Gabriel perguntou e concordamos. Afinal, não fossem eles não teríamos esse privilégio. Os três sorriram satisfeitos e se largaram em poltronas próximas. Brenda continuou as perguntas por mais uns minutos e então parou consultando a lista.

‘Acho que não tem nada de interessante aqui, Isa. Quer fazer as perguntas da outra lista que você preparou?’

Concordei e ela puxou para si o pergaminho com a pena e me entregou o gravador. Fechei os olhos uns segundos me acalmando e quando os abri, encarei Ben da melhor maneira natural que consegui transparecer.

‘Essa segunda parte se chama Vida Privada’ expliquei enquanto levantava a segunda lista de perguntas. Ele arregalou os olhos. ‘São perguntas que estamos fazendo como fãs. E outros fãs as mandaram para nós. Mas você está no seu direito de responder ou não, é claro...’

Ben sorriu balançando os ombros e tomando um gole de água.

‘Vamos lá. Mandem as perguntas!’ disse empolgado. Recomecei a gravação.

- Você é comprometido? Namoro, rolo, noivado, caso...
R: Sou. E muito bem comprometido. (ele respondeu sem rodeios e senti meu coração murchar. HAHA, como se ele fosse te dar moral, Isabel!).

Por um momento fiquei em devaneios pensando quem seria a mulher de extrema sorte que fisgou esse Deus, mas Brenda deu uma pisadinha no meu pé e eu voltei à lista. Gabriel, Ty e Miyako riram baixinho.

- Por que escolheu a carreira de auror?
R: Meu irmão, Kegan, é auror. E eu me espelhava muito nele. Achava legal, e gostava. Mas a maior parte da minha vida foi em cima de palcos... Agora que estou exercendo meu diploma da Academia, de fato.

- É verdade que você tem um filho? Ele mora com você?
R: É, é verdade. Nicholas. Ele é um dos maiores culpados pela minha desistência da banda. É um garoto super inteligente. (Os olhos dele brilharam um pouco e ele riu) Sim, mora comigo no Brasil.

- E por que o Brasil?
R: Por muitos motivos. É um país lindo, tenho vários amigos lá, enfim... Não sei. Mas adoro morar lá!

- Você já saiu com fãs?
R: Quando se é famoso é impossível não sair com fãs. Claro que já namorei fãs. Quando ainda era solteiro, é claro... - Ele completou sorrindo. (E mesmo sem querer, meu coração se encheu de esperanças novamente, mas murchou ao me lembrar que Ben fazia pose de fiel.)

- Qual foi a maior loucura que alguma fã fez para você? E qual a maior loucura que você já fez por amor?
R: Acho que esse ataque na festa de abertura foi a maior loucura. Nunca havia sido abordado tão inesperadamente por tantas pessoas! Me perdi no meio da aglomeração... (todos nós rimos ao nos lembrar do ataque da festa) A maior loucura que já fiz por amor? Nicholas, óbvio. Ser pai é uma verdadeira loucura, mas é apaixonante. (Ele completou e eu suspirei. Se existe um homem igual a ele no mundo, esqueceram de me apresentar!!!)

- Você acredita em destino?
R: Claro que sim. E vocês não??? Com certeza estávamos marcados de nos encontrar hoje!

Merlin, marca mais milhares de encontros meus com o Ben, por favor?! Eu venho sido uma menina muito boazinha!!!’

A porta tornou a se abrir. As três mulheres entraram na sala sorrindo.

‘Bom, receio que o tempo de vocês acabou, meninas. Ben precisa ir cuidar de suas funções como voluntário agora...’ Alex falou gentil se aproximando.

‘Será que ela é a namorada do Ben? Por que não nos dá mais alguns minutos???’

‘Ben, novamente MUITO OBRIGADA por essa entrevista, por sua paciência, por sua simpatia...’ Brenda sorria para ele.

‘Ok, saiam todos da sala. Eu ainda não terminei minhas perguntas! Quero fazer aquela que envolve o prêmio de celebridade mais sensual e que tipo de mulher ele gosta...’

‘Foi um prazer.’ Ele respondeu. Se levantou beijando a mão de Brenda. Tinha de agir rapidamente.

‘Ben, você se importa de tirar uma foto comigo e assinar alguns autógrafos???’ perguntei depressa. Ele riu concordando.

A perspectiva de tirar uma foto abraçada a ele me fez abrir um imenso sorriso. Brenda tirou várias, inclusive dele sozinho. Então depois de assinar autógrafos para nós duas, Anne, Bel e Dora, ele finalmente beijou minha mão e se afastou com as mulheres, Gabriel, Ty e Miyako, nos deixando sozinhas na sala. Assim que a porta se fechou, eu e Brenda nos encaramos caladas um segundo e então começamos a gritar empolgadas. Tínhamos em mãos a melhor entrevista dada até então pelo maior astro do rock dos últimos tempos, e somente nós saberíamos contar aos nossos filhos e netos como é a sensação de estar cara a cara com seu ídolo! Nunca mais me esqueceria desse dia...

Sunday, October 28, 2007

Laços de amizade

- Agora atenção pessoal! – Françoise Defossez marchava frente à fila de estudantes de uniformes cuidadosamente passados e engomados em tons azuis. – Estamos saindo de Beauxbatons, mas não quer dizer que estamos indo nos divertir. As Olimpíadas são para competições entre várias outras escolas e se espera um desenvolvimento excelente de Beauxbatons, uma vez que temos uma das maiores e melhores arenas de treinamentos! Durante essas três semanas quero disciplina, educação e valores. Quem se comportar de maneira não desejável, levará uma detenção e perderá muitos pontos em Etiqueta. Entenderam?
- Sim senhora, professora. – A fila de alunos entoou entediada. Sir Shaft sorriu.
- Professora Defossez tem razão, pessoal. Organização e bom senso, tudo bem? Não faz mal ser competitivo, mas tudo dentro dos limites. E mais organização ainda quando Beauxbatons for a sede, por favor! Mas vocês também estão indo para confraternizar e conhecer outros estudantes. Ampliar os horizontes! – Emily completou empolgada. – Então vamos indo ou vamos começar dando mal exemplo se chegarmos atrasados...

Os alunos riram e se dividiram em dois grupos para ocuparem as duas grandes carruagens, carregadas por enormes cavalos alados, de Beauxbatons. As Olimpíadas finalmente iriam começar...

°°°

MH: MEU MERLIN! Soltaram a gente em um iceberg??? – disse tremendo de frio ao descer da carruagem. Um castelo escuro de pedra estava à vista. Apertei o casaco no corpo, Griffon riu concordando.
SC: Olhem! As outras delegações já estão aqui... – Seth falou animado e se ergueu um pouco para procurar Luna na delegação de Hogwarts. Olhei para a maior delas, a Americana, e logo avistei um cabelo ruivo vivo. Meu sorriso se abriu.
MH: Gabriel! Vou falar com ele...
- Todos juntos aqui, por favor!!! As delegações já vão entrar. – Defossez passou entregando a bandeira de Beauxbatons nas mãos de Isa. Antes que ela me visse, escapei entre os estudantes.

Biel estava absorto em conversas com os amigos americanos, então, sem nenhuma preocupação para com a estabilidade de sua coluna ou o susto que ele poderia levar, saltei de uma vez em seus ombros.

MH: BIEL!!! – um segundo depois desci com um imenso sorriso o cobrindo de beijos e abraços apertados. Ele massageou a costela sorrindo.
GS: Será que da próxima vez você poderia poupar o salto? Que saudades! – ele me deu mais um abraço e os amigos nos olhavam assustados. – Hum, você não deveria estar junto com os alunos de Beauxbatons?
MH: Deveria, mas a ansiedade foi maior e...
- SRTA. HAKUNA, DE VOLTA AQUI OU JURO QUE TE DEIXO UMA SEMANA DE DETENÇÃO! – Defossez gritou não muito longe e me dando por vencida sorri para Gabriel e voltei para a multidão azul.

Os portões se abriram e uma de cada vez as delegações entraram com seus atletas, bandeiras, e pequenas apresentações culturais. Ty nos acenava freneticamente e assim que liberaram, corremos até ele que nos abraçou empolgado e nos apresentou alguns de seus amigos.

TM: Bom, essas são Milla, Annia, Evie, Nina e Vina. Elas são da Avalon também. – as meninas sorriram. Menos Annia, que estava em dúvida se sorria ou se olhava censurando os dois braços que eu mantinha em torno do pescoço do Ty enquanto ele me segurava nas costas. Sorri.
MH: Legal! Quando você me disse que eram Repúblicas, não imaginei que eram independentes de fato...

Algum tempo depois nos separamos dos meninos e fomos guiadas até a República Avalon. Não entendi muito bem a simetria das divisões de quartos, mas acabei em um quarto com mais quatro americanas. Duas simpáticas e duas extremamente fúteis. Mas nem tudo é perfeito...

- B. você viu aquela minha sandália de tiras prateadas? – uma das americanas fúteis perguntou para a irmã, enquanto revirava sua mala.
- Está comigo, J. – a irmã estendeu a sandália. Eu, Jaeda e Shannon trocamos olhares confusos até Shannon tomar partido.
- Ok, quais são os nomes de vocês de fato? Não costumo chamar as pessoas pelas iniciais. – Shannon disse e eu e Jaeda concordamos em aprovação. As duas irmãs se entreolharam um segundo e sorriram.
- Beatrice.
- Julianne.
- Ótimo, obrigada.
- Sabe, não somos chatas como a maioria das pessoas pensam... – Beatrice disse ainda sorrindo e colocando brincos.
- Somos chatas com quem merece. – Julianne completou, fechando a sandália no pé e o admirando. Mais uma vez, eu, Jaeda e Shannon nos olhamos confusas.
- Não achamos vocês chatas. – completei rapidamente. – Se você estudasse em Beauxbatons, no meio de todas aquelas francesas loiras, saberia de fato que vocês não são nem um pouco chatas.

As duas riram com afeto para mim e a partir daí começamos a conversar. Quando terminamos de nos arrumar para a festa de abertura, já gostava de todas as quatro meninas e realmente achei que seriam três semanas muito divertidas ao lado delas...

°°°

A decoração da festa estava a mais diversificada possível. A fim de agradar todas as delegações, Durmstrang não espalhou bandeiras e brasões de seu próprio castelo, mas colocou cores neutras e comidas de todas as regiões. Logo, as pistas de dança começaram a encher de estudantes sorrindo e conversando com várias línguas diferentes.

Rodopiava no salão com Gabriel conversando sobre os meses em que estivemos separados, quando uma grande massa de meninas histéricas passou correndo por nós como balas e atacaram tio Ben de maneira grotesca. Rindo, nos afastamos uns passos. Não fazia nem um segundo que tínhamos nos afastado, quando senti um esbarrão abrupto contra meu ombro. Lavínia passou como uma bala correndo em direção ao amontoado de garotas. Segurava firme a mão do namorado.

MH: Está perdoada! – gritei com raiva passando a mão no ombro latejando. Gabriel sorriu.
RD: Hum, desculpas pela Lavínia. – um menino disse atrás de mim e me virei depressa. Ele sorria sem graça. Tinha uma expressão de intelectual certinho, mas alguma coisa nele me chamou atenção... Sorri.
GS: Vou resgatar a Mad, ok? – Gabriel disse e saiu em direção a uma Madeline recém-capturada de um ataque. Ainda olhava o menino.
MH: Tudo bem. Tio Ben causa esse efeito avassalador nas pessoas. Ainda mais quando são mulheres... – disse sorrindo. – Você é irmão da Lavínia?
RD: Não. Somos amigos. – ele estendeu a mão. – Ricard.
MH: Miyako. – a apertei empolgada. Ele franziu a testa.
RD: Miyako? Estuda em Beauxbatons? – confirmei com a cabeça. Ele riu. – Ty fala de você todos os dias! Agora eu estou vendo o porquê!
MH: Espero que fale bem, sabe? Já passei mais de mês sem falar com o Ty, se souber que ele anda reclamando, passo outro... – brinquei. Ele riu.
RD: Só fala coisas boas, pode ter certeza.
MH: Sei... – sorri.
LD: Droga! Não consegui o autógrafo!!! – Lavínia voltou ainda agarrada à mão do namorado, que parecia ofegante de tanto correr. Olhou de Ricard para mim desconfiada. – Já conheceu a amiga do Ty?
RD: Sim. Acabamos de nos conhecer. Pedi desculpas à ela por você ter quase deslocado o ombro dela nessa sua correria... – Ricard olhou cético para a amiga e ela ficou séria.
LD: Hum. Desculpa. Não esperava Ben O’Shea aqui. Seu ombro está ok?
MH: Está sim, obrigada.
LD: Ótimo. Vamos dançar, Victor? Vamos, Ricard?

Nenhum dos dois parecia muito animado a dançar. Victor ainda apertava o peito recuperando o ar e não falou nada. Lavínia se balançou impaciente e agarrou com a outra mão o braço de Ricard.

LD: Desculpa mais uma vez, Miyako.
MH: Ok.

E sem perguntar se queriam ou não rebocou os dois para a pista de dança. Fiquei observando Ricard se afastar com ela, a contragosto, mas sem dizer nada. Levantei as sobrancelhas. Se eles eram somente amigos, eu não sabia, mas que ela definitivamente mantinha algum tipo de controle sobre ele, isso era certo...
Sem tempo para pensar nisso, acabei sendo arrastada por um Ty animadíssimo para o meio das outras pessoas, afastando o trio da cabeça.

Saturday, October 27, 2007

Que comecem os jogos!

Diário de Seth K. C. Chronos

- Ty! Ty, aqui! – Griffon e Miyako acenavam no meio da multidão para Ty, quase do outro lado dos vastos jardins de Durmstrang. A Professora Defossez rapidamente materializou-se ao lado deles, brigando e resmungando que Beauxbatons mostraria boas maneiras, mesmo que ela tivesse que trancá-los em um quarto do castelo para não quebrarem nenhuma etiqueta. Eles fingiram concordar, mas mal ela virou as costas, os dois começaram a fazer caretas e continuaram acenar para Ty e Biel, que localizamos em seguida. Os dois garotos riam da bronca que Defossez dera neles e ainda mais por causa das caretas.

Acenei para os dois com felicidade, mas voltei a correr os olhos pela longa marcha de alunos de várias delegações. Comecei analisando a de Hogwarts obviamente, e em menos de alguns segundos localizei Luna, ela olhava despreocupada para os jardins, reconhecendo talvez uma das flores ou plantas que cultivava em casa, enquanto trocava uma palavra ou outra com Gina, Rony, Hermione, Potter e Neville, todos muito animados. Gina captou meu olhar e acenou sorrindo, cutucando Luna, que pareceu saltar de um transe e pulou acenando pra mim. Acenei de volta ainda mais feliz e continuei vasculhando as delegações; Reconheci muitos alunos de Hogwarts, e vários dos voluntários para a organização, muitos deles me acenando discretamente em meio ao tumulto da chegada. Finalmente decidi estudar Durmstrang, olhando com curiosidade para cada aluno que nos aguardava na entrada do castelo. Eu sempre gostei de frio, então adorei o lugar, mas os estudantes ao meu redor tremiam de frio, alguns se agarrando a casacos de pele. Muitos alunos de Durmstrang pareciam feitos do mesmo frio, mas mesmo a frieza deles era quebrada pela ansiedade dos jogos, que estavam prestes a começar. No meio da multidão avistei Kollontai, e imediatamente fiz uma careta involuntária enquanto minhas narinas tremiam de nervosismo.

Quando finalmente chegamos ao castelo, era a hora da abertura oficial dos jogos, logo por respeito, a maioria dos alunos ficou calada enquanto ouvíamos o diretor de Durmstrang, a Madame Maxime e a Diretora McGonagall discursando sobre a importância dos jogos. Todos os outros 20 diretores também discursaram e agradeceram as boas vindas, mas as três anfitriãs tinham mais direito ao discurso. Passamos horas ouvindo os discursos de apresentações, com apresentações culturais dos países e várias tipos de espetáculos. Algumas escolas eram exageradas em suas apresentações, mas a maioria era modesta, e preferia apenas mostrar algo de sua cultura.

Quando finalmente foram todos liberados e a organização para os dormitórios, que aqui são Repúblicas, começaram a ocorrer, pude ver vários alunos correndo entre a multidão, procurando esse ou aquele primo e amigo. Ty correu diretamente pra nós, pegando nos braços Miyako e praticamente dançando com ela. Griffon se jogou em cima dos dois e ficaram os três abraçados, até o Ty me puxar pro abraço e ficarmos os quatro dançando no meio da multidão. Biel logo foi avistado e seqüestrado por Ty e Griffon que quase o derrubaram no chão. Eu me separei deles e fui procurar Luna, apenas pedindo para que o Ty me explicasse onde ficava Spartacus. Encontrei-a parecendo perdida no meio da multidão, afastada do pessoal de Hogwarts, mas conhecendo-a bem como conheço, ela se afastou de propósito, tanto para me achar quanto para encontrar alguma novidade. Sorri e comecei a chamar seu nome, quando parei, ao ver quem estava perto dela.

Kollontai. Ele conversava com uma garota americana, com certeza dando em cima dela. Corri para perto de Luna, mas do jeito como ela andava ela já havia esbarrado nele e grosso como ele sempre é, virou furioso para ela. Mas ela o ignorou e continuou andando, e acho que isso foi pior pra ele. Ele se despediu da garota e foi atrás de Luna, com certeza para tirar satisfações, mas os interceptei antes, quando ele havia acabado de puxar o ombro de Luna.

- Olha por onde anda, garota! Pensa que é quem para sair esbarrando nos outros? – Ele falou com arrogância, quando a virou de frente pra ele. Ela o olhou fundo nos olhos e ignorou novamente, olhando atrás dele onde eu pulsava de raiva. Ela sorriu e ele ficou sem entender. Ela simplesmente se soltou dele e me abraçou, beijando minha bochecha – Ei sua idiota eu estou falando com você!
- Idiota é você, Kollontai. Quem VOCÊ acha que é para falar com os outros assim? Alguém superior? – Falei com raiva na voz, encarando-o friamente, e ele me retribuiu o olhar, mas sem esconder a raiva e a rivalidade.
- Ah, Chronos! Achei que senti seu cheiro de idiota no ar... E ainda mais com essa maluca.
- Não ouse falar assim dela, Kollontai! – Falei com mais raiva ainda, dando um passo a frente, mas Luna me segurou levemente.
- Tudo bem Kam, estava com saudade de você – Ela falou me abraçando, novamente ignorando Kollontai.
- Ah, Kam! Precisa de uma mulher para proteger você? Não sabia que era sua namoradinha, Kam! – ele zombou, com forte sarcasmo na voz, me irritando ainda mais. Luna observava nossa discussão com grande interesse, como se estivesse avaliando. Então, ao ver meu rosto em chamas, segurou meu braço e me olhou sorridente.
- Vamos dançar Kam? Gosto dessa música... – Luna falou com a voz distante e o olhar sonhador escutando a música ao longe. Como eu e Kollontai ainda nos encarávamos teimosamente, e sentia meu corpo arder de ódio, Luna me puxou com mais força. – Vamos Kam. Não viemos aqui para brigar, viemos? – Ela se aproximou de modo que eu olhasse para seu rosto despreocupado em um sorriso. Me senti mais leve e sorri com calma também, me deixando ser arrastado por ela alguns passos. Kollontai riu com desdém.
- Uau! Então agora você está sendo domado por uma maluca Chronos? – parei e me livrei dos braços da Luna, relutantes. Fiquei a alguns centímetros de Kollontai o encarando ameaçador.
- Ouse falar desse jeito com a Luna novamente, Kollontai, e o maior pedaço que vão encontrar de você será do tamanho dessa unha! – Falei com raiva intensa na voz, cara a cara com ele. As nossas mãos livres correram para as varinhas rapidamente, mas ainda mais rápido dois pares de mãos nos seguravam. Um era de papai e o outro era da mãe dele, a Sra. Kollontai.
- Francamente Reno! Estamos nesses jogos para que haja amizade entre as escolas! Não um duelo no primeiro dia! – Ela brigou com ele, com rispidez e força de vontade.
- Seth, se fosse seu irmão eu esperaria de tudo! Mas você?! Não quero duelos nesses jogos, entendeu?
- Sim, pai... Sim, mãe – respondemos quase juntos.

Por via das dúvidas, a Sra. Kollontai afastou-se com o filho, pedindo desculpa a mim e a papai, e muito envergonhada, ela sempre foi amiga de nossa família. Papai me deu outro olhar severo e saiu para fazer a ronda de segurança como voluntário. Luna parecia já ter esquecido tudo e de mãos dadas comigo, olhava ao redor com curiosidade crescente, e eu ainda resmungando contra Kollontai.

- Mas sua namorada apesar de maluca, é muito linda, Chronos. Um desperdício, ela estar com você. Quem sabe depois desses jogos, ela não prefere alguém melhor. Eu? – ouvi aquela voz nojenta sussurrando pra mim no meio da multidão e quando me virei pronto para dar um soco, ele havia escapado rindo.
- Ali Kam! Vem! Quero que você fale com alguém! – Luna falou me puxando pelo braço, sem sequer notar o que Kollontai havia falado. Ela me guiou através da multidão de alunos, todos nos dirigindo olhares curiosos e meu mau humor piorando, uma vez que vários garotos olhavam pra ela com olhares desdenhosos. Eu não notei, mas Luna sentia uma pontada de ciúmes, já que um número ainda maior de garotas, simplesmente não conseguiam tirar os olhos de mim. Finalmente chegamos onde ela queria me levar, para o grupo de Hogwarts. Eles nos saldaram felizes, e Rony e Hermione abraçados me deram as boas vindas. Gina me abraçou com força, pois sempre fomos muito amigos, e Potter me deu um aceno sem jeito, nunca nos demos muito bem.
- Que bom vê-lo por aqui Seth! Seu irmão e seus amigos estão por aí não? O George mandou outra encomenda por mim pra ele. – Rony falou animado, apertando minha mão.
- Harry, o Seth quer falar com você. – Luna falou rapidamente, e eu olhei pra ela meio surpreso e sem entender, e o mesmo fez o Potter.
- Quero? – perguntei, mas ela beliscou meu braço discretamente e Gina empurrou Potter para falar comigo, era óbvio que elas haviam combinado isso. Fiz sinal para que me seguisse e nos afastamos um pouco. Eu e ele estávamos muito cientes dos olhares de todos ao redor. Ele o garoto que sobreviveu e derrotou o Lorde das Trevas, e eu com meu magnetismo vampírico. Pude ver o olhar gélido e furioso de Gina para várias, assim como o olhar aparentemente normal de Luna, despreocupado.
- Bem, elas nos prepararam uma armadilha. A Gina vem sempre me falando pra fazer as pazes com você. – Harry começou e sorri, ao ver que o mesmo acontecia com ele.
- Sim, a Luna diz o mesmo. – fiquei calado uns instantes – Desculpe-me por chamá-lo de idiota metido.
- Tudo bem... Desculpe-me você por te chamar de fraco e idiota também. Sei que você não é nenhum dos dois.
- Eu tinha ciúmes de você... Por isso sempre odiei a AD que você organizou. Eu já havia ensinado vários feitiços para a Luna, mas mesmo assim ela quis participar da AD, me deixou muito enciumado, mas na época achei que era por medo de perder uma das minhas poucas amigas.
- E eu nunca gostei de você porque também tinha um certo ciúme de você com a Gina e a Hermione.
- E sempre achei que você só queria aparecer, por isso não gostava de mim, que atraio algumas atenções.
- Bem, acho que é a hora de fazermos as pazes não? Ou aquelas duas vão nos obrigar a fazer as pazes.
- Claro que é, Harry. Por favor, me chame de Seth. Pode chamar de Kam, mas só a Luna tem costume de me chamar assim, de qualquer maneira...
- Então, melhor conservar o Kam só para ela. Quem sabe assim as pessoas parem de chamá-la de Di-Lua não é, Seth?
- Sim, acharia ótimo. Também acharia estranho você me chamando de Kam! O último que me chamou de Kam com desdém foi ameaçado de morte. – Rimos com vontade e depois apertamos as mãos – Amigos então?
- Amigos. Mas quem foi o cara que foi ameaçado?
- Renomaru GoldenSun Kollontai. Procure um baixinho com cara de quem tem um rato morto debaixo do nariz e com ar de quem se acha superior, que vai encontrá-lo. Ah, ele não gosta de quadribol;
- O que?! Já não gosto dele! E tem minha ajuda se ele continuar enchendo!

Voltamos conversando, finalmente amigavelmente, sem trocar insultos e palavras ríspidas. Ele realmente era legal e deixei meu ciúme de lado. Voltamos para nossas namoradas, e eu e Luna fomos ter um tempo a sós, antes de nos obrigarem a ir para as Repúblicas.

Histeria coletiva

Por Gabriel Storm Lupin

- Você pode colocar sua mala ali, lobão. Declan e John podem dormir naquelas camas do fundo, e Jean pode ficar nessa. – Ty ia apontando pelo quarto animado – E vocês três da Califórnia podem ficar aqui. E Griffon e Seth, têm aquele canto vazio, cabem duas camas. É, acho que coube todo mundo. O que acha Micah?
- Acho que nosso quarto espaçoso ficou pequeno demais, me sinto no quartel – Micah respondeu olhando a bagunça que em poucos minutos conseguimos fazer – Mas vai ser divertido

Griffon encheu os bolsos com algo que não consegui identificar, mas desconfiava o que fosse, largamos as malas de qualquer jeito em cima das camas improvisadas e logo já estávamos de volta aos jardins. A festa de boas vindas para as delegações já havia começado e a música animada podia ser ouvida de qualquer canto da escola. Ty não mentiu quando disse que o clima aqui era semelhante ao Pólo Norte! Estava vestindo dois casacos, e ainda sentia frio. Perguntava-me como, em nome de Merlin, participaria das provas na água. Miyako e Shannon já estavam nos esperando com as outras três meninas que dividiriam o quarto com elas e ia se revezando entre pular em cima de mim e do Ty, enquanto Shannon não desgrudava de Micah. Logo alcançamos a multidão no centro da festa e senti uma pancada forte nas costas e alguém se pendurado em mim, me beijando.

- Aonde pensa que vai sem mim?? – Maddie desceu das minhas costas e me beijou, depois cumprimentando Miyako. Parecia já conhecer Micah, então a apresentei aos demais
- GABRIEL, MIYAKO! – ouvimos vozes berrando atrás da gente e logo Ian, Samuel, Bernard, Isa, Bel e toda a turma nos cercava. Era como se estivesse em Beauxbatons novamente.
- Mas será que nenhum elfo vai servir uma água de gilly por aqui? – Julianne olhou ao redor reclamando e Ty me cutucou, rindo
- Você nem dançou ainda e já está com sede? – Dominique nos empurrou para o lado e pegou a mão dela, beijando cheio de graça – Dominique Cartier, às suas ordens. Quer que eu pegue a bebida?
- Ah, se puder fazer essa gentileza... Julianne Sheridan, prazer – ela respondeu fazendo doce e revirei os olhos
- Mas tudo tem um preço. Dança comigo e depois pego o que quiser, pode ser? – ele estendeu a mão sorridente e ela pegou sem cerimônia, sendo conduzida para o meio das pessoas que já dançavam animadas.

Beatrice encarou Ty como se esperasse alguma coisa e ele riu, fazendo uma reverência e estendendo a mão para ela, que segurou de imediato e saiu o arrastando para a pista. Já que era para dançar, cada um pegou seu par e nos juntamos a eles. Quando começou a tocar as melhores musicas dos Duendeiros, alguém cutucou meu ombro e me virei para ver o tio Ben sorrindo do meu lado.

- Posso tirar ela pra dançar? – falou piscando e indicando Maddie com a cabeça
- Ah tudo bem, você não tem problema... – falei rindo e ela parecia bem animada para dançar com o ídolo – Arruma outro par, Miyako agora vai dançar um pouco comigo, Griff!

Puxei Miyako depressa e começamos a rodar no meio das pessoas, mas fomos atropelados no meio do caminho por Julianne, Beatrice, Shannon, Manu, Marie e Isa, cada uma rebocando seu par aos berros. Olhamos assustados e entendemos logo o que se passava. Mad estava tentando se proteger enquanto tio Ben fazia um enorme esforço para não ser derrubado pelas meninas histéricas, todas querendo agarrá-lo ao mesmo tempo. Corremos ao encontro dos dois rindo e conseguimos tirar Mad do meio da confusão, mas não foi possível salvar o tio Ben. A histeria coletiva atraiu outras garotas, e agora até as amigas do Micah e do Ty daqui de Durmstrang se amontoavam entre as outras, e juro que vi uma delas falar algo como “levar um pedaço da camisa dele para casa”. A situação começava a perder o controle quando vi a tropa de choque entrar em ação: mamãe, tia Alex, tia Yulli, meu pai, tio Sergei e tio Logan empurravam as meninas sem muita delicadeza para conseguir chegar no olho do furacão, até que tia Alex conseguiu agarrá-lo pela cintura e sob os gritos de ‘ele está comigo, sou ciumenta!’, conseguiram tirá-lo de lá. Eles formaram uma barreira para conseguir manter as meninas afastadas e corri com Miyako e Ty atrás deles, mal conseguindo conter as risadas.

- Mas que chefe de segurança é este, meu Merlin? – tia Alex falou rindo para um tio Ben ofegante e todo amarrotado
- Pois prefiro enfrentar mil comensais a 15 adolescentes histéricas! – ele respondeu ajeitando o cabelo – Acho que arrancaram alguns fios!
- Ih arrancaram mesmo, Ben. Ficou um buraco! – mamãe passou a mão no cabelo dele com um ar sério e todo mundo riu quando ele tentou encontrar o tal buraco com uma cara de pânico – Calma, estou brincando. Só rasgaram sua camisa.
- Acho que não foi uma boa idéia você se inscrever para voluntário – Tia Yulli falava enquanto ajudava a desamarrotá-lo – Acha que vai agüentar até o final?
- Vou, não volto para casa em menos de três semanas! – ele disse decidido e se virou para nós três – Vocês conhecem as agressoras, certo? – fizemos que sim com a cabeça, prendendo o riso – Bom, para que eu sobreviva a elas, vou precisar ser apresentado a todas, sem esse tumulto todo. Amanhã reúnam todas elas que vou atender aos pedidos, sem que precise perder outra camisa. Por hoje, Alex não saia do meu lado, ok? – ele falou para tia Alex com uma voz desesperada e ela riu, já colando nele – Algumas ficaram com medo quando você disse que era ciumenta, não se afaste!

Todo mundo riu do desespero dele e voltamos para o meio das outras pessoas, mas dessa vez nenhuma menina ousou se aproximar da ‘namorada ciumenta e louca’ de Ben O’Shea. Procurei Mad entre os amigos dela e contei o que ele havia sugerido, já avisando às outras meninas, que mal continham a empolgação em saber que conheceriam o ídolo delas na manha seguinte. Ah, se elas soubessem...

Thursday, October 25, 2007

De algum lugar nos confins do do Texas, por Rory Montpellier

A véspera do dia da partida da equipe texana para os jogos Olímpicos interescolares, fazia com que o clima competitivo fosse visto em todos os corredores. Mesmo quem não iria competir, ajudava a equipe como podia. Sendo pegando as matérias para os colegas poderem treinar, ou gritando incentivos durante os treinos abertos ao público. Ou no meu caso, ajudando a checar as bagagens, como eu fazia no momento com Jaeda.
- Peguei as credenciais?
- Sim.
- E os bloquinhos de anotação? Pena de repetição rápida?
- Aham.
- Minha bola e meu arco?
- Se eles não mudaram de forma estão na sua frente. - respondi rindo.
- Não brinca com isso. Acredita que sonhei que durante minha apresentação a fita enrolou no meu corpo e eu caia no meio do tablado?- ela disse tensa e respondi:
- Jaeda, sua apresentação está linda, e por garantia eu pedi que sua mãe mandasse uma fita a mais. - e entreguei o pacote lacrado a ela. Que agradeceu sorrindo.
- Sabe não sei o que faria se você não estivesse aqui me ajudando, estou tão nervosa.
- Não precisa você vai se sair bem. Vamos ver o treino do Brian?
- Vamos, não sei por que vão fazer este treino de Trancabola na véspera da partida, eles já se conhecem bem.
- Bom, pelo menos se descontraem, seu irmão adora praticar esportes, e ele também esta ansioso pela viagem.
Saímos do alojamento e nos encaminhamos para o local onde estava havendo o último treino da equipe de Trancabola. Ao entrarmos no estádio espantei-me com a quantidade de gente que estava ali para ver o ultimo jogo treino. O treinador Chandler, havia convidado ex-alunos que jogaram pela escola no ano anterior para serem o time adversário. Ele estava vermelho e gritava a plenos pulmões:
- Eu quero sangueeeeeeee! Deixem de ser mocinhas e joguem pra vencer! Vão deixar os velhotes ganharem de vocês? Se for assim ficaremos em casa, porque nestas Olimpíadas todos vão dar o melhor, e eu não comecei a ver o melhor desta equipe. Como é? Eu tenho o melhor????????
- Sim senhor!- e logo a equipe estava armando as jogadas, defendendo e atacando com uma vontade férrea. Eu olhava chocada porque se eu achava quadribol um esporte violento, descobri que o Trancabola é muito mais.
Numa jogada de ataque, em que a bola estava com Brian e ele corria para marcar pontos, um monte de jogadores se precipitou pra cima dele, e de repente ele sumiu no meio daqueles marmanjos, então o juiz apitou, e os jogadores começaram a desmanchar o monte formado, saindo de cima do jogador. Ficamos olhando quando o vimos caído no chão, e imóvel.
- Por Mélim!- ouvi a voz abafada ao meu lado.
Só vi Jaeda descer as arquibancadas correndo e fui junto com ela. Enquanto corríamos vi o treinador fazer o mesmo e com cuidado tentar acordar Brian.
Chegamos ao campo ao mesmo tempo em que a enfermeira da escola. Logo ela pos um frasco perto do nariz do Brian, e ele franziu o rosto ao sentir o cheiro forte, começou a querer levantar contra os protestos da mulher, quando uma dor forte o fez rilhar os dentes e ele se deitou novamente dizendo apenas:
- Meu ombro. – e só nesta hora, olhei para o ombro dele e tinha uma coisa meio fora de ângulo ali, e seu braço não se mexia.
- É meu jovem... Pelo jeito deslocou, vamos pra enfermaria dar um jeito nisso. – ela disse enquanto o examinava, então ela conjurou uma maca para levá-lo. O técnico pediu ao assistente que assumisse o time e foi junto conosco.
Após algum tempo, pudemos entrar na enfermaria e ele tinha o braço numa tipóia e o técnico já foi logo perguntando:
- Como vai ser Mendoza? Meu atleta vai se recuperar para os jogos?
- Chandler apenas cuido dos ferimentos, não sou milagreira. O senhor Smith vai se recuperar, desde que faça repouso.
- Como assim? Amanhã viajamos para Durmstrang. - protestou o técnico e Brian se mostrou chateado.
- Avisei a ele que foi um deslocamento sério do ombro direito com um quase rompimento dos ligamentos e uma leve concussão, por isso o desmaio. Minhas poções estão regenerando os ligamentos e vão eliminar as dores. Então em uns 3 dias ele estará bem, mas se ele entrar em campo com seus trogloditas e se machucar, terá que ficar fora do time por pelo menos um mês, para que o corpo se recupere.
-E se ele ficar fora um mês vai perder o Campeonato de Estadual de Basquete, que é em seguida ás Olimpíadas. - disse o professor.
- Eu prometo tomar cuidado professor... - começou Brian, mas o homem fez não com a cabeça.
- Não vou arriscar o capitão do time de basquete por um jogador mediano de Trancabola. Sei que quer ajudar os seus companheiros, mas eu preciso de você pra conquistar o Estadual de Basquete, lá é que esta o seu talento. Posso contar com você?- e Brian hesitou um pouco antes de responder:
- Sim senhor.
- Ótimo, agora descanse que eu tenho que cobrar mais atitude daquele bando de garotos perdidos. – e deu-lhe um tapa no ombro e Brian fez careta e a enfermeira bufou:
- Desculpe filho. - e foi embora sem graça.
Brian nos olhou e disse chateado:
- Você vai ter que ir lá e ganhar alguma coisa por mim magrela, mesmo que seja uma daquelas fitinhas frescas.
- Ah seu tonto, eu vou ficar preocupada com você, aqui sozinho. - disse Jaeda.
- Não vou estar sozinho. Tem muita gente na escola e vou estudar enquanto me recupero, esqueceu que se eu não melhorar em poções posso perder a vaga do time?? A minha professora tem sofrido para me ajudar, não é Rory?
- É, mas vou bolar um jeito de você memorizar as poções para não se desgastar muito. E vou te mandar relatos diários de como ele vai estar, Jaeda. Lucien e Angelique vão ajudar também, fique tranqüila.
- Está vendo maninha? No final vou estar melhor que muitos por ai: terei duas lindas acompanhantes pra cima e pra baixo na escola, quer coisa melhor que isso? Tá que Lucien vai estar junto, mas sem atrapalhar, afinal vou precisar que alguém carregue minhas coisas. - demos risada.
Ficamos conversando mais um tempo, até que o time de Trancabola em peso veio visitá-lo e se desculpar pelas jogadas bruscas. Nos despedimos e fomos terminar de arrumar as coisas da Jaeda. Espero que Brian se recupere logo, e que Jaeda consiga se concentrar na sua competição. Fico imaginando como Ty e os amigos estão se comportando faltando poucas horas para o início das Olimpíadas.

Tuesday, October 16, 2007

1, 2, 3... Remando!

Beauxbatons estava levando realmente a sério as Olimpíadas Interescolares. Não somente os alunos haviam planejado horários de treinos em meio a seus horários de aulas e deveres, como a escola havia montado uma arena gigantesca especial para treinamento de todas as modalidades, e contratado especialistas de cada uma delas para instruírem os alunos em seus treinos.

Eu também logo descobri um espírito competitivo há muito tempo sufocado por livros e pergaminhos. Até por que, por mais sedentária que eu pareça ser, nunca perderia a oportunidade de conhecer Durmstrang, retornar à Hogwarts e rever muitos dos meus amigos, que fariam parte da equipe dos voluntários. Bernard seria responsável pelo Xadrez de Bruxo (mais um dos motivos de eu ter me inscrito em xadrez e estar treinando bastante para ganhar uma medalha). Sendo sincera comigo mesma, e isso inclui deixar a humildade um pouco de lado, eu sempre fui bastante boa em xadrez. Só estava precisando rever minhas jogadas preferidas, o que eu estou fazendo todos os dias. Estou bastante confiante!!!

Além de xadrez, eu tinha me inscrito em Canoagem. A princípio eu e Brenda competiríamos em um Caiaque K2, mas logo Anne e Isa se animaram com essa idéia e acabamos nos inscrevendo em Caiaque K4. O único problema disso tudo era que nenhuma das quatro sabia exatamente o que era um remo ainda... Por isso, havíamos montado um horário diário de treinos no lago do castelo, e a cada dia, a formiguinha competitiva dentro de mim se evolui para um animalzinho maior. Ok, acho que estou ficando obcecada com a idéia de ganhar medalhas para Beauxbatons, mas fazer o quê se estamos ficando realmente boas???

Acordei bem cedo no sábado e tratei de acordar Brenda e Anne. Elas resmungaram um pouco, afinal, o céu ainda estava escuro, mas eu havia dormido inquieta tendo sonhos contínuos com caiaques virando e uma equipe com maiôs vermelhos em cima do podium. Depois de insistir que precisávamos treinar, elas perceberam que não ia deixá-las dormir novamente e acabaram cedendo, se levantando e trocando de roupa. A parte mais difícil foi acordar Isabel...

- Anda logo Isabel, levanta dessa cama! – a sacudia freneticamente e em sussurros para não acordar Dora que dormia ao lado. Ela se mexeu um pouco, tentando se livrar das minhas mãos, mas continuou dormindo. Perdi a paciência. – Isabel, acorda!!! Vou colocar fogo no seu guarda-roupa...

Ela abriu os olhos assombrada e se sentou rapidamente. Anne e Brenda riram, e eu tive que me segurar e manter a cara séria.

- Bel? Anne? Brenda? O quê? Meu guarda-roupa... – ela lançou um olhar aflito para o closet, e de volta para nós três, que ríamos. – O que vocês estão fazendo aqui afinal??? Por que estão com maiôs?
- Viemos te acordar, óbvio. Levanta dessa cama, veste seu uniforme de canoagem e vamos treinar! – ela ficou me encarando com o queixo caído e depois olhou nervosa para Anne e Brenda. – Anda Isabel!
- Bel... Hum... Você tem certeza de que está consciente do que está falando? Estamos em um sábado, e ainda nem são 6 horas da manhã!!! Olha lá para os jardins! Ainda está escuro!
- Eu estou bem consciente das horas e da claridade do céu, Isabel. Obrigada. Mas até você levantar, trocar de roupa, tomarmos café e começarmos a treinar, o sol já está se pondo... Agora será que dá para se apressar?

Ela continuou nos encarando atônita um minuto, e percebendo a minha expressão decidida e Anne e Brenda sacudindo os ombros em rendição, se levantou da cama e foi trocar de roupa. Meia hora depois terminamos de tomar café com mais três ou quatro alunos madrugadores e descemos para o lago.
Apanhamos um dos caiaques dispostos em fileira perto do lago e subimos quando ele estava na borda. A água estava assustadoramente fria!

- Certo. Todas de remos? Vamos primeiro dar uma volta completa em velocidade mediana. Depois treinamos para valer... 1, 2, 3... Agora!!!

Começamos a remar em ritmo tranqüilo e demos uma volta completa no lago. O céu estava começando a ficar cinzento. Paramos novamente na borda. Brenda soltou sem remo massageando o braço.

- O que foi Brenda? – Isa perguntou soltando seu remo também.
- Nada demais. Só não me acostumei ainda com essas coisas. São muito pesados. E também, nunca tínhamos dado uma volta completa no lago, não é?
- Estou com frio, isso sim. Essa água escura e gelada está me dando náuseas. – Anne comentou enojada e Isa e Brenda concordaram. Soltei meu remo e virei para trás.
- É assim que pretendem ganhar das outras equipes? Tenho certeza absoluta que enquanto as ‘mimadinhas’ reclamam da água, do céu, do braço, do vento e dos remos, outros estão treinando bastante!

As três me encararam ao mesmo tempo surpresas e nervosas. Eu de repente me dei conta do que havia acabado de dizer e me assustei comigo mesma.

- Desculpem.
- Bel, não sabia que você era tão competitiva! – Anne comentou com os olhos arregalados.
- Nem eu sabia. Podemos treinar ou querem voltar para o castelo?
- Já nos acordou e nos lançou um monte de desaforos mesmo. Vamos treinar! – Isa disse levantando o remo, com tom desafiador. Balancei a cabeça.
- Certo. 1, 2, 3... VAI!

Remávamos tão depressa que em alguns segundos alcançamos o meio do lago, onde o instrutor de canoagem havia instalado cones de sinalização para o fim da prova. Quando atravessamos a faixa, paramos cansadas.

- Acho que batemos nosso recorde! – Brenda disse massageando o braço novamente, mas sorrindo.
- Foi bom, mas acho que podemos fazer muito melhor que isso... – comentei distraída. – Isabel, você está remando muito devagar. Se não consegue remar mais rápido do que isso, deveria ficar na ponta do caiaque, não no meio dele!

Isa me encarou a azeda. Brenda e Anne se entreolharam ansiosas.

- Anabel, você está paranóica. Eu estou remando na velocidade que o instrutor me aconselhou, nem um pouco mais rápido, nem um pouco mais lento. Batemos nosso tempo hoje! Essa sua mania de querer dar ordens está me irritando.
- Você se irrita facilmente! Eu só quero ganhar a medalha, ok? – me sentei mais reta a encarando firme. Ela levantou as sobrancelhas.
- Não é só você que quer ganhar a medalha, sabia? Mas essa obsessão está me irritando. Primeiro esses treinos diários, cansativos. Depois você nos acordar de madrugada com essa sua cara maníaca. E agora essas indiretas de que devemos ou não fazer. Por que você não repara nos seus próprios erros também?
- Por que eu não tenho erros para consertar! – já estava de pé e gritando com Isa. Brenda e Anne se encolheram no fundo do caiaque nos encarando sem ação.
- AH, é claro que você não tem erros. Sra. Anabel Perfeitinha! – Isa também se levantou gritando.
- Cala a boca, Isabel!
- Não. Cala a boca você!

E sem eu nem me preparar para isso, Isabel me empurrou e eu desequilibrei do caiaque caindo na água gelada. Foi como se mil facas estivessem atravessando cada pedacinho do meu corpo. Senti um arrepio e uma dor na costela imediatamente. Uma falta de ar. Fiquei tremendo na água, batendo o queixo. Anne e Brenda remaram com o Caiaque até onde eu estava e Brenda me estendeu o braço. Com dificuldade, consegui subir novamente... Isa estava sentada do outro lado do caiaque, as mãos na boca, em choque. Olhei com ódio para ela, tremendo de frio. Brenda e Anne perceberam o ar de tensão e remaram sozinhas de volta para a margem do lago.
Quando desembarcamos, Brenda me rebocou de volta para a Sapientai onde me enfiei embaixo de casacos. Alguns minutos depois eu já estava bem melhor. Ela me encarava preocupada.

- Você está bem?
- Ótima. A minha irmã gêmea acaba de gritar comigo, dizer que sou uma maníaca competitiva, me jogar em um lago a – 50°C... Mas tirando isso, está tudo ótimo!

Brenda prendeu um riso e eu bufei irritada.

- Pode rir, eu sei que você quer! – disse impaciente e ela riu.
- Desculpa Bel. Também não achei certo a Isa te jogar no lago, mas... Você estava bem maluca hoje. Poderia ter esperado ao menos o sol sair para nos acordar. Ninguém fica de bom humor quando é arrancado tão cedo da cama em um sábado! – ela disse displicente. Encarei o chão sem graça.
- É, vocês têm razão. Eu também teria lançado Isa no lago se ela tivesse me levantado cedo para ir ao shopping ou outra coisa assim. Mas, ahhh, é maior que eu! Eu sou extremamente competitiva!
- Deu para perceber!
- Certo. Precisamos nos entender... Prometo criar horários justos de treinos, e mais leves. E não brigar nem mandar em ninguém! Somos uma equipe, não somos?
- Acho que sim.
- Somos!!! E vamos ganhar essa medalha, pode escrever!

Brenda sorriu concordando. Por mais que eu me sentisse nervosa com a proximidade da competição, iria me controlar e tentar me entender com minha irmã e Anne. Venceremos unidas e honestamente, custe o que custar!

Sunday, October 14, 2007

Luz da Lua

Diário de Griffon F. C. Chronos

- Griffon! Griffon! Aqui rápido! – Emily me chamava da borda da piscina onde eu treinava natação. Eu fiquei muito feliz e gritei que já ia. Desde minha vingança contra a Defossez e nosso quase beijo, nos falamos muito, mas evitamos ficar sozinhos, nós dois sabiamos que o que quase fizemos era errado e não queríamos sofrer a tentação. Nadei de volta pra margem, me exibindo um pouco e saindo da piscina com pressa.
- O que houve Emily? Tá tudo bem?
- Tudo ótimo! Acabou de chegar o Patrono de seu pai, ele enviou pra mim, pois era mais fácil e rápido me encontrar. Sua mãe entrou em trabalho de parto! Ela vai dar a luz em breve!
- Eu não acredito! Que ótimo! O Seth já sabe? – perguntei enquanto corria com ela de volta pro castelo. Eu me secava usando feitiços e ela ajudava também.
- Não, vim procurar você antes, já sabia onde você estava. O Seth não sei...
- Hummm hoje é sábado de manhã né? Ele deve estar treinando esgrima, é uma das modalidades que ele mais treina... Como soube onde eu estava?
- Ah, você mesmo já tinha me dito e eu descobri... Vamos rápido então procurar ele, recebi autorização para levá-los até a maternidade do St. Mungus.
- E o Ty já sabe?
- Não sei se já sabe, mas já devem ter ido avisá-lo.
- Vá atrás dele então! Eu e o Seth sabemos aparatar, já o Ty não, ele vai precisar de alguém que o leve para o St. Mungus.
- É também não vejo problema, mas vou só retirá-los da escola, então.
Corremos para a sala de esgrima e encontramos Seth com toda a roupa e segurando o pesado sabre, ele ficou até preocupado ao ver nós dois correndo pra encontrá-lo. Mas deu um pulo de alegria e susto com a notícia, largando o sabre na mão de outro competidor, que mal conseguiu segurar o peso da espada, esqueci como pro Seth tudo parece uma pluma. Nós três saímos correndo para o portão do castelo para podermos aparatar. Nos despedimos de Emily e ela prometeu levar o Ty o mais rápido possível.
- Vá na frente Griff, vou buscar a Luna.
- E ela poderia sair de Hogwarts assim?
- Sim, ela acabou de me avisar que papai enviou um pedido a McGonogall para liberá-la também. Vou buscá-la.
Eu concordei e desaparecemos no ar ao mesmo tempo. Aparatei nas ruas de Londres, em um beco escondido dos trouxas. Corri para a entrada do St. Mungus e nem liguei em entrar correndo pela vitrine da loja empoeirada, os trouxas não notariam mesmo. O salão estava relativamente vazio, pois havia poucas ocorrências na manhã de um sábado, imagino que o número de ocorrências aumente ao longo da tarde, quando bruxos em casa começam a fazer besteira... Vi a recepcionista e corri pra ela, gritando de longe ainda.
- A maternidade, por favor!
- Aqui é um hospital sabia?! Silêncio!
- É que minha mãe está para ter um filho aqui, preciso vê-la!
- A maternidade fica no segundo andar, qual o nome dela, por favor?
- Mirian Ofander Capter Chronos
- Ah! A Sra. Chronos, uma pessoa maravilhosa, sempre nos ajuda e só de estarmos perto dela já nos sentimos bem. Ela está no quarto 30, segundo corredor à direita ao sair das escadas.
Agradeci e sai correndo pelas escadas, tomando cuidado para não esbarrar nos doentes e curandeiros atarefados, que me xingavam quando eu passava correndo por eles, gritando coisas do tipo “aqui é um hospital! Não uma pista de atletismo!”.
Sinceramente não sei como algum segurança não me atacou, para que eu parasse de correr como um louco. Cheguei em menos de 5 minutos no corredor onde a recepcionista disse que mamãe estaria, e dei de cara com a reunião de toda a família Chronos e amigos. Papai andava de um lado pro outro em frente a uma porta, que presumi ser onde mamãe estava sendo tratada, e nunca o vi com um rosto tão preocupado e excitado. Tia Celas e Gaia, minha priminha de 13 anos que estuda em Hogwarts, estavam sentadas em um banco ali perto e de vez em quando Tia Celas brigava com papai pra ele parar de andar que estava estressando-a. Meus avós estavam ali também, e vovô também andava de um lado pro outro, fazendo um caminho de mão dupla com papai. Até mesmo Tia Yulli, Tio Sergei, Tia Louise estavam ali sentados! Todos me deram os parabéns quando cheguei e papai voou em cima de mim abraçando com força e extremamente feliz. Ouvimos novos passos apressados atrás de nós e Seth, Luna, Emily e Ty chegaram juntos, os dois últimos ofegantes. Seth mantinha a calma, mas também estava excitado, e Luna parecia não saber o que fazia ali, olhando para um cartaz de silêncio na parede. Ty correu pra papai e pra mim e abraçou-nos, também muito feliz.
- Vou ser titio! Vou ser titio! Que lindo! E obrigado de novo Tio Lu! – Ele falava alegre enquanto papai o puxava para um abraço.
- Por Merlim, Lu, você já teve dois filhos! Quer parar de se mexer que nem um maluco!? – Tia Celas brigou com papai novamente, mas papai que normalmente discutiria, contentou-se em ficar ensaiando passinhos de dança com Ty. Estava difícil de saber quem estava mais radiante.
- Lu, vim assim que recebi o seu recado! Ty, querido, já está aqui?! Ah olá Emily querida. Isso sim, é uma comitiva de recepção! – Tia Alex finalmente apareceu e recebeu um abraço forte de papai, que depois de abraçá-la puxou Seth e Luna para um abraço também.
- Vou ser papai novamente! É tão bom! Tão rejuvenescedor!
- Lu, meu velho, você tá ficando velho! Quando alguém começa a falar assim é porque está realmente velho. – Tia Yulli falou rindo, e Tio Sergei concordou.
- Já que está se sentindo tão cheio de energia, porque não vai correndo até Amsterdã e volta? Ai nos dá um descanso dessa sua voz horrível! Vai acordar os outros pacientes. – Tia Louise brincou também, mas papai continuou cantarolando, enquanto revezava em abraçar a mim, ao Seth, a Luna, a Tia Alex, a vovô e vovó e qualquer um que chegasse perto dele!
Ficamos algumas horas ali esperando. Papai não parou de andar e cantarolar em frente a porta uma única vez, e vovô e Ty revezavam-se em andar com ele. Luna também as vezes ia ficar passeando com papai em frente a porta e cantarolava também, atraindo alguns olhares de agrado dos nossos amigos. Sim,a Luna pelo visto foi aprovada...Não sei como mas foi! Então finalmente um curandeiro saiu pela porta. Papai quase pulou em cima dele, e se não fosse Tia Celas e Tio Sergei ele teria pulado mesmo.
- Como ela está? Está bem? E o bebê? Fale logo homem!– Papai bombardeou o curandeiro de perguntas, e acho até que o pobre bruxo ficou com medo.
- Está tudo ótimo! Com o bebê e com a sra. Chronos também. O senhor e seus filhos podem entrar, e mais um acompanhante, depois visitas em apenas grupos de quatro, por favor.
Papai respirou fundo e entrou pela porta, seguido por eu, Seth e Ty. Seth finalmente estava feliz, e o Ty era a felicidade em pessoa. Atravessamos um longo corredor, com vários quartos, de onde ouvíamos os sons de bebês recém-nascidos e das mães ainda em trabalho de parto. Papai parecia um cachorrinho e corria atrás do médico, apresando-o, e o bruxo já estava com medo novamente. Esquecemos de avisar que papai assusta, mas não morde...Tá morde, mas não pessoas inocentes. Finalmente chegamos ao quarto da maternidade número 30, e o curandeiro abriu a porta lentamente.
- Sra. Chronos, temos visita pra você. Tem uma verdadeira comitiva lá fora. – o curandeiro falou sorrindo.
- Querido, venha ver, nossa filhinha! – Mamãe falou ao ver papai, e ele saiu correndo para a cama, onde mamãe estava recostada em um travesseiro enorme, segurando um punhado de panos brancos e macios. Mamãe estava com um ar cansado e abatido, mas ao mesmo tempo mais linda que nunca. Papai se aproximou sem jeito, e parecia até tremer.
– Ela é perfeita! Sem uma doença, não é meio-vampira também. É linda não é?
- Ela é maravilhosa meu amor... É a sua cara! Olha tem até a sua testinha e seus cabelos! – Papai falou bobo, enquanto beijava mamãe no rosto e acariciava o monte de panos que mamãe segurava.
- Mas tem os seus olhos, e pelo que posso ver, vai ter o seu gênio também! Seth, Griffon, Ty, queridos cheguem mais perto. Quero que conheçam a mais nova Chronos, a irmãzinha de vocês e sua "sobrinha", Ty.
- Já pensou em um nome meu amor? – papai perguntou enquanto nos aproximávamos com cautela e felizes.
- Sim, mas apenas o primeiro, deixei você escolher o segundo nome. Ela vai ser nossa Ártemis.
- Sim, Ártemis Arashi Capter Chronos. Sabem o que significa Arashi garotos? Tempestade Vermelha. E é o que ela já é, uma tempestade doce e linda em nossas vidas. E vai ser bem tempestuosa tenho certeza! Vejam como ela é linda.
Não sei se é porque ela era minha irmã, mas pela primeira vez eu vi uma criança que não tinha a mesma cara que todas as crianças, aquela carinha de joelho. Minha irmãzinha é linda! Ela ainda estava de olhos fechados, mas os abria de vez em quando, parecendo reconhecer os irmãos e o padrinho. Ela realmente tinha os olhos verdes intensos de papai, e transmitiam uma alma forte, como papai, mas tinha o rosto de mamãe, os cabelos de mamãe, mesmo que ralos ainda. Papai pegou nossa pequena Ártemis sem jeito e passou para nós três, sendo que Ty foi o primeiro a pegá-la no colo. Ele estava emocionado e olhou com cuidado para a pequena, ela continuava de olhos fechados e parecia dormir.
- Que linda a Deusa Lua do Titio! Ela é linda, Tia Mirian, linda mesmo, Tio Alucard!
- Minha irmãzinha! Você vai ganhar muitos brinquedos e guloseimas do maninho ta? – Eu falei quando a peguei no colo, ainda mais desengonçado que o Ty e papai ficaram; tive até com medo de deixá-la cair no chão. Ela se mexeu um pouco e eu me derreti todo. Passei-a pra Seth, que a pegou tremendo e com um sorriso enorme, mas a segurou com firmeza, melhor que papai.
- Pelo menos um dos homens da família tem que saber algo de crianças, a Luna vai adorar saber seus dotes paternos, Seth. Ela está aqui não está? Pedi que o Lu enviasse um pedido a Minerva para que ela viesse aqui.
- Ela está lá fora mãe. Ártemis é linda! É muito fofa! – Seth falou vermelho devido aos elogios ao seu lado paterno e devolveu Ártemis de volta pra papai, mas antes deu um beijo de leve na testa dela, e nós o imitamos. A nossa princesa acordou e abriu os olhinhos devagar, nos olhando calmamente. Ela piscou e voltou a fechar os olhos, aconchegando-se nos braços de mamãe. Saímos dali, os três com caras de bobo e deixamos Tia Alex, Tia Celas, Vovô e Vovó entrarem. Depois de um tempo juro que ouvi Tia Celas ralhando com papai.
- Merlin, Lu! Você teve dois filhos! E não sabe segurar uma criança?! Ainda bem que pelo menos um segura a pequena direito, né coisinha fofa da titia?
Rimos muito da bronca de Tia Celas, e ficamos conversando com os outros do lado de fora, até elas voltarem. Tio Sergei, Tia Yulli e Tia Lousie entraram e saíram depois de algum tempo, e foi a vez de Emily, Gaia, Luna e Seth novamente para acompanhá-las. Quando voltaram, Gaia veio falando que Luna e Seth pareciam um casal perfeito e que Seth parecia um tomate quando Luna também elogiou seus dons paternos. Seth olhou de cara feia pra ela, mas ela fez uma careta pra ele e continuou rindo.
Ficamos ainda o resto do dia inteiro ali, revezando-se para ir rever nossa pequena Ártemis, até a hora em que os curandeiros nos expulsaram de lá e tivemos que voltar para nossas escolas, casas e empregos. Todos estavam maravilhados com a Ártemis. Ela pode não ser vampira como o Seth e papai, mas tem o dom da hipnose deles. E já imagino o como o futuro: vai ter muitos garotos atrás dela... E como esses garotos vão sofrer, pois ela vai ter um padrinho ciumento, malvado e que adora assustar os outros; dois irmãos igualmente ciumentos, sendo um deles um vampiro e o outro um doido que tem o poder de torrar uma pessoa; sem contar o pai extremamente ciumento, vampiro, e que gosta ainda mais de assustar... Tadinha, ela vai precisar de muita paciência para nos aturar!
Mas estamos extremamente felizes. O Ty gargalhava por tudo conosco e passamos horas conversando enquanto estávamos no hospital. Tudo porque nossa Luz da Lua nascera, nossa pequena Ártemis. Que como papai dizia, já era uma tempestade avassaladora em nossas vidas... E estávamos completos, o Sol, a Lua, e as Trevas... Bem vinda ao mundo, nossa Deusa da Lua.

Saturday, October 13, 2007

Gostosurasa ou travessuras

Diário de Griffon F. C. Chronos

- Ei Griffon. Você ainda tem caramelos-incha-língua? – Um aluno da Sapientai me parou no corredor quando eu ia para as aulas de botânica.
- Claro que tenho! Tenho sempre um estoque pronto para vender! Vai querer quantos?
- Dois está bom.
- Ok. Mas mate minha curiosidade, pra que você quer os caramelos?
- Ah, não vai me vender se eu disser para que eu os quero...
- Com quem pensa que está falando? Com o Seth? Não me importo se vá fazer algumas...travessuras. Apenas por curiosidade mesmo,
- Sabe o Danyld da Fidei? Então, queria pregar uma peça nele para me vingar de algumas coisas.
- Ah ótimo! Pois bem, leve mais um entçao, cortesia! Também não gosto do Danyld...Se descobrir alguma combinação nova avise hein? As Gemialidades iriam adorar novos produtos. E não esqueça de recomendar aos amigos!
Despedi-me dele feliz por mais um negócio completo. É tão bom ver a cara de felicidade de compradores alegres, e hum...vingativos! É muito gratificante ver como eles gostam dos meus produtos! Os negócios da filial francesa das Gemialidades Weasley vão de vento em popa! Não há uma semana em que eu não tenha que pedir novos estoques ao George e ao Ron, eles já estão até acostumados, e todo sábado eu recebo uma nova encomenda com vários produtos. É óbvio que eu não espalho para toda a escola que estou vendendo esses artigos, faço tudo meio escondido, porque tecnicamente é proibido. Alguns professores já até sabiam que era eu quem vendia, mas não ligavam, o Professor Coussot e o professor Zambene já haviam descoberto as Gemialidades, mas riram muito e gostaram da idéia, ganharam até amostras grátis minhas!
Por falar nas aulas, esse ano a escola está ótima! Finalmente posso escolher as aulas a fazer, então já me livrei de algumas aulas! Senti muito prazer em retirar etiqueta da grade horária, sempre quis fazer isso! E contrariando as expectativas de todos, estou adorando botânica, as aulas são ótimas! E feitiços é a aula mais divertida, porque a Professora Tiercelin adora ver meus truques com luz e os novos feitiços que aprendi com mamãe, nunca ganhei tantos pontos! Mas minha aula favorita ainda é a de Mitologia, as aulas são maravilhosas e a Emily continua uma ótima professora!
E esse ano tem algo ainda mais legal e interessante na escola. Depois de anos sem ocorrer, finalmente elas vão recomeçar: as Olimpíadas Interescolares! Bruxos e bruxas estudantes de todo o mundo vão competir em várias provas, e as provas dessa vez serão concentradas aqui na Europa, ou seja, as provas vão ocorrer ou em Hogwarts, ou Beauxbatons ou Durmstrang. Novas vítimas e clientes para as Gemialidades! Estou muito animado, e o Ron e o George também, eles já estão preparando um estoque especial, maior do que todos que eu já recebi para fazer as entregas, vai ser uma oportunidade única para abrir o mercado internacional! Eu é óbvio vou participar de várias competições, como arquearia, tiro e natação, e como não sou modesto, sei que vou ganhar algumas pelo menos! O clima de disputa já está dentro de todos, e todas as escolas querem trazer o máximo de prêmios para mostrar que são melhores. E é bom que vou poder rever todos os meus amigos espalhados pelo planeta. O Ty vai participar com certeza, o Biel já confirmou que vai também, a Rory infelizmente avisou que não iria poder participar, o Reno e o Bram também estão animados, Gina já me mandou uma coruja dizendo que ta doida para me derrotar em algum esporte, a Luna já avisou ao Seth que vai participar de algumas e torcer por ele. Resumindo, todos meus amigos ao longo do globo vão participar! Direta ou indiretamente
- Sr. Chronos! – Uma voz que eu esperava nunca mais ouvir na minha vida me chamou enquanto eu ia para as aulas de botânica. Fingi não escutar e sai correndo tentando chegar aos jardins. – Não adianta fingir que não escutou, Sr. Chronos! Acho que lhe ensinei boas maneiras, mesmo que você as tenha ignorado! – A Professora Defossez gritou, me fazendo parar.
- Desculpa professora, eu realmente não ouvi, é que estou com pressa. Tenho uma aula de botânica, com sua licença. – Tentei me esquivar dela, mas ela me segurou pelo braço e me impediu de correr para os jardins. Será que eu frito ela se tacar um raio de sol?
- Nada disso, Sr. Chronos. Gostaria de conversar com o senhor, agora, e não aceito recusas. Vamos para a sala dos professores que é aqui perto.
Ela me fez segui-la até a sala dos professores, naquele mesmo andar. Alimentei esperanças de algum professor estar ali e me ajudar, mas ela estava vazia. Essa sala me trazia boas lembranças, já fiz muitas besteiras aqui...Ou melhor, em quase todo lugar...
- Professora, desculpe-me mas eu realmente tenho uma aula... – comecei a dizer, mas ela me ignorou e me obrigou a sentar-me de frente a ela.
- Nada disso, Sr. Chronos. Disse que queria falar com o senhor e eu o vou! Muito bem direto ao assunto. Alguns alunos de minhas aulas, tem sofrido de intensos espasmos de vômito, coceiras surpreendentes, e até mesmo espinhas que mais parecem rabanetes.
- Imagino que você deveria procurar a enfermaria do colégio, ouvi dizer que há um surto de febre de trasgo na escola! E alguns dos sintomas são esses que você descreveu – segurei o riso por imaginar meus queridos clientes usando as gemialidades e também porque queria dizer que o motivo desses sintomas, era a cara velha dela mesmo.
- Acha que eu sou idiota, Sr. Chronos? E não me chame de você! É Sra. Defossez ou Professora! Por Merlin, como você não ouviu minhas aulas?!
- Desculpa professora, claro que não a considero idiota, imagina....- Não consegui esconder a zombaria na voz, e tive que segurar para não cair na gargalhada e é óbvio para não dizer que a considerava idiota.
- Eu exijo respeito Sr. Chronos! Alguns de meus alunos que consegui convencer a me disseram os motivos dos sintomas, disseram que conseguiram isso com o senhor.
- Claro que não professora! Eu não tenho poderes para fazer alguém passar mal, só consigo melhorá-los – mas xinguei mentalmente e anotei para que assim que saísse dali procurar os desgraçados que contaram pra ela...Ah eles iam descobrir um novo sintoma: tentar vomitar com uma língua inchada!
- Está tentando me fazer de besta, Sr. Chronos?
- Sim...Quero dizer, imagina professora! – não consegui segurar a resposta que eu queria dar e vi o olhar furioso dela, e não segurei o riso, soltando uma pequena risadinha.
- Basta Sr. Chronos! Revire os bolsos, agora! Vi você conversando com aquele garoto da Sapientai! Mostre o que tem nos bolsos! Já!
Eu praguejei baixinho, mas ainda tinha uma salvação. Mamãe me ensinou a criar barreiras e tornar as coisas invisíveis, como se fosse um feitiço ilusório, mas ela queria que eu usasse isso para o bem das pessoas, não para encobrir besteiras. Mas até parece que eu ia me prender em usar para fins tão nobres...Quando coloquei a mão no bolso, concentrei-me para criar as barreiras, mas a Defossez parecia esperar algo assim e apontou a varinha pra mim, anulando meus feitiços. Praguejei de novo e não tive outra escolha, tirei todas as gemialidades dos bolsos e as coloquei em cima da mesa. Pude ver o olhar de vitória da Defossez ao ver todos aqueles caramelos coloridos, pacotes brilhantes e berrantes, bexigas coloridas.
- Então Sr. Chronos, gostaria de me explicar o que são essas coisas?
- Balas, professora, não está vendo? Simples balas.
- Então coma-as. Meus alunos disseram que você tem que comê-las para passar mal.
- Como quiser professora! Só para mostrar que estava mentindo! – Peguei um vomitila e tive o enorme cuidado de sequer tocar na parte laranja, mastigando apenas a parte cor de rosa. Aguardei algum efeito colateral, pois nunca havia tentado comer apenas o lado que revertia os efeitos antes, era até gostoso. Mas nada aconteceu, e lancei um olhar de “não falei” para a professora, que tinha um semblante ainda mais furioso.
- Viu, professora? Eu falei que estavam mentindo! Para provar vou comer mais. – Peguei um dos caramelos-incha-língua e novamente mordi apenas um pedaço dele, escondendo a outra parte. Como nada aconteceu, ela ficou ainda mais furiosa. E então decidi me vingar... – A senhora, está com um semblante muito enfurecido, isso faz até mal professora e as boas maneiras ditam que não devemos ficar assim em público, tome pegue uma bala.
Entreguei a ela um espinhadouro e ela mastigou com ferocidade. O bom do espinhadouro é que ele faz efeito sem a pessoa sequer notar. E lá estava o rosto da professora, por um momento não aconteceu nada, mas depois, onde estava o “lindo” rosto da professora, começaram a brotar e crescer pequenos caroços, que rapidamente ficaram do tamanho de rabanetes.
- Hum, até que essas balas são boas mesmo. Gostaria de provar algumas com chá. – Ela fez um aceno com a varinha e um conjunto completo de chá surgiu diante de nós. As porcelanas eram brancas com desenhos azulados de flores e pássaros. Eu me segurava pra não rir e quis me vingar ainda mais.
- Claro professora. Prove essa bala por favor.
Entreguei um dos produtos que eu estava preparando. Era uma variação das bexigas de flutuação. Eu as modifiquei, adicionando um feitiço ilusório e de confusão, além de um feitiço engordious. A Defossez engoliu alegre o doce, e é incrível como ela não notou os rabanetes no rosto! Em menos de 10 segundos ela havia dobrado de tamanho, depois triplicado. Sua roupinha azul claro ficava apertada em seu corpo, agora rechonchudo, e ela começou a levitar alguns centímetros do chão, e o melhor, sem notar nada! Graças aos meus feitiços. George iria adorar essa nova série de gemialidades “invisíveis”. Eu não segurei e cai na gargalhada e a cara de rabanete pareceu se enfurecer de novo e começou a falar, mas sua voz estava abafada por causa dos rabanetes-espinhas e por causa do fato que agora ela era o dobro de seu tamanho.
- Do que está rindo Sr. Chronos! Vê algo engraçado em uma linda senhora como eu comendo doces?
- Claro que não professora! Imagina! – continuei rindo. – É que gostei muito do seu jogo de chá, é por isso.
- Ah, não são maravilhosos? Sempre gostei muito do seu irmão, Sr. Chronos, e confesso que do senhor não, mas vejo que o senhor é tão maravilhoso quanto ele! – Ela sorriu pra mim, e fiz uma careta quando ela se virou de costas. Como o Seth ainda atura uma aula dela!? Ele é um santo!
Ela tentou pegar o açucareiro para adoçar o chá, mas seus braços estavam grandes demais para suas roupas e essas não se moviam. Ela então desistiu, pensando que o açucareiro estava muito longe e esticou o braço para algo mais perto. Uma poção de devaneios. Eu empalideci e tentei retirar da mão dela. Eu iria adorar ver ela tendo devaneios por aí com algum aluno, mas esse aluno seria eu se ela bebesse e olhasse pra mim! Mas ela me ignorou e derramou todo o frasco na xícara de chá e antes que eu pudesse fazer algo, tomou tudo de um gole só. Por alguns instantes ela continuou olhando o nada. Mas então ela pareceu acordar e olhou em volta, baixando os olhos em mim. Nunca tive tanto medo em toda minha vida. Além do rosto dela estar mais feio do que nunca, ela estava com um olhar apaixonado e bobão olhando pra mim. Ela fez alguns esforços e conseguiu dar alguns pulinhos para mais perto de mim, e eu me afastei para a porta.
- Ah Sr. Chronos...Posso chamá-lo de Fuuminha? Desculpe-me pelo erro, o senhor é melhor que o seu irmão. Você é tão maravilhoso, tão inteligente.
- Não professora, o Seth é melhor que eu. Quer que eu vá chamá-lo? A Senhora adoraria ficar com ele. – Falei enquanto me afastava ainda mais dela, mas ela continuava flutuando na minha direção com um sorriso bobo.
- Claro que não, Fuuminha. Você é maravilhoso! Nunca senti algo assim antes. – Ela continuou flutuando na minha direção com aquele ar sonhador e feliz e eu corri pra porta, e ela abriu nesse momento. Prendi a respiração sabendo que estava em encrencas, mas para meu alívio era a Emily e o professor Coussot.
- Sr. Chronos, o que faz aqui? Veio nos fazer uma visita? – o Professor falou sorrindo para mim.
- Griffon, quero dizer Sr. Chronos, aconteceu alguma coisa? – Emily perguntou me olhando sorridente...Como ela é linda..
- Claro que não! Ele está me fazendo companhia, ele não é maravilhoso?? – Os outros dois professores finalmente notaram a bolota com cara cheia de rabanetes quicando pela sala. Nesse momento ela inchara tanto que já estava batendo no teto, mas continuava a me lançar olhares felizes e mandando beijinhos. Eu instintivamente me protegi atrás da Emily e do professor Coussot, escondendo-me atrás deles. Os dois ficaram sem entender por um momento, mas viram as balas na mesa e começaram a rir também.
- Você deu a ela as suas balas, Sr. Chronos – o professor Coussot falou em meio a uma gargalhada que ele tentou segurar.
- Sim professor, ela me obrigou a comer alguns e eu me vinguei das aulas horríveis que eu tinha dela. – falei, meio corando, mas rindo também, sabia que com os dois eu estava bem.
- Bem, nem todos gostam das aulas dela mesmo, não posso culpá-lo Sr. Chronos – Ele continuou rindo me dando alguns tapinhas nas costas.
- Claro que não! Ele adora minhas aulas, ele também está apaixonado por mim e minhas aulas, mas não pode freqüentá-las pois é um amor proibido! – A Defossez continuou gritando do teto. E a Emily pareceu ser afetada por algo que ela disse, parando de rir por um momento. Mas ela voltou a ficar alegre e apontou a varinha pra Defossez, fazendo-a descer. No mesmo momento ela tentou correr atrás de mim e me escondi ainda mais atrás da Emily, mas esta apontou a varinha para a bolota e a prendeu na cadeira.
- Griffon, tem contra-feitiço? – Ela perguntou enquanto ainda ria.
- Tem sim, é aquele frasco com um líquido preto. E pro espinhadouro é só dar aquela bala azul ali meio mordida, já pro bexigas-ilusórias de flutuação...Bem pra esse eu ainda não criei contra-feitiço, mas posso tentar agora. Mas eu não me aproximo dela!
- Tudo bem, eu as faço comer os contra-efeitos Sr. Chronos. Emily, continue segurando-a. – O professor falou rindo e com calma a fez comer todos os contra-efeitos. Defossez rapidamente ficou sem espinhas e parou de delirar comigo. Mas as bexigas ainda faziam efeito e ela começou a brigar conosco dizendo que queria tomar o chá dela. Emily colocou a mão em meu ombro e me ajudou com o contra-feitiço. Peguei um dos doces “em branco” que o George me mandou e consegui cria ro contra-feitiço, fazendo uma cópia, é óbvio, e damos para Defossez comer. Quando ela comeu, ela começou a diminuir o inchaço e parou de flutuar, caindo ruidosamente na cadeira.
- Emily, eu vou levá-la para a ala hospitalar por via das dúvidas. Maravilhosas invenções Sr. Chronos, mas não as use mais em professores está bem? E parabéns a você e aos Weasley – O Professor Coussot me cumprimentou e levou pelo braço a Defossez que não entendia nada. Fiquei sozinho com a Emily e senti como a atmosfera era diferente de quando fiquei sozinho com a Defossez. Não ficávamos sozinhos desde aquele dia...
- O contra-efeito ficou muito bom Sr. Chronos, e as invenções também.
- Emily, você sabe que pode me chamar de Griffon, e até Griff se quiser. Mas obrigado pelos elogios. – Sorri e vi que ela parecia relutar em me chamar de Griffon, mas ela acabou sorrindo.
- Tudo bem, Griff. Como estão os treinos para as Olimpíadas e para o Quadribol?
- Estão ótimos! Pena que você não vai mais vê-los...
- Tenho estado ocupada...Griff, muito obrigado pela força que me deu aquele dia está bem? E parabéns também, fiquei sabendo como você ajudou seu pai aquele dia...
- Não precisa agradecer, Emily...Eu que agradeço por hoje e permitir que eu seja próximo de você.
Então não resistimos mais. Começamos a nos aproximar e eu já me preparava para um momento importante, quando ela pareceu se dar conta do que iria acontecer, abriu os olhos assustada. Nos afastamos e ambos nos olhávamos sem saber o que fazer, totalmente sem graça.
- Me perdoe, Emily...- comecei a falar mas ela ergueu a mão pedindo um tempo e disse:
- Eu é que peço desculpas, Griffon. É melhor irmos, depois nos falamos mais.
Ela abriu a porta pra mim me fazendo sinal para sair. Sai dali feliz por ter me vingado da raposa velha e por quase ter beijado a Emily, mesmo achando que estaria me aproveitando da situação. Ela se despediu de mim com um aceno, e nos separamos, e eu sentia que ela estava tão confusa quanto eu...

Wednesday, October 10, 2007

Direto da Escola de Magia do Texas por Rory Montpellier


É incrível a quantidade de matérias novas que você descobre que existem no mundo quando se muda para uma escola nova. Na Escola Texana, além das matérias normais, ainda tínhamos as matérias extras usadas para completar nossa grade, e melhorar nosso currículo. E a principal vantagem era que você ficava apto a disputar qualquer vaga no Ministério na Magia, pois elas iam desde artes culinárias, a curso de como laçar um hipogrifo, igual aos cowboys trouxas e seus cavalos selvagens. E até a prática dos esportes trouxas rendiam bons créditos. Eu e meus irmãos nos inscrevemos para alguns destes cursos.
Lucien havia optado pelo curso de laço ao hipogrifo, participava do grupo de estudos de matemática cheio de nerds, que se denominavam Matletas, alguns até usavam um blusão com um símbolo matemático, Angelique e eu ríamos pelas costas de Lucien, chamando-os de Maletas, e ele havia conseguido uma vaga na redação do jornal na seção de esportes.
Angelique além de fazer parte do coral, entrou em culinária, economia doméstica e corte e costura, além de conseguir estágio na biblioteca da escola como restauradora de livros. Queria ocupar o tempo, pois havia terminado seu namoro com Jean Savoy. Achei até que fosse por minha causa e tentei falar com ela, mas ela explicou que eles não queriam um namoro a distancia e terminaram numa boa.
E eu além do jornal, havia me inscrito num curso chamado de Puericultura, que como o panfleto rosa bebê dizia era: “Um curso para assegurar o perfeito desenvolvimento físico, mental e moral da criança da gestação á puberdade. Créditos em dobro”.
Claro que não foi surpresa encontrar garotas e garotos que não iriam ser pais, fazendo este curso.
Estava com meu irmão em mais uma das reuniões de Jaeda e hoje a professora Annabeth estava conosco:
- Muito bem, vocês já decidiram a matéria de capa, a agora precisamos decidir os que vão ficar na escola e os que vão comigo cobrir os jogos olímpicos. Estou super empolgada com este primeiro grande evento bruxo. – disse a professora.
Foi decidido que seria mais fácil, se os redatores que iriam competir, fizessem a cobertura pelo rangeers, o nosso jornal. Jaeda, nossa editora chefe, iria competir em um esporte apenas, a Ginástica Rítmica Desportiva, ficando livre para acompanhar os outros esportes. E contaríamos com os relatos dos atletas das outras modalidades. Eu, e Lucien ficaríamos na escola junto com outros da equipe para manter o jornal funcionando. Ao final Jaeda pediu que eu ficasse para ajudá-la a fechar tudo. Óbvio que era uma desculpa para conversar.
- Rory posso fazer uma pergunta pessoal?
- Claro o que é?
- Porque não quis ir aos jogos como membro da imprensa? Não é só por causa do bebê não é?
- Não, me sinto ótima. O pai do meu filho é atleta e com certeza ele vai estar lá. Ele não perderia algo assim por nada.
- Mais um motivo para você estar lá. Fazê-lo assumir a responsabilidade.
- Não vou cobrar nada dele, porque terminamos antes de eu descobrir que estava grávida. Estar aqui é decisão minha. Quando o momento certo chegar eu conto para ele e antes que você pense o contrário: Ele é uma pessoa decente. - disse defensivamente.
- Certo entendi a mensagem Então vocês não estão juntos? E isso significa que você pode conhecer outras pessoas...
- Não estamos juntos, e não estou a fim de conhecer outra pessoa. Posso saber o porquê do interesse?- antes que ela respondesse o irmão dela chegou para buscá-la:
- Hey vareta, tá pronta?
- Estou panaca. Coloca focinheira na Charlene, não estou a fim de bater nela com uma revista enrolada, se ela for mal educada hoje com a Rory. - disse olhando para além da porta.
- Já te falei que terminamos faz tempo, tonta. Oi Rory, tudo bem?- disse sorrindo bem humorado.
- Tudo Brian. – respondi, enquanto terminava de fechar as janelas.
Saímos dali e fomos conversando até os alojamentos dos estudantes e os dois irmãos eram muito engraçados. Brian contava que iria competir no decatlo, no boxe, e na montaria por equipe, e provocava Jaeda dizendo que ela iria fazer o estádio adormecer com a apresentação de GRD dela. Ela rebatia dizendo que ele deveria cuidar da própria vida, pois iria acabar sendo reprovado em poções e não conseguiria se manter no time de basquete.
- E porque você não o ajuda Jaeda? É seu irmão. Desculpe, falei sem pensar.
- Tudo bem Rory. Eu já tentei ensinar o que sei pro cabeça de vento aqui, mas ele tem algum bloqueio com a minha pessoa.Talvez seja este cabelão, que dificulta o raciocínio.
- Difícil me concentrar com um pau de virar tripa grasnando no meu ouvido. - ele provocou e ela ameaçou dar um soco no braço dele, que desviou rindo.
- Rory será que você podia me ajudar? Estamos na mesma turma, pelo menos nas poções em dupla, eu vou conseguir nota. – ele perguntou e Jaeda disse:
- Pelo menos nisso você tem razão Smash, a Rory tem boas notas nas matérias, por isso nem precisou correr atrás de muitos créditos.
- Por mim tudo bem Brian, só não quero problemas com a Charlene. Não tomei vacina anti-rábica. - e ri com Jaeda.
- Já falei que não tenho nada com ela, porque não acreditam em mim? – disse fazendo ar de desamparo e rimos mais ainda. - Ok, então está combinado? Vai me ajudar em poções?
- Vou. Pode pegar este livro.
- Como assim?
- Se quer minha ajuda comece a ler este livro. Ou pensa que vou fazer o trabalho todo?
- Está bem, farei tudo o que mandar desde que não tenha que eviscerar sapos novamente. – ele disse amuado.
- Um bruxo com medo de sapos? – perguntei segurando o riso.
- Não tenho medo de sapos, tenho pena dos animais, só isso. – ele respondeu sem graça.
Mas ao trocar um olhar com Jaeda, pude ver o divertimento brincando nos olhos dela, e fiquei quieta. Nos despedimos e cada um foi para seu alojamento, descansar.
Antes de dormir pensei em Brian e comecei a rir sozinha, mas logo parei, não era certo. Se eu tenho pavor de barata, não posso condenar alguém por causa de uns sapinhos não é? No fim ele é apenas um garoto que tem seus receios como qualquer outro. Só espero que não seja do tipo que desmaie ou vou ter problemas.