Wednesday, June 20, 2007

Kidnapped

Anotações de Ty McGregor


De manhã cedo antes das provas de final de ano letivo...

- Tudo bem com você Rory? E o bebê?- perguntei baixo ao vê-la pálida.
- É sobre isso que quero falar: eu não estou grávida. Bom não é? – ela perguntou.
- Ér.., acho que sim... Quer dizer, é sim. Precisamos tomar mais cuidado de agora em diante. – respondi sorrindo e a enlacei em meus braços. Senti um nó na garganta enquanto a abraçava, era como fosse uma despedida.

Ao anoitecer depois de um longo dia...

Nossas provas de final de ano haviam acabado e eu e Miyako estávamos no meu quarto, tentando falar com o Gabriel e saber como foram as provas dele na escola americana.
- Biel você ta ai? Responde logo. - dizia Miyako impaciente e sacudia o espelho de duas vias, que Gabriel deu a ela antes de ir embora.
- Já pensou que ele pode estar ocupado fazendo provas também? Sei lá, vai ver ainda nem saiu da sala... – disse enquanto segurava o meu espelho.
- Ah, mas quando que ele terminaria as provas depois de nós? - ela disse e de repente nosso amigo entrou em foco e disse rindo:
- É isso aí, abram alas para o maior sabe-tudo, podem me reverenciar rsrsrs. Tudo bem com vocês?
- Tudo sim,e com você?- perguntei.
- Aqui vai tudo bem, vocês iriam adorar estar aqui. Novidades?- antes que eu falasse alguma coisa, Miyako disse agitada:
- O Ty vai ser papai. Vamos ser tios.
- O QUÊ?- ele arregalou os olhos e Mi continuou:
- Parece que o Ty e a Rory se empolgaram demais e ela está grávida. Vai ser uma loucura quando os pais deles souberem da novidade. Imagina o quanto nossas mães vão zoar a “vovó” Alex? Ela vai deserdar o Ty depois de matá-lo algumas vezes. E não vai haver lugar longe o bastante pro Ty correr do tio Kyle. – disse de um fôlego só.
Gabriel após o choque inicial perguntou:
- É sério?
- Não. Foi um alarme falso.
- Como alarme falso? Você só me conta agora Ty? Eu já estava me preparando pra ouvir muito sermão da minha mãe sobre os cuidados que os jovens devem tomar blá, blá, blá... – disse Miyako.
- Ah, eu que não ia estragar a sua fofoca em primeira mão. Tenho noção do perigo rsrs. – respondi e Gabriel após me olhar daquele jeito analítico dele disse:
- Ty é impressão minha ou você ficou triste?
- Eu? Não. Quer dizer... É que eu já estava acostumando com a idéia sabe? Já estava fazendo planos... Pode dizer: eu sou esquisito. - e ambos disseram em uníssono.
- Você é esquisito! – rimos e ficamos conversando por algum tempo, falamos sobre nossas suspeitas de quem seria o Lobo, ficamos felizes quando Gabriel falou sobre os amigos da Califórnia, que eram legais com ele, até que deu o horário que eu havia combinado de encontrar a Rory. Despedi-me deles e antes de sair Gabriel me chamou:
- Ty, toma cuidado ok? É sério.
- Pode deixar Lobão, eu vou me cuidar.

Caminhei até o jardim e fiquei esperando a Rory aparecer quando ouvi um barulho, e vi uma mulher aparecer com a varinha na mão. Ela me olhou esquisito e disse:
- Olá McGregor! Você me facilitou muito as coisas...
- Olha, só vim esperar minha namorada, mas já estou indo embora. Não precisa contar ao seu chefe ok?- e ela respondeu:
- Ela não vem, o Lobo a levou.
- Você tem certeza disso? Já avisou aos outros?- perguntei alarmado.
- Sim, avisei, eu achei que talvez ela estivesse com você por isso vim verificar. Eles foram para a floresta.
- Eu vou atrás dela... - saquei a varinha e me virei em direção da floresta, quando senti uma mão segurar meu braço com força.
- Você ainda é um aluno... Cuidaremos disso... - e nesta hora apontei minha varinha para ela e a encarei.
- É a minha garota que aquele louco pegou e eu vou buscá-la. Pra me deixar aqui vai ter que duelar comigo e eu garanto que posso dar trabalho. - disse ríspido e ela me respondeu friamente.
- Você é mesmo igualzinho ao seu pai. Vamos logo garoto, não podemos perder tempo.
Começamos a correr e logo entramos na floresta, e à medida que avançávamos tudo ia ficando mais sombrio. Andamos por um bom tempo e de repente eu perguntei para a mulher:
- Você é de qual divisão? Pensei que conhecia todos os aurores que estão no castelo.
- Fui transferida de Genebra há pouco tempo. - ela respondeu e me empurrou mais para frente com a varinha. O fato de ela fazer isso me fez ficar alerta, e eu perguntei uma coisa qualquer:
- Como vai Gwen Savoy?
- Ela está bem. Estamos quase chegando. - quando ela respondeu isso, eu estaquei e me virei para ela apontando a varinha:
-Você não é um auror. Quem é você?
Ela me olhou, e um pouco tarde percebi um olhar maldoso naqueles olhos azuis.
- Alguém que teve que viver uma vida miserável por causa de sua família, alguém que finalmente vai devolver em dobro todo o mal que os McGregor's fizeram a mim.
De repente ouvimos um tiro, e eu me desesperei.
- RORY! – empurrei-a e quis correr em direção do som e alguém disse, quando um jato verde me acertou:
- Petrificus Tottallus. - caí duro como uma estátua de cara no chão e ouvi quando mais pessoas se aproximaram. Vi três pessoas usando máscaras de comensais e ficaram ao meu redor e a mulher enquanto me virava de barriga para cima disse:
- Minha filha está segura no castelo garoto. Não deixaria a Rory correr nenhum perigo. Mas sei que você nem iria desconfiar que estivesse caindo em uma armadilha quando eu dissesse que ela corria perigo. Ah o amor adolescente. Tão lindo! – e gargalhou enquanto eu a olhava chocado.
- A floresta está movimentada hoje, Cibelle. Vamos pegar o garoto e levá-lo para a cabana. Ainda temos um vilarejo para tomar. - disse o que parecia ser o líder deles.
Senti o feitiço enfraquecer e ao me levantar, levei um soco no queixo que me fez dobrar os joelhos, enquanto ouvia um homem dizer sarcástico ao me chutar e me fazer ver estrelas:
- Está querendo ser valente. Vejamos quanto tempo ele agüenta. CRUCIO!
Senti como se facas entrassem em meu corpo, tamanha era a dor. Após o que me pareceram horas o feitiço cessou e um outro disse:
- Levante-se garoto. Seu pai não vai gostar de saber o quanto você é fracote. – e riram.
- Não vou obedecer. - era meu pensamento e não me mexi.
O homem abaixou-se e de sua varinha saiu um jato vermelho enquanto ele dizia:
- IMPÉRIO!- parecia que todo o som ao meu redor havia cessado e só a voz daquele homem era ouvida. Não conseguia resistir.
- Temos uma boa caminhada pela frente, antes que eu volte a brincar com você novamente. Comece a andar agora. - e levantei como se fosse um fantoche e me pus a andar para algum lugar, que não conseguia saber aonde era.
Caminhamos por um longo tempo, e chegamos a uma cabana bem no meio da floresta. Abriram a porta e me jogaram lá dentro. Senti que começava a ser dono da minha vontade novamente e comecei a pensar num jeito de fazer a projeção e avisar que era uma cilada para os meus pais. O homem pareceu ler meus pensamentos e disse:
- Isso... Avise ao papai onde estamos. Quero ter o prazer de matar o assassino do meu irmão pessoalmente.
- Meu pai não é um assassino. - respondi automaticamente e o homem disse cruel:
- Vejamos se ele não vai virar um assassino quando souber o que fizemos com o filhinho dele e novamente apontou sua varinha:
- Crucio!
Ouvi alguém gritar, enquanto todo o meu corpo doía novamente. Só depois quando senti minha garganta ardendo e o gosto de sangue na minha boca me dei conta de que aqueles gritos de dor eram meus.

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