Saturday, October 08, 2005

As aparências às vezes não enganam!

Do diário de Isabel McCallister

Desde que cheguei a este castelo só me surpreendo mais a cada dia que passa. Querido diário, você acredita que tive escolhas de aulas a fazer, e em uma das aulas extras se encontrava uma coisa que nunca imaginaria que fosse ter, mas que é extremamente importante para a sobrevivência do sexo feminino: Etiqueta! Sim, isso mesmo, etiqueta... A professora é uma francesa nata, herdeira da dinastia num sei o que. Imagina o padrão social dessa mulher, começando pelo nome: Françoise Dekeuwer-Defossez. Apesar de ser uma mulher totalmente rígida e séria, o que me lembrou a Minerva, ela é a mulher mais chique que já conheci. De vista, já me identifiquei com ela, e ela comigo pelo que me parece, porque conversamos muito em sua primeira aula, e ela ficou completamente petrificada quando soube que em Hogwarts ninguém se preocupava com aulas do tipo.

No segundo dia de Beaubatons, recebi as encomendas de papai. Ele me mandou todas as minhas roupas, e todos meus espelhos da minha particular coleção, e a partir desse momento me senti completa naquele dormitório. Amaralina, como havia previsto, é uma ótima pessoa e até agora temos nos dado muito bem, obrigada!

Os dias passando agradavelmente, pelo menos até essa manhã... Meu primeiro horário seria de Botânica, e quando desci Amaralina já estava na mesa da Fidei tomando café da manhã... Madame Máxime veio ao meu encontro pedindo pra ter uma palavrinha comigo. Até me assustei momentaneamente, pois pensamentos ficaram passando na minha cabeça, mas totalmente inválidos, do tipo: Anabel deve ter levado uma detenção e ela está nos confundindo... Mas me diga, em que dia e porque Anabel levaria uma detenção em sã consciência? NUNCA! Levantei olhando intrigada pra ela, mas sua cara estava bem cordial, e então me tranqüilizei...

MM: Senhorita Isabel, recebi uma carta de Alvo Dumbledore com a ficha escolar da senhorita e das outras meninas. Estava dando uma lida, e vi que você jogava quadribol na sua casa, é verdade?

IM: É... Jogava desde o meu segundo ano como artilheira.

MM: Muito bem então. A senhorita ainda teria interesse de continuar a jogar pela Fidei Angeli?

IM: Claro que sim! Amo quadribol...

MM: Então compareça na quinta-feira que vem, às 18:00 horas no campo de quadribol, porque estarão ocorrendo os testes, e já passei o seu nome pro Rubens... Bom, é só isso! Pode ir andando pra sua aula, ou chegará atrasada por minha causa...

IM: Tudo bem... Obrigada! Bom dia!

MM: Bom dia...

Virei as costas, creio que com um sorriso triunfante. Ta bom que tudo aqui estava maravilhoso, mas nunca imaginei que teria chance de jogar quadribol aqui, e agora, a última coisa que estava me faltando, me aconteceu. Caminhei até as estufas atrás do castelo, e os alunos estavam parados lá esperando a aula começar. Mal tinha me aproximado ao lado de Amaralina, e três garotas que conversavam animadamente pararam de fazê-lo para me encarar de cima a baixo como se fosse uma gosmenta meleca de trasgo. Já estava prestes a perguntar o que eu tinha feito pra receber tão calorosa recepção quando uma mulher alta, de cabelos negros e lisos e olhos bem verdes apareceu na porta da estufa, olhando de um por um com um olhar rabugento e grosso e fazendo sinal para que entrássemos.

Entrei no ambiente totalmente quente, com cheiro de fertilizante e abafado. Não se parecia nada com a estufa de Hogwarts. Lá não havia mesas, somente colunas onde várias espécies de plantas eram tratadas. A professora pediu silêncio da turma, e começou a sua breve apresentação, acompanhada pelo nosso programa de estudos do ano que seria totalmente voltado para os NOM’s. Após todo o seu discurso, ela pediu que nos dividíssemos em duplas e trabalhássemos com as plantas carnívoras da espécie Nicofindus Carnivorous. Eu e Amaralina fomos pro fundo da estufa, onde em uma das colunas havia uma grande planta vermelho-arroxeada com grandes espinhos que mais pareciam presas se debatendo furiosamente. A nossa função era simples: Agradar a lindinha planta. Dar a comidinha certa na boquinha dela, até que ela ficasse um mimo de vegetal.

Amaralina me olhou assustada, como se pedindo socorro. Perguntou-me se já tinha trabalhado com plantas carnívoras em Hogwarts, e eu simplesmente a falei que depois me lembrasse de fazer essa pergunta à Anabel. A professora passou entregando pra cada dupla uma caixa com o que nomeava comida da planta. E eu achando que lá dentro, no máximo eu encontraria uma lesma, ou um pedaço de carne qualquer... Engano meu! Lá dentro continha pedaços de salamandras, ratazanas mortas e alguns outros insetos.

Fiquei ali, esperando ela entregar nossos pares de luvas de couro de dragão, mas esse momento não aconteceu. Sinceramente, ela realmente esperava que desse comida àquele vegetal sem nenhuma proteção às minhas unhas? E eu que pensei ter conhecido gente doida...

Quando as outras duplas estavam trabalhando, eu e Amaralina olhávamos para a planta, para suas presas, para as opções de comidas e continuávamos paradas. A professora se aproximou nos fitando furiosa e mandando que agíssemos, pois ela não tinha o tempo todo do mundo.

IM: Mas professora, a gente precisa de uma luva protetora ao menos...

MD: Não senhorita McCallister, se eu digo que não precisam, certamente é porque não precisam...

IM: Mas e se esse vegetal nos atacar?

MD: Esse vegetal se chama Nicofindus Carnivorous e não se preocupe, ele não ataca se você não der motivo para isso. Agora por favor, parem de falar e trabalhem...

Amaralina já irritada com toda aquela situação pegou uma ratazana morta e jogou dentro da boca da planta, que prendeu o animal e engoliu. Pensei que o trabalho estava feito, mas a planta ou era fresca demais ou estava de ressaca regurgitou a ratazana pra fora e virou apontando aquelas presas pro nosso lado. A professora pegou seu bloco de anotações e começou a escrever sem parar. Amaralina tremia toda, e disse que era a minha vez. Peguei um rabo de salamandra bem carnudo e bem devagar me aproximei, até colocar o pedaço dentro da boca. Dessa vez ela mastigou, mastigou e engoliu. Ficamos ainda sob alerta pra ver se não receberíamos o rabo triturado de volta também, mas acho que ela gostou e terminamos de alimentá-la só com as salamandras até ela fechar a boca e adormecer.

A professora novamente pediu o silêncio de todos e começou as observações sobre cada um dos grupos. Elogiou a dupla de duas das meninas que tinham me encarado na entrada concedendo 20 pontos para cada uma delas, ambas da Lux Angeli, e depois seu olhar pousou encima de mim. Disse que nunca havia visto trabalho mais porco e sem dedicação como o nosso, e me falou claramente que se eu estava acostumada com a vida de Hogwarts era bom me desacostumar rápido. A sineta tocou e todos começavam a sair. Estava saindo totalmente constrangida e pra piorar tudo, ela me barrou na porta e me pediu um relatório completo do tal vegetal, repito, ela pediu pra mim e somente pra mim. Pergunta que não quer calar: O que raios eu fiz com essa professora pra ela ter me odiado tanto logo de cara? Bom, meu dia que começou bem, muito bem, ficou bem ruim depois dessa aula, porque além de ter de fazer um relatório sobre a coisa, ainda vi que no livro de botânica tinham umas 30 páginas só da planta...

Mas é como eu digo: nem tudo é um mar de rosas! Fico por aqui diário... Tenho que terminar esse relatório porque não pretendo passar meu final de semana pesquisando sobre Nicofindus Carnivorous... Quando tiver qualquer outra novidade apareço aqui!

Hasta lá vista, baby!


PS.: Saldo dos dias de Beauxbatons: Até agora tenho uma professora que se deu muito bem comigo, e uma que me odeia. Balança equilibrada...

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