Relatos de Ty McGregor
Eu havia terminado meu exame de Botânica e saído mais cedo da classe. Ainda podia sentir o olhar de desdém da professora quando entreguei a prova, mas desta vez ela teria uma surpresa comigo. Eu estudei a matéria dela, e tinha praticamente certeza que havia conseguido uma boa nota, bem... Se ela não cismar que eu colei, mas vou deixar pra me preocupar com isso quando for a hora.
Pensei em ir até a cozinha para ver se conseguia comer alguma coisa, pois não estava me alimentando direito, desde que as noites de insônia haviam começado, há uma semana. Meus amigos estavam preocupados comigo, e ameaçaram contar para minha mãe o que andava acontecendo. Claro que eles não fariam isso, desde que eu me esforçasse para comer um pouco. Era até engraçado, pois eu era o mais guloso dos três e não fazia mais visitas noturnas à cozinha.
Comecei a perambular pelos corredores esperando que Gabriel e Miyako dessem as caras, quando senti mais do que ouvi um som parecido com uma explosão que sacudiu os vidros das janelas. Minha primeira reação foi olhar para os lados da classe de Poções, mas quando os alunos e o professor saíram tão espantados quanto eu, puxei minha varinha e fui na direção do “som”. Do andar onde eu estava pude ver as estufas e vi vários comensais da morte duelando com os professores e alguns alunos do 6° e 7° ano. Vi uma cabeleira vermelha no meio daquela confusão e sabia que era a Morgan lutando.
-Ei McGregor o que foi? Perguntou um garoto da Nox.
-Comensais atacando a escola, protejam-se.
Sai correndo disposto a ajudar, e vi que alguns alunos faziam o mesmo. Logo encontramos alguns comensais dentro do castelo que duelavam com alguns professores e alunos; eu e mais dois conseguimos imobilizar um deles.
A confusão estava generalizada, Madame Máxime agitava a varinha como se fosse uma espada e Sir Shaft estava ao lado dela, os professores Edmond e Eduard, que sempre se portavam como inimigos duelavam lado a lado.
-Meus irmãos...
Olhei para ver quem se preocupava com os irmãos numa hora destas e vi Rory correndo em direção da Nox. Corri atrás dela, desviando dos feitiços que eram lançados a torto e a direito.
TM - Cuidado!
RM - Vou achar os meus irmãos, não tente me impedir.
TM - Não preciso te impedir com este monte de comensal atacando. Onde eles estão?
RM - Devem estar no salão da Nox.
Desatamos a correr e os comensais brotavam de vários lugares duelando com quem estivesse no caminho, por azar encontramos com um em frente ao corredor da Nox. Agradeci intimamente ao Gabriel e a Miyako por me obrigarem a fazer esgrima, pois meus reflexos estavam rápidos e isto pareceu divertir o comensal.
- Lobão e Alfabetinho estejam bem. - pensava enquanto me posicionava defensivamente.
- Ora, temos algumas crianças que gostam de brincar.
TM - Moço, se manda! Os aurores já estão chegando.
- Ah já? Mesmo que eles cheguem eu já terei acabado com vocês dois. - E apontou a varinha para a Rory, enquanto gritava Sectumsempra.
Nem pensei no que fazia quando o feitiço me atingiu e uma dor funda começou na minha perna, enquanto o sangue saía rápido.
- Oh que bonitinho... Tão cavalheiro, seu pai é assim com sua mãe também.
Olhei apavorado para ele, enquanto tentava parar o sangue e ele continuou:
-Sim, eu sei quem são os seus pais, aqueles aurores metidos, que se acham acima do bem e do mal. Acho que vou deixar o filhinho deles morto junto com a namorada para eles aprenderem com quem estão lidando...
E começou a se aproximar. Rory começou a lançar feitiços nele e ele os repelia.
- Eu preciso pará-lo, senão vamos morrer. (era o meu pensamento enquanto erguia a varinha).
Senti meu corpo gelar e de repente havia dois de mim. Eu não sei como, mas eu havia me dividido em dois.
Rory gritou assustada olhando de mim para eu mesmo e isto distraiu o comensal, que ficou espantando com o que via, dando-me a chance que precisávamos.
Aquele "eu" apontou a varinha pra o bruxo e ao mesmo tempo em que eu, gritei:
PETRIFICUS TOTTALUS junto com Rory.
Os jatos de luz saíram das varinhas ao mesmo tempo acertando o bruxo, fazendo com que caísse duro. Nesta hora o outro "eu" voltou rápido e me deu um encontrão. Senti como caísse de uns quinze metros de altura durante um jogo.
Não vi mais nada.
-Ty, por favor, acorda... Ai por favor, Deus, mande ajuda, Ty não morra. Foi minha culpa...
Rory soluçava tentando arrastar um Ty inconsciente. Ele estava caído numa poça de sangue e seu rosto estava excessivamente pálido.
RM - Juro que eu nunca vou te fazer mal... Não me deixe...
SM - O QUE FOI QUE ACONTECEU? TY. - o bruxo perguntou apontando a varinha e a garota soltou o rapaz, fazendo com que batesse a cabeça no chão.
RM - Foi um comensal, ele tá muito machucado, ajude-o, por favor.
Sergei olhava para a menina e viu que as vestes dela estavam empapadas de sangue, e grossas lágrimas molhavam seu rosto, enquanto se afastava.
Ele rapidamente iniciou os primeiros socorros no garoto, que estava com o rosto molhado pelas lágrimas da garota. Apontou a varinha e fez um feitiço cicatrizante, pois o corte havia sido profundo; mentalmente fazia uma oração a Odin, pedindo a salvação do seu afilhado. Viu quando o comensal começou a se mexer, murmurou um feitiço silencioso que deixou o comensal desacordado.
O garoto estava gelado, precisaria de socorro especializado urgente ou entraria choque. Conjurou uma maca para levá-lor o garoto para a enfermaria quando se lembrou da menina, virou a cabeça para falar com ela e ver se não estava ferida, mas não havia mais ninguém.
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