Wednesday, September 12, 2007

Novos ventos...

Por Gabriel Storm Lupin

- Classe dispensada – O professor Collins falou sem entusiasmo e fechei o livro depressa – Senhores Bass, Hawke e Lupin, fiquem

Sentei outra vez na cadeira resmungando e Sean e Evan fizeram o mesmo. Shannon e Stuart riram e saíram da sala antes que ficassem retidos também. Era o ultimo período de quarta-feira e tivemos aula de Poções normal, mas com o mesmo professor de Cálculos. Como se não fosse o bastante uma matéria só. Nosso primeiro treino de quadribol estava marcado pra dali a 10 minutos e ainda precisávamos nos trocar, mas aparentemente, isso não seria mais possível.

Collins nos deixou em detenção por causa de um desenho que estava circulando no laboratório e que ele descobriu ser de nossa autoria, somado a uma poção que “misteriosamente” explodiu, soltando fagulhas no teto. Ficamos limpando os balcões e o teto por quase meia hora, quando a porta abriu e um homem que parecia ter a idade do meu pai, negro e com uma cara muito irritada entrou sem cerimônias, largando uma prancheta na mesa e quase cuspindo as palavras para Collins.

- Posso saber o porquê três dos meus jogadores mais importantes não estão em campo nesse exato momento com o resto da equipe?
- Os senhores estão em detenção por fazer bagunça na minha aula – Collins respondeu com a voz normal
- Harold, da próxima vez que quiser punir seus alunos, faça isso em dias que eles não tenham treino. Vocês três, larguem esses panos agora e vão trocar de roupa! – Obedecemos ao homem na mesma hora e corremos para a porta
- Herman, você não pode interferir na decisão de outros professores! – Collins falou em um tom de voz alterado pela primeira vez
- Vá discutir com Diperma o que ele prefere: o time estruturado e pronto para vencer ou as cadeiras do laboratório limpas! – E dizendo isso ele bateu a porta – Pensei ter dito para se trocarem imediatamente!

Saímos em disparada pelo corredor em direção ao vestiário masculino e em dez minutos estávamos de volta ao corredor, já com as roupas do treino. O homem estava parado de braços cruzados nos esperando e caminhamos apressados com ele para o campo. Ele era ao treinador novo, não o conhecíamos ainda, mas já havia gostado dele.

- Fiquem sabendo que não costumo fazer isso – Disse quando alcançamos o campo – Mas é o primeiro treino e tive que atrasar meu discurso por causa da ausência de vocês. Se começarem a acumular detenções nos horários de treino, vão para o banco.

Sorrimos sem graças para ele e concordamos com a cabeça. O time já estava todo espalhado no campo brincando de arremessar a goles e pararam quando nos viram chegar. Notei que havia muitos rostos novos, garotos que não estavam aqui na temporada passada. Todos se largaram na grama esperando o treinador falar. Ele andou de um lado para o outro por alguns segundos, leu alguns nomes na ficha e nos encarou com as mãos na cintura.

- Meu nome é Herman Boone. Treinador Boone. Alguns já me conhecem, andei visitando algumas casas no verão e recrutando novos jogadores. Para os que não me conhecem, não sou amigo e nem babá de vocês. Vamos trabalhar duro esse ano. Prêmios de melhor batedor e melhor apanhador não valem de nada se junto deles não estiver a taça do campeonato. Ano passado vocês ficaram em segundo lugar. Segundo lugar não é uma opção. O primeiro lugar é a única. É vencer, ou vencer. Nosso primeiro jogo é semana que vem, contra o Montana Timberwolfs. Eles são bons, fortes, e trabalham juntos. Mas nós somos melhores. E vamos deixar que eles entendam isso logo na abertura da temporada. Cavalheiros, peguem suas vassouras e para o alto.

Todo mundo levantou do chão apressado e em questão de segundos a área do campo se encheu com 20 vassouras voando de um lado para o outro. O treinador Boone nos dividiu em dois times e deixou alguns treinando arremessos, autorizando o inicio da partida. Não estávamos voando há mais de cinco minutos quando ele apitou.

- Bertier! – gritou enfurecido e o garoto de cabelo castanho se assustou – Porque não bloqueou o Pace? Ele estava livre e você próximo!
-Desculpa, treinador – Ele deu de ombros
- Resposta errada, Bertier – Boone avançou na direção de Josh e vi que ele recuou assustado – Quando o artilheiro do time adversário estiver voando livre na direção do gol, não tenha receio de interceptá-lo! – Ele fez um movimento rápido em volta de Josh e conseguiu tomar a goles dele – Faça isso, mas em movimento. Não interessa se ele é o capitão, derrube-o! Não espere os batedores sempre! Recomecem!

Retomamos nossas posições e continuei procurando pelo pomo, sempre com o apanhador do outro time, Emerson, na minha cola. Alguns minutos depois de voar sem encontrá-lo, ouvi alguém berrar um pouco abaixo de mim e olhei depressa. Josh tentava montar outra vez na vassoura enquanto o treinador falava animado com Bertier e os outros dois artilheiros riam. Acho que ele seguiu as dicas.

O treino seguiu violento pelo resto da tarde. Josh estava enfurecido por ter sido derrubado da vassoura e gritava instruções para Blake e Andy usarem força bruta na hora de tomar a goles e para que Evan e Sean arremessassem os balaços direto para cima dos artilheiros do time reserva, mas a verdade é que não foi tão simples assim. Os novos artilheiros reservas deram um baile nos titulares. Bertier perdeu o medo de peitar Josh e os outros dois partiam com vontade para cima deles. A goles não ficava nem cinco segundos em posse do nosso time sem que eles a recuperassem. Os batedores novos também eram bons e rebateram bons balaços, mas não alcançaram a marca dos nossos. Sean rebateu um balaço rente a Bertier que apenas o desequilibrou e Josh partiu berrando em sua direção.

- Eu falei para derrubá-los! – gritou tomando o bastão da mão de Sean e atirou um balaço para cima de Peter, atingindo seu braço – EU sou o capitão e quando dou uma ordem, espero que a cumpram!
- Porque não se preocupa em fazer gols e deixa que dos balaços cuido eu? – Sean tomou o bastão de volta o empurrando com raiva – Você não joga em todas as posições, Josh!
- Cavalheiros, já chega! – o treinador Boone interveio antes que uma briga começasse – Bertier, como está o braço?
- Está bem, treinador, não pegou direito
- Certo. Por hoje podemos parar, para o chão.

Evan e eu puxamos Sean depressa antes que ele desacatasse a ordem e partisse para cima de Josh e sentamos no gramado cansados junto com o resto do time. Bertier segurava o braço enquanto caminhava para perto de onde estávamos, mas não reclamava de dor. E dificilmente reclamaria, pois não admitiria que havia se machucado de verdade. O treinador deixou que bebêssemos água antes de começar a falar.

- Não foi um treino ruim. Não passei muitas instruções, queria ver como costumavam jogavam. Costumavam. Tudo que aprenderam ate agora está no passado – Ele rabiscou alguma coisa na prancheta e apontou a caneta para Josh – Você. Ser capitão não é ter subalternos. Melhore sua comunicação com seus companheiros de time no próximo treino ou perderá a braçadeira. Amanhã será diferente, montarei um novo time titular e um novo reserva. Podem ir.

Josh levantou do gramado primeiro que todo mundo e sumiu de vista. Ficamos para trás rindo e nos apresentando aos novatos e quando chegamos ao vestiário, não havia sinal dele. Acho que novos ventos começam a soprar aqui na Califórnia...

Tuesday, September 11, 2007

Rory Montpellier, direto da escola de Magia do Texas


Chegamos na escola, no horário marcado nas cartas que havíamos recebido e ao chegar nos terrenos da escola, vimos um cartaz enorme escrito "homecoming" e uma mesa com algumas garotas usando uniformes de cheerleader, cumprimentando as pessoas e distribuindo os horários das aulas. Parecia que estávamos num parque de diversões ao ar livre. Havia gente andando de um lado a outro comendo pipoca, bebendo refrigerantes, pais acompanhando os filhos até seus alojamentos e conhecendo a escola.
- Não se esqueçam de ir ao jogo de basquete. Faz parte da tradição da escola. Vai começar daqui a pouco. – disse uma garota negra bonita com cabelos longos e nos entregou nossos horários, apesar do nosso sotaque ainda ser bem carregado, ela nos entendeu bem. Levamos nossas coisas para o dormitório dos alunos e fomos até o ginásio de esportes, que estava lotado tanto pelos alunos quantos por suas famílias.
O local era enorme e bem equipado, inclusive com uma área separada para a imprensa, e na quadra já havia dois times se aquecendo. Era o time da casa o Texas Mustang contra o visitante Houston Cowboys.
Não demorou muito e a diretora Carter entrou no meio da quadra sendo muito aplaudida, enquanto acenava a todos:

"Caros alunos, senhores pais, professores, e membros do Conselho: Bem vindos a mais um ano na Escola de Magia do Texas. Fico feliz por estarmos juntos novamente e tenho alguns avisos importantes: O primeiro é que teremos o patrocínio necessário para o nosso jornal e pudemos ampliar nosso quadro de futuros jornalistas, inclusive com a colaboração de alunos de outros países. Obrigada ao senhor Warrick. (aplausos enquanto um homem de cabelos negros usando jeans e um blusão do time da escola se levantava acenando. Ele parecia meio constrangido).
"Este ano, o Instituto Durmstrang, juntamente com a Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts e a Academia de Magia Beauxbatons, estará sediando a I Olimpíadas Bruxas Interescolares’
Todos se agitaram nas arquibancadas e Lucien já sacava seu bloquinho de anotações, entusiasmado. Ela aumentou o tom de voz animada e continuou: ‘As delegações de Hogwarts e Beauxbatons, junto com as delegações de mais 20 instituições de ensino de magia do resto do mundo, deverão se reunir em Durmstrang no dia 6 de Outubro. A abertura será no dia 7, em Durmstrang, e os jogos terão início no dia 8, e o encerramento será no dia 17 de novembro em Hogwarts. Mais informações estarão pelos corredores da escola. E agora vamos aproveitar o jogo".
A partida foi muito animada, com lances surpreendentes, e notei que o time trabalhava unido, seguindo as orientações do técnico e do armador um rapaz de apelido Smash. A cada cesta as cheerleaders, faziam coreografias animadas. O jogo terminou com a vitória dos Mustangs, por 95 a 84. Depois da partida fomos para nossos dormitórios, o dia seguinte seria o primeiro dia de aula.
Estava ansiosa.


Ao chegar na escola, me separei dos meus irmãos e fui rápido encontrar a sala de transfiguração, minha primeira aula seria com a professora Annabeth, e não seria bom me atrasar, peguei meus livros e me virei rápido, e ao fazer isso me choquei com uma pessoa, e meus livros caíram no chão. Murmurei um pedido de desculpas em francês e logo me corrigi:
- Desculpe.- e olhei a pessoa que eu havia atropelado. Era o armador do time de basquete, chamado Smash.
- Está tudo bem com você? - ele perguntou.
- Sim, tudo bem. A culpa foi minha não olhei para onde ia. - enquanto pegava meus livros do chão e ele fazia o mesmo com seu material.
- Sabe onde fica a sala da professora Annabeth? - perguntei.
- Vá por este corredor até o final, ai você verá as placas indicativas. - ele respondeu, me entregando o ultimo livro. Sorri para ele em agradecimento, e ele retribuiu o sorriso. Ele foi bem simpático ao contrário de sua acompanhante.
- Smash você vem comigo ou vai bancar o guia turístico? - perguntou ríspida uma garota que reconheci como uma das cheerleaders da escola.
- Já estou indo Charlene. Tchau.
Despedi me dele e fiz como ele havia indicado. Achei a sala da professora Annabeth e me sentei numa carteira vaga e comecei a fazer as anotações para os novos feitiços. Quando a professora nos mandou abrir o livro de transfiguração avançada não o encontrei em lugar algum da minha mochila e tive que emprestar um dos livros da escola. Quando a aula terminou era hora do almoço e após devolver o livro para a estante, fui procurar o refeitório para encontrar meus irmãos, enquanto andava ia lembrando os lugares onde poderia ter deixado meu livro quando ouvi alguém me chamar:
- Ei Rory, espera.
Virei-me e era Smash vindo na minha direção.
- Como sabe meu nome? Não nos apresentamos. – perguntei curiosa.
- Está escrito no seu livro. Acabei misturando com os meus livros, vim te devolver, porque você poderia achar que tinha perdido.
- Estava preocupada mesmo, mas obrigada por me trazer o livro... - antes que eu terminasse de falar ele disse:
- Meu nome é Brian. Mas todo mundo me conhece por...
- Smash. Vi o jogo ontem, vocês foram ótimos. -completei.
- É... - antes que ele falasse mais alguma coisa, uma voz estridente o chamou:
- Smash, o pessoal já esta reunido. O que pensa estar fazendo?
- Nada que seja da sua conta Charlene. Bem... O livro está entregue, até outra hora. Guardei meu livro no armário e fui procurar os meus irmãos.

o-o-o-o-o-
- Rory o que você tem?- perguntou Lucien, me observando.
- Preciso ir ao banheiro, encontro vocês daqui a pouco. - e corri para o banheiro, pois estava enjoada e sentia muito calor.
Após passar mal comecei a lavar o rosto e umas três garotas entraram. Nem olhei para elas e continuei a me refrescar. Quando senti alguém me puxar pelo braço:
- Ora, se não é a aluna nova, que não tem noção das coisas. O que você estava falando com o Smash?
- Como ele disse: nada que seja da sua conta. – respondi encarado-a. As outras assobiaram e a garota ficou mais irritada.
- Você pensa que só porque é nova aqui não segue regras? Pois fique sabendo que o Smash e eu namoramos sério.
- Não quero saber da sua vida ou da vida do Brian. Tenho coisas mais importantes para fazer. – disse puxando meu braço. Devo ter dito algo ofensivo sem perceber porque ela gritou:
- Peguem-na. Ela merece uma recepção de boas vindas. – e as outras me seguraram pelos braços.
- Vamos ver se você vai continuar chamando MEU namorado de Brian, depois de tomar um caldo. – e começaram a me empurrar de volta para o banheiro. Comecei a me debater tentando pegar minha varinha, mas elas me seguravam com força. Quando a tal de Charlene abriu a porta e tentou empurrar minha cabeça dentro do vaso sanitário, uma outra voz se fez ouvir:
- Parem com isso!- e a garota que falava era a mesma que havia entregado meus horários no dia do jogo.
- Ah é você Jaeda? Isso não tem nada a ver com você. Vá andando ok?
- Charlene você esqueceu que sou eu quem escolhe as cheerleaders? Está querendo me irritar? – ao ouvir isso as garotas pararam.
- Ela deu em cima do Smash, até o chama de Brian. - Charlene tentou se justificar.
- Você deveria conversar com ele sobre isso. – ela respondeu seca.
- Não! É melhor eu resolver com ela. Foi ela quem deu em cima dele. - ela repetiu
- Eu não tenho interesse nenhum naquele garoto, com este calor, seu cérebro fritou. – disse irritada e Jaeda tinha um brilho divertido no olhar.
- Meu irmão não costuma namorar meninas inteligentes. (eu e ela seguramos o riso diante da cara confusa que a tal Charlene fez). – Charlene, faça o que eu mandei, eu não tenho o dia todo.
Ela e as amigas me soltaram, mas ainda tinham olhares assassinos para o meu lado, e saíram do banheiro. Olhei para a garota e agradeci.
- Como sabia que eu precisava de ajuda?
- Seu irmão, disse que você estava passando mal e pediu para eu ver se estava tudo bem, afinal é um banheiro de garotas, e pegava mal ele entrar. Qual o problema? Além de Charlene é claro. - rimos.
- Fiquei enjoada, mas ficarei bem. – disse e coloquei a mão sobre minha barriga. Ela me olhou de um modo estranho e disse:
- Bem, meu nome é Jaeda e além de chefe das cheerleaders, sou editora do jornal da escola. Acho que você tem que almoçar agora não? Porque não vem comigo e vamos conversando sobre o jornal. Pelo que a professora Annabeth me falou, seu irmão também quer ser jornalista.
- Sim, eu gostaria de conversar com você sobre isso e outras coisas sobre a nova escola.
Saímos dali e encontrei meus irmãos. Jaeda era muito engraçada e me pareceu uma pessoa muito interessante. Lembra-me demais Danielle, (ah que saudades minha amiga). Espero que quando minha barriga crescer, ela não tenha vergonha de andar comigo.

Thursday, September 06, 2007

BL: A gente se vê logo, ok? – me abraçou apertado sorrindo e me dando um beijo em seguida.
AD: Ok. Se cuida. Juízo, hein?
BL: Esse é meu nome. – rimos. – Vou sentir saudades...
AD: Eu também. Mas chega de drama?! – disse dando um último beijo nele antes de me afastar.

Bernard ficou parado no porto acenando enquanto eu subia no barco de Beauxbatons. Os alunos se acomodavam entre conversas e risos. Anne e Brenda logo entraram, ambas olhando Samuel e Chris, que também estavam acenando despedidas. Isa foi uma das últimas a embarcar e vinha contando animadíssima alguma coisa a Brendan, que não exibia um rosto muito feliz.

Quando o barco começou a se distanciar e acenei uma última vez para Bernard que desaparatou logo em seguida, suspirei. As férias de verão tinham passado aos atropelos. Mal acreditei que estava embarcando para meu último ano de escola. Anne e Brenda começaram a contar as novidades...

AR: Eu conheci os PAIS dele! O Samuel é muito apressado, sério. Já me apresentou a família toda. E a Samara, a irmã mais nova dele, é uma fofa. – ela riu se lembrando. – Me senti tão constrangida! Afinal o pai dele é Ministro da Magia né? Mas também é muito simpático.
BV: Quando conheci a família do Chris, foi um desastre! Quebrei a xícara de porcelana da avó dele, estava tremendo. Mas passado o trauma inicial, me apeguei muito a eles. – Brenda e Anne caíram na risada. Soltei um muxoxo e elas me olharam.
AR: Aconteceu alguma coisa, Bel? Você e o Bernard ainda estão juntos... não estão?
BV: Claro que estão! Estava abraçando ela que nem um polvo agorinha mesmo! – Brenda disse debochada.
AD: Bernard conheceu minha família nessas férias e foi quase uma tragédia!

Então eu contei tudo o que tinha acontecido, e toda a história com a Samantha. Anne e Brenda escutavam com atenção, às vezes fazendo uma careta ou rindo. Quando terminei, as duas ficaram caladas um minuto.

BV: Eu acho que você fez bem, Bel. Não estou dizendo isso por que acho que você tenha que prender o Bernard. Você é linda, inteligente... Se terminar com o Bernard, vão chover outros interessados! Mas você gosta dele, e ele gosta muito de você, dá pra perceber. E todas as pessoas merecem um voto de confiança. Vocês ainda não eram namorados.
AR: Homem é tudo igual! – Anne disse irritada. – Apesar de achar que você fez certo, eu admito que se isso acontece comigo... Nem sei o que sou capaz de fazer!
IM: Pois eu acho que a Bel fez muito bem. O Bernard é um fofo, com todo o respeito, irmãzinha!

Isabel chegara entrando na conversa e sorrindo. Brendan continuava do lado dela, carrancudo.

IM: O amor é lindo! O céu é azul! Os passarinhos cantando...
AD: O que você quer aqui, Isabel? Não me lembro de ninguém ter te convidado para a conversa. – respondi seca. Ela fingiu não ter escutado.
IM: Já contei que estou apaixonada?
AD: Quem é o alvo dessa vez?
BL: Um homem bem mais velho que ela! – Brendan falou pela primeira vez, grosso. Isabel se virou para ele parecendo chateada, mas retrucou.
IM: Não é bem mais velho, Brendan! Quem ouve isso, até pensa que está com um pé na cova!
AR: Quantos anos afinal? – Anne perguntou interessada. Brenda concordou.
IM: 25 anos, moreno, olhos verdes, educado, inteligente, simpático, extrovertido, um deus!!! – ela disse aos atropelos, elétrica. Brenda assoviou.
BV: Onde você encontrou esse ‘deus’, Isa?
IM: Lá em casa, sentado no meu sofá!!! É um estagiário do meu pai... Foi amor à primeira vista!
AR: Mas... aconteceu alguma coisa?
IM: Não. – Isa abaixou ligeiramente a cabeça desanimada. – Nada além de muitas horas de conversas e um passeio por Nova York, um sorvete e algumas indiretas. Mas eu senti algo diferente, eu sei!
BL: Deu para sentir coisas agora?

Não sei o que Brendan tinha, mas aquele assunto estava o aborrecendo muito. Isa respirou antes de se virar com raiva.

IM: E desde quando você se tornou carrancudo, hein? Qual o seu problema?
BL: Me desculpa se não consigo me sentir empolgado pela sua ‘paixonite’ aguda, ok? Nos vemos mais tarde. Vou conversar com o Tony sobre o time de quadribol. – virando as costas e se afastando. Isa sacudiu os ombros sorrindo novamente e se sentando ao lado de Anne.

Os assuntos então começaram a se diversificar. Iam de amores platônicos à quadribol, disso para metas, carreiras e NIEM’s. Meu estômago dava uma embrulhada todas as vezes que essa sigla era pronunciada. Eu sempre quisera ser auror, seguir os passos da minha mãe. Mas agora que estava tudo tão perto de acontecer, me assustava pensar que eu já estava chegando ao fim. Engoli em seco e afastei isso do pensamento. Brenda, Isa e Anne agora conversavam animadas sobre a rádio do castelo e novas idéias. Brenda tinha, inclusive, se oferecido para ajudar Isa. Algumas horas depois, as primeiras torres de Beauxbatons começaram a ser avistadas e o alvoroço para juntar bagagens aumentou.

Quando descemos no porto do castelo, Isa se despediu indo ao encontro de Brendan, Dora e alguns outros alunos da Fidei. Anne, Brenda e eu saímos juntas arrastando as malas e gaiolas. Havíamos acabado de desembarcar e começávamos a seguir o fluxo de estudantes pelo caminho até os portões do castelo, quando senti algo muito pesado caindo na minha cabeça e tudo ficou escuro.

°°°

Abri os olhos e os fechei quase imediatamente. A claridade que vinha do quarto me fez lacrimejar. Ouvi vozes ansiosas ao meu redor. Abri os olhos novamente e a enfermaria do castelo tomou forma.

BV: Bel! Finalmente! – Brenda se levantou agitada. – Então, está se sentindo bem?
AD: Minha cabeça está em chamas! O que aconteceu?

Mas antes que ela ou Anne pudessem responder, Madame Magali colocou uma bolsa de água com gelo na minha testa, parecendo irritada. Quando fiz uma careta, ela sorriu.

- Desculpe querida, mas se não colocar gelo na sua testa, esse calombo vai ficar imenso. Tome esse comprimido para dor de cabeça e quando estiver se sentindo bem, está liberada! – sorriu gentilmente e se afastou um pouco reclamando baixo ‘lançar malões do barco... francamente! Isso podia ter machucado de verdade.’ Arregalei os olhos.
AD: A coisa pesada que caiu na minha cabeça era um malão??? Quem foi o trasgo infeliz que lançou um malão do barco?
AR: Um novato. Ulisses. Disse que ele escorregou das mãos dele e caíram, bem em cima da sua cabeça. Estava aqui agorinha mesmo, mas tinha uma reunião com Máxime e avisou que volta depois para ver como você está.
AD: Quanta gentileza!!! – comentei irônica. - Depois querem ser bem recebidos? Mal chegam e já tentam assassinar os veteranos.

Anne e Brenda riram. Fiquei mais uma hora até sentir a cabeça um pouco mais leve e sair da enfermaria. O novato não voltara.

°°°

As aulas recomeçaram em ritmo frenético. Os professores pareciam convencidos em nos deixar cada vez mais preocupados com os NIEM’s, e em dois dias eu já acumulara uma montanha invejável de deveres e trabalhos atrasados. As duas aulas extras de Transfiguração haviam acabado há apenas alguns minutos. Já eram 22:00 e os alunos se arrastavam cansados da sala para seus salões comunais. Estava pensando em voltar para a Sapientai e adiantar alguns deveres quando Gerard me surpreendeu.

- Senhorita McCallister! Finalmente. Madame Máxime quer ter uma palavrinha com você agora. Se quiser me acompanhar até a sala dela, por favor...

Fiquei confusa. Nunca tinha sido chamada para uma conversa às pressas com Máxime, muito menos àquela hora da noite. Quando entrei na sala dela, Máxime se levantou sorrindo. Um garoto alto, pálido, de olhos verdes e com rosto simpático se virou para me olhar.

AD: Queria falar comigo, professora?
- Sim, por favor, entre minha querida. – ela disse cortês e obedeci fechando a porta ao passar. – Esse é Ulisses Bonaccorso. Um dos nossos novatos.
AD: Prazer. – estendi a mão. Ele sorriu, mas ao ver o machucado na minha testa, ficou sério.
UB: Te devo desculpas. Imagino que tenha conseguido esse curativo por minha causa. – Ele disse sincero. Me lembrei da história do novato com a mão frouxa e fiquei irritada. Máxime olhava de um para outro sem entender, então interrompeu.
- Bom, Anabel, te chamei para pedir uma ajuda. Ulisses ainda não sabe falar muito bem o francês e se confessou com dificuldades para acompanhar as matérias. – fiquei calada já esperando o que viria a seguir. – Então, eu pensei em chamar um aluno para ajudá-lo e devo dizer que não consigo pensar em ninguém mais indicado que você! Você se importaria de dar uma ajuda a Ulisses nas horas vagas? Só até ele conseguir acompanhar o ritmo por conta própria...

Uma pedra de gelo caiu no meu estômago. Era evidentemente impossível eu encaixar aulas de apoio para um novato homicida no meu horário, já deveras cheio. E todos os deveres, trabalhos, revisões... Mas ao mesmo tempo, como eu recusaria um pedido de Madame Máxime, pessoalmente? Não tive alternativas.

AD: Hum, acho que tudo bem. Embora não tenha muito tempo livre... – comecei, mas Máxime abrira um sorriso satisfeito e me interrompeu.
- Ótimo, ótimo. Obrigada! Bom, monsieur Bonaccorso, acho que agora você e a senhorita Damulakis poderiam combinar por conta própria, não é? Se não há nada mais, podem ir. Boa noite.

Saí marchando da sala e o novato veio correndo atrás de mim. Estava prestes a soltar fumaça pelas orelhas.

UB: Obrigado! Eu estava perdido... Então, te machuquei muito?
AD: O que você acha?
UB: Desculpa. A mala escapou das minhas mãos...
AD: Já sei, já sei. Bom, tudo bem. Podemos pegar a primeira aula amanhã? Das 20:00 em diante estou livre.
UB: Tudo bem. Obrigado, mais uma vez!
AD: Ok. Boa noite.
UB: ‘Boa noite’.

Ele respondeu e eu parei. Ele dissera ‘boa noite’ em GREGO! Então ele era grego???

AD: Você é grego???
UB: Você sabe falar?
AD: É?
UB: Sou!!! Nasci em Atenas.
AD: Eu também!
UB: Ta brincando?
AD: Não. Sou grega também.
UB: Finalmente alguém!

Eu ainda o encarava assustada. Queria perguntar o porquê de se transferir no último ano, mas desisti. Ele sorriu.

UB: Sabe, não acreditava em destino até entrar no barco de Beauxbatons. Mas está tudo tão... ligado! Você não acha? Meu malão cai em cima de você, você é chamada para me ajudar, e também é grega!
AD: Não existe destino. Existe coincidência. – balancei a cabeça decidida retomando minha expressão centralizada. – Nos vemos amanhã então.
UB: Ok. Até amanhã, ‘Anabela’. Foi um prazer muito grande te conhecer...

Monday, September 03, 2007

Era meu primeiro dia do 6º ano na Escola de Magia da Califórnia. Meus pais haviam acabado de desaparatar e olhei para os corredores já movimentados às 8h da manhã. A primeira aula começaria em 1h e ainda precisava localizar meu armário, e descobrir com quem dividiria o quarto esse ano.

Os corredores da escola eram todos brancos com detalhes em vinho, nas cores do nosso time, com armários cobrindo as paredes por todos os cantos. Olhei no horário amassado na minha mão e vi que meu número ficava perto do Laboratório de Poções. Guardei meus livros e puxei meu exemplar de A Exatidão das Poções, entrando no laboratório. Logo de cara avistei Sean, Evan e Shannon sentados na bancada do fundo da classe e sentei com eles, mas não havia sinal do Micah.

- Fala Gabe – Evan me cumprimentou – Como foram as férias?
- Bem melhores que as de 4 de Julho – respondi cumprimentando os outros dois sentando ao lado de Shannon – Cadê o Micah?
- Foi transferido – Shannon respondeu desanimada – Pro Instituto Durmstrang
- O QUE? – falei alto e abaixei o tom de voz quando a turma toda olhou – Mas por quê? Não é por causa da história do Ryan, é?
- Ele disse que não, mas acho que sim – Sean falou baixo também. Ninguém mais parecia saber os detalhes, além de nós quatro e Josh – Micah não conseguiu lidar com o fato de que Josh saiu ileso na história e ele teve que fazer trabalho comunitário por um mês. Cheguei a vê-lo aqui sábado à tarde, e ele já tinha acertado a transferência, já estava de saída.
- Isso não é justo – larguei o livro na bancada, revoltado – Quem tinha que sair era o outro, não o Micah! Aliás, cadê ele? Não vi pelos corredores. Para falar a verdade, quem são essas pessoas que não reconheço ninguém?
- Ele não vai mais fazer poções – Evan respondeu – E são todos alunos novos, somos os únicos veteranos aqui, cara. O time está quase todo novo, boa parte dos jogadores foram transferidos pra outras escolas como Texas, Iowa, Colorado, Kansas… Restaram poucos, mas do 6º ano somos os únicos.
- Essa temporada vai ser promissora! – falei desanimado
- Silêncio capetas, o demônio chegou – a porta abriu e uma voz monótona chamou a atenção da turma

Um homem de cabelos grisalhos e óculos arredondado entrou. Ele largou uma pasta velha em cima da mesa e com um aceno da varinha, seu nome apareceu no quadro. Professor Harold Collins, Aplicação de Cálculos em Poções. Olhei pra eles três com cara de espanto e percebi que assim como eu, eles também nunca tinham ouvido falar nessa matéria. Ele começou a rabiscar uma variedade absurda de fórmulas no quadro e quando já tinha preenchido mais da metade dele, encarou a turma.

- Por que não estão copiando? – disse sem demonstrar alteração na voz – Vou apagar o inicio quando completar o quadro. Matéria de prova!

O único som que era possível ouvir no laboratório depois do aviso era o de cadernos sendo arrancados às pressas das mochilas e as canelas arranhando as folhas. Vez ou outra uma folha era arrancada e amassada, mas ele avisou em um tom de voz ameaçador que possuía tímpanos sensíveis e o barulho de folhas sendo arrancadas o incomoda, e ninguém mais repetiu o gesto. Minhas mãos doíam no desespero de copiar metade dos cálculos antes que ele apagasse. Ele já completava o quadro pela segunda vez quando o sinal tocou, uma hora depois.

- No último período termino de escrever as fórmulas que usaremos esse ano – falou apagando o quadro antes que terminássemos
- Como assim “no último período”?? – Sean puxou o horário da mochila quando saímos da sala – Ah não, temos aula com ele de novo hoje. Duas aulas com esse cara, e logo na segunda-feira?? Vou pra minha aula de Feitiços, quem sabe isso me anima um pouco…
- Eu tenho Herbologia agora – falei consultando meu horário – Vejo vocês no almoço

Sean e Evan foram para a sala de Feitiços, Shannon seguiu para a aula de Literatura Mágica e eu parei no armário para trocar meus livros. Procurava meu exemplar de Manual de Herbologia Avançado quando senti que estava sendo observado. Puxei o livro e fechei a porta do armário, para dar de cara com um garoto de cabelos pretos e lisos até o ombro me olhando. Ele sorria e parecia me conhecer.

- Gabriel? – falou de repente – Gabriel Storm?
- Sim… – disse sem saber quem era ele
- Stuart! – falou como se fosse obvio – Stuart Carpizian! Estudamos juntos em Hogwarts!
- Ah claro, Stuart! – ainda não me lembrava dele, mas decidi levar adiante, já que já sabia o nome e de onde ele me conhecia – O que está fazendo aqui?
- Meus pais se mudaram para cá no há três meses. E com toda aquela confusão acontecendo em Londres, eles acharam mais seguro não me manter mais em Hogwarts.
- Mas Hogwarts já está segura, Voldemort morreu.
- Eu sei, mas achei interessante a mudança. Vou sentir saudades da Corvinal, no entanto… - Então ele era também da minha casa. Por que não me lembrava dele? – Já viu que eles tem um campo de quadribol super moderno aqui? – mudou de assunto de repente
- Sim, já vi. Estou no time, apanhador.
- Que demais! Mais um motivo para assistir aos jogos! Sabe, é muito bom ter um amigo aqui, não conheço as pessoas ainda e parecem todos ocupados demais para conversar com um novato.
- É, eles são assim – olhei no relógio – Escuta Stuart, queria conversar mais, mas não posso, já estou atrasado para a aula de Herbologia.
- Também tenho Herbologia agora! Que coincidência, não?
- Demais…

Stuart, coincidentemente, tinha o horário idêntico ao meu, o que resultou nele andando atrás de mim de um lado para o outro o dia inteiro. Fui forçado a apresentá-lo a Shannon, Evan e Sean e durante o resto do dia, ninguém mais além de Stuart falou. Foram horas intermináveis de histórias das quais eu não me recordava da época em que estudamos juntos. Ele parecia um catálogo! Queria que houvesse um terremoto ou um ataque nuclear surpresa que interrompesse aquilo, mas a vida nunca é tão misericordiosa assim. No fim do penúltimo período eu já começava a perder a paciência com a insistência dele em querer que me lembrasse de histórias de 6 anos atrás.

- Lembra daquela vez que o professor Snape mandou que colocássemos rabo de salamandra e você entendeu samambaia? – disse rindo – Foi muito engraçado
- Não Stuart, eu não lembro! – falei me estressando – Não me lembro de nada disso, será que você pode parar??

Todos olharam para minha cara espantados, acho que era a primeira vez que me viam gritar com alguém. Saímos da sala de História da Magia em silêncio e sentamos na mesma bancada para a aula de Aplicação de Cálculos em Poções. Stuart sentou na bancada ao lado, e parecia magoado. Senti-me um idiota por ter gritado, ele só queria se enturmar, mas cheguei ao meu limite de paciência para um dia só. O professor Collins recomeçou a escrever as fórmulas e agora já precavidos, copiamos depressa junto com ele. Um garoto na primeira bancada arrancou a folha com violência do caderno e o professor fez um risco imenso no quadro, se contorcendo.

- O que eu disse sobre arrancar folhas de caderno? – falou furioso encarando o garoto, que se encolheu e pediu desculpas – Vai fazer uma redação de 100 palavras sobre o uso preciso de cálculos em poções – Deixei escapar uma risada e ele me encarou – Algum problema, senhor…?
- Storm. E não, nenhum problema, professor.
- Achou engraçado seu colega ter que fazer uma redação de 100 palavras? – continuou – Vamos ver se ri disso também… Quero uma do senhor do mesmo tema, mas de 300 palavras. Que tal?

Abri a boca para responder que não tinha feito nada, mas Shannon segurou meu braço me olhando séria e não falei nada. A turma inteira agora estava calada, copiando a matéria. Vez ou outra ele me perguntava alguma coisa sobre o que estava escrevendo no quadro, sabendo que eu não fazia idéia da resposta. E a cada vez que não respondia, ele acrescentava 10 palavras à minha redação. Pela segunda vez no dia, cheguei ao meu limite.

Eu não sei bem o que me motivou. Talvez tenha sido toda aquela palhaçada de redação. Mas naquele momento eu havia tomado uma decisão. Estava na hora de declarar minha independência, mesmo que ninguém me apoiasse. Abri o caderno em uma página em branco e lentamente, fui destacando a folha. A turma inteira acompanhava com tensão a mão do professor tremer no quadro, riscando torto até quase atingir a parede. Ele se virou e me encarou espumando de raiva e sabia que levaria uma suspensão, mas não me importava mais se estava só. Tudo bem, eu suportaria tudo sozinho.

Só que de repente, eu não estava só. Stuart ficou de pé e erguendo o caderno, também arrancou uma folha. Olhei para ele agradecido, e mesmo sem ter dito nada, sabia que ele tinha entendido o que eu queria dizer. Sean levantou depois dele e repetiu o gesto, seguido por Evan e depois Shannon. Um a um, todos foram ficando de pé e arrancando uma folha do caderno.

Talvez tenha sido o desejo de todos de se rebelar, talvez não. Mas o que importa é que naquele momento encontramos uma única voz, uma ação única contra um inimigo em comum. E naquele momento era doce o sabor da vitória.
No fim das aulas do dia nos reunimos no campo de quadribol, e munidos de rolos de papel higiênico e bosta de dragão importada das estufas da professora McPhee, marchamos rumo à vila onde os professores moraram. A frente da casa do professor Collins ganharia uma nova decoração.

- Ei Gabriel, pega! – Stuart atirou um rolo de papel higiênico pra mim, segurando a ponta dele para enrolarmos na varanda

Corremos pelo jardim da frente esticando dúzias de rolos até que o verde da grama estivesse completamente branco, e atirando bosta de dragão nas janelas e paredes da casa. De vez em quando esbarrava em alguém cruzando o gramado, mas estávamos ocupados demais rindo para perceber qualquer coisa.

- Ele acendeu a luz, corram, corram! – ouvi Sean gritar em meio às gargalhadas e larguei o rolo que segurava, correndo rua abaixo com eles, todos rindo

Naquela 1ª semana no colegial, na medida em que eu olhava a classe junta, descobria coisas sobre aqueles estranhos que acabava de conhecer. Estranhos exatamente iguais a mim. Todos nós compartilhávamos as mesmas sensações, os mesmos temores, a mesma solidão. Estávamos apenas começando, e só havia um caminho para seguir. E foi assim que caminhamos: Juntos. E Juntos, caminhamos para muitas detenções naquela semana. Mas valeu a pena.

Sunday, September 02, 2007

From the Depths of my soul I long for her

Lembranças de Seth K.C. Chronos

Eu estava deitado no meu quarto em Paris, no último dia das férias. Griffon já retornara da loja do George e no dia seguinte voltaríamos para Beauxbatons. Podia ouvir o barulho dos treinos de meus pais e de Griffon, mas não tinha animo para participar deles. Mantinha em minhas mãos o pingente apenas pensando na Luna. Será que eu havia entendido tudo errado?? Será que tinha feito alguma besteira? Algo que ela não tenha gostado?? Mas parecia que ela sentia o mesmo que eu... Nesse momento, o pingente ardeu forte, o sinal que eu a ensinei que deveria fazer caso estivesse com medo que eu iria até ela, onde quer que eu estivesse. Senti medo e preocupação, como nunca senti em minha vida e saltei pela janela e antes mesmo de tocar o chão já corria para a rua para poder aparatar.

Aparatei próximo da casa dela, na ponte onde nos despedimos, e sai correndo procurando por emboscadas e perigos, mas não havia nada a vista, e isso só aumentou minha preocupação. Cheguei à casa da Luna finalmente e ela estava sentada no chão do jardim olhando as flores que enfeitavam seu jardim. Procurei sinais de perigo, mas não vi nada e me aproximei correndo dela.

- Está tudo bem Luna? O que houve?

Ela me olhou nos olhos e sorriu. Ele pulou em mim e me beijou com felicidade, alegria, ternura e determinação, como se fosse a ultima coisa que faria nesse mundo. Eu fiquei sem entender, mas a beijei na mesma intensidade. Após alguns minutos nos paramos e ela deitou a cabeça em meu peito e senti que eu chorava, mas ela estava como sempre fora, decidida e feliz.

- Sim, Kam, eu aceito. Quero ser sua namorada e nunca mais sair de perto de você, ou deixar que você se vá. Vem, quero te mostrar uma coisa.

Ela me levou pro quarto dela e sentou na cama dela, indicando para que eu sentasse ao lado dela. Fiquei sem jeito, mas sentei ao seu lado. Ela segurou minha mão e olhou para o teto, apontando a varinha para as imagens dos amigos dela e murmurou.

- Seth Kamui Capter Chronos.

Na mesma hora a imagem começou a se desfazer em nuvens prateadas e a formar uma nova imagem. Era a imagem de um garoto de uns 12 anos sentado olhando a lua, sua silhueta recortada contra a lua e o céu estrelado. Reconheci como o dia que nos vimos pela primeira vez. A imagem estava cheia de palavras, algumas firmes, outras parecendo confusas e sem forcas. Palavras como: “He's my best friend! Why do I feel like this when I'm with him...Why I can't stop thinking about him...Why he's so cool, so good, so friendly...I feel so lonely when I’m not with him…I miss you, Kam…Do I like him?......Do I love him?”

E para minha imensa felicidade, a escrita mais recente, mas firme e que ocupava um tamanho enorme da imagem lia-se...."Yes, I DO LOVE HIM!"

Fiquei sem palavras e senti a emoção vindo aos meus olhos. Olhei pra ela sentindo uma felicidade imensa e ela sorriu pra mim com calma, apagando todas minhas incertezas e tristezas.

- Eu sempre gostei de você... No inicio achei que era só amizade. Mas desde a primeira vez que te vi no chapéu seletor, não conseguia parar de pensar em você. Muitas vezes mal tinha concentração nas caçadas e conversas com papai, lembrando de como nos falávamos em Hogwarts... Mas quando nos beijamos fiquei em duvida comigo mesma... Não sabia se eu gostava de você só como amiga ou não. E não queria te magoar de jeito algum... Por isso quis pensar melhor. Mas não conseguia tirar mais você da cabeça muito menos o nosso beijo... Eu quero ficar pra sempre ao seu lado, Kam. - ela me abraçou e deitou a cabeça em meu ombro e eu passei o braço por cima dela. - eu enfeiticei essa imagem esse ano. Antes ela ficava escondida atrás daquele armário. E usei a senha que ninguém mais usaria, pois sei que sou a única que te chamo de Kam e quando falo seu nome todo o incluo.- essa primeira vez que nos vimos foi algo mágico... Foi o destino só pode ter sido. Eu também não tirava você da cabeça e como você, eu achei que era por amizade. E por teimosia não quis acreditar quando o Gabriel falou que eu estava apaixonado por você e quando eu mesmo sabia disso... Eu já prometi uma vez, nunca mais vou sair de perto de você. Agora que posso aparatar vou te ver o tempo todo. - beijei sua cabeça e fiz carinho nela.
- Vamos falar com seu pai? Acho que ele vai gostar... Ou não vai querer alguém tomando a Luna dele? E depois podemos ir lá em casa, tenho certeza que mamãe sempre soube que íamos namorar, já papai do jeito que é lerdo para notar, vai até se assustar por eu estar já namorando... – Ela riu com gosto e ficou ainda mais linda.- Ele vai adorar. Não é todo dia que se é sogro de um meio vampiro e parente de um meio-vampiro adulto e uma bruxa do nível da sua mãe. E você agora vai ajudar a ele no pasquim e nas nossas buscas para comprovar que nagaurés existem, mas já sei que eles existem.