Tuesday, May 29, 2007

Don't fear the eyes of the Dark Lord

Diário de Seth K. C. Chronos

Inferno?

Aquele maldito conseguiu o que queria...Levou-me ao inferno, um inferno na Terra.

Aquele meu eu-maldito, me faz ter visões de coisas horríveis, de seqüestros, de perseguições e até assassinatos.

Ou será que não são visões? Será que são as lembranças?! Será que elas apenas romperam a barreira que eu havia construído para impedir que eu enlouquecesse de culpa?

Não posso mais andar pelos corredores sem ser acusado, tanto verbalmente quanto oralmente. As suspeitas a meu respeito se espalharam pelo colégio, mesmo que meus amigos tentem desmenti-las. Pelo menos poucos descobriram que sou meio-vampiro, pois se descobrem acho que iriam me levar a um Tribunal Inquisidor...Isso se eu não os atacasse, pois do jeito que pareço estar fora do controle, não duvidaria muito...

Quem mais me acusa, é óbvio, é o Ian e o Bernard, assim como seus amigos. Evito encontrá-los nos corredores, pois sei que vão me acusar e até tentar retirar algo de mim. Já senti várias pessoas tentando entrar em minha mente, apesar de não conseguirem, nem irão conseguir...E aqueles que chegam perto das trevas da minha mente, são repelidos por mim, ou por medo dele...Então tenho me mantido sozinho no telhado da Lux, ou na mais alta torre, pois sei que ninguém vai me alcançar lá, e só desço direto para as aulas. E foi em uma dessas que outra cena piorou minha "reputação"...Aconteceu quando desci da torre para ir pra aula de Mitologia, nessa aula a Emily me faz me sentir bem, deve ser por isso que o Griffon se apaixonou. Ouvi gente correndo atrás de mim, mas decidi não me virar, porém alguém me puxou pelo braço e me virou de frente. Era o Ian e o Bernard, ambos com cara de poucos amigos. As pessoas em volta se afastaram, como que com medo de nós três, também não os culpo, nossos rostos não eram muito belos e amigáveis.

- Pode parar de tentar entrar na minha mente?! Você não vai conseguir. - falei calmamente, sem romper o contato visual com Ian, mas o expulsando de minha mente.
- Eu faço o que eu quiser, já que você não me diz onde está a Amélia, Van Helsing - ele falou furioso, ainda me encarando.
- Já falei que não sei onde ela está!! E o que você disse?! - só depois de um tempo me toquei do que ele me chamou. Olhei para o Bernard e ele parecia se segurar para não rir, ao mesmo tempo em que parecia morrer de vergonha.
- Te chamei de Van Helsing, por que? Algum problema, Van Helsing!
- Não é Van Helsing... - falei com um leve sorriso, que ele tomou como insulto.
- IAN, SEU IDIOTA! Van Helsing é o caçador de vampiros! É Drácula, seu idiota! - Bernard o corrigiu, e Ian pareceu se lembrar, voltando a me encarar.
- Que seja, Drácula, onde a Amélia está?
- Já falei que não sei onde ela está! - eu começava a perder a paciência, e sentia meu corpo pulsando de raiva e meus instintos se aprimorando.
- Você sabe sim, e vamos arrancar por bem, ou por mal! - Foi Bernard quem falou, mas foi Ian que agiu primeiro. Ele me empurrou com força e me deu um soco no rosto, enquanto Bernard sacava a varinha e a apontava para mim. Ian também sacou a varinha e apontou para mim. Ambos se assustaram ao ver que meu rosto mal ficara vermelho com o soco, porém continuaram com as varinhas erguidas.
- Não façam isso... Por favor... - falei triste, pois sabia que eles me fariam perder o controle.
- Não temos medo de você, ataque a gente agora, seu covarde! - Bernard me insultou.
- Estupefata! - Ian gritou em seguida

O jorro de luz vermelha veio em minha direção. O pingente em meu peito piscou em branco e o feitiço me atingiu na barriga, me jogando para trás. Eles e aproximaram pensando que eu estava estuporado. Porém eu continuava acordado, com os olhos vermelhos e as pressas a mostra. Pus-me de pé de um salto, atingindo a ambos com um chute. Antes que eles se recuperassem do choque, os empurrei pra trás, e sem sacar a varinha avancei. Ian se recuperou primeiro e lançou outro feitiço em mim, que de novo não surtiu efeito. Eu lancei o mesmo feitiço nele e o joguei longe. Bernard se aproveitou e me atingiu pelo lado, porém novamente, sequer me arranhou.

As pessoas ao nosso redor gritavam e o som das vozes histéricas e o som dos duelos me enfureciam, me fazendo perder o controle, enquanto meu sobretudo esvoaçava e ele próprio parecia parar os feitiços. Ian me acertou um soco no estômago e fui empurrado pra trás, porém segurei seu braço e o agarrei pela gola da camisa, levantando-o centímetros do chão. Bernard encostou a varinha em minha garganta e a pressionou com força, enquanto eu apertei com mais força a gola de Ian.

- O que vocês pensam que estão fazendo?! – Era a voz de Emily saindo correndo do corredor da sala dela. Griffon, Ty e Mi a seguiam e encaravam atônitos a briga. – Chronos, Lafayette e Lestel, na minha sala, agora!!

Ela parecia a ponto de nos matar, porém controlou a surpresa e apenas nos apontou sua sala. Bernard demorou a retirar a varinha e segui-la, mas eu e Ian ainda nos encaramos e eu o empurrei para o chão. Emily nos fez nos sentar em volta da mesa dela. Ela parecia ao mesmo tempo enraivecida e chocada.

- Como tiveram a coragem de fazer um duelo, duelo não, uma simples briga no meio do corredor?! – Ela falou devagar, porém com uma força tremenda na voz.
- Foi ele que começou, professora. Van Helsing seqüestrou a Amélia e nos atacou! – Ian falou exaltado.
- É Drácula, Drácula! – Bernard, eu e Emily falamos ao mesmo tempo.
- Deixe de ser mentiroso! Eu não fiz nada disso! – Discuti alteando um pouco a voz.
- Basta, os três! – Emily se meteu entre nós três antes que voltássemos a brigar. – Ian, Bernard, vocês mal conseguem penetrar na mente dele, como podem afirmar que ele fez isso? E eu posso penetrar na de vocês. Vocês começaram atacando e ele apenas se defendeu. Por hora basta, não haverá detenções, mas se houver mais alguma coisa, eu mesma irei deter vocês três. Agora saiam! Chronos, você fica, ainda temos aula.

Eles saíram resmungando insultos para mim de modo inaudível para Emily, deixando-me a sós com ela. Ele respirou fundo e passou a mão pelos cabelos devagar, me encarando em seguida. Eu sequer desviei o olhar e ela sorriu, por eu ter resistido ao olhar penetrante dela. Griffon realmente tem bom gosto...

- Seth, por que você lutou daquele jeito?
- Não sei... Eles me fizeram perder o controle, parecia que eles queriam isso...
- E você não vê que era isso que queriam? Eles queriam provar que você é perigoso, e que você a seqüestrou. E quase conseguiram.
- Eu não sei o que fazer... Estou pensando em me trancar em algum lugar...
- Seth deixa de ser bobo! Você não é o Lobo. Acha que eu, seus pais ou seus tios deixaríamos?
- Então porque vi tudo? Por que estava na cena do crime novamente? E por que tinha sangue em minhas mãos?
- Seu pai já lhe falou do seu dom não? É ele atuando... Porque não tenta localizar o lobo usando seu dom?
- Eu já tentei... Mas não consigo. Mal localizo a mente dele novamente...
- Você precisa... Deixe-me ver... Precisa de canalizadores. E você já os tem. – Ela sorriu pra mim jovialmente e entendi sua mensagem. Tive vontade de beijá-la, mas acho que o Griffon me mataria.

Sai correndo da sala e na entrada encontrei quem eu precisava. Griffon, Ty e Mi. Eles tentaram falar comigo sobre o que acontecia, mas os calei com um aceno de mão e pedi que me seguissem. Os guiei pelos corredores até achar uma sala vazia. Eles não entenderam nada, porém sentiram que era algo importante e esperaram eu falar.

- Vamos achar o Lobo. Preciso de vocês três. Mi, preciso que você se concentre comigo, tente entrar na minha mente, isso vai fortalecer o que quero fazer. Ty você vai usar a Projeção para ir pro lugar que eu indicar. E você Griffon vai nos conectar, aumentando nossas energias e fortalecendo nossas formas de invadir a mente dele. Vamos localizar o lobo!
- O que você pretende fazer?! – Ty perguntou meio zonzo.
- Achar o Lobo. É possível e Emily me disse que talvez dê certo, só tem um jeito de saber não é? – Falei animado
- Mas o que pretende fazer? – Mi perguntou também animada.
- Vou usar meu dom para localizá-lo. O Griffon vai nos fortalecer e o Ty vai localizá-lo no lugar onde eu achar que ele está. Preparados?
- Vamos logo então – Griffon falou com um sorriso e seus olhos ficaram dourados, enquanto uma luz se expandia ao nosso redor. Demos as mãos e fechamos os olhos.

Senti a mente deles em sintonia com a minha, Mi concentrando-se mais que os dois em fortalecer minha mente para a invasão. Griffon nos fortalecia e Ty se preparava para a projeção. Concentrei-me nele... Preparei para procurar em cada pessoa da escola, mas não foi necessário. Minha mente estava em sintonia com a dele desde que vi o que ele fazia. Sabia que era ela, sentia seus pensamentos, sentia suas perseguições. Concentrei-me em Amélia e tive um vislumbre dela. Ela estava bem, porém não vi onde estava. Ele tentava me repelir, mas a mente de Mi e de Griffon me fortaleciam e não deixavam. Eu precisava ver quem era! Os olhos dele queimavam e sua mente explodia tentando me repelir, mas eu não cedia. Precisava de tempo para descobrir quem era, mas ele era mais forte que imaginava. Ty sentiu a tensão entre nós dois e fortaleceu o laço com suas forças. Rompemos suas defesas. Vi a máscara, os ataques anteriores, mas ainda não o vi. Então vi através de seus olhos e reconheci o lugar. Ele se enfureceu e me repeliu com força. Caímos no chão exaustos e Griffon imediatamente começou a nos curar, porém eu apenas gritei:

- Rápido Ty, Quarto andar, ele está lá, rápido! – cai exausto enquanto via a projeção de Ty atravessar paredes... Algum tempo depois ele retornou e também estava exausto.
- Droga ele fugiu! Mas ele estava lá! Vi sua sombra!
- Droga!! Não sabemos quem é!! Isso foi inútil! – falei decepcionado.
- Não foi inútil Seth! Agora sabemos que não é você! E podemos tentar mais vezes! – Mi tentou me animar e conseguiu, pois soltei um largo sorriso.
- Nós somos demais! Não é por nada não, mas ajudei bastante – Griffon falou se sentindo e arrancou algumas gargalhadas.
- Precisamos falar isso para alguém! – Ty falou contente.
- Eu falo para a Emily então, enquanto isso vocês vasculham os corredores – Griffon falou ficando vermelho e rimos de o porque dele querer ir falar com ela. Enquanto isso eu corria pelos corredores, procurando por alguém que se entregasse por estar muito nervoso. Mas não identifiquei ninguém... Mas agora sei como posso encontrá-lo e mesmo que seja mais difícil, eu vou tentar... Não tenho mais medo de meu lado vampiro, nem muito menos do lobo.

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