Sunday, December 04, 2005

O anel de Claddag

Do diário de Morgan O’Hara

MD-Você não quer vir mesmo, Morgan? Adoraríamos a sua companhia... - insistiu minha amiga mais uma vez, enquanto passava embaixo de uma nuvem de perfume.
MOH-Não. Preciso terminar estas coisas e quero ver o Porshy. Ele está sumido estes dias. - e guardava nos bolsos da veste alguns biscoitos de canela.
MD-Ok. Trarei as coisas que você pediu, não se preocupe. - disse enquanto saía do nosso dormitório.

Havia voltado a poucos dias de Londres, e por causa da enorme quantidade de matérias atrasadas resolvi não ir ao passeio pelas ruas de Paris, embora Isa dissesse que seria uma ótima oportunidade de relaxar depois da tensão que vivi. Bem... Vontade não me faltava, mas eu tinha outras coisas em mente.
MOH- Porshy preciso de você. - disse em alto e bom som, e um ploc logo foi ouvido.
Proshy- Estou aqui Mestra.
MOH- Não gosto de fique que chamando de mestra, você é livre, e sabe disso.
Porshy - Eu sei, mas é como deve ser agora. - respondeu e pelo seu jeito não adiantava insistir.
MOH- O que você descobriu em minha ausência?
E logo ele me contava que o professor de Mitologia tinha um armário em seus aposentos, que ele não permitia que se aproximasse. Seu colega elfo foi duramente repreendido, quando tentou abrir o armário para guardar as roupas e o professor o ameaçou de lançar-lhe um feitiço de extinção.
MOH-Mas... O que ele costuma fazer nestes dias de folga? Conseguiu alguma coisa?
Porshy-Ele não permite que limpemos os seus aposentos sem sua presença. Porshy vai ter que ir lá, outra hora.
MOH-Sim, com bastante cuidado. E foi só este professor que agiu estranho?
Porshy - Não mestra, aqueles homens do Ministério também agem esquisito. Porshy ouviu conversas sobre represálias, mas quando eles viram que eu estava na sala, mudaram de assunto.
MOH-Bem acho que vou dar uma volta pelo castelo, e tentar descobrir mais alguma coisa, sobre estes professores.. - eu falava quando ouvimos um barulho na janela.
Olhei para lá e meu queixo caiu: Havia um hipogrifo enorme em frente da minha janela e em cima do animal, Carlinhos sorria travessamente.
MOH-Você enlouqueceu? – enquanto abria a janela e olhava ao mesmo tempo brava e encantada por vê-lo.
Porshy-O mestre está curado! - dizia dando pulinhos ao meu lado.
Carlinhos acenou para ele e perguntou:
CW-E aí? Não quer sair comigo? O Bicuço gosta de voar com garotas bonitas. - e me estendeu a mão.
Logo estava passando minhas pernas e saindo pela janela, segurei em sua cintura, enquanto voávamos cada vez mais alto.
Abracei-o forte e disse em seu ouvido:
MOH-Você quase morreu, como deixaram você sair por aí assim? É perigoso.
CW-Estou curado! Alguém precisava tirar o Bicuço da sede da Ordem e devolver ao Hagrid em Hogwarts, então eu me ofereci. Claro que avisei que ia fazer um pequeno desvio. - e riu daquele jeito que eu adorava.
-Segure-se. - e com um pequeno gesto de sua mão na corrente, o hipogrifo desceu rápido fazendo meu coração disparar, voando por sobre o lago da escola. Estávamos tão perto que podíamos ver nosso reflexo na água. Pude ver como a escola era linda vista do alto.
Senti um pouco de saudades do tempo que jogava quadribol.
Logo o animal subiu novamente e ao comando de Carlinhos, voou para o pequeno Chateux, próximo do castelo, que eu havia alugado para nós.
Bicuço pousou suavemente nos fundos da casa, próximo ao pomar e assim que descemos ao chão, nos beijamos.
Ficamos alguns minutos assim, até que o bicho resolveu comer meus biscoitos de canela, e fiz a sua vontade.
MOH-Você pode ter uma recaída. - disse com meus olhos grudados nele.
CW-Com o Bicuço eu cheguei aqui em duas horas. Quase tão rápido quando vir de Testrálio, e o Gui sabe para onde vim, e que horas devo estar de volta a Londres.
Entramos na casa e ela estava toda arrumada, como se estivesse nos esperando. Nos sentamos em frente à lareira e nos pusemos a falar sobre as últimas descobertas de Porshy.
CW-Acho que você devia falar com Máxime.
MOH-Falar o quê? Ainda não há nada de concreto. Primeiro vou ver o que descubro, aí falo com ela.
CW-Mas.. .E se algum deles for comensal? Pode estar preparado para alguma coisa assim.
MOH-Por isso preciso investigar, pois o professor de Mitologia é ótimo conosco, quer dizer... O Ian o detesta, acho que é porque algumas meninas são apaixonadas por ele.
CW-Quer dizer que o tal suspeito é bonitão?
MOH-Sim, ele é bem bonito, educado, e tem um jeito de falar... Hu-lá-lááá. - disse fazendo biquinho e revirando os olhos e logo ele me prendia em seus nos braços.
CW-Ah é? Sendo comensal ou não, já não gosto dele. - e começamos a rir, quando ele me colocou de volta ao chão, muito sério, pegou uma caixinha de dentro das vestes e começou a dizer solene enquanto a abria:

"Um jovem ourives foi raptado por piratas, ficou muito tempo longe de sua amada, e enquanto esperava o seu regresso, ele desenhou um anel que exprimia todo o seu sentimento: consistia num coração para expressar seu amor, uma coroa para expressar sua fidelidade e mãos para representar sua amizade. Após cinco anos ele voltou e descobriu que a mulher o havia esperado e a presenteou com o anel. Desde então este anel tem sido um presente de casamento."

CW-Eu havia prometido a mim mesmo, só fazer esta pergunta depois que o perigo acabasse, mas não podemos prever quando vai terminar, e a toda hora que eu vejo você, esta pergunta se forma em minha boca: Morgan... Aceita casar-se comigo? – e antes que eu respondesse ele continuou rápido:
CW- Talvez você queira pensar, ou eu fui apressado demais...
MOH-Aceito. - e estendi minha mão esquerda para que ele colocasse o anel e depois coloquei o dele.
Sei, que vai demorar um pouco para nos casarmos, estou terminando a escola; mas eu já me sinto ligada a ele, como se estivéssemos apenas formalizando algo que nossos corações, já sabem há muito tempo.

N.AUTORA: o anel de Claddag é um costume irlandês, terra da personagem Morgan e é utilizado até os dias de hoje.

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