Tuesday, February 07, 2006

O castigo vem a cavalo!

Alguns rabiscos de Ty McGregor

Sábado... Finalmente o sábado chegou, vou poder dormir até mais tarde e...
Não, não vou dormir, lembrei de onde estou, quem sou e o que tenho de fazer: começar a cumprir minha longa detenção por causa do funeral egípcio de Napoleon.
A diretora ao distribuir as detenções foi "generosa" comigo, pois os castigos de Gabriel e Miyako foram mais leves se comparados ao meu. Ok, eu concordo que a maior parcela de culpa é minha, e meus amigos foram na onda, mas ter que levantar de madrugada para limpar os estábulos dos mega cavalos de Beauxbatons num sábado, é complicado. Quer dizer, não tanto quanto você descer pra tomar o café da manhã e encontrar seu pai instalado na mesa dos professores, junto com outro Auror e Madame Máxime, falando baixo.
Entrei o mais silenciosamente possível, sentei à mesa e comecei a tomar meu café, pelo canto do olho via meu pai falando com a diretora e não fiquei surpreso, quando ele terminou o café e se levantou.
Sabe... Meu pai tem um jeito de agir específico quando quer intimidar alguém, e estava fazendo uso dele agora, neste exato momento. Forcei-me a continuar comendo, como se não estivesse notando sua aproximação, mas foi em vão:
KM- Bom dia, Tyrone. - disse enquanto se sentava ao meu lado e servia-se de café, e punha mais um pouco em minha xícara.
TM- 'Dia pai. Um pouco cedo para uma visita não? - tentei ser casual.
KM- Vim a trabalho.
TM- Como a trabalho? O que aconteceu?
KM- Alguns Aurores ficarão de guarda na escola, para deixá-la mais segura.
TM- Mas você é chefe de departamento, e isto costuma ser feito pelos novatos da Academia.
KM- E você acha que eu iria perder a chance de poder falar com você? Termine seu café, você tem trabalho a fazer.
Acabei de comer e saímos em direção aos estábulos; achei que meu pai fosse falar sobre a minha detenção, mas ele começou a me dar bronca por eu ter mandado um berrador mal educado para minha mãe.
TM- Mas, pai como você queria que eu reagisse?Por que ninguém nunca falou nada?- disse interrompendo o monólogo de papai sobre ter educação com os pais.
KM- Civilizadamente. Como sua mãe contou na carta dela, foi apenas uma vez e numa situação complicada.
TM- Que situação foi esta?
KM- Sua mãe havia passado por problemas sérios de saúde, e na época achávamos que era errado ficarmos juntos, então num baile em Hogwarts eu levei uma namorada, para que sua mãe visse que eu havia partido para outra entende?
Meus olhos estavam arregalados. Era a primeira vez que papai falava comigo sobre o relacionamento dele com mamãe, sem dizer que eu era criança demais para entender.
TM- Nossa... você não tinha noção do perigo. - disse e papai riu do meu comentário.
KM- Sim, e para provar que ela podia me machucar tanto ou mais do que eu à ela... - E me contou como as coisas tinham acontecido. Ao final da conversa me perguntou:
KM- O gato pelo menos foi anestesiado não? - e os cantos de sua boca estavam se curvando num riso.
TM- O gato estava morto. - disse enfático, e meu pai dava risada enquanto contava a reação da família e que já havia pago pelos vasos.
Nos separamos e quando entrei no estábulo não encontrei Gerard, e vi que uma das baias estava vazia e limpa.
"Deve ter ido treinar um dos cavalos" - pensei e comecei a limpar todo aquele estrume e feno pisado. Já estava na última baia, quando escuto um relincho e uma voz acalmando o cavalo:
"Você foi muito bem hoje meu querido", parei o que fazia e vi uma ruiva de rabo de cavalo e trajes de montaria, trazendo aquele cavalo gigante pelo arreio, como se ele fosse um cachorrinho.
Continuei observando, e logo ela soltou o cabelo e meu coração se acelerou quando vi aqueles cabelos cor de mogno soltos. Nunca havia visto cabelos daquela cor. Ela se virou sorrindo e logo reconheci a garota que havia sido atacada pelos comensais.
Sorri de volta como um bobo e não sei porque estufei o peito para tomar ar, parecia que meus pés tinham rodinhas, logo estava ao lado dela.
MOH- Bom dia. - ela cumprimentou.
TM- 'Dia. Eu faço isso. - e comecei a desencilhar o cavalo.
MOH- Depois terei que passar ao senhor Gerard os progressos de Aquiles. - e ao ver minha sobrancelha arqueada respondeu:
MOH- Este cavalo chama-se Aquiles e tenho ajudado o senhor Gerard a exercitá-lo, depois que ele torceu a pata.
TM- Mas este cavalo é muito grande para você. E se você perde o controle dele? - droga, eu e minha boca grande, mas ela não ficou ofendida com meu comentário, pois disse:
MOH- Estou acostumada a tratar de animais de grande porte, e creia-me Aquiles é mais dócil do que eles.
Como meu trabalho havia terminado, não havia mais motivo para eu ficar ali, mas eu não me mexia.
MOH- Não me apresentei: Sou Morgan O'Hara. - disse estendendo a mão e retribui o gesto.
TM- Ty McGregor.
MOH- Está com fome? – disse tirando uma maçã do bolso.
TM- Não. - mas nesta hora meu estômago roncou alto.
MOH- O café acabou e o almoço ainda demora, eu tenho uma bolsa com comida que sempre trago quando venho treinar os cavalos, quer dividir?
TM- Você me dá alguns minutos para eu me limpar?- ela assentiu e eu corri ao banheiro e nunca me lavei tão rápido em toda a minha vida. Voltei para junto dela e vi que ela presenteava Aquiles com uma maçã, ficou vermelha quando me viu:
MOH- Não conte ao senhor Gerard ok? Ele fica enciumado se vir que Aquiles gosta mais das minhas maçãs do que das dele.
TM- Impossível não gostar. - disse, mas acho que ela não ouviu. Logo nos pusemos a comer, mas eu ainda sentia aquele cheiro de feno velho e estrume. Deve ter transparecido em meu rosto, pois ela disse:
MOH- Ainda está sentindo o cheiro ruim? Venha cá. - tirou a varinha, apontou para meu nariz e disse: Inodorus e meu nariz ficou meio tampado. Ela me assegurou que o feitiço duraria apenas meia hora, e que depois voltaria ao normal.
Ficamos conversando enquanto comíamos e nunca me senti tão bem em toda minha vida.
Seria capaz de me perder naqueles olhos verdes e não acharia ruim....

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