Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
BL: Deixa ver se entendi: você saiu decidido a namorar a Marie e voltou namorando a Nathalie?
IL: Exato.
BL: Você percebeu que apesar dos nomes rimarem, elas não são a mesma pessoa não é?
Descíamos para a aula de Zoologia e eu explicava pela 5ª vez o que havia acontecido em Paris depois que me separei deles. Bernard não gostou muito do rumo que as coisas levaram e constantemente me dizia que estava indo pelo caminho errado para acertas as coisas.
IL: Já falei mil vezes que eu não estou usando a Nat pra fazer ciúmes na Marie, eu gosto de verdade dela!
BL: Eu não estou duvidando que você goste dela, mas não gosta como namorada, vocês já tentaram uma vez. E ninguém muda de opinião quanto à pessoa que quer de verdade em 5 minutos!
IL: Não enche Bernard! Não tenho que lhe dar satisfação da minha vida! –
Larguei Bernard para trás, virando-me sem prestar atenção e esbarrando em um menino ruivo e de óculos que reconheci vagamente como aluno da Sapientai.
- Desculpe...
IL: Não olha por onde anda não, ô quatro-olhos!
- Algum problema ai? – disse um outro menino, acho que amigo do ruivo.
BL: Problema nenhum. Ignorem meu amigo, ele está sob pressão...
Bernard saiu me empurrando colina abaixo em direção ao picadeiro em que tínhamos aula, deixando os garotos olhando sem entender a minha explosão sem motivo. Alcançamos o resto da turma e logo achei Marie de braços dados com o bolha d’água do Antoine. Ela o largou assim que nos viu, caminhando em nossa direção, e Bernard me puxou pela manga do casaco.
BL: Vê lá o que você vai dizer pra ela, não seja mal-educado!
IL: Mal-educado, eu? Sou um cavalheiro, nunca diria nada rude a ela...
ML: Olá meninos! Nossa Ian, quanto tempo! Não vejo você direito desde que saímos do barco no sábado!
IL: É, tenho andado meio ocupado com a Nat...
ML: Ah é mesmo, vocês estão namorando, eu soube. Esperava que soubesse por você e não por terceiros...
IL: Ora, você também não me comunicou pessoalmente sobre seu namoro com o Georges, descobri por acaso vendo vocês se agarrando no meio da rua!
ML: Não estava me agarrando com ninguém!
BL: Por Merlin... Dá licença, mas to sem paciência pra vocês dois hoje!
Bernard passou pelo meio de nós dois e parou ao lado de Dominique, impaciente. Marie e eu continuamos debatendo sobre quem tinha o melhor namorado ainda por um tempo, até que o professor surgiu do meio da mata e a turma se calou. Sai de perto dela e fui me sentar com Nathalie, que havia acabado de chegar.
- Boa tarde meus alunos prediletos, como estão hoje? Espero que bem, pois quero todos animados com o nosso próximo projeto!
A turma imediatamente se inquietou. Projeto de Pierre Coussot era sempre sinônimo de diversão.
- Vou explicar: Eu, juntamente com a nossa querida professora Milenna Dartagnam, - e a turma toda fez uma notável careta ao ouvir o nome da detestável professora - organizei uma pequena excursão para os alunos de 5º a 7º ano. A excursão consiste na verdade em um acampamento no Lago Moliets, onde estudaremos um pouco mais sobre Botânica e Zoologia, num ambiente mais natural e imprevisível. Há vagas para todos os interessados em ir e partiremos do castelo dia 18/12, retornando dia 03/01. Sim, será durante as férias de Natal, madame Maxime não autorizou que vocês perdessem tantos dias de aula, tendo NOMs e NIEMs tão próximos. Os interessados devem se inscrever em meu escritório até o final dessa semana. Garanto que os que optarem por deixar as famílias desfalcadas nesse fim de ano não se arrependerão! Estamos programando diversas atividades e poderemos saber um pouco mais sobre o que temos estudado aqui dentro do castelo.
Após a explicação do novo projeto dele, foi impossível dar aula. Ninguém mais calou a boca e o assunto não era outro senão o tal acampamento. Nathalie disse que não iria, pois não gostava de passar as festas longe da família, mas parece que foi a única a não aderir à excursão. Eu iria, sem duvida. Não queria mesmo ir para casa agora, com a brincadeira dos comensais tão fresca ainda na memória do meu pai, tinha receio dele me prender lá e não me deixar mais voltar. Virei para meus amigos e eles na hora disseram que iriam, que não perderiam isso por nada. Marie parecia também concordar com a idéia e para minha infelicidade, o bolha d’água também iria. Bom, nem tudo é perfeito. Mas até que vai ser bom ele ir, quem sabe não afogo ele num lago de lá e deixo a policia trouxa achar o corpo boiando, como nos filmes deles...
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