Por Ian Lucas Renoir Lafayette
When you’re on a holiday
You can’t find the words to say
All the things that come to you
And I wanna feel it too
Island in the sun - Weezer
As coisas em Beauxbatons andavam tranqüilas. Depois que a morte de Pierre Chirac foi divulgada na escola o pânico foi instalado, mas madame Maxime conseguiu controlar os alunos e parecia que todos estavam se sentindo um pouco mais seguros. E também pudera: agora tínhamos nada mais nada menos que todo o time de aurores da França circulando pela escola. Maxime esvaziou o escritório deles no Ministério da Magia e levou todos para a escola. Sendo assim, em todos os intervalos das aulas eu esbarrava com meus pais e meus tios pelos corredores.
- Não agüento mais isso, estou me sentindo vigiado – reclamei depois que minha mãe me parou no corredor para ajeitar minha gravata
- Não reclame Ian – Marie revirou os olhos quando viu que eu entortava a gravata outra vez – Quer a gente goste ou não dos aurores, estou me sentindo mais protegida com a presença deles
- É, é, que seja. Mas queria que meus pais tivessem outra profissão nessas horas
- Pense assim: em alguns dias estaremos fora daqui, aproveitando as praias das Ilhas Gregas – os olhos de Marie chegaram a brilhar pensando na nossa viagem
- Ah, Merlin é bondoso e sabe como merecemos alguns dias de descanso – meu pensamento logo foi para as águas cristalinas daquelas praias e sorri – Estou a ponto de enlouquecer com a quantidade de dever que estão passando para a gente
- Essa viagem promete...
ººº
- 37, 38, 39, 40, 41... – Gerard fechou a prancheta que tinha na mão e sorriu para madame Maxime – Estão todos aqui, diretora!
O professor de Zoologia entrou no barco selando a porta e madame Maxime acenou para Gerard, que ficaria na escola. Todos os alunos do 7º ano estavam a bordo do barco da escola. Íamos para a Grécia, para nossa tão esperada viagem de formatura. Desde o 1º dia de aula contamos os dias para o feriado de primavera, ou como gostamos de chamar, a semana do saco cheio. Essa semana era reservada para as viagens em turma, geralmente para algum lugar com praia onde pudéssemos aproveitar bastante, esquecendo os estresses das aulas.
A viagem de barco até Santorini durou pouco mais de duas horas e logo que chegamos fomos conduzidos pelos professores que vieram para o hotel que havia sido reservado para nossa turma. Teríamos o hotel inteiro para os alunos e professores, por uma semana. Estávamos muito animados e naquele momento, toda a perturbação de lobo e intrigas no nosso grupo foi esquecida. Tudo que queríamos era curtir a ultima vez em que teríamos toda nossa turma de Beauxbatons reunida, antes que cada um seguisse o seu caminho após a formatura.
Deixei meus amigos no hotel começando a incomodar os outros hóspedes se atirando na piscina e virando as pessoas das bóias e fui dar uma volta a pé pela ilha com Marie.
Já fazia algum tempo que não passávamos um tempo juntos, sem mais ninguém por perto, conversando sobre bobagens. Havia esquecido como gostava da companhia dela, mesmo que apenas caminhássemos sem conversar. E foi assim que ficamos por um longo tempo, até que de repente Marie quebrou o silencio.
- Se eu te fizer uma pergunta, você me responde com sinceridade?
- Claro... – ...que ia depender do que ela ia perguntar
- Você acha que eu sou careta?
- Careta? Como assim?
- Careta, chata, certinha, que não sabe aproveitar a vida!
- Claro que não Marie! De onde tirou essa idéia?
- Ah os meninos no barco vieram implicando comigo, dizendo que eu não sei curtir a vida
- Que meninos falaram isso?
- O Thierry, o Antoine e o Jean
- E você vai dar ouvidos aos três patetas? Por favor, não presta atenção ao que eles dizem. Você sabe curtir a vida sim, mas do seu jeito. Eles não têm nada com isso.
- Ainda assim acho que eles têm um pouco de razão... Olha você, por exemplo. Conheceu a Terri nas férias e decidiram namorar, mesmo a distancia. Eu nunca conseguiria isso, pois ia logo achar que namoro a distancia não dá certo!
- Talvez você tenha razão em pensar assim... Terri e eu não estamos mais juntos
- Não? Quando vocês terminaram? – ela parecia espantada – O que aconteceu?
- Não sei o que aconteceu, ela que terminou comigo por carta. Ela disse que não estava dando certo por estarmos muito longe
- Sinto muito Ian
- A distancia estava atrapalhando um pouco, mas acho que não era um problema tão grande assim. Mas tudo bem, não estou chateado, tem outras garotas por ai – disse olhando para ela – Olha só aquilo...
Apontei na direção do mar e Marie seguiu meu dedo. Sem que percebêssemos caminhamos até a costa e do alto da cidade dava para ver o pôr-do-sol, de um ponto privilegiado. O céu ia ficando alaranjado e cobrindo todo o mar e cidade, até que todas as casinhas brancas ao nosso redor também assumiram um tom laranja. Marie olhava encantada aquele cenário e naquele momento, não senti qualquer tipo de magoa por Terri ter terminado comigo. Quem eu realmente gostava estava ali, do meu lado, e tudo que eu precisava fazer era dizer isso a ela.
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