Wednesday, January 25, 2006

Missão quase impossível

Da velha caderneta de Samuel Berbenott

Cai de joelhos em um macio tapete de pele de urso esticado defronte da lareira em um aposento escuro. Várias e várias estantes de livros com capas negras, castanhas e vinho, alguns objetos diferentes, arquivos, uma mesa e uma poltrona e alguns quadros. Levantei-me sacudindo as cinzas e me endireitei preparando pra sair da sala, sem notar um homem que saiu de um canto escuro do aposento e me encarava satisfeito! A julgar pela sua pose de autoridade, eu constatei que estava de frente com o meu novo diretor. Hagen Poliakov tinha cabelos aos ombros, lisos e castanhos, o rosto enrugado e uma expressão nada sorridente como costumava ser a de Madame Máxime. Seus olhos eram verdes escuros e ele trajava longas vestes totalmente negras, inclusive as peles de pantera sobre os ombros.

HP: Bem-vindo ao Instituto Durmstrang... Presumo que não conheça o castelo, e nem suas regras, então, se o senhor estiver a boa vontade de sentar-se pra conversarmos...

Ele apontou uma poltrona em frente a sua mesa e a contornou sentando-se em minha frente, empilhando alguns pergaminhos ao lado e começando a falar.

HP: As aulas ocorrem durante a parte da manhã e de tarde. Os alunos não devem estar nos jardins após as nove da noite. Não permitimos namoros dentro dos terrenos do castelo. As lareiras de Salões Comuns e outras salas só serão acesas se houver necessidade extrema em função de ensinamentos ou demais urgências. Não se pode criar animais dentro do castelo, por isso sua fênix já foi mandada ao poleiro nos terrenos de trás. A biblioteca fica aberta durante todo o dia até as nove da noite... Mantenha suas coisas organizadas no dormitório e uma boa relação com os demais estudantes e professores. São quatro casas: Draccon, Sammaine, Seathain, e Lughnash, mas pelo que me conta no seu histórico, você fica na Sammaine. Por enquanto é só! Alguma dúvida?
SB: Tenho uma dúvida sim... Será que eu tenho permissão para chorar de desespero?

Ele me olhou indiferente e como se eu não tivesse dito nada, chamou um homem curvado que passava no corredor, o nome era Ivan, e lhe pediu que me acompanhasse até os dormitórios. O castelo era bem menor que o de Beauxbatons, e apesar de se estar fazendo sol lá fora, eu tremia de frio. Fiquei imaginando aterrorizado o frio do inverno deles, quando me deparei com uma porta de carvalho escura. Ivan me apontou ela e se retirou. Entrei no dormitório, que estava vazio àquela hora. Havia um beliche em um canto, duas mesas de cabeceiras ao seu lado, e no outro canto, uma cama de colunas, onde reconheci meu malão e o restante das minhas coisas. Em cima da cama estavam esticados lenços, cachecóis, luvas e distintivos da casa, e duas peles de animais. Realmente eles não queriam me deixar desprevenido no inverno... Fiquei sentado com meus pensamentos encarando a janela. Fazia um ensolarado e frio sábado matutino, e nos jardins eu via muitos pontos vermelhos caminhando.

SB: Ok... Vamos pensar... Eu preciso arrumar um jeito de sair desse hospício! Lareiras e flú? Não, impossível! Nenhum professor me daria autorização para acender a lareira com a justificativa de uma fuga... Quem sabe então uma chave de portal? Se eu fosse fazer uma, provavelmente terminaria na Sibéria! Aparatar eu não sei, e me transformar em um leopardo não adiantaria de nada, por que não seria muito comum avistarem um andando por aí... Pense Samuel... Água! È isso! Vou fugir por esse rio... Ele provavelmente vai dar em um mar, uma cidade, e eu pego um trem de volta à Paris! Ta, vai fugir pelo rio... Como Samuel? Droga... Assuma, você está ferrado! Quem sabe uma jangada? Uma bóia de braço? Um bote? É isso! Um bote trouxa daqueles que a gente vê em filmes! Ian! Ian vai ter que me ajudar e me mandar um desses...

Armei um plano, e mandei uma carta apressada pra Ian. Ele precisava me ajudar a sair daquele manicômio, ou eu ficava doido rapidinho... Não, eu não estava ficando doido! Meu plano tinha 99% de chance de dar errado e eu ser descoberto, pego em flagrante, mas eu iria agarrar e investir tudo no 1% de chance de dar certo... Era só uma questão de esperar!

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