Monday, February 20, 2006

Corra que o comensal vem ai

Das vagas lembranças de Gabriel Graham Storm

- Ele está acordando!
- Gabriel, meu filho, você está bem?
- Mãe? O que você ta fazendo aqui? O que aconteceu?
- Hii ele não se lembra... – disse uma menina que reconheci como sendo do 4º ano da Fidei.

Minha mãe estava sentada do meu lado e me apertava aliviada por eu ter acordado. A menina sentou na cama ao lado e começou a falar. Tudo que me lembro é de ter ido ao Louvre e estar perto do setor do Egito quando uma gritaria começou. Corri para tentar descobrir o que tinha acontecido e vi comensais da morte explodindo tudo e todos que viam pela frente. Um grupo de alunos de Beauxbatons que estava perto correu apavorado e os segui. O mais velho de todos tentava manter a ordem, mas era impossível. Minha ultima lembrança é de estar tentando abrir um sarcófago com ele para nos escondermos quando ouvi um estouro e apaguei. A garota agora dizia que os comensais haviam nos encontrado e percebendo que éramos bruxos pelo fato dos mais velhos estarem com as varinhas em punho, desataram a lançar feitiços aleatórios. Um deles atingiu o sarcófago que tentávamos abrir e ele explodiu, fazendo as madeiras e todos os objetos raros em volta caírem por cima de mim e do outro garoto.

- Mas então como que eu estou vivo?
- Não sei, um deles me estuporou e não lembro de mais nada.
- Alex encontrou vocês e alertou os outros aurores a tempo. Havia um grupo perto do Louvre e aparataram lá na mesma hora.
- E o que você veio fazer na escola? Quando chegou?
- Cheguei tem algumas horas. Vim assim que soube o que aconteceu, você ainda estava desaparecido e entrei em pânico.
- E a Miyako e o Ty?? Eles estão bem?? Nos separamos assim que chegamos em Paris, não sei pra onde eles foram!
- Calma, eles estão bem, chegaram bem antes de você. Kyle e Sergei os encontraram escondidos com outros alunos.
- Porque os comensais saíram atacando os trouxas? Eles não deveriam estar duelando com bruxos?
- Não sei o motivo do ataque, ainda estão tentando descobrir. Você não deveria estar agitado assim, a enfermeira disse que precisa descansar.
- Acho que já descansei demais durante o tempo que estava desmaiado, quero sair daqui.


Sai levantando da cama fugindo das mãos da minha mãe que tentava me fazer deitar outra vez. Minha cabeça doía e ao passar a mão percebi que tinha um curativo na testa, provavelmente por conta das madeiras que caíram por cima de mim. Minha mãe não saia de perto de mim e fomos andar pelos jardins um pouco. Acho que ela não acreditava que eu estava inteiro, pois toda hora perguntava se eu estava me sentindo bem ou se doía alguma coisa. Tentava arrancar informações sobre o tumulto dessa tarde, mas não consegui nada, ela mudava de assunto rápido e quando eu percebia já estávamos falando sobre qualquer coisa totalmente diferente. Estávamos sentados nos bancos do jardim quando Miyako e Ty vieram correndo na minha direção, tia Alex e tia Yulli caminhando atrás deles devagar. Miyako se jogou em cima de mim me descabelando todo.

- É você mesmo Biel? Não é o seu fantasma que veio de despedir né?
- Sou eu sim, tenho certeza. O que aconteceu com vocês? Pra onde foram?
- Foi cada um pra um lado. Você eu ainda sabia onde estava, mas a Miyako só sabia que tava com o búlgaro e seu pato.
- Na próxima visita a Paris não vamos nos separar ok? Quase morri de preocupação!
- Sim, vamos achar um programa em comum e irmos todos pro mesmo lado!
- Tia Louise já contou pra você do barraco na diretoria?
- Que barraco? – perguntei espantado e vi minha mãe rir.
- Você apagou mesmo hein? Dava pra ouvir os gritos lá do ultimo andar! – Ty falou zombador enquanto tia Alex e tia Yulli se sentavam perto da minha mãe também rindo.

Quando indaguei minha mãe mais uma vez sobre o barraco elas começaram a contar que ao chegarem à escola e verem que os filhos não estavam de volta inteiros, marcharam até a sala de madame Maxime exigindo explicações. Os outros pais que estavam por aqui acabaram seguindo o exemplo das três e um verdadeiro pandemônio se instalou a diretoria. Era pai por todo canto querendo saber o paradeiro dos filhos ao mesmo tempo em que cobravam reforço na segurança da escola, principalmente quando os alunos estão soltos em uma cidade como Paris. Ty contou rindo muito que Maxime apenas gesticulava, pois não conseguia completar uma única frase sem ser interrompida com alguma pergunta intimidadora. Mamãe falou que quando viu que não conseguiria responder nada, Maxime pediu licença dizendo que precisava checar se mais algum aluno tinha sido encontrado e saiu da sala, não voltando mais. As coisas só acalmaram depois que começamos a aparecer aos poucos, mas minha mãe quase morreu aqui, eu voltei no ultimo barco de resgate.

Ficamos apenas mais alguns minutos nos jardins e depois nossas mães precisaram ir embora, mas não para casa, obvio. Ouvimos as três combinando de sair à noite, acho que mamãe vai ficar por Paris alguns dias... Gerard apareceu logo que elas se despediram da gente, nos mandando entrar depressa. Refizemos o caminho para o castelo mais tranqüilos, fazendo planos para comemorar o aniversário da Miyako direito, dessa vez sem correria e confusão...

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