Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
Faltavam apenas alguns dias para o Valentine’s Day, data em que 97% dos alunos do castelo deixam a timidez de lado e passam a agir como idiotas perto daqueles que gostam e não tem coragem de dizer. E aqueles que já têm alguém, andam pelos corredores com conversas que seriam capazes de matar um diabético. Samuel e eu andávamos com planos para a data e fizemos um pacto pra lá de besta, mas que era questão de honra cumpri-lo: eu teria que beijar Marie na noite do baile e ele teria que encurralar a Amaralina custe o que custar, e não importava os métodos adotados por nós para tal feito. O que nos levou a combinar isso só Merlin sabe. Talvez o desespero por passar a data sem ninguém ou talvez o fato de que já está ficando patética nossa situação com as duas...
Era sexta-feira, 10 de Fevereiro. Nosso primeiro tempo seria Oclumencia, matéria que amo e odeio. A parte que gosto fica por conta das vezes em que faço dupla com Bernard e conseguimos sempre fechar a mentes quando o professor passa. A parte que odeio se deve ao fato de por pura falta de sorte às vezes cair com Marie. Ela SEMPRE consegue invadir meus pensamentos, é impossível bloquear a mente com ela tentando quebrar a barreira. Ultimamente andava pisando em ovos com ela, evitando sempre cair ao seu lado nas duplas da aula pratica. Mas o professor Edward apesar de brincalhão, também era sacana. Ele já havia percebido que para mim o maior desafio na matéria era vencer os feitiços de Marie e dava sempre um jeito de me colocar com ela. Dessa vez não foi diferente.
Já estava quase desmaiando em sala, suando frio de tanto me esforçar, mas havia conseguido pela 1ª vez desde que a matéria foi implantada na grade curricular fechar minha mente. Marie estava irritada por não ter me dobrado e eu aliviado por não ter deixado nada impróprio escapar. Devo admitir que o desespero as vezes faz milagres! Quando a sineta tocou indicando o término da aula recolhi meu material espalhado no chão e me encaminhei para a aula de Transfiguração. Costumava gostar da matéria, mas esse ano tudo estava diferente. Ano de NOMs, os professores estavam forçando cada dia mais informação e revisões intermináveis. O professor carrancudo não estava em sala quando chegamos e nos acomodamos enquanto ele não chegava.
JG: Bom dia classe – disse e nem esperou a turma responder – Antes de começarmos a aula de hoje gostaria de apresentar um aluno novo, transferido de Hogwarts. Esse é Michel Renoir Ducasse, ele vai ficar na Fidei Angeli. Escolha um lugar e acomode-se, por favor.
Saltei da cadeira surpreso, pois ele não havia me dito que estava de mudança para Beauxbatons! Levantei o braço e ele me localizou rápido, vindo se sentar ao meu lado. Ele já estava usando o uniforme da escola, mas não parecia muito empolgado com as mudanças repentinas. O professor Grangier deu inicio a uma revisão sobre como transfigurar objetos pequenos em patos e Logo a sala se encheu com o som de patos assustados e asas batendo sem parar. Meu bloco e o de Michel permaneciam intactos na mesa enquanto conversávamos, sem prestar atenção nos exercícios.
IL: Porque não me avisou que viria?
MD: Não deu tempo, até ontem a noite não sabia de nada... Papai decidiu de ultima hora me mandar pra cá.
IL: Eles vão voltar a morar na França então?
MD: Tudo indica que sim. Papai foi pessoalmente até Londres explicar o motivo de estar me tirando da escola e mamãe me escoltou até aqui. Vou precisar de um tour, esse castelo parece ser imenso!
IL: Não se preocupe, na hora do almoço vamos dar uma volta.
BL: Hei, tem uma aula acontecendo aqui. – Bernard falou se virando para trás.
IL: Michel, esse é meu amigo Bernard Lestel. Michel é meu primo!
BL: Muito prazer. Então você é francês?
MD: Sim, apesar de ter morado na Inglaterra a maior parte da minha vida...
DC: Quem mora na Inglaterra aí? Dominique Cartier, muito prazer primo do Luke.
ML: Será que dá pra vocês calarem a boca?
MD: Acho que não fomos apresentados ainda, me chamo Michel... – ele falou soltando a mão de Dominique e a estendendo para Marie
ML: Marie Laforêt, muito prazer. Agora façam silencio, estão me desconcentrando!
MD: Sua amiga? Muito bonita ela...
IL: É sim, mas não é pro seu bico.
MD: Como você pode dizer isso?
IL: Porque conheço seu tipo e você não serve pra ela...
DC: Hei Luke, meu pato saiu xadrez, olha que engraçado ele ficou!
Dominique fez o pato xadrez voar pra cima de mim com a varinha e me assustei, esbarrando em Marie e sem querer fazendo com que ela explodisse o seu ao invés de transfigura-lo outra vez em bloco de madeira. Bernard e Dominique começaram a rir em meio às penas que voavam pelo ar e Marie me beliscava, mas eu não conseguia conter as gargalhadas. O professor veio irritado até onde estávamos e saiu distribuindo detenções para todos, nem Michel escapou. Antes de nos liberar, fomos obrigados a ouvir um discurso sobre como deveríamos estar nos comportando com os exames cada vez mais próximos e que ele notava que a maioria dos alunos não estava levando os NOMs a sério.
MD: NOMs? Vocês ainda não prestaram os exames? – Michel falou depois que saímos da sala.
DC: Não, por quê? Eles são em Junho.
MD: Eu já fiz os meus ano passado...
BL: Ah é verdade, eu li que em Hogwarts os exames são no 5º ano. Aqui é diferente...
IL: Então quer dizer que você vai ter que fazer outra vez?
ML: Claro que não, basta ele apresentar as notas dele a Maxime e ela terá que libera-lo.
MD: Assim espero, não estou disposto a refazer tudo.
DC: Bernard, NOMs são padrão para todas as escolas, certo? Quer dizer, as matérias básicas são as mesmas?
BL: Sim, por que pergunta?
DC: Então Michel pode forçar um pouco a memória e dizer o que caiu não é? Será que usando Legilimencia conseguimos obter as questões?
ML: Por Merlin Nick, que idéia absurda... Com licença, vou almoçar.
Marie saiu inconformada com a idéia de Dominique, mas até que ela não era ruim. Afinal, pra que estamos aprendendo essas técnicas se não podemos usa-las? Pulamos o almoço e fomos mostrar o castelo para Michel, apresentando a ele as pessoas que valiam a pena. Ele reconheceu as meninas que vieram de Hogwarts no inicio do ano, mas não sabia o nome de nenhuma delas, só as conhecia de vista. Esbarramos com Samuel quando voltávamos para o Grande Salão e depois de apresenta-lo ao meu primo, ficamos para trás e deixamos os outros irem almoçar.
SB: Nosso pacto está de pé não é?
IL: Lógico! Ainda não sei como fazer, mas vou conseguir.
SB: Ora Luke, já faz tanto tempo assim que você esqueceu como se faz? – disse rindo
IL: Muito engraçado... Você entendeu o que eu quis dizer. Não sei se quero que ela saiba que fui eu...
SB: Vai beijar e correr?
IL: Não sei, preciso pensar. O importante é não deixar nunca elas saberem que isso foi uma espécie de aposta ou vai tudo por água abaixo!
SB: Bem lembrado, temos que levar isso pro tumulo!
IL: Esse ano o Valentine’s Day promete companheiro Samuca...
SB: Ah se promete companheiro Luke!
Entramos atrás dos demais no Grande Salão e todos estavam reunidos da mesa da Nox hoje. Os moradores desse castelo podem aguardar, pois tem mais coisa sendo preparada para comemorar essa data que ia além desse pacto inocente... A dupla explosiva esta de volta!
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