Do diário de Morgan O’Hara
- Eu e madame Máxime conversamos com o professor, Morgan. Não há nada errado com aquele sarcófago.
- Eu sei o que eu vi, Remo. Eu não estou louca...
- Eu sei que não, mas você pode estar sofrendo ainda do efeito do ataque sofrido, e até... Imaginando coisas onde não existem...
-Você está me dizendo de forma elegante que eu estou histérica, apenas isso. E com certeza serei a piada da mesa dos professores...
- Ele não sabe o nome do aluno que fez a denúncia não se preocupe.
Estas palavras ainda martelavam a minha cabeça, quando fui dormir sentindo-me péssima. Havia discutido com Marienne, e ela novamente afirmava que o professor de Mitologia era inocente, ficou irritadíssima, quando eu disse que ela o apoiava por estar apaixonada por ele, e ela me respondeu que eu faria o mesmo por Carlinhos. Como se pudesse haver alguma comparação. Acabamos indo dormir de cara amarrada uma com a outra. Havia pouco que havia dormido quando senti um dedo longo e fino me cutucar.
Abri os olhos sonolentos e Porshy estava debruçado sobre mim:
P- Mestra, acorde. O mestre está na casa e mandou Porshy buscar a mestra.
Pulei da cama e joguei uma capa sobre minhas roupas de dormir e sai do quarto bem devagar, tomando o cuidado de não acordar Marienne. Assim que chegamos ao corredor, perguntei ao elfo:
MOH- Como vamos para lá? A escola é vigiada.
P- Porshy descobriu uma passagem que leva para fora dos portões, de lá aparatamos. Rápido, o mestre tem urgência em vê-la.
Andamos rápido e logo eu aparatava em frente ao Chateux, a porta se abriu e Carlinhos saiu rápido de lá de dentro me envolvendo em seus braços. As palavras podiam esperar, minha urgência em tocá-lo e ver se ele estava bem era maior.
***********
Dia seguinte...
Acordamos com Porshy batendo na porta do quarto, avisando que havia feito um café para nós, e que logo o dia iria nascer. Enquanto comíamos, falávamos sobre os últimos acontecimentos:
CW - Mesmo o Remo não descobrindo nada, foi bom você ter pedido ajuda à ele. Eu me sinto mais tranqüilo, sabendo que você pode contar com alguém aqui.
MOH - O Remo vai me considerar doida daqui por diante. Ele praticamente disse que estou tendo alucinações...
CW - Sshhii, não liga ok? Eu acredito que você tenha visto alguma coisa. Quero que redobre os cuidados. O tal professor parece ser bem esperto, mas em alguma hora ele vai cometer algum erro.
MOH - Como você vai embora?
CW - Vou de barca até a estação o centro e pego o trem para Londres ainda hoje.
MOH - Transporte trouxa? Por quê?- disse sentindo apreensão.
CW - É uma forma de verificarmos atividades suspeitas entre os trouxas, não se preocupe.
Despedi-me dele e segui Porshy de volta ao castelo. Entrei rápido em meu quarto e segundos depois Marienne acordava. Olhamos de uma para outra e sorri dizendo:
MOH - Desculpe... Cada um tem direito a ter suas opiniões e eu tenho que respeitar isto.
MD-Desculpe de chamar de doida. Arrumamos-nos e seguimos para a primeira aula do dia, que seria Mitologia.
... Durante a sua viagem, ela recebeu algumas conselhos que lhe diziam para evitar os perigos do reino dos mortos e que a avisavam para não abrir a caixa. Mas a tentação foi mais forte e Psyché abriu-a. Então, em vez de encontrar aí a beleza, ela encontrou um sono mortal...
A aula de Mitologia fluía normalmente. Usávamos as túnicas gregas, e a sala havia sido modificada de forma a parecer um mini Coliseu. O professor havia decidido falar sobre a lenda de Cupido, e aparentemente não sabia que eu havia estado em seu quarto.Tudo corria bem, até que ele resolveu me fazer uma pergunta:
FR - Senhorita O’Hara, o que podemos ver nas entrelinhas desta lenda mitológica?
MOH - Que o amor supera e perdoa tudo?- disse fazendo-me de tola.
FR - Também... No fundo o fato de Psique ser curiosa custou-lhe o seu amor. Isto é algo a se pensar não? Será que vale a pena?
Ele me olhava tão friamente, que tive a certeza: ele sabe e está me ameaçando...
Logo ele voltava a falar com seu jeito encantador e vários alunos dispostos a ganhar pontos extras, expressavam seus pontos de vista; mas quando nossos olhares se encontravam, eu tinha certeza de ver certa irritação por trás deles.
Saí da aula tensa. Não podia falar com ninguém da escola e muito menos com Marienne ou algum dos garotos. Olhei para o céu e vi as corujas voando de volta para o corujal. Dei uma escapada e fui até lá. Havia levado pergaminho e pena, e minha mensagem foi curta e rápida. Amarrei a mensagem na pata de Órion e dei-lhe o endereço.
Só espero que Gui não ache que estou imaginando coisas e fique de olho em Carlinhos.
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