Wednesday, May 24, 2006

Um adeus para o início de uma nova vida

Do diário de Morgan O'Hara

Abri os olhos e vi Carlinhos sentado na cadeira ao lado da cama. Parecia exausto. Tentei me mover bem devagar, mas ele acordou, e se aproximou:
MOH - Sempre me salvando não é?
CW - Oi. - e me deu um beijo, ficando com a testa encostada na minha, como se pudesse apagar as lembranças ruins.
MOH - Como chegou tão rápido aqui?
CW - Eu estava no Ministério em Paris, falando com os McGregors, quando foi dado o alarme.
MOH - Eu o matei? - disse me referindo ao professor Richelieu.
CW - Não. Ficou bem machucado, mas a enfermeira o curou e os aurores o estão levando para a prisão junto com alguns outros. – respirei aliviada.
MOH - Amor, ele disse que outras escolas seriam tomadas também. Seus irmãos... Megan em Ballyhara, nós temos que ajudar. - fiz menção de levantar da cama, mas fiquei tonta.
CW - Ainda estamos sem contato com as outras escolas, mas em Hogwarts temos Dumbledore e na Irlanda temos sua tia Bertha. Tem que ser muito bom, para passar por eles, portanto acalme-se.
Olhei em volta e vi várias cortinas fechadas na enfermaria. Nesta hora a enfermeira veio me examinar novamente:
MM - Senhor Weasley preciso examinar a senhorita O'Hara, poderia se retirar um minuto?
CW-Eu vou falar com os McGregors, para saber das notícias ok?
Ele saiu e me deixou sendo examinada pela enfermeira. Ainda bem que ele fez isso, pois a notícia que ela me deu depois me deixou um tanto surpresa.

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Carlinhos havia conseguido um contato com o pai e voltado para Londres, naquela noite com a ajuda de Sergei. Gui havia sido atacado por um lobisomem e seu estado era grave, tive que insistir para que saísse do meu lado e fosse ver o irmão; e só foi porque conseguiu a garantia de poder voltar pela mesma chave de portal. Gui havia sido ferido, enquanto lutava para defender Hogwarts, e naquela noite uma grande perda se abateu sobre o mundo bruxo: Dumbledore estava morto.
Madame Máxime foi ao funeral, e encarregou a professora Milena de continuar a reconstrução do castelo junto com os outros professores, pois os alunos deveriam voltar para suas famílias para passar as férias de fim de ano letivo.
O Ministério estava decidindo se a escola continuaria a funcionar depois do ataque, mas pela determinação que vi nos rostos dos aurores pais dos alunos, a escola continuaria, foi o que me disse a senhora McGregor, quando a questionei sobre isso:
AM - Morgan, mesmo em casa as pessoas correrão perigo, enquanto Voldemort não for detido. O jeito é estarmos unidos para enfrentar a ameaça, e aqui os alunos pelo menos estarão aprendendo a se defender...

Durante o trajeto do barco para Paris, me despedi de Marienne, Julian e Armand. Apesar dos ferimentos sofridos estavam bem, estávamos felizes por estarmos vivos e fizemos planos para ajudar a reforçar a resistência contra as forças das trevas, pois como bruxos formados ninguém poderia nos impedir de ajudar. E Armand dizia que assim poderia conhecer todas as pessoas interessantes que lutaram para defender Beauxbatons.
Sei... Combinamos de nos manter em contato.
Mais cedo eu havia me despedido de Ty; que iria voltar com os pais pela rede de Flu para a Escócia. Ele estava todo animado com as coisas que iria aprender com eles e o padrinho, disse me escreveria contando seus progressos, e que daria um jeito de me visitar. Disse isso alto, na hora que a garota da Nox passava acompanhada pelos irmãos. Vimos quando ela fechou a cara e seguiu em frente. Ele apenas me deu um sorriso travesso e foi embora procurar os pais.
Na saída do barco encontrei Ian totalmente recuperado. Havia sido o aluno mais atingido nesta batalha, pois ficou em coma por dois dias. Um bom amigo que fiz neste ano que passei por aqui. Encrenqueiro, complicado para expor seus sentimentos, mas de coração grande. Talvez este ano ele consiga realizar seu objetivo. Vou torcer por ele.
Logo encontrei Carlinhos me esperando no porto, e pelos seus olhos percebi que o problema com Gui havia sido sério. Caminhávamos às margens do Sena, em direção ao Ministério bruxo francês, e de lá iríamos de Flu até Londres. Tudo arranjado por Sergei.
MOH - Como está o seu irmão?
CW - Diferente, mas vai sobreviver. Vamos ficar na Toca, tudo bem?
MOH - Sim, claro.
CW - Já que você terminou a escola, você poderia ficar em Londres com meus pais, até nos casarmos. Acho mais seguro.
MOH - Você vai estar lá também?- perguntei já sabendo a resposta.
CW - Não posso. Agora sem Dumbledore temos que nos organizar para nos defendermos. Nem sei se a Ordem da Fênix vai continuar a existir.
MOH - Vou ficar nas Ilhas Hébridas com tia Bertha.
CW - Morgan, eu quero que você fique com eles, para que eu possa ajudar o nosso lado, ficarei mais tranqüilo. Eles cuidarão de você.
MOH - Desculpe, mas não vou ficar com seus pais, enquanto você está se arriscando por ai; não enquanto eu puder ajudar. Não preciso de babá, já tenho o Porshy fazendo isso. Vou ajudar, nem que seja para reconstruir a escola na Irlanda, Hogwarts ou aqui.
Começamos a discutir acaloradamente, quando decidi por um fim naquela discussão, pois nenhum dos dois estava disposto a ceder. Peguei sua mão e coloquei em cima da minha barriga dizendo:
MOH - Vamos ficar bem protegidos na Ilha dos dragões, esperando por você. Lá é o nosso lugar.
Seu rosto que exibia tensão, primeiro ficou surpreso e depois emocionado.
CW - É sério?- disse me erguendo do chão num abraço.
Confirmei com a cabeça e passamos o resto do caminho fazendo planos para nosso futuro.
Um futuro que estava bem acomodado em minha barriga, e que mesmo com as dificuldades que estão por vir, será recebido com muita alegria.

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