Das lembranças de Ian Lucas Renoir Lafayette
- Acordem, vamos! Última chamada, quem perder o trem, vai passar a páscoa com a Maxime vestida de coelho!
- Já levantei, já levantei, não precisava ter plantado essa imagem medonha na minha mente...
Era quinta-feira, 07hs da manhã. Eu estava em pé na minha cama, ainda no dormitório da Sapientai e acordava Bernard para encontrarmos os outros e através da rede de flu, irmos para minha casa passar o feriado. Meu amigo levantou animado e logo estávamos no hall de entrada de mochilas nas costas, esperando pelos demais.
Michel foi o 1° a chegar, dizendo que desistiu de esperar Marie juntar as diversas malas espalhadas pela Fidei e veio na frente. Ela seria a única menina no meio do grupo. Dominique e Samuel apareceram logo depois, cada um com sua mochila, sorrisos estampados no rosto e loucos para sair dali. Assim que Marie apareceu carregando uma mochila e 3 frasqueiras, seguimos até a sala da lareira onde aurores do Ministério estavam escoltando os alunos para casa.
Uma multidão de alunos fazia fila para ir embora e depois de um tempo, onde um auror magricela nos escoltou, chegamos à minha casa em Marselha. Não sei do que aquele pedaço de bambu ia nos proteger, mas enfim... Estávamos livres!
Mostrei a casa pra eles apontando o quarto de hóspedes que Marie ia dividir com a minha prima e levei-os até meu quarto. Dos presentes, só Bernard e Michel já o conheciam e Samuel e Dominique tiveram um choque quando entraram, pois parte da parede era decorada com coisas do meu time de quadribol, os Quiberon Quafflepunchers.
DC: Luke... Seu quarto é rosa???
SS: Ahn, não é tão rosa... Só alguns detalhes nesse lado de cá...
IL: Não comecem! O que posso fazer se a cor dos Quafflepunchers é rosa choque??
BL: Eu falei pra ele que tava exagerado, mas ele não me ouvir.
MD: Vocês não são torcedores dos Quafflepunchers coisa nenhuma, senão não iam falar nada!
ML: Por Merlin, parem! Se vocês forem começar a discutir quadribol aqui me avisem, pois vou dar uma volta na cidade!
Encerramos a discussão antes mesmo de começar e saímos para dar um passeio pela vizinhança, andar um pouco a toa na rua. Já havia mandado uma coruja para Sophia, que estava vindo à noite, trazendo junto nossa turma de sempre por aqui, para uma festa em celebração ao feriado!
Paramos no Cais do Porto, a maior atração turística da cidade. Honestamente, eu achava que era a única e mesmo assim nada de interessante, mas Bernard parecia fazer questão de mostrar o lugar onde moramos para os visitantes.
BL: Marseille é a segunda maior cidade da França, o maior porto comercial do país!
IL: Bê, por favor... Não tem nada pra ver aqui, a não ser água. Por que não vamos até Provence?
BL: Não, só tem lavanda lá. Tenho uma idéia melhor!
Bernard saiu andando pelo píer do porto e parou em frente a um barco branco, com um brasão estampado na proa. Logo reconheci como o barco do pai dele e aquele era o brasão da família Lestel. Meu amigo perdeu juízo, só pode! Bernard cumprimentou o rapaz que tomava conta do barco e como ele já devia conhecê-lo desde pequeno, não perguntou nada e ainda puxou uma escada para subirmos. Ficamos calados enquanto Bernard fuçava a cabine do comandante, até que ele achou o que procurava e voltou balançando as chaves do barco.
BL: Sabia que papai ainda as guardava aqui! Ele sempre deixa uma cópia sob os cuidados do Jean-Luc, caso esqueça as suas em casa.
IL: Você vai roubar o barco do seu pai?
BL: Não estou roubando, sou o filho mais velho! Por direito, o barco vai ser meu quando papai morrer...
DC: E porque ele se chama Poseidon II? O que houve com o I?
BL: Ah, bom... Ele afundou...
SS: Queria saber como, mas estou com receio de perguntar...
IL: Bernard afundou o barco quando saiu com ele sem autorização pela última vez!
BL: Hei! Você estava comigo, não sou o único culpado. E foi um acidente...
ML: Tem certeza que você sabe pilotar isso?
BL: Não se preocupem, sou campeão juvenil de vela e papai me deixa pilota-lo nas viagens. Já falei que o caso do naufrágio foi acidente...
Diante da garantia de que voltaríamos vivos nos acomodamos na proa e relaxamos. De fato aquele fatídico dia em que afundamos o Poseidon I foi acidente, ninguém teve culpa... Bernard foi até a cabine e achou dois quepes de capitão perdidos, botando um na cabeça e dando outro para Dominique usar. Os dois ficaram lá dentro nos conduzindo, enquanto aproveitávamos a brisa fresca que batia nos nossos rostos. Quando já estávamos bem afastados do Cais do Porto, Bernard lançou ancora e ficamos parados, boiando no meio do Mar Mediterrâneo, completamente a toa e sem hora pra voltar...
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