Do diário de Isabel McCallister
A partir daí, a nossa convivência andara sendo um pouco... forçada! Por minha parte, é claro. Anabel não fizera nenhuma questão de manter a boa educação comigo, e passava a maior parte do seu tempo trancada no quarto, rodeada de livros de feitiços e runas que pegara da biblioteca.
Papai saía cedo e voltava de noite, por não ter conseguido tirar férias. Às vezes eu ia andar pela cidade, sozinha mesmo, fazendo compras ou só vigiando as vitrines, mas de uns dias pra cá isso não andara me fazendo muito efeito e eu me afundava em um tédio grandioso.
Aquela manhã era um desses dias. Eu estava na sala, bordando uma blusa velha, e Anabel sentada na poltrona com os dois olhos pregados naquele livro. As cartas de Beauxbatons para os materiais escolares haviam chegado há pouco tempo, mas além delas, Bel recebera uma outra carta, o que foi motivo para desenterrar uma pequena, mas divertida lembrança da minha mente...
AM: Não me enche Isabel!
IM: Desabafa comigo Bel, ta na cara que você gosta dele.
Não me pergunte como o Ministério não identificava esses tipos de feitiços feitos por menores. Desde pequena, Bel tinha o dom de fazer feitiços sem falar, ou sem varinhas...
Fiquei encarando a capa do livro ainda rindo. Ela lia concentrada, mas apertava no peito um envelope de: Bernard Lestel, além da carta da escola.
Joguei a blusa pro lado e resolvi ir dar uma volta.
AM: Tchau Isabel! Não tenha pressa em voltar.
Havia acabado de entrar na Macy’s... Já ouviu falar da Macy’s né? A maior loja de departamentos do MUNDO! Tem até um ditado que os trouxas falam demais: “Se você foi à Nova York e não foi na Macy’s, então você não foi à Nova York”. Ta, tirando o momento da propaganda, você deve estar se perguntando: Isa, o que você estava fazendo em uma loja de departamentos??? A resposta é simples: Nada! Estava passando lá na porta e resolvi entrar pra olhar panelas! Mas continuando... Havia acabado de entrar na Macy’s quando me esbarro com ninguém menos que...
RM: Isa! Como vai? – disse me dando um abraço e sorrindo.
IM: Bem, e você?
RM: Também...
IM: Er... O que você está fazendo aqui?
RM: Ah, eu vim com minha mãe. Viemos passar uma semana aqui, mas já estamos indo embora amanhã. Acho que já andamos essa cidade inteira pelo menos 15 vezes nos últimos 3 dias!!! E você? – ele de repente sorriu surpreso de ver que estava na frente de uma prateleira cheia de talheres.
IM: Pra falar a verdade, nada! Só entrei aqui porque também estou cansada de andar pelas outras lojas... Eu moro perto daqui!
RM: Vamos sim mamãe. Ah, essa é Isabel McCallister, a única menina do nosso time de quadribol, artilheira também.
- Rubens fala muito de você Isabel! “Nunca tinha visto uma menina que jogava tão bem quadribol!” – ela estendeu a mão e eu a cumprimentei sentindo o rosto queimar. – Bem, vamos indo então?
RM: Tchau Isa, a gente se vê logo, certo?
IM: Claro! Tchau...
- Foi um prazer conhecê-la!
IM: Igualmente.
Ele era super concentrado em planejar novos ataques e táticas, e muito divertido também. Ainda não entendia porque eu ficava em reação de choque quando o via ou estava perto dele...
Um pouco mais animada, mesmo não carregando nenhuma sacola com algum lançamento da moda, voltei pra casa. Mal tinha entrado e esbarrei com uma Anabel pálida e trêmula.
AM: Sem piadinhas Isabel. Aconteceu uma tragédia! Aliás, uma catástrofe!
IM: O que foi? Você se deu conta que ama o Bernard? Perdeu algum livro de feitiços, ou não conseguiu fazer um deles? Já sei! Nasceu uma espinha no seu nariz? – disse chegando perto do rosto dela pra analisar melhor o nariz...
AM: PARA! CALA A BOCA! – ela afastou meu rosto com a mão e pude sentir que estava gelada - Deixa eu falar...
IM: Então fala menina, você está com cara de quem viu um fantasma! Você viu um fantasma???
AM: Eu...
IM: Você? Fala logo Bel, eu estou nervosa já!
AM: Eu descobri o segredo do Grimoire!!!
IM: O QUE???
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