diário de Seth K. C. Chronos
Há mais de 3 meses atrás, papai e mamãe me levaram de volta pra casa e decidiram me manter por lá, para que eu pudesse treinar e desenvolver minhas habilidades, além de saber controlá-las.
- Ah droga! Por que só o Seth tem essa mordomia de faltar às aulas? – Griffon reclamava quando soube que só ele retornaria à Beauxbatons.
- Você por acaso tem um monstro dentro de você? E não conta quando você está com fome? – Brinquei, apesar de ainda sério.
- Há-Há-há! Queria poder ficar em casa e curtir a vida boa...
- Até parece que seu irmão vai curtir uma vida boa... – Mamãe falou acariciando nossas cabeças com um sorriso. Confesso que tive um pouco de medo com o jeito dela, quase peço pra me levarem pro colégio de volta...
- E sua hora ainda vai chegar Sr. Griffon – Papai surgiu na mesa do café da manhã, descendo do quarto dele e de mamãe. – Só que seu irmão tem prioridade agora, é por enquanto o caso dele é mais grave.
- Vocês tão é escondendo algo de mim! – Griffon acusou e eu desviei o olhar, o que fez ele olhar de um para o outro – VOCÊS TRÊS ESTÃO ESCONDENDO! Por que o Seth pode saber e eu não?! – Ele fez biquinho como sempre quando é rabugento e minha mãe apertou a bochecha dele de leve, encerrando o assunto.
- Vamos para a Estação, Lu comece o treinamento com o Seth.
- Não vou poder nem ir até um pedaço? – perguntei meio ansioso.
- Não, nada disso. Já devíamos ter começado! Mi, querida, não esqueça de pegar os amuletos dos dois. – Papai falou, despedindo-se de Griffon com um abraço e um beijo em mamãe. Me despedi deles também e Griffon me deu um abraço forte enquanto cochichava "Sortudo".
Nem sabia que os meses mais corridos, divertidos e construtivos da minha vida estavam para começar.
Na sala de treinamento do Clã
- Me diga Seth, quais são as Três Imperdoáveis? – Papai me perguntou diretamente, apesar dele saber que eu já conhecia a resposta.
- Avada Kedava, Imperius e...Cruccio – demorei a responder a última, pois fora ela que causara a morte de meus avós.
- Exato...E quais seus efeitos?
- Cruccio é a maldição da tortura, Imperius do controle sobre a pessoa, e Avada Kedava a maldição da morte.
- Muito bem...Quero lhe mostrar algo, por favor não se assuste. Avada Kedava!
Ele gritou a maldição enquanto apontava a varinha para mim. Eu apenas senti o medo e a surpresa de repente dentro de mim. Senti também muito ódio e rancor de meu pai ter me assassinado. Mas isso só durou um instante...Eu estava de pé ainda, com os caninos à mostra e os olhos rubros. Meu corpo inteiro tremia e sangue escorria do meu nariz e da minha boca, assim como dos pulsos e do peito. Mas eu estava vivo.
- Hahahahahaha! Como pensei. Você também é imune a ela...Você assim como eu apenas recebe danos "superficiais". Suas forças são exauridas e cortes surgem em pontos que seriam vitais, como os pulsos, o peito, a boca e do nariz. Mas você não sofre o dano completo. A Morte. Sabe por que?
- ...Porque, tecnicamente, já estamos mortos...
- Exato! Você realmente é meu filho!! – Papai sorriu e apontou a varinha, curando meus ferimentos mais rapidamente, pois eles já começavam a se fechar. – A Maldição da Morte não faz efeito naqueles que já estão mortos... – senti uma certa infelicidade no tom de voz dele, e eu entendia porque, mas o tom desapareceu rapidamente, meu pai já deixara de ser o jovem que sempre se sentia triste por ser o que é, assim como eu fico ainda hoje...- Porém, ela ainda é muito poderosa, e além disso as outras maldições ainda podem fazer efeito em você. Nesse seu novo treinamento, aumentarei sua força, aumentarei a sua velocidade de regeneração, aumentarei sua velocidade, e o farei ser uma barreira humana contra qualquer feitiço, e lhe ensinarei as Imperdoáveis, lhe ensinarei as Artes das Trevas.
Ele falou isso tudo de modo solene e eu sabia que não estava mentindo. "Para se combater o mal, deve-se conhecê-lo. Para se escolher a luz, deve-se conhecer as trevas". E eu estava preparado para isso. Já algum tempo sabia que esse dia chegaria, em que eu precisaria aprender como as trevas agem, aprender como me defender, mas também como aniquilar...
- A primeira parte será o treinamento com as Imperdoáveis. Quando você dominar seu uso e sua defesa, seus poderes já vão estar muito evoluídos e será apenas mais um passo para deixá-lo pronto para o que está por vir...Eu treinarei com você a maior parte do tempo, mas sua mãe também irá treiná-lo, assim como seus tios, tanto a Celas, quanto o Kyle e a Alex. Vou transformá-lo em um caçador como eu, prepararei você para o que for acontecer.
- Pai...O Tio Kyle...Estou preocupado com ele, sinto-me estranho sempre que penso nele...
- Eu sei... – papai ficou em silêncio um tempo e novamente notei tristeza – Eu também sinto...Mas não podemos fazer nada, nem ele quer que o façamos...Seth, preste atenção. Quero que me jure que se seu irmão, seus amigos, ou melhor, qualquer pessoa, estiver sob a mira de um Avada Kedava, você se jogará na frente deles.
- Não precisa nem pedir, pai. Desde agora em que vi, que sou imune à ela, tomei a mesma decisão...
- Chega de papo.
Os olhos dele se acenderam e iniciamos um duelo. Usamos nossos poderes vampíricos também, o que dificultava a ação dos feitiços. Meus feitiços mais poderosos sequer o arranhavam, e o mesmo valia para ele, apesar dele estar pegando leve. Ele usou o Imperius em mim, tentando me controlar, e por alguns minutos ele me fez saltitar pela sala como um canguru, até que ele surgiu.
- Vai deixar ser feito de palhaço? Pelo seu próprio pai?
- Quem é você?
- Eu sou você. E não sou você. Você ainda vai entender. Vamos, não vou deixar o outro Eu de seu pai nos vencer.
Tive o vislumbre de um jovem totalmente acorrentado nas trevas, e a única luz que eu podia ver eram seus olhos vermelhos...Iguais e ao mesmo tempo, diferentes dos meus...Na mesma hora, senti nova injeção de energia e eu sabia que era meu lado vampírico em ação, mas dessa vez mais intensamente. Reagi ao feitiço e o lancei de volta para meu pai, gritando alto Imperius. O feitiço mal fez efeito por alguns segundos, quando ele começou a rir e parou o duelo.
- Ahh! Então nós o acordamos! Aquele que você viu, filho, é a personificação de sua maldição, é a personificação de seu lado vampírico.
- Por que ele estava acorrentado?
- Porque eu e sua mãe o lacramos desde que você nasceu. E mais do que isso, porque você é mais forte do que ele...Depois falaremos mais sobre ele, quero me aquecer mais um pouco! – Ele sorriu jovialmente e eu também me animei e começamos a duelar novamente.
Minha rotina foi sempre a mesma pelos meses seguintes. Minha mãe ou às vezes minha Tia Celas substituíam meu pai nos treinos de manhã para que ele descansa-se, mas eu só podia descansar a cada 2 dias, apesar que eu mal me cansava. Mamãe me explicou que a exaustão era de propósito, para aguçar meus instintos e meus sentidos e eu concordava com ela. Tia Alex e Tio Kyle também vinham me visitar e treinar comigo, além de para conversar muito. Os quatro disseram que só me liberariam quando eu pudesse controlá-los por mais de 10 minutos e quando eu os pudesse torturar por 2 minutos...Demorei e muito para conseguir, mesmo que a contra gosto, mas ao final dos dois primeiros meses, eu já conseguia invadir a mente deles, controlá-los por 10 ou 12 minutos, e os torturava por até 1 minuto e meio, quando eles conseguiam se livrar do feitiço.
- Meus parabéns Seth, meu querido, você realmente está pronto para enfrentar praticamente tudo! – Tia Alex falou depois de eu ter controlado-a por 10 minutos, fazendo-a imitar um pomorim sem asas. Estávamos exaustos e havíamos parado por uns instantes enquanto ela se recuperava. Quanto a mim, eu não sentia meus músculos, faziam 2 dias que eu não parava... – Agora seria uma boa ter seu irmão ou sua mãe por perto...Eles nos recuperariam em instantes!
- Qual a fonte do poder deles Tia? Sei que tem a ver com a cura.
- Exatamente, os dois tem o dom de curar e revitalizar qualquer um que eles toquem. Na verdade eles tem um poder praticamente sagrado, que poderia até matar você e seu pai se não soubessem controlar. Teve uma época na escola que seus pais mal podiam se tocar sem que seu pai fosse queimado...Pra falar a verdade nem eu nem o Kyle podíamos tocá-lo também por sinal Rsrsrs...A fonte de poder é da família da sua mãe, um poder ancestral...
- Se já estão até conversando, acho que já podemos continuar não? – Papai e Tio Kyle desciam as escadas de acesso e mamãe os seguia com sucos de abóbora para todos.
- Tadinho dele Lu! Você é malvado com a criança! – Minha mãe reclamou e me abraçou. Me senti melhor só de sentir o toque dela.
- Você pode ser meu afilhado, mas concordo com seu pai! E agora vem um momento ainda mais importante do treinamento!! – Tio Kyle falou e elas concordaram, levantando-se e me deixando a sós com meu pai.
- Eu pensei que controlar as maldições eram mais importante... – comentei meio confuso.
- Elas também são, mas agora é uma parte ainda mais delicada e essencial...Lembra-se do jovem acorrentado que você viu? Vou ensiná-lo a se comunicar com ele, a usar a força dele, sem perder sua consciência.
- Mas para isso você vai precisar provar de sangue antes. E eu prefiro que seja do meu. – Mamãe voltou com uma adaga na mão e se aproximou de mim. Sem que eu fizesse nada, ela cortou o próprio braço e aproximou-o de mim. Eu senti nojo, mas a sede ficou maior e não pude resistir. Meu pai sequer se moveu enquanto minha mãe acariciava meus cabelos negros enquanto eu engolia as gotas do líquido vermelho... Ele reapareceu...
- Entre em contato com ele. Faça um acordo com ele, deixe-se aproximar dele, mas com cuidado. E mostrando que você é mais forte do que ele.
Tudo estava escuro, com exceção do par de olhos à minha frente. Eles me encaravam, mas pareciam sonolentos e calmos...
- Você voltou...Não acho que precisamos ter essa conversa agora...
Um corredor...O corredor da sala de troféus de Beauxbatons...
Já eram altas horas da noite e eu me aproximava da sala, onde alguém estava lá...
Algo dificultava minha visão. Era uma máscara. A Máscara do Lobo.
Me postei à porta da sala e via Ian dentro da sala. Ele também me viu e iniciamos uma pequena luta, mas ele conseguiu escapar. Eu o cacei pela escola, perseguindo-o até que ele conseguiu ferir meu braço e conseguiu se afastar.
Abri uma das passagens secretas que o Gabriel me ensinara e com minha velocidade acima do normal, cheguei em segundos ao outro andar. Lá estava outro aluno e também o ataquei, mas ele conseguiu escapar...
- Você sempre tem os meus poderes, não precisamos de acordos, por enquanto. Não sou como o monstro de seu pai sedento de sangue. Você é mais controlado que ele. E você já tem minha força...
- Vejo que conseguiu se comunicar com ele. – Papai sorriu quando abri os olhos. Eu ainda estava no colo de mamãe e me sentia confuso novamente...Eu era o Lobo?! Mas apesar disso eu sentia uma felicidade tremenda, e o mesmo sentiam meus pais, ambos me sorriam alegres.
- Quero que veja essas fotos desses homens. – Papai sacou rapidamente três fotos do bolso e me mostrou – Eles são assassinos trouxas, mas que aceitei capturá-los para lhe treinar. Você vai rastreá-los e segui-los...Agora, nós vamos a caçada! Vou lhe ensinar a ser um caçador de verdade.
Papai falou com entusiasmo, mesmo entusiasmo que eu tinha. Mamãe apenas me deu um beijo na testa e colocou a mão em meu peito, como se me desse um proteção. Depois eu e meu pai corríamos pela casa-fortaleza do clã e com um salto transpomos os muros e sumíamos na escuridão da noite...Estávamos indo à caça.
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