Friday, January 20, 2006

Acertando as contas com o Sr. Ministro, vulgo, papai.

Da velha caderneta de Samuel Stardust


IS: Sente-se Samuel...
SB: Pai, o senhor tem que me ouvir. Eu tenho o direito de me explicar!
IS: Ah é? Pensei que eu era o Ministro da Magia que conhecia todos os direitos e deveres... Mas tudo bem, explique-se!

Droga... Porque as palavras não saem da minha boca quando eu mais preciso delas? Porque sempre que meu pai me encara com aquele olhar de dono da razão e da questão, todos os meus argumentos se evaporam? Fiquei parado encarando ele atônito. Queria realmente acreditar que estava tendo um péssimo pesadelo. Encarei as janelas altas atrás da poltrona onde meu pai me olhava com a mesma expressão vencedora, tentando buscar algo que pudesse me ajudar, me defender.

IS: O que foi? Estou esperando que apresente as suas explicações...
SB: Foi só uma brincadeira pai!
IS: Foi só uma brincadeira? Ah, mas você anda com brincadeiras tão irresponsáveis e inconseqüentes Samuel. Não sei aonde você e seus amigos iriam parar com tantas “brincadeiras”.
SB: Olha, a gente não fez nada por mal certo? Você não conhece a professora Milenna, porque se conhecesse iria querer, você mesmo, acender o fogo pra que se queimasse!
IS: Samuel, você fala isso como se não tivesse nenhuma noção da sua irresponsabilidade. Queimar uma professora? Além disso, colocar em risco a vida de dezenas de pessoas quando por um acidente e um duelo infantil botaram fogo em todo o acampamento?
SB: Pai...
IS: Não há argumentos não é mesmo? Você admite que errou então? Samuel, primeiro recebo um berrador com uma voz aguda que berrou em plena mesa de reuniões com muitos dos Ministros da Magia de todo o mundo, dizendo que o meu filho estava por trás de um incêndio no acampamento escolar, e depois uma notificação para comparecer até o castelo, porque meu filho resolveu brincar de índio e queimar uma professora viva? O que você acha que as pessoas estão pensando? Que eu não sei educar meu filho e que não sei colocar limites! E a brincadeira dos Comensais que me gerou muitos problemas... Ah, você nunca poderá entender não é mesmo?
SB: Desculpa... Eu não queria te prejudicar pai... Eram apenas brincadeiras! A gente não ia matar a professora ok? Era só um susto!
IS: Agora não me adiantam de nada as suas desculpas... Você estará partindo amanhã pra Durmstrang... Hagen Poliakov aceitou a sua matrícula e você terá o fim de semana inteiro para se acostumar com o lugar. A sua lista de materiais já foi providenciada e está no seu quarto e...
SB: Tem mais alguma coisa ainda? Você está me mandando para dentro de um cubo de gelo, sem pedir minhas opiniões, e o que mais que quer?
IS: Deixe a sua Firebolt, e todos os livros de quadribol, seu conjunto de quadribol e todas as outras coisas relacionadas ao esporte comigo antes de partir. Nada de quadribol na Durmstrang... Você terminará esse ano lá, e prestará os NOM’s. No sexto ano começará um estagio no Ministério e quando se formar, trabalhará lá definitivamente.
SB: Pai, eu não vou trabalhar no ministério e eu não vou deixar de jogar quadribol. Você pode até tentar me impedir, mas se você quer saber, eu quero ser jogador da seleção francesa, orgulhe-se você ou não, também não me importo agora. Se já terminou eu vou subir ok? Estou cansado, e como você mesmo disse, amanhã estou de partida. Mais uma pergunta: Samara veio passar o final de semana aqui com você ou está com mamãe?
IS: Não lhe perguntei nada Samuel. Deixe sua vassoura aqui! Samara está no quarto dela, e sim, você está liberado...

Acho que soltava fumaças pelas orelhas quando subi as escadas. Eu estava com ódio do meu pai, queria gritar, brigar, fazê-lo entender que não sou etiquetado e comportado como ele, que não quero e nem pretendo seguir carreira no Ministério da Magia. Subi até o quarto de Samara, e ela estava sentada na cama desenhando. Quando me viu, correu e me deu um longo abraço, pulando em meu pescoço.

Samara: Samuel! Porque você não veio nas férias? Estava com saudades de você!
SB: Eu também estava... Queria contrabandeá-la pra Beauxbatons comigo maninha! Aliás, Durmstrang...
Samara: Ah, eu ouvi papai dizendo que você seria transferido pra lá... Eu sinto muito! Papai estava fulo quando recebeu sua notificação...

O dia amanheceu e quando terminei de tomar o café da manhã, minhas malas e a Mariel, já estavam ao pé da lareira. Entreguei minha vassoura e todos os outros artigos de quadribol pra ele e contrariado peguei o pó de flú gritando claramente: INSTITUTO DURMSTRANG!


(continua...)

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