Por Bel McCallister e Bernard Lestel
IM: Assim como, exatamente?
- Assim, assim oras! Com essa tinta toda na cara! Não sou palhaça de nenhum circo. Tira isso agora do meu rosto Isabel!
IM: Bel é o seguinte: você entende dos livros, eu entendo da moda, ok? Você está linda!
Eu ia pedir pra ela fazer picadinhos do vestido, mas não custava nada ir pegar ele, e depois enfiá-lo no fundo da mala, então, achei que seria menos trabalhoso concordar.
No final das aulas, lá estava eu, dormitório da Isabel, sendo amarrada pelos braços e pernas por uma poltrona, enquanto aquele ser repugnante arrancava minha varinha, não dando ouvidos para os xingamentos e pedidos de libertação que eu exclamava aos berros. Bom, aconteceu o óbvio. Uma hora, depois de tanto ter xingado, minha variedade acabou e me vi obrigada a calar a boca.
BM: Eu vou te pedir com educação... Me solta, AGORA! Você é psicopata! Eu não sei o que você quer comigo, mas se tentar alguma coisa, eu arranco as suas fuças!
IM: Você devia me agradecer, sabia? A minha esperança é que um dia você me agradeça o suficiente... Mas vamos deixar de conversa! Ao trabalho!
BM: QUÊ? Me solta, sua maluca!!!
BM: Bernard? O que tem ele? Já te pedi para parar com as brincadeiras idiotas Isabel...
IM: Que droga! Ele vai me matar! – ela segurou meu braço com firmeza, chegava a doer. – Olha, me escuta! Tudo isso que aconteceu hoje, as maquiagens e a roupa, eu tinha sonhado com um dia desses há muito tempo. Mas hoje, eu fiz o que fiz, ou seja, obrigatoriamente, pois as circunstâncias exigiam! Então eu pensei: é a minha chance! É a chance de dar uns tratos na Bel! Então, você conhece o resto... E eu não uso chapinhas!!!
BM: O que você está dizendo? É para a festa de dia das bruxas?
IM: Bel, o Bernard vai te chamar pra sair hoje. Ele contou pro Ian, que acabou comentando com o Samuel, que sem querer e perceber, comentou comigo.
BM: E você, mais do que depressa, deixou escapar sem querer comigo certo? Brilhante! Além de tudo isso, você é fofoqueira!
IM: Bel, agora não, eu estou falando sério...
- Não, por quê? Deveria estar?
- Ora, primeiro encontro, expectativa, pressão, sabe como é né?
- Não tem pressão nenhuma, parem vocês dois!
- Claro que não, estamos falando da Anabel.
- Sim, ela não é como umas e outras que saem rolando na areia da praia com um garoto, em publico...
- Ahn na verdade, estava pensando em ficar no castelo... Fiz uma cirurgia no dente e não posso comer nada e...
- Ah Bel, pode parar! Ela ta ótima Bernard, e é toda sua! Tchau, Samuel está me esperando!
- Então? Vamos? – falei para Bel
- Não sei se é uma boa idéia jantar, sabe... Eu...
- Espera ai! Como você sabe que eu ia convidar você pra jantar?? – mas não esperei ela responder – quer saber? Já ate sei o caminho que a noticia percorreu para chegar aos seus ouvidos... – e lancei um olhar cerrado na direção dos meus amigos
- Mesmo assim, ainda acho que...
- Bel, por favor – e coloquei o dedo em seus lábios – eu gosto de você e sei que apesar de fazer força pra disfarçar, você também gosta de mim. Só o que peço é uma chance. Sai comigo hoje, prometo não forçar você a nada que não queira. E se mesmo assim no fim da noite você não tiver gostado de nada, eu deixo você em paz, nem falo mais com você, se preferir. Mas me da uma chance, ok?
- Eu, er, ahn... Tudo bem... – ela falou por fim, sem reação.
BL: Hum, não vai comer a carne Bel?
BM: Não como carnes desde os 8 anos de idade, sou vegetariana! – disse enfiando um champion na boca. Bernard tossiu com a água.
BL: Jura? Ai, que equívoco! Desculpa, eu não sabia... Por isso escolhi esse restaurante!
BM: Não precisa se desculpar! A salada está bem temperada... – rindo, o que fez ele soltar um suspiro de alívio e rir em seguida também.
BM: Não, a sobremesa eu como, prometo!
BL: Ok...
Voltaram correndo com dois baldes de gelo e jogaram sem delicadezas na mesa, cessando o “incêndio”. O cardápio estava em cinzas, e o forro da mesa já tinha um furo de queimado no meio. Me joguei na mesa, uma parte do vestido molhada, ofegando.
Bernard encarava o cardápio, petrificado. O garçom veio com a conta, que inclusive já estava acrescida de todos os danos. Saímos do restaurante calados, mas assim que tomamos a Champs Elysée de novo, cai na risada, chegando a chorar...
- Não tem problema Bernard – falou segurando o riso – foi até divertido.
- Sim, um espetáculo de circo: O Incrível Bernard e os Cardápios Flamejantes! – e ela deixou a risada escapar
- Não se preocupa, de verdade. Eu me diverti assim mesmo.
- Bom, ao menos no passeio de balsa nada pode dar errado!
- Tudo bem, não foi nada – falou com a voz embargada.
- Droga! Nada está dando certo! Vamos, vou te levar de volta pra festa, quem sabe assim você fica mais segura...
- Não, não precisa, eu estou bem! Olha, nem ta inchado!
- Não Bel, chega. Não se preocupe que amanha mesmo paro de te importunar.
- Ah não, agora quem não quer voltar sou eu! O jantar não foi um sucesso, você vai ter que reembolsar os cardápios caros do restaurante, perdemos a balsa, quase perdi meu nariz, minha gêmea má me fez de barbie hoje, o sapato está apertado, não gosto desse vestido, enfim, então estou no direito de escolher o que quero! E quero andar, pronto! Vamos andar a toa, nada vai sair errado nisso!
- Quer conhecer agora?
- Como? Está fechada e...
- Me abraça firme, não solta!
- Sim, é lindo... Dá pra ver a Torre Eiffel! E o Arco do Triunfo! O rio Senna e tudo mais!
- Tinha certeza que ia gostar... É meu lugar favorito de Paris. Quando não está cheio de turistas, claro.
- Na próxima visita a Paris você vem comigo conhecer o interior da Catedral, não é?
- Claro! Vou aonde você quiser, é só falar... – falei me aproximando dela – como está o nariz?
- Está ótimo, nem lembrava mais que você me deu um soco! – e riu – brincadeira, não esta doendo mais. Na verdade sempre o achei meio torto, quem sabe agora ficou encaixado. Isabel sempre diz que...
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