Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
ML: είστε χαριτωμένοι και σας αγαπώ
IL: Por Merlin, para com isso...
ML: αλλά είστε
DC: Chega Marie! Não estamos entendendo uma única palavra!
ML: Não amola Nique, to tentando cumprir minha meta.
DC: Ela por acaso é nos irritar?
BL: Vocês vão entrar ou não?
Bernard já estava dentro da sala junto com nossa classe de etiqueta. Blergh odiava isso mais que sereiano, que Marie insistia em me fazer aprender, mas não tinha como escapar, era matéria obrigatória em todos os sete anos de estudo. A megera da Françoise, a professora, não estava lá dentro ainda. Mas foi apenas pisarmos no templo da tortura que ela entrou, andando reta como uma tabua e parando de frente para a turma.
FD: Bom dia classe.
IL: E começou a tortura semanal...
FD: Por favor, queiram ter a gentileza de se acomodarem nos assentos da mesa posta no final da sala de aula, vamos dar continuidade ao modulo “Etiqueta à mesa”.
Uma enorme mesa estava arrumada na sala, pratos, vários talhares por pessoa, taças e guardanapos estavam postados à frente das cadeiras. Sentamos-nos na ponta esquerda da mesa, o mais longe possível da cadeira da professora Defossez. A megera se acomodou, pousando aquela vareta infernal dela ao seu lado. Quando já estávamos todos sentados, elfos surgiram carregando bandejas e as colocaram na frente de cada um de nós. Dominique me olhou faminto, imaginando se ali embaixo teria uma deliciosa travessa de bouillabaisse. Mas a decepção ao abrirmos as tampas foi notável: no lugar de algo suculento, estavam suspeitas poções de ostras. Vendo que ninguém se mexia, a professora se manifestou.
FD: Qual o problema crianças? Já esqueceram tudo que aprendemos no ultimo ano?
ML: Eer... Tem que comer isso?
FD: Isso se chama ostra e sim mademoiselle Laforêt, tem que comer.
DC: Não tem um hambúrguer não?
BL: Ou um salzinho pra melhorar o gosto disso? – Disse Bernard fazendo careta ao engolir corajosamente uma delas.
FD: Vamos encerrar as frescuras, não há tempo para elas nesta classe.
IL: Mademoiselle Defossez, a minha ostra ta viva! Não posso comer algo vivo!
FD: Boa tentativa monsieur Lafayette, agora engula a ostra.
Ergui a ostra ate a altura do rosto e tampando o nariz, virei à concha na boca. A impressão que tinha era que engolia uma gelatina molenga, nojenta e gelada, quando engasguei. Comecei a tossir descontroladamente e Bernard e Dominique começaram a bater em minhas costas.
BL: Ele ta sufocando!
DC: Não se vá agora meu amigo, você ainda é muito novo!
ML: Professora, ele ta ficando roxo...
Bernard desferiu um soco tão forte nas minhas costas que cuspi a ostra de volta, direto no arranjo de flores no centro da mesa. Ajoelhei-me no chão esfregando o peito, tentando respirar normalmente. Marie parou ao meu lado assustada, certificando-se de que eu estava bem.
-Ei, o que é isso aqui no meio da planta?
-É uma pérola?
IL: Passa ela pra cá, saiu da minha ostra, é minha!
A turma começou a rir e Henri me entregou a pérola que brilhava em sua mão, babada. Mademoiselle Defossez bateu a vareta irritada na mesa e todos se sentaram novamente.
DC: Luke, você deveria denunciar essa aula pro seu pai. Ela tentou te assassinar com a pérola escondida na ostra.
FD: Mas que absurdo é esse monsieur Cartier?
BL: É seu burro, não foi tentativa de assassinato, era pra gente achar a ostra premiada. O Ian achou... O que ele ganha professora?
FD: Silencio! Não vou tolerar mais gracinhas. Retomem a atenção para seus pratos.
Encarei meu prato ainda com quatro ostras sobreviventes. Sem chance, não ia comer mais nenhuma daquelas coisas, não queria correr o risco de sufocar de novo. Ao invés disso, me ocupei eu entorna-las nos arranjos sempre que a megera não estava olhando. Já estávamos quase eliminando as ostras quando um menino da Lux, Antoine Georges, deixou escapar um sonoro arroto. Se a professora já estava irritada, perdeu o resto da paciência que tinha quando eu, Dominique e mais cinco garotos nos juntamos a Antoine para um animado coral. Mademoiselle Defossez levantou-se da mesa com uma expressão de total indignação no rosto e ordenou que nós oito nos retirássemos se sua classe imediatamente. Mas dispensou a turma em seguida, pois não conseguiu mais terminar a aula. Se tem uma coisa que ela não suporta e que a deixa atordoada, sem conseguir raciocinar, era falta de educação. E éramos mestres em deixá-la nesse estado.
Saímos da sala ouvindo a professora esbravejar que não eram esses os modos que ela vem ensinando há cinco anos para nossa turma e que estava abismada com a falta de educação e selvageria demonstrada a mesa, lugar onde as pessoas devem se portar como damas e cavalheiros. Felizmente essa aula é só uma vez por semana...
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