Do diário de Miyako Kinoshita
MK: Ah, agora nosso time está em melhores mãos... –disse sorrindo- Não que eu esteja dizendo que o Brian não foi um bom capitão, até porque fomos campeões, mas eu achava os métodos dele tão ultrapassados, sei lá! Ok, vou parar esse monólogo! Parabéns Samuel!
SB: Obrigado Miyako! Mas saibam vocês que vamos treinar duro esse ano para sermos bi hein?
O time da nossa casa estava reunido no Salão Comunal com taças erguidas ao novo capitão, que já usava um distintivo com o brasão da Nox atravessado por uma vassoura. O clima não poderia estar melhor. Tínhamos chegado de volta das férias há uma semana, e as aulas já estavam correndo em uma velocidade surpreendente.
Gabriel não poderia estar mais satisfeito com o seu distintivo de monitor, e andava indo “patrulhar os corredores” todo feliz. Ty também não estava reclamando. Os pais dele estavam meio que separados, mas ele tinha ganhado o título de capitão do time da Sapientai, e andava lustrando isso a cada cinco minutos. Eu? Nenhum distintivo, nem novidade bombástica a contar. Ah, sim, já contei que minha mãe aceitou se casar com o padrinho do Ty? Foi enquanto eu estava pra Itália, mas o romance tinha atingido o quintal da nossa casa e ela também andava suspirando pelos cantos.
Sabe aquele negócio de sala de metas no começo do ano? Então, logo na primeira noite, como sempre, fomos levados pra lá. É um tipo de meditação da sua vida... Pensei na minha vida, e não encontrei nada com que pudesse tomar de exemplo pra correr atrás nesse ano, então, prometi me dedicar mais aos estudos e ao quadribol, é claro! Você achou bizarro? Nem eu estou me reconhecendo e você achou bizarro? Não estou querendo competir nível de intelectualidade com o Gabriel, mas precisava tomar um rumo na minha vida né, uma hora eu tinha que me conscientizar das minhas notas baixas! Putz, já até mudei meu jeito de relatar minha vida com meu próprio diário! Estou ficando realmente maluca!
Aliás, agora estou lembrando que tenho até duas novidades interessantes pra te contar. A primeira é um breve momento de choque e surpresa que tive assim que cheguei ao castelo...
1 de setembro:
MK: Finalmente! Esse navio ainda me dá enjôos...
Estávamos desembarcando no porto de Paris quando alguém me chamou e virei pra trás. Fiquei tão assustada que quase deixo as malas caírem. Ty, que estava atrás de mim, me apoiou. Quem estava me chamando? A pessoa menos improvável de estar ali pra mim: Sávio! Sim, o do pato inflado e etc...
MK: Sávio?! Ué...
SD: Fui transferido! Pedi pra sair de Durmstrang, e fiz um curso de francês nas férias, além de ter me livrado daquele pato inflável coberto de gesso. – disse sorrindo.
Ok, a surpresa que ele me deu não foi nada comparada a essas mudanças novas. Ele, em Beauxbatons, dominando o francês e se comportando inteligentemente sem um pato na cintura. Não posso negar que fiquei um pouco balançada, ainda mais quando descobri que ele tinha sido selecionado pra Nox!
É, sim, sim, ele está aqui, e posso dizer que está uma outra pessoa! Estamos conversando sobre tantas coisas interessantes, que posso gastar uma tarde toda batendo papo com ele sem que me canse! Maas, porém, contudo, no entanto, entretanto, todavia... Essa não é a novidade mais interessante! Vamos ao relato da outra...
3 de setembro:
Mal tinha acordado quando vi um aviso no mural da casa e uma pequena movimentação.
MK: O que foi?
Perguntei pro Jardel, um dos artilheiros do time de quadribol, que acabava de sair da aglomeração com um sorriso satisfeito.
JL: Novo professor de Quadribol! Quer se apresentar pra todos os times de quadribol hoje de noite... Estou curioso pra saber quem é o panaca da vez!
Fiquei curiosa também e quando cheguei pra tomar café da manhã, Ty e Gabriel já comentavam animados. Nossos últimos professores de quadribol não tinham sido o que eu julgaria de bons profissionais! Eram literalmente uns panacas!
Passei o dia todo em aulas ou na sala comunal adiantando uns deveres com a Denise e o Sávio. Quando estava na hora de irmos pro campo, me encontrei com Ty e Gabriel e fomos juntos. Mal tínhamos entrado, e ouvi alguém gritando uma exclamação e apertamos o passo.
A maioria dos jogadores dos quatro times da escola já estava amontoada no meio do campo, mas ao centro, como nosso professor, ninguém menos que...
IL: Tiago Henri Chaválier! Apanhador do Quiberon Quafflepunchers! Me apara Bernard, porque sinto as pernas bambas! É ele cara!
IM: É o time da França?
BL: Sim. É o time do Ian... Fato que faz com que o quarto dele seja todo rosa!
Olhei para o professor, que casualmente parecia estar vestido com o uniforme do time, rosa choque, e tive um leve sobressalto. Nunca vira um professor tão bonito e jovem. Devia ter uns 25 anos, no máximo, de pele clara, mas com cabelos bem pretos, e os olhos verdes bem escuros. Um sorriso branco e largo, que transmitia felicidade. As meninas de todos os times tinham o rosto corado e sorrisinhos para o professor, que após notar que todos já estavam ali, começou a falar...
TH: Bem, para os que ainda não me conhecem... Tiago Henri Chaválier, apanhador do Time Nacional da França, ou Quiberon Quafflepunchers. Fui convidado pessoalmente pela Madame Máxime, e estou achando maravilhosa essa oportunidade... Não vamos gastar muito tempo hoje, só quero dizer algumas coisas... Os treinos que andei programando pra vocês, vão ser um pouco diferenciados! Vou dividir vocês em quatro grupos: Apanhadores, Artilheiros, Batedores e Goleiros. A cada dia da semana, especificamente, vou treinar um dos grupos mais diretamente. Nas segundas de noite, os apanhadores, nas terças os artilheiros, nas quartas os batedores e nas quintas os goleiros. Peço que não faltem as aulas, pois preciso da presença de todos para esses treinos dirigidos. Vocês vão poder me encontrar todos os dias na minha sala, ao lado dos vestiários, e se não tiverem nenhuma dúvida, estão liberados!
Ele falou tudo tão rápido que ainda demorei um tempo pra me sintonizar... Gabriel me cutucou sorrindo...
GS: Vamos ter treinos juntos, Mi!
MK: É! Parece que sim!
Voltamos pro castelo pensando em como seriam esses treinos “dirigidos” e comentando sobre quadribol e times do mundo...
É, basicamente, isso. Duas pessoas “novas” no castelo, e as duas conseguiram me abalar ligeiramente. Com o professor é mais daquelas coisas platônicas. Como diz minha mãe: “Paixonite de adolescência! Você se apaixona pelo professor bonito, pelo monitor legal, pelo amigo divertido...” Mas com o Sávio, eu não sei direito explicar. A cada dia eu fico mais amiga dele, mas não sei responder se estou gostando dele além desse lance de “novas amizades”, entende? Ta, nem eu estou entendendo, quem dirá você, que nem pensa! Bom, vou ficando por aqui... Tenho que terminar uma redação de dois pergaminhos pra aula de Mitologia, e quero lustrar minha vassoura com o produto que o Ty me deu, antes de ir dormir! I’ll be back!
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