Saturday, April 14, 2007

A tempestade que se aproxima...

Por Rory Montpellier

Medo - sensação de inquietação ante perigo real ou imaginário.
Pavor...
Temor...

Isso era o que eu andava sentindo estes últimos dias e me fazia ficar irritada ante a minha impotência ou covardia, e isso acabava se refletindo no meu namoro com o Ty, pois por qualquer coisa boba eu brigava com ele, como hoje.
Deixe-me explicar diário:
Alguns dias atrás recebi uma carta de meu pai, avisando que não viria nos ver na Páscoa, pois estaria muito ocupado com a fazenda, pois graças a indicações que uma amiga fez para alguns restaurantes elegantes em Paris, a procura pelos produtos orgânicos aumentou e ele estava expandindo a produção. Vinha acompanhado de uma enorme caixa de frutas e chocolates para que eu e meus irmãos dividíssemos. Nenhum de nós ficou chateado, pois já tínhamos planos: eu iria passar o dia com o Ty, depois que ele almoçasse com os pais dele, Angelique passaria o dia com Jean e Lucien estava interessado em conhecer uma garota da Fidei, sem hora para voltar.
Estava feliz com a carta de casa, quando um detalhe me chamou a atenção: Papai disse que minha mãe estava satisfeita, pois havia reencontrado amigos de escola e às vezes ela saía para visitá-los. Isso vinha ocorrendo desde o dia dos Namorados e isto parece que deu a ela um novo ânimo, pois até sua saúde melhorou.
Ele só estava preocupado com segurança dela, pois andaram ocorrendo alguns ataques estranhos em cidades vizinhas, mas ela disse a ele que não corria perigo, pois tinha a varinha para se proteger. Na carta ele dizia que os amigos dela, eram meio estranhos, mas se mamãe gostava deles, o que ele poderia fazer?

O que ela iria fazer com uma varinha? Que amigos eram estes?

Quando li este trecho, lembrei-me da sensação que Ty teve de estar sendo vigiado. Na hora eu não dei importância, mas agora percebo que a sensação dele foi real e desconfio diário, de que era minha mãe que estava lá e que ela nos seguiu até o apartamento dos pais dele.
Será que ela vai tentar alguma coisa contra eles? Não, ela não faria isso. Eles são treinados e acabariam com ela rapidamente. Será ela conseguiu ajuda de algum comensal, que esteja querendo diminuir as forças do lado de cá?
Daniele acha que eu devo contar tudo a ele, quando ele estiver bem tranquilo, imagine a cena ridícula:

"Ty querido, antes de eu nascer, meus pais eram comensais e o seu pai matou o meu pai verdadeiro alguns anos atrás e minha mãe está querendo se vingar, matando o seu pai. Mas não se preocupe, acho que ela vai perceber que as instalações de Askaban continuam terríveis, e vai esquecer este assunto. Então... Que parte do castelo vamos explorar hoje???" – dizer isto entre um amasso e outro, como se fosse uma coisa corriqueira.

Eu não quero perdê-lo, pois se alguma coisa ruim acontecer, ele vai escolher a família dele, disso eu tenho certeza. E também não quero mandar minha mãe para a cadeia, pois ela é uma fugitiva. Fico com medo de despejar a verdade em cima dele, quando ele segura meu rosto entre suas mãos e me olha daquele jeito que faz eu coração falhar uma batida e diz meigo:
- O que está acontecendo doçura? - é diário, toda vez que fico brava, ele me chama de doçura propositadamente, e faz isso com um olhar malicioso, cheio de segundas intenções, que me arrepiam.
Rsrsrs, quando ele pensa que tem o controle da situação, basta sussurrar algumas coisas em seu ouvido que... Esqueça, não vou dar detalhes.

*ela fecha os olhos como se recordasse alguma coisa e fica vermelha*. Olha em volta e continua sozinha em seu quarto. Volta a escrever.

Decidi! Vou contar a ele sobre minha origem, e sobre as minhas desconfianças, diário. É melhor ele manter-se a si e aos pais seguros, do que ficar comigo sem saber da ameaça. Espero que seja apenas fantasia da minha cabeça. Se alguma coisa acontecer com ele ou com os pais dele, eu vou me sentir culpada, e o pior: ele nunca vai me perdoar.
Amanhã diário, falarei com ele e contarei tudo.
Deseje-me sorte!

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