Thursday, January 05, 2006

Ano Novo e os velhos fantasmas de volta!

Do diário de Morgan O’Hara

Nosso fim de ano no lago Moliets foi super animado. O professor Pierre chamou alguns meninos e se embrenhou no mato trazendo um gordo javali para a ceia. Um dos meninos voltou branco como cera, e o professor, deu pra ele tomar um pouco de conhaque. Tive pena do rapaz, porque a primeira vez que se tira a pele de um animal na floresta é assim mesmo; por sorte os elfos é que iriam assá-lo. Ian, Samuel, Dominique e Bernard garantiram o show pirotécnico com fogos trouxas, e foi quase tão bom, quanto se tivessem usado os fogos Filibusteiros. Bem, tinha as brigas entre Adhara e Ian, mas já faziam parte do clima de acampamento, por sorte não havia ossos quebrados, apenas orgulhos feridos e egos super inflados.
Eu havia saído para buscar um pouco de chá para Marienne que havia brigado com Julian logo cedo, e estava desconsolada.
MD-Não quero saber mais dele, Morgan.
MOH-Calma, Marienne, o que foi?
MD-Ele diz, que está cansado de minha indecisão, que não vai ficar me esperando a vida toda.
MOH-Mas vocês, estão namorando não é? - perguntei meio indecisa achando que havia perdido, algum detalhe da conversa. E como diz a Isa, detalhes fazem a diferença!
MD-Estamos... mas ele quer me apresentar pra família, e eu acho que ainda é cedo.
MOH-E que mal há em ser apresentada para a família dele? Mesmo que vocês não se casem, poderão ser amigos não? Espera que já venho. - sai da barraca e fui buscar um chá na cozinha para ela, mas encontrei Julian e ele também resolveu se queixar da irracionalidade de Marienne, me fazendo demorar mais do que gostaria.
Quando retornei nossa barraca estava toda revirada, chamei por Marienne e não obtive resposta, saquei a varinha e fui procurar em volta, ao longe eu podia ver que Adhara, Samuel e Ian estavam numa espécie de duelo, e todos iam saindo da frente dos feitiços. Comecei a entrar mais pela floresta e ouvi o som de alguém pedindo socorro, não distingui direito, mas podia ser minha amiga precisando de ajuda. Avancei mais rápido e fui me embrenhando mais, sabia que não estava sozinha ali, me sentia observada.
Dei de encontro com um vulto encapuzado. E ambos dissemos ao mesmo tempo:
-IMPEDIMENTA
-PROTEGO.
Um escudo se fez em minha frente, rebatendo o feitiço lançado. E para meu horror era um comensal da morte, que riu sardonicamente quando me viu:
-Ora, ora, ora... Uma das garotinhas de Máxime, solta na floresta... Não tem medo do lobo mau?
MOH-Não tenho medo de nada. - tentei fazer com que minha voz soasse corajosa.
E começamos a lançar feitiços um contra o outro, quer dizer, eu mais me defendia que atacava, ele era muito forte, até que ele foi me empurrando mais para dentro da floresta, e pisei em um buraco, que me derrubou no chão, bati a cabeça numa pedra, ficando zonza, dei um grito quando levei um chute e perdi minha varinha:
CM-Bem... Apesar de você ser bonita, devo fazer o que me foi ordenado pelo Lord das Trevas. Matar algum aluno daquela aberração, e mostrar que somente os sangues puros vão herdar este mundo. – eu ainda via pontos pretos em frente aos meus olhos, quando ele gritou:
-Morsmodre. - e a marca negra se projetou no céu.
CM-E agora, eu posso contar com seus gritos de medo? Não gosto de vítimas que não gritam quando eu as machuco. Quero que implore por sua vida.... - e me chutou novamente, e ouvi o som de alguma coisa se partindo.
Comecei a me arrastar enquanto ouvia sua risada insana, e novamente me chutava, o ar já estava me faltando e minha vista embaçava com as lágrimas que caiam contra minha vontade:
MOH-Eu não vou gritar seu porco. Metido a valentão só com mulher não é?
CM-Tsc, tsc... Sua mãe disse a mesma coisa, antes de morrer.
Olhei espantada para ele e ele continuou:
CM-Fui eu sim, garotinha, que matei seu pai e sua mãe. Ou acha que eu não iria reconhecê-la, como filha daquele puxa-saco do velho babão, amante de trouxas?
Então era ele que havia matado meus pais... A maldade realmente fazia parte daquele ser, mantive os olhos abertos, embora a dor fosse enorme, não iria dar-lhe o gosto de fraquejar, quando o vi levantar a varinha, me preparei para morrer.
CM-Avada....
-EXPELLIARMUS!
Duas vozes gritaram de repente, e vi uma sucessão de feixes de luz, passando por cima de mim, percebi que os "mocinhos" chegaram e iriam pegar aquele bandido. A dor que eu sentia ao lado do corpo era tanta que eu só queria fechar os olhos e dormir só um pouquinho. Ainda ouvi um som de alguém correndo, e uma voz grossa dizendo:
-Eu pego ele, fica com ela....
Senti um toque suave me levantando no colo, e a voz mais doce que eu podia desejar ouvir naquele momento:
-Amor, eu tô aqui. Está tudo bem agora. - e lágrimas caíram em meu rosto, fazendo-me abrir os olhos e dar de cara com Carlinhos me carregando com todo o cuidado que a situação permitia:
MOH-Sabia que você ia dar um jeito de me ver, não ia agüentar ficar longe. - fiz uma piadinha e tentei rir mas doía demais.
PC-O que houve aqui? Mon Dieu, Senhorita O’Hara... E você quem é? O que fez com minha aluna? - disse apontando a varinha ameaçadoramente.
CW-Sou o noivo dela, e ela foi atacada por um comensal da morte. Ele fugiu, mas, um auror foi atrás dele.
MOH-É meu noivo, professor. Estou tão cansada....
CW-Fica acordada Morgan, agüenta firme, já estamos chegando. - e logo eu estava na barraca dos professores sendo atendida por Milena, que usava suas ervas em profusão para que eu melhorasse. Devo reconhecer, a bruxa era eficiente.
Quando ficamos sozinhos, Carlinhos enfaixou minhas costelas, pois os ossos foram consertados, mas, a sensação dolorida ainda persistia, demoraria alguns dias para melhorar.
MOH-Carlinhos, o comensal... ele disse que matou os meus pais. - disse aflita.
CW-Eu sei.
MOH-Como que você sabe? Aliás como você soube que eu estava sendo atacada? - fui perguntado e fiz uma careta de dor ao me sentar rápido demais.
CW-Eu e o Quim estávamos perseguindo este Comensal, aqui em Paris. E as pistas nos trouxeram até o lago, pois a ordem recebeu há poucas horas a informação que ele atacaria vocês. Quando ele conjurou a Marca Negra foi só aparatar no local. Graças aos deuses que chegamos a tempo. - e ele virou o rosto, pois seus olhos estavam brilhando.
MOH-O Quim pegou ele?
CW-Não. Acabou perdendo o rastro dele, próximo da cachoeira.
Eu podia começar a brigar com ele por me esconder uma coisa importante destas, mas eu ainda estava dolorida demais, quando ele veio com uma idéia.
CW-Morgan... Você não gostaria de passar esta ultima semana, comigo no Chatêu? Posso pedir para seus professores te liberarem, depois do que houve no acampamento, acho que você precisa de tranqüilidade, uma cama bem confortável e um enfermeiro VIP cuidando de você, dia e noite.
Sorri e sacudi a cabeça concordando. Apesar de adorar a vida ao ar livre, chega uma hora que você quer o bom e velho conforto da cidade, especialmente se você tem dores para respirar.
E nada melhor do que um belo Chateux em Paris, junto com a pessoa que você mais ama no mundo.

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