By Rory Montpellier
Logo estávamos de volta ao castelo e as fofocas fervilhavam. Uma amiga veio me contar que Ty estava suspenso do time, e que as chances da Nox ganhar a taça aumentaram. Ele era a maior dor de cabeça para os times e para mim também. Sou obrigada a confessar que eu o acho bonito e me sinto uma tola perto dele, desde o dia que ele salvou a mim e a meus irmãos do ataque em Paris. E quando ele fala ou dá risada daquele jeito despreocupado, eu fico trêmula, com as mãos frias. Mesmo quando me olha com ar confiante e cínico eu gosto... Não posso e não devo sentir isto... Meu objetivo com ele seria um só: fazê-lo sofrer... Fechei os olhos e lembrei de casa...
Nosso feriado até que foi bom. Angeline e Louis não tiveram tempo de perceber que nossa dispensa estava mais vazia, e que mamãe estava pior. Papai estava mais magro, pois cuida da fazenda sozinho e o dinheiro nunca é suficiente para os remédios ou a comida.
Lembro de nossa discussão, quando disse que eu sairia da escola para ajudar:
- Não ouse pensar nisso, sua formação é mais importante...
- Vocês precisam de ajuda, sou forte, posso trabalhar...
- Isto é uma ordem mocinha... - e quando ele falava assim a discussão estava encerrada e fomos os dois; cada um para um lado. Na hora de dormir papai veio ao meu quarto com uma xícara de leite quente com açúcar e canela, para fazer as pazes, e então conversamos e pude entender seus motivos.
Queria que mamãe fosse como ele... Bem, ela me trata com muito carinho, mas aos meus irmãos ela os trata tão friamente, especialmente depois que soube que a senhora McGregor nos trouxe até aqui. Ficou transtornada.
Mamãe age como se somente eu fosse sua filha e mal liga para Louis e Angeline. Papai se ressente disso, e tenta compensar os dois, usando a doença dela para disfarçar, mas meus irmãos não são tolos. Sabem que há diferenças entre nós. E sobre estas diferenças eu perguntei a ela, que disse apenas:
- Você é melhor que os seus irmãos mestiços...
- Como mestiços? Somos trouxas.
- Não, Rory, você não é... - e um acesso de tosse a impediu de continuar falando.
Antes de voltar para a escola ela quis falar comigo em particular. Papai protestou, dizendo para ela não fazer isto, mas ela o olhou tão friamente que até eu me assustei.
- Rory... Tenho que contar a verdade para você.
- Mamãe, descanse isto pode esperar... O papai poderia estar aqui e...
-Rory você não é filha do Antoine.
- Mamãe você está febril novamente... Deixe-me chamar o papai...
- Ele não é seu pai. Ele a criou; apenas isso.
Eu não soube quando comecei a chorar, pois só percebi quando tornei a falar:
- Mamãe porque você tá dizendo isso? Eu fiz alguma coisa para magoá-la?
- Fique quieta menina e escute: Eu sou uma bruxa puro sangue e seu pai verdadeiro também o era. Você nunca percebeu sua superioridade em relação aos seus irmãos?
- Mamãe, ninguém aqui é superior, eu...
- Cale-se. Não diga besteiras. Você é superior sim, e seu pai verdadeiro teria muito orgulho de você, pois é tão parecida com ele.
Eu olhava para ela com medo. Minha mãe havia enlouquecido. Ou não estaria dizendo tantas loucuras.
- Mas se você é uma bruxa, onde está sua varinha?- como se com esta pergunta eu pudesse fazê-la voltar à razão.
- Tive que escondê-la. Se o Ministério detectasse magia aqui, viria atrás de mim.
-Mas por que o Ministério viria atrás de você?
-Porque eles perseguem todos aqueles que são leais ao grande Lord das Trevas. Mas mal sabem eles, que nosso retorno será triunfal. Já há o terror que sua presença inspira...
- Você é um comensal da Morte?- e eu sentia falta de ar, e olhava para aquela mulher como se nunca a tivesse conhecido.
- Sim, com muito orgulho e se o seu verdadeiro pai também, se ele estivesse vivo...
- O que houve com ele? Com o... meu pai?- era melhor fazer do jeito dela, deixar desabafar.
-Foi assassinado por um Auror. Um homem que acabou com a minha vida e a sua, pois se não fosse por ele, eu não teria que estar aqui, vivendo com trouxas, usando remédios trouxas... Vivendo esta vida indigna cheia de miséria. E você vai me ajudar a vingar seu pai Rory, prometa-me.
- Mamãe...
- Prometa-me, menina. Ou te amaldiçoou até a sua ultima geração. - e tinha os olhos brilhantes de ódio, nunca a vi tão transtornada que me vi obrigada a fazer o que ela queria:
- Prometo mamãe, o que você quiser.
-Você vai vingar a morte do seu pai, vai ajudar a destruir o auror que o matou, prometa.
- E quem foi?
- Foi o auror McGregor.
- Não. Ele não faria isso... Ele é um bom homem... Ele ...
- Não diga o que você não sabe. Você não estava lá. Estávamos quase vencendo... Sim, foi ele. Prometa-me vingar-se dele.
- Mamãe... Por favor...
- PROMETA-ME.
- S-sim. Eu prometo.
Eu me vi fazendo uma promessa injusta, que vai exigir muito de mim, enquanto meu coração se enche de dúvidas ao pensar no Ty.
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