Por Gabriel Graham Storm
- Eu não sei o que faço
- Gabriel, você tem que escolher o que achar melhor pra você. É uma oportunidade que você tem de conhecer lugares novos, pessoas novas, é um ambiente completamente diferente daqui
- Eu quero ir, mas fico pensando nos meus amigos. Não vou mais vê-los!
- Quando você saiu de Hogwarts para estudar em Beauxbatons você também deixou amigos por lá, mas isso fez com que você perdesse a amizade deles?
- Não, nós sempre trocamos cartas ou conversamos pela lareira...
- Então, o que muda dessa vez?
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Já havia se passado uma semana desde que conversei com a minha mãe pela lareira, depois de uma reunião com o professor de quadribol. Hoje ela viria até a escola, pois passaria a Páscoa em Paris.
Estava no portão da escola no horário que combinamos e fomos direto para a cidade almoçar. Meu pai estava a serviço da Ordem o feriado todo e tio Scott e tio Ben foram para a Irlanda com Nicholas, para ele ver os avôs. Então éramos só nós dois, como sempre foi.
- Seu padrinho está dizendo que quer ensinar o Nicholas a surfar
- Isso vai ser engraçado!
- Pois é. Ele acha que como você aprendeu fácil, vai ser a mesma coisa com ele
- Quero assistir essas aulas... – fiquei mudo um tempo encarando o prato e percebi que ela me olhava
- E então? Vai me explicar o que aconteceu ou vou ter que adivinhar? Porque você só contou o final da história aquele dia
- Lembra que contei do jogo que o professor Tiago organizou, com os olheiros?
- Sim, claro, você só falou dele na carta inteira
- Então, no meio dos olheiros tinha um da escola de magia da Califórnia, e ele me convidou para jogar lá.
- Jogar na escola agora, no final do período?
- Sim, ele disse que o apanhador do time deles não podia mais jogar e ele queria que eu fosse para já disputar as últimas partidas deles, porque gostou do que viu no jogo. Eles lá não têm casas, são várias escolas de magia e o campeonato é entre elas, é só um time por escola. Ele disse que eu ganharia uma bolsa de estudos e podia completar o 5º ano lá sem problemas. O que você acha?
- Como já falei, é uma oportunidade excelente para você que gosta de viajar e conhecer lugares diferentes. Eu iria, no seu lugar. Mas não posso tomar essa decisão por você, terá que pensar sozinho.
- Tenho medo de tomar a decisão errada e me arrepender depois
- Qualquer decisão que você tome será a decisão certa, porque é você que vai escolher, e não outra pessoa.
- Preciso pensar mais um tempo...
- Vou deixar você na escola porque precisa trabalhar hoje, mas amanha nos vemos outra vez.
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Depois que minha mãe voltou para Paris e me deixou no castelo, não conseguia me concentrar em nada. Só pensava na proposta que me fizeram, teria que dar uma resposta logo depois do feriado e ainda não havia me decidido. Eu sabia que Ty e Miyako falavam comigo, podia ver suas bocas se mexendo na mesa e o assunto parecia estar animado, mas não conseguia ouvi-los. Ficava imaginando o que eles diriam se soubessem o que estava pensando naquele momento.
Pensei na reação deles se minha resposta fosse sim. Ty com certeza ficaria com raiva e Miyako triste. Pensei também na Mad, o que ela diria? E o time de quadribol? Ty era o capitão, não poderia deixar ele na mão. Se fosse embora, precisaria deixar alguém no meu lugar, alguém a altura.
Deixei os dois conversando na Sapientai e fui dar uma volta pelo castelo. Precisava ficar sozinho, pensar sozinho. Minha mãe tinha razão, eu não podia pensar em ninguém para decidir isso, tinha que pensar só em mim. E para isso, tinha que estar sozinho.
Caminhei pelo castelo inteiro, entrei em todas as passagens secretas que descobrimos durante o ano e que já estavam desenhadas no mapa. Não deviam estar faltando muitas, já percorremos o castelo inteiro, só faltava o último andar. Puxei o mapa do bolso e o estudei por um tempo. Estava no rascunho ainda e ocupei minha tarde conferindo tudo que já tínhamos feito. Quando levantei do chão, tarde da noite, e voltei para o dormitório, já havia tomado minha decisão.
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- O que foi Gabriel? O que é isso no seu bolso?
- Se eu contar, você promete não brigar com o meu pai?
- Tudo bem, prometo – ela disse depois de considerar o pedido
- É um mapa do castelo
- Ah não, não me diga que ele lhe ensinou a fazer um mapa do maroto?
- Sim, mas só porque fizemos chantagem emocional. De qualquer forma, preciso terminar a minha parte dele e queria que você me ajudasse?
- E precisa terminar isso agora?
- Sim... – olhei para ela decidido antes de continuar – porque não vou poder fazer isso quando for para a Califórnia...
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