Diário de Seth K. C. Chronos
Hoje é o primeiro passeio da escola para Paris do ano, confesso que estou ansioso. Já visitei Paris antes, mas não sob a supervisão do colégio e tendo a companhia do resto do colégio, promete ser bem interessante. O Ty já tem compromisso e o Gabriel e a Mi vão ficar passeando por Paris, vou ver se os acompanho. Ou então eu e o Griffon vamos explorar Paris sozinhos, ele quer ver o Arco do Triunfo de Napoleão e eu o Louvre. Mas primeiro: batalha do dia, acordar meu irmão...
SC: Griffon acorda!
GC: Humm...Arrr... – E dezenas de outros sons impossíveis de se entender.
SC: Griffon acorda! Vamos nos atrasar! Todos já devem estar tomando café e daqui a pouco perdemos a saída para Paris!
GC: Não enche Seth, é sábado quero dormir!
SC: Mas tem saída para Paris seu idiota! Acorda!
GC: Não enche! – Ele levantou a cabeça por um segundo e tacou o travesseiro em mim que desviei fácil.
SC: Aé? Pois vai acordar por bem, ou por mal!
Eu cruzei o dormitório até minha cama onde Toth já esperava porque eu pretendia mandar uma carta para papai e mamãe quando voltássemos. Eu a acariciei no topo da cabeça e ela saltou pro meu braço estendido.
SC: Vai lá garota, acorda o tio. – Ela bicou o ar feliz e voou até a cama do Griffon. Toth tem um gosto por bicar o Griffon...Ela pousou de leve em cima da cama dele enquanto ele continuava a roncar alto. Eu segurei o riso pra ele não levantar antes da hora, e Toth foi pulando devagar até perto da orelha dele. Ela então deu um pio alto no ouvido dele e mordeu a orelha dele com força. Griffon deu um berro e saltou da cama, mas Toth voou para a cabeça dele feliz e começou a bicar a testa dele e a puxar os cabelos dele. Griffon saiu saltando pelo dormitório tentando tirá-la de cima, mas Toth não saia de jeito algum. Eu rolava de rir na minha cama e me controlei para assobiar e Toth voltou pro meu braço estendido soltando pios de alegria.
GC: ESSA CORUJA SACANA!
SC: Ela gosta do tio ué, gosta tanto que quer rançar pedaço dele!
GC: FOI VOCÊ NÃO!!??
SC: Euu??? Eu não faria isso! – e fiz a cara mais séria que consegui enquanto olhava pra testa dele toda arranhada e bicada.
GC: Vocês dois me pagam...É sábado!
SC: É, mas tem a saída para Paris, vamos logo.
GC: Eu tinha até esquecido! Que droga! Por que não me acordou antes?! – Ele saiu correndo pra se arrumar e arrumar o cabelo pra esconder as cicatrizes.
SC: O que você acha que estou tentando fazer há mais de meia hora? – Eu perguntei olhando pra ele, e voltei a rir descontroladamente.
GC: O que foi?
SC: HAHAHAHAHAHAAHAHAHA! Você ta parecendo o Potter! Virou fã dele Griff?
GC: Não enche! Vamos logo então – ele se olhou no espelho fazendo caras e bocas enquanto arrumava o cabelo.
SC: É, se arruma, acho que sua queridinha vai estar lá também...
GC: Que?
SC: Não se faça de bobo, acha que sou lerdo? Eu já notei Griff...Meu irmão está apaixonado!
GC: Do que você está falando?! – Ele tentou disfarçar, mas foi ficando vermelho.
SC: Nada...Só que os professores também podem ir sabia? – Falei virando as costas e rindo começando a descer as escadas do dormitório.
GC: Ei! Volta aqui, não é nada do que você está pensando!
Descemos juntos pra tomar café e ele continuou tagarelando no meu ouvido sobre várias coisas, parece que os testes para o time de quadribol da Lux iriam começar em breve. Quando chegamos pra tomar café, o salão já estava quase vazio e olhei vitorioso pro Griff enquanto ele se fazia de desentendido. Pegamos alguns sucos de abóbora e bolinhos e corremos pra saída do colégio. Lá encontramos o Gabriel, com uma cara risonha, a Mi, parecendo estressada, mas vitoriosa, e o Ty, que parecia meio sem vontade de ir. Gabriel nos contou às gargalhadas o que acontecera entre a Mi e uma tal de Savannah, e o Griffon quase explodiu de tanto rir, ficaram ele e o Gabriel conversando sobre isso, o Griff quer mandar uma carta para os Gêmeos Weasley, e a Mi parecia interessada. Só eu e o Ty que estávamos um pouco calados, mas logo o Ty voltou a ser o Ty e passamos o resto do caminho conversando e rindo.
Quando chegamos a Paris, nos separamos. O Ty ia encontrar a mãe, e se não fosse um encontro familiar, eu iria junto, gosto da Tia Alex . Eu e o Grff nos despedimos do Gabriel e da Mi, eles iam passear por Paris e eu e o Griff íamos fazer um pouco de turismo.
GS: Nos encontramos na volta então! Divirtam-se, e Kam, cuida do Griff, vai que ele se mete em confusões com a polícia trouxa francesa?!
MH: É, o Griff gosta de uma confusão, aí se a gente ver um monte de carros da polícia passando a gente sabe que é ele e vai atrás, ok?
SC: Hahahahaha com certeza! Se virem ambulâncias é porque ele explodiu alguma coisa!
GC: Ei! Dá pra parar de falar assim? Eu esqueci minhas bombas de bosta...Droga...Porque até que seria uma boa idéia!
Nos separamos rindo e eu e meu irmão fomos na direção do Arco do Triunfo, Griffon estava meio saltitante já! Quando chegamos ao Arco, ele só faltou babar e ficou um tempão olhando os desenhos das vitórias de Napoleão. Eu tive que puxar ele arrastado de lá, o que foi até fácil, e fomos andando para o Louvre. Mas acabamos nos perdendo!
GC: Er...Já passamos por aqui não?
SC: Sim...Griffon Fuuma! Por que você tinha que correr atrás daquela mulher que vimos passando?!
GC: Pensei que era alguém da escola...ai pedíamos informações!
SC: Sei que alguém você pensou que era... – Ele ficou vermelho e meio que me ignorou olhando em volta procurando alguém pra pedir informações. Ele falou com um padeiro da rua e ele nos mostrou o caminho que deveríamos seguir.... Andamos por várias ruas e boulevards, mas sem nunca chegar ao Louvre. Até que avistamos a Torre Eiffel e em poucos minutos estávamos aos pés dela, e já estava anoitecendo.
GC: Érr...Acho que pedi as informações erradas...
SC: Griffon....você é mesmo meu irmão? Você é uma anta! Não acredito que pediu informações pra vir pra cá em vez do Louvre! Pensei que ...
Nesse momento eu fiquei paralisado e o mesmo aconteceu com o Griffon. Pessoas passavam ao nosso redor, inclusive alunas do colégio (parecia que estavam nos seguindo, mas tudo bem...), mas nós dois não os notávamos...Eu sentia uma pulsação no peito, um calor forte que apontava para uma direção da cidade...Griffon estava ficando meio pálido, mas seus olhos brilhavam e ele olhava na mesma direção que eu sentia algo diferente. Nossos olhos se encontraram e os dois sabiam o que o outro sentia...
GC: Também está sentindo isso? Eu estou me sentindo meio mal...
SC: Ele está aqui...
GC: Ele quem?
SC: Vem!
Eu o puxei pelo braço até um lugar onde ninguém nos visse e usando minha força saltei com ele para um prédio próximo, depois saltei para o topo da torre onde o deixei de pé e pudemos olhar grande parte de Paris. Minhas pupilas se dilatavam e meus olhos estavam vermelhos. Os olhos dele estavam brilhando num tom claro e nem parecia mais o Griffon sem cérebro de sempre.
GC: O que está acontecendo Kamui? Quem está aqui?
SC: Ele está aqui...Hellion, o Maldito.
GC: Ele está aqui?! Mas como você sabe? – Ele ficou um pouco chocado e me encarou.
SC: Eu apenas sei...Eu tenho essa maldição por causa dele, eu e nosso pai, então posso senti-lo, papai já tinha me alertado que eu poderia senti-lo. Mas não entendo como você o sente...
GC: Somos gêmeos esqueceu? Sempre falaram que gêmeos tem uma forte ligação...O que vamos fazer então?
SC: Não sei...Vamos atrás dele, agora quem quer um pouco de confusão, sou eu. Concentre-se nele, vou usar algo que papai me ensinou...
Griffon fechou os olhos e apontou uma direção, eu me concentrei naquela direção também e fechando os olhos. Mantive-os fechados e um tempo depois podemos ouvir os latidos e uivos de vários cães da cidade. Pareciam que os cães tinham enlouquecido, mas eu e o Griffon sabíamos que não...Vimos alguns deles passando correndo na rua abaixo da Torre, indo na direção de onde sentíamos a presença de Hellion.
SC: Vem. Não precisa ter medo.
GC: Eu não tenho medo seu idiota.
Nos seguramos um no outro e eu saltei, entrando em queda livre. Fui descendo a torre, tomando cuidado para que ninguém nos visse, mas parecia que uma luz nos envolvia e era como se nada pudesse nos ver. Ao chegar ao chão, Griffon me olhou e acenou para eu ir na frente, pois eu era mais rápido. Comecei a correr e em pouco tempo havia alcançado os cães, correndo entre eles. Incrivelmente, Griffon vinha pouco atrás e em alguns minutos estávamos na margem do Rio Sena, onde podíamos ver o pôr do sol quase completo. Os cães avançaram rosnando contra um homem alto e meio pálido que se assustou um pouco, mas entendeu o que se passava. Ele nos encarou, mas não nos reconheceu e num salto desapareceu de vista e paramos de sentir sua presença. Meus olhos e os do Griffon voltaram ao normal e os cães pararam de latir, e voltaram para os locais onde estavam antes. Encarei o Griffon e não precisamos de muitas palavras, ambos sabíamos: aquele era Hellion...
SC: Vamos voltar...Daqui a pouco temos que voltar para o colégio.
GC: Sim...vamos mandar uma carta para o papai?
SC: Sim, mas acho que ele já sabe. Ele sente quando eu fico desse jeito.
GC: Entendo...vamos voltar então...
Voltamos pelas ruas de Paris meio calados, mas apesar da tensão, Griff rapidamente readquiriu o bom humor e falava com todos que encontrava, mas parecia que procurava alguém, enquanto eu continuava de mau humor e pensativo...Eu me mantinha calado e apertava mais meu sobretudo. O dia de hoje me deixou meio desconfiado e surpreso com o Griffon. Aquilo não foi apenas uma ligação de gêmeos...Hoje vou para o telhado do castelo pensar provavelmente...
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