Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
Pierre Coussot ainda não estava no gramado quando chegamos descontraídos para sua primeira aula do novo ano. Ele era o professor de Zoologia, o melhor de Beauxbatons. Já estava 5 minutos atrasado, um habito irreparável que ele tinha, quando emergiu do meio dos arbustos, a cara de bobalhão que sempre teve sorrindo para os alunos. Em uma de suas mãos tinha um bichinho de aparência engraçada, uns dentes imensos.
PC: Boa tarde minhas pestes favoritas! Prontos para mais um ano estudando as fabulosas criaturas que habitam nosso mundo? Bom, espero que estejam dispostos, pois esse ano vamos começar com algo um pouco diferente.
A turma já estava agitada, qualquer aula normal dele já era interessante, imagina se ele já estava avisando que seria diferente? O pequeno animal em sua mão se debatia na tentativa de se soltar.
PC: Algum de vocês sabe que animalzinho bonitinho é esse que estou segurando?
IL: Um esquilo? – falei incerto.
PC: Sim, exatamente. E alguém sabe por que eu trouxe um animal sem nenhum tipo de poder mágico para a aula?
DC: Porque o senhor não é normal? – Dominique arriscou, arrancando risos da turma.
PC: Apesar de ser uma informação correta, não é a resposta que procuro. A partir de hoje, começaremos a estudar animais comuns, trouxas. Vocês precisarão ter um conhecimento básico sobre alguns desses bichos futuramente...
Levantei a mão, curioso com o que ele quis dizer com “futuramente”, mas ele não quis responder, disse que era surpresa. Pierre dividiu a turma em duplas, deixando um esquilo com cada uma. A tarefa do dia era desenhá-lo no pergaminho e detalhar suas características. Feito isso, deveríamos alimentá-los com algumas nozes que ele escondeu nas arvores mais próximas. Ainda teríamos que caçar as nozes. Marie fez dupla comigo. Ela passou a aula toda fazendo carinho no esquilo e me dizendo o quanto ele era fofinho. Ai, como se já estivesse difícil me concentrar no trabalho com ela do meu lado, ainda tinham as interrupções.
ML: Aqui Ian, ele gosta que cocem a cabecinha dele, que gracinha...
IL: Marie, segura ele direito, não consigo desenhar assim.
MR: Pega ele um pouco, me deixa tentar.
Peguei o esquilo do colo dela e ele pareceu não gostar muito. Não parava de se debater.
ML: Você tem que fazer carinho nele, senão ele não fica quieto.
IL: Esse bicho não gostou de mim...
ML: Coça a barriga dele que ele melhora.
IL: Ele não me deixa vira-lo... OUCH! Esse bicho idiota me mordeu! – exclamei, atirando o esquilo no colo de Marie.
ML: Não fala mal do pobrezinho, você deve ter segurado ele de mau jeito...
IL: Segura firme esse bicho, quero terminar logo esse desenho e ir procurar a comida. – já estava irritado.
Marie apertou o esquilo entre as mãos, acariciando sua cabeça naturalmente. Terminei de rabiscar um modelo torto dele, indicando as características que consegui distinguir. Ao terminar, levantei-me e me dirigi em direção as árvores para procurar as nozes. Ela se levantou também, ainda com o esquilo na mão, e veio me ajudar.
ML: Sua mão ta sangrando...
IL: Foi o dentuço na sua mão.
ML: Deixe-me ver isso – falou puxando ela. – Isso ta horrível, você precisa ir ver a enfermeira.
IL: Não precisa, não foi tão fundo. – puxei minha mão de volta depressa.
ML: Vai lá sim senhor. Acho que já tem nozes o suficiente. Vamos voltar para podermos sair mais cedo.
Voltamos para onde estavam nossas mochilas com as mãos carregadas de nozes. Ia sufocar o esquilo besta de tanta comida. Marie chamou o professor, mostrando o corte em meu dedo, e ele nos liberou pra sair assim que alimentássemos o dentuço. Empurrei algumas nozes goela abaixo no esquilo, sob protestos de uma Marie indignada, alegando que ia engasgá-lo. Já de barriga cheia, ela o devolveu ao professor e me acompanhou até a enfermaria. Bernard me olhava intrigado de onde estava sentado com Dominique. Pelo jeito que ele me encarava, já sabia o que ele diria se estivesse perto: Ian, você é retardado! Está com ciúmes do esquilo!
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