Saturday, August 18, 2007

A Casa dos Lovegood

Lembranças de Seth K. C. Chronos


O dia acabara de amanhecer e como em todas as manhãs, Luna abrira as janelas do quarto e despertei no mesmo momento. Ela continuava linda como sempre, e cada vez mais me pegava pensando nela. Mas agora estou sozinho, disse a ela que ia trocar de roupa e avisei que já descia. Eu precisava testar algo. Deitei-me novamente na cama e fitei o meu rosto na parede oposta à cama da Luna e murmurei:

- Expectro Patronum


O fio prateado saiu de minha varinha e rapidamente se transformou em uma nuvem prateada pairando no ar. Ele começou a tomar a forma de uma águia, mas a meio caminho a nuvem prateada se desfez e fui obrigado a murmurar o feitiço novamente. Dessa vez, a nuvem prateada saiu instantaneamente da minha varinha e pairou no ar, em dúvida se tomava a forma ou não. Novamente asas começaram a surgir da nuvem, mas a nuvem se contraiu novamente, assumindo uma nova forma. As longas asas deram lugar a um par igualmente longo de...

- Kam! Nós só vamos ficar conversando, não precisa se arrumar para um baile de halloween. – Ouvi Luna subindo as escadas e me chamando. Rapidamente desfiz o patrono com um aceno de varinha, a tempo de quando ela entrou no quarto sorrindo. – E ainda por cima, ainda está com a mesma roupa! Não ia se trocar? Ou era por outro motivo que queria ficar sozinho? – Ela riu e fingi ignorar a pergunta, sorrindo também. O resto do dia, eu fiquei pensando em meu patrono, e na forma que ele assumira...

-----*-----

A casa dos Lovegood era a mais peculiar em Ottery St. Catchopole. Tirando sua forma circular, e a grande lua fantasmagórica que cortava o céu, acima da casa, o interior ainda era mais estranho. Os móveis se encaixavam nas paredes, e vários objetos diferentes (em sua maioria, amuletos) tomavam todos os cômodos.

Já fazia aproximadamente uma semana, desde que tinha chegado. Assim que o dia amanheceu, e um insistente raio de sol penetrou no quarto mais alto da casa, Luna se levantou e abriu as cortinas, respirando longamente o vento que entrava e sorrindo. Abri os olhos devagar e sorri ao vê-la na janela.

LL: Bom dia, Kam. – ela disse em seu habitual tom meigo, ainda olhando o quintal de casa.
SK: Bom dia. – respondi desconcertado, enquanto vestia meu sobretudo.
LL: Você acreditaria se eu te contasse que acabei de ver passar além da ponte um zonzóbulo? Até aqui esses danadinhos querem nos deixar confusos! Papai vai ficar furioso quando souber... – ela finalmente riu e se virou para encarar-me, de pé ao lado da cama. – O que acha se fôssemos até a ponte? Podemos tentar capturá-lo, e pescar alguns Plimpies...
SK: Acho ótimo. Quero mesmo provar a tal sopa de Plimpies. – devolvi o sorriso. Era incrível a capacidade que ela tinha de fazer com que eu me sentisse bem.

Então, alguns minutos depois, saímos para a luz do sol e os gramados. Luna rapidamente segurou a minha mão enquanto caminhávamos juntos, conversando. Quando alcançamos a ponte, paramos. Luna ficou na ponta dos pés, olhando por cima do gramado, e desceu parecendo desapontada.

LL: Não o vejo por lugar algum! Será que você poderia dar uma olhada também?
SK: Claro! Só um minuto! – Dei um impulso no chão e saltei em cima de uma árvore, rastreando a propriedade com os olhos. Não havia sinal de nada, além de grama, girassóis, macieiras e pequenos frutos laranjas bem parecidos com rabanetes. – Não o vejo por lugar algum! Deve ter se escondido!
LL: Aww, tudo bem, eu não esperava que fosse tão fácil mesmo... Vem, vamos pescar!

Pulei novamente ao lado dela e nos sentamos, lado a lado, no meio da ponte. Ela tirou de dentro da bolsa que trazia, duas varas de pescar simples, feitas de bambu, e várias frutinhas vermelhas bem parecidas com amoras. Estendeu uma das varas à mim e pegou outra, segurando o anzol.

LL: Os Pimpies gostam bastante de ameixas dirigíveis. Por isso mantemos uma boa quantidade perto de casa. Só tome cuidado quando furá-las no anzol, Kam. Não pode furar o caroço de dentro, ou vai sair um líquido bastante urticante. Olha só... – ela pegou uma das frutinhas vermelhas e colocou cuidadosamente no anzol. Apanhei uma também, atingindo sucesso depois de alguns minutos.

Luna tirou os sapatos e mergulhou os pés na água fresca. Lançamos as varas no meio da água e esperamos. Nada parecia se mover por um minuto, até que a linha da minha vara mergulhou alguns centímetros para dentro da água, com tanta força que quase deixei escapar. Luna largou sua própria vara para me ajudar.

LL: UAU, um bem grande! – exclamou, quando conseguimos puxar um animal que era metade peixe, metade lacraia, de um verde limão vivo. Ele debatia a calda furiosamente. Agarrei a calda fazendo com que ele parasse de se mexer e Luna tirou ele do anzol, depositando-o em uma sacola. – Muito bom para um iniciante!
...

Passamos boas horas na beira do lago pescando e conversando. Luna me explicava todas as características dos Plimpies, e eu simplesmente ficava ali ao seu lado, falando pouco, escutando tudo e me sentindo tão feliz quanto não sentia há muito tempo.

Quando estava prestes a terminar a manhã, Luna achou que a sacola já estava bastante cheia para uma sopa, então nos preparamos para voltar para casa. Ela tirou os pés da água, e ficou me observando pegar as sacolas e varas.

LL: Kam... Por que você nunca tira esse sobretudo?

A observei surpreso. Não sabia explicar por que sempre usava o sobretudo. Mas já fazia parte de meu vestuário há tanto tempo, que já estava acostumado.

SK: Não sei. Gosto dele. Combina comigo.
LL: Não, não combina. Ele é tão sério e triste! Você não é assim...
SK: Mas eu tenho as trevas em mim, Luna. Você sabe.
LL: Todos nós temos trevas e luz dentro de nós. – ela disse displicente. Sorriu. – Só não quero que você se sinta triste, nunca mais. Você sabe que não está sozinho.
SK: Como poderia? Você deve ser a luz que eu tenho, então...


Ficamos nos encarando por um minuto, até Luna sorrir e correr, abrindo caminho entre os girassóis. Eu respirei fundo e sorri, feliz corri atrás dela, quase deixando o sobretudo voar. Mesmo que ela não achasse que ele combinava comigo, ele já virara parte de mim, e eu me acostumara com ele. Mas talvez, já fosse a hora de tirá-lo...

Quando chegamos em casa, levei um susto ao encontrar papai na porta de entrada, se despedindo do Sr. Lovegood. Eu me sobressaltei e o alcancei mais rápido que a Luna, que estava a minha frente. Eu fiquei preocupado com a visita inesperada dele, mas fiquei tranqüilo ao ver como ele estava radiante.

AC: SETH! Filho! – Ele me abraçou cheio de felicidade e alegria – Ia procurar vocês agora. O Xeno me disse que tinham ido pescar e pelo visto pescaram muito. Já passei nos Weasley para contar a novidade e eles adoraram! Nesse momento mesmo a Molly já deve estar visitando a Mi. Ah, sabia que o Gabriel e a Miyako estão lá também?
LL: A Miyako também? Amiga do Seth? E o Biel também? Quero conhecê-la e rever o Biel. Vamos visitá-los, que acha Kam?
SC: Seria ótimo, mas se a Sra. Weasley não está lá, seria estranho visitá-los agora. Mas quais as noticiais, pai?!
AC: SUA MÃE ESTÁ GRÁVIDA! Vocês vão ganhar um irmãozinho ou irmãzinha! Se for menina vai se chamar Kyle, se menina, ainda não decidimos. E o Ty vai ser o padrinho! Quase peço para você ou o Griffon serem padrinhos, mas quero fazer essa homenagem ao meu grande amigo, e o Ty é uma ótima pessoa! Ta entre você e o Griffon, prefiro você... Tadinha da criança com o Griffon como padrinho...
SC: Que maravilhoso! E sim, o Griffon seria péssimo... O Ty deve estar sem graça, mas feliz também! E pai, vai ser uma menina, tenho certeza. Vou adorar ter uma irmã.
AC: Como tem tanta certeza? Bem, talvez esteja certo, você soube antes de mim que sua mãe estava grávida... Eu vou indo então, saudações Xeno.
LL: Sr. Chronos, cuide bem e mande meus parabéns para a Sra. Chronos. A proteja intensamente, mulheres grávidas, bruxas ou não, tem dons especiais, tem uma força maior que qualquer outro. Energias puras emanam delas e tornam as coisas ao redor delas especiais, ainda mais um mulher como a Sra. Chronos. Parabéns de verdade. Fico curiosa de como é ser grávida.

Papai ficou feliz e espantado pelo discurso dela, mas se despediu ainda mais feliz e prometendo manter notícias e cuidar da mamãe. Luna estava com um olhar sonhador, encarando o céu com nuvens brancas, sonhando e imaginando. Por um momento pensei ter visto um olhar significante dela para mim, mas foi por poucos segundos e depois entramos para fazer a sopa de Plimpies. O Sr. Lovegood não parava de me dar os parabéns e conversar comigo e Luna voltou a sorrir como sempre, mas eu ainda podia jurar ver um olhar diferente nela...

N.A.: Texto feito com a ajuda de Amanda (Tandinha), muita ajuda na verdade

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