Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
Meu caldeirão borbulhava na minha frente, terminando de cozinhar a poção pedida pela professora Morghana enquanto eu tentava socorrer Dominique, que sacudia os braços freneticamente na tentativa de me avisar que a dele estava prestes a explodir. A bruxa velha de poções me pegou tentando contrabandear ingredientes da minha bancada para a dele e nos expulsou da sala, alegando cola.
Saímos descontraídos da masmorra, rindo da situação. Afinal, o que é um zero em uma única aula quando temos excelentes notas na matéria? Ainda tínhamos um tempinho à toa ate a hora do almoço e resolvemos ir até os jardins aproveitar o pouco sol que tinha. Uma das meninas novas, a ruivinha que Dominique tinha gostado, estava sentada por lá com uma amiga. Ele traçou uma reta até elas e fiz o caminho contrario para observar de longe o que ele ia fazer.
DC: Olá Marienne, não vai me apresentar sua amiga?
MD: Ah, oi Nique! Essa é a Morgan. Morgan, esse aí é o Dominique.
MOH: Olá, muito prazer.
Não podia ouvir direito o que eles diziam, então cheguei mais perto. Dominique mexia nos cabelos e já tinha as mãos postas sobre um dos ombros da ruiva. Ela pegou a mão dele como se pegasse um pano sujo e a retirou.
MOH: Er, eu tenho namorado...
DC: Uma pena pra ele...
MOH: Não, não, uma pena pra você mesmo...
As últimas frases eu consegui entender e não contive o riso, chamando a atenção deles. Dominique me fuzilava com os olhos e passou direto por mim de volta ao castelo, sem dizer uma palavra. Fui até elas tentando disfarçar a risada.
IL: Desculpa o meu amigo, ele tem o péssimo habito de querer ser um Dom Juan...
MD: Sim, já estou acostumada, mas devia ter avisada a Morgan.
MOH: Tudo bem, não tem problema.
IL: Mas aí você fica com uma péssima impressão de que todos os franceses são assim.
MOH: Sempre ouvi que os franceses eram charmosos, mas não abusados!
IL: Ta vendo? Não somos assim não! Só aquela figura que é.
MOH: Acho que não fomos apresentados... Morgan O’Hara, Fidei Angeli.
IL: Ian Lucas Lafayette, muito prazer. – falei sorrindo.
MD: O Ian é do 6º ano, Sapientai.
MOH: Ah, tenho duas amigas lá, Bel e Adhara.
IL: Oh, a esquentadinha... Tenho uma amiga na Fidei tambem, a Marie.
MD: Ai droga, não tem nada disso nas minhas anotações, vou precisar ir até a biblioteca.
IL: Vamos todos então, fui expulso de sala e não terminei o dever que a velha cachaceira pediu.
MOH: Quem??
MD: A professora de poções...
Morgan riu do apelido carinhoso e entramos. Não vi Dominique em canto algum durante todo o caminho até a biblioteca. Ocupamos uma mesa logo na entrada e fui atrás do livro de poções que contivesse a matéria inacabada da aula. Voltei à mesa e a outra amiga dela, Bel se não me engano, estava sentada com elas, o rosto colado nos livros. Ela nos apresentou e sentei para tentar terminar o meu dever, mas acabamos iniciando um animado bate-papo sobre as aulas e a dificuldade que elas estavam enfrentando para acompanhar as matérias novas. Bernard logo entrou e se juntou a nós.
BL: O que aconteceu? Porque a velha cachaceira expulsou vocês de sala?
IL: Disse que tava passando cola pro Dominique... Aquela lá é louca!
BL: Bom, não perdeu muita coisa, só levou zero. – disse rindo.
IL: Coisas da vida... Bernard, essas são Morgan e Bel, duas das alunas novas. Bel ta na Sapientai e a Morgan na Fidei!
BL: Muito prazer meninas. Estão gostando daqui?
AM: Sim, adorando, só não estou muito feliz com esse tanto de matéria nova. Sinceramente, acho que vou entrar em colapso!
MOH: Calma Bel, você vai conseguir alcançar eles, é de longe a mais inteligente de todas nós.
IL: E nós podemos te ajudar. O meu amigo aqui é a pessoa mais paciente da face da Terra e o melhor explicador de Beauxbatons! – falei dando tapinhas nas costas de Bernard.
AM: Ai que bom! Vou aceitar a ajuda sim, quando podemos começar?
BL: Ahn, er... Quando você quiser. – disse sem graça. – Bom, vou almoçar porque depois tenho que fazer o dever de Botânica. Você vem Luke?
IL: O que? Não, eu... Quer dizer, vou sim. – falei ao ver que ele me olhava sério.
AM: Depois vamos marcar isso Bernard!
Bl: Sim, sim, vamos. Sem duvida.
Despedimos-nos das meninas e Bernard foi me empurrando pra fora da biblioteca. Quando já estávamos em outro corredor, ele me bateu com sua mochila pesada.
IL: Ei! Porque fez isso?
BL: Por ter me empurrado pra cima da menina! Não era mais fácil ter amarrado um laço na minha cabeça e entregue a ela não?
IL: Ora, como se você não tivesse gostado...
BL: Não sei do que você ta falando!
IL: Minha vez de dizer isso: Ta querendo enganar a mim? Já vi você olhando pra ela na mesa da Sapientai e ela faz o seu tipo...
BL: Luke, você ta delirando.
IL: Não to não. Não se esqueça da sua meta, meu amigo... Comece a agir ou não poderá mais me criticar!
Sai andando e deixei Bernard parado no corredor. Ele só apareceu mais de 20 minutos depois no grande salão para o almoço e quando se sentou ao meu lado, não disse uma palavra a respeito disso. Mas nem foi preciso, eu podia ler em sua mente que ele estava processando o que havia lhe dito.
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