Friday, May 02, 2008

Time to Break the Seal – Parte II - O Selo de Chronos

Tempos Atuais

Lembranças de Seth K. C. Chronos (Junto de lembranças de Alucard W. Chronos)

Acordei no meio da noite. Mais uma vez eu sonhei com o dia do nascimento de meus filhos, o dia em que selamos seus poderes para seu próprio bem. Em meu coração eu sabia que a hora do selo ser rompido estava chegando. Sorri ao pensar em como meus filhos estavam crescidos. Griffon deixara de ser egoísta e egocêntrico, tornando-se maduro e um ponto de apoio para todos ao seu redor. A luz em seu interior crescera rapidamente, fortalecendo-o cada vez mais. Para Seth não havia palavras de como ele estava crescido. Conhecia o verdadeiro significado de amor, de amizade, de felicidade e de sacrifício para um bem maior. Meu filho mais velho era ao mesmo tempo igual a mim,e totalmente diferente, muito mais maduro. E para completar nossa felicidade, minha pequena princesa já parecia possuir um olhar de sabedoria e força, igual a da mãe. Sorri novamente e olhei para o lado da cama.
A razão primordial da minha felicidade e salvação dormia do meu lado, serena como a noite e linda como a lua. Cada dia mais ela se tornava mais bela, cada novo dia dava um novo encanto. A mãe de três crianças maravilhosas e o pilar da minha vida e salvação. Me aproximei dela devagar e com carinho, e a beijei na testa, enquanto a pegava nos braços para um abraço. Ela se remexeu no sono, e pareceu sorrir enquanto dormia. Fiquei ali segundos, talvez dias, semanas, apenas agradecendo a tudo no mundo pela minha felicidade.
Quando senti uma presença estranha.

Algo totalmente diferente da sensação normal da casa. Fiquei alerta imediatamente e devagar depositei Mirian novamente na cama, não querendo acorda-la. Ativei meus instintos e os olhos brilharam em vermelho enquanto vasculhava a área da casa. Com uma mistura de surpresa, raiva e medo notei uma presença maligna no quarto de minha filha. Uma presença que eu conhecia muito bem...Com os olhos injetados de vermelho e com uma fúria assassina sai do quarto sem fazer barulho, desaparecendo no ar...

No Quarto de Ártemis

Ele gastara muita energia para fazer aquilo que tanto desejara e se sentia até mesmo orgulhoso, pois nunca uma pessoa sozinha conseguira invadir a tão protegida sede dos Chronos. Mas o sentimento mais forte era uma alegria como ele há anos não sentia. Seus olhos vermelhos faiscavam de prazer enquanto se aproximavam do berço, a última apunhalada de sua vingança.
Hellion se aproximou de onde a mais nova Chronos, a pequena Ártemis dormia. Ele queria saborear cada momento daquela que seria sua morte mais querida. Mas quando se debruçou sobre o berço para agarrar o pescoço daquele ser desprotegido, saltou para trás com o susto. A criança estava acordada, calada e encarando-o com um olhar tão poderoso quanto o de seus familiares. Ela não sorria, ela apenas o olhava no fundo de seus olhos e ele sentiu uma energia lutando contra a dele, e sentiu como se tivesse suas energias arrancadas. Ele guinchou de raiva e enfiou a mão no berço tentando agarrar o pescoço da criança. Porém mal sua mão tocou a pele da menina, seus dedos foram queimados e seus olhos arderam. Em sua mente ele ouviu uma voz.
- Eu sabia que você tentaria me atacar um dia. Mas você renegou o amor e a inocência há anos e se esqueceu dos poderes de uma criança. Somos protegidos por forças benignas demais para que alguém impuro como você nos ameace. E você não irá me ameaçar, me machucar, me tocar.
A voz era forte, porém ainda infantil. Quando a voz cessou, Hellion sentiu uma dor enorme em sua mente, como se estivessem perfurando-a com agulhas. Ele cambaleou para trás e reuniu forças para uma última tentativa, e com dor conseguiu segurar a criança nos braços encarando com felicidade os olhos da menina. Mas agora sentia ainda mais forte a ardência em seu corpo e uma energia o esmagava. Largou a criança no berço e foi jogado para trás. Não sabia se por causa da criança ou da outra pessoa que estava diante dele.
Alucard estava de pé ao lado do berço da filha com um brilho assassino no olhar e uma fúria que fez Hellion tremer. Porém o vampiro riu alto e os seus olhos brilharam ainda mais. Ele iria matar os dois então.
- Você ousou entrar e tentar matar a minha filha?! Isso foi longe demais Hellion, você não sobreviverá a essa noite!!
Alucard gritou e a casa inteira pareceu reagir ao seu comando. As janelas se fecharam sozinhas e uma energia começou a fluir da própria casa esmagando Hellion. Ele porém deu um salto a frente e golpeou o outro vampiro, empurrando para longe. Ártemis começou a chorar e Hellion correu para o berço, descendo com a mão contra o local onde a menina dormia, suas garras como navalhas e perfurou o colchão. Alucard esperou ouvir o som de carne sendo cortada e se preparou para vingar a filha. Mas nada acontecera e o choro de criança parara. Hellion riu alto achando que havia ganhado. Mas sua felicidade durou pouco, porque na porta, segurando a pequena criança que a abraçava, estava o ser humano que Hellion mais temia. Mirian brilhava em uma luz dourada e seus olhos tinham uma fúria tão grande quanto a do marido, porém mais intenso e sem o instinto assassino, Mesmo assim a simples visão daquele olhar fez Hellion ser jogado para trás e com medo saltar para fora da janela. Alucard olhou para a esposa e suspiro aliviado e correu para abraça-las, depois foi direto para a janela e teria pulado atrás do vampiro se Mirian não o chamasse.
- Lu, espere.
- Irei atrás dele, Mi, já fui bondoso demais com ele. Ele não verá mais uma lua.
- Se acalme meu querido. Ártemis precisa de você, eu preciso de você. Nós duas gastamos muita energia enfrentando esse ser maligno.
- Mas não posso deixá-lo impune depois do que tentou fazer!! Hoje será o fim dele!
- Meu querido, eu também não quero que ele fique impune, e é mais do que hora dele pagar pelos seus crimes. Mas não será pelas suas mãos que ele perecerá. Chegou a hora para que deixemos o passado ser derrotado pelo presente.
- Você acha que chegou a hora...?
- Sim. Vamos romper o selo. Vamos trazer os meninos aqui.
Os dois assentiram e a própria Ártemis parecia de acordo. Os dois pegaram então pingentes de dentro de suas vestes, pingentes que eles carregavam há 17 anos. Eram feitos da mesma pedra que deu origem ao pingente de seus filhos, a marca do selo. Cada um fez um talo em seu dedo e o colocou sobre o pingente, pronunciando palavras a tempos preparadas. Onde quer que estivessem, seus filhos receberiam o chamado e seriam levados para a sua presença.

Beauxbatons

Acordei no meio da noite, mas totalmente desperto e saltei da cama imediatamente e vi que Griffon também já estava de pé. Havíamos acordado ao mesmo tempo, e nos encarávamos sabendo que ambos tiveram o mesmo sonho, não a mesma visão. O mesmo chamado.
- Ele ousou atacar a Ártemis!? – Griffon falou se controlando, mas seus olhos também brilhavam com raiva.
- Ele foi longe demais. Papai devia tê-lo matado antes. Mas ele não passará dessa noite. – Eu respondi, os olhos injetados de vermelho, com ódio.
- Vamos logo então, Seth. Eles estão nos chamando.
- Devemos avisar a escola?
- Talvez sim. Já sei o que vou fazer. – Griffon abanou a varinha para o chão e um grifo azulado, seu patrono, estava diante dele. – Vá até a Diretora e a diga que nossos pais nos convocam urgentemente, qualquer assunto procura-los imediatamente. Vá depois a Miyako e Emily e as avise também. – Quando o grifo piou e desapareceu no ar, Griffon se virou para o irmão pronto para partir e viu que diante do irmão um coelho prateado também se formara.
- Procure a Luna e a avise por favor, tranqüilize-a e diga que assim que der irei vê-la. Avise também ao Ty e ao Biel para que tomem cuidado por via das dúvidas e não se preocupem conosco. Agora vá, rápido por favor. – O coelho abanou as orelhas e desapareceu também.

Os irmãos finalmente se viraram para a janela e saltaram juntos para fora dela, chegando ao chão com leveza. Correram para fora dos terrenos da escola e em um piscar de olhos haviam aparatado.

Sede dos Chronos – Londres.

Aparatamos perto das redondezas da casa e vimos que o clã já estava em movimento. Aurores vasculhavam a área à procura de pistas e outros partiam para avisar ao Ministério das ações que seriam tomadas a partir de então. Eles nos cumprimentaram enquanto passávamos correndo por eles, procurando o lugar onde nossos pais estavam, encontrando-os em um corredor do térreo que sempre achei que fosse inútil, totalmente vazio. Mamãe estava com Ártemis no colo e conversava com papai e Tia Celas, todos sérios mas com um brilho no olhar como o nosso. Eu e Griffon abraçamos todos e cada um abraçou aliviado e agradecido pelo bem da irmã, que voltara a dormir e se aconchegava nos muitos braços que queriam segura-la.
- Recebemos seus chamados, papai e mamãe. – Falei, olhando-os nos olhos.
- Eu sei, meu querido. É chegada a hora, é a geração de vocês que acabará com os males de nossa geração. – mamãe falou nos olhando com orgulhoso e força.
- Vocês foram treinados para protegerem as pessoas, e hoje farão isso novamente. – Tia Celas falou nos dando um sorriso e papai continuou.
- Mas hoje não será como das outras vezes. Vocês já são maduros o suficiente para o que acontecerá hoje. Sinto muito orgulho de vocês meu filhos. – Um brilho de felicidade estava nos olhos de papai e retribuímos o olhar, cada vez mais ansiosos. Tia Celas nos acenou mais uma vez e pegou Ártemis no colo levando-a dali, ficando apenas nós dois, papai e mamãe.
- Há 17 anos vocês nasceram, mas tinham um poder enorme. Pois eram a união de duas famílias antigas e poderosas. Seus poderes poderiam ter matado um ao outro, ou vocês mesmos, pois seus corpos frágeis não estavam preparados para tamanho fluxo de poder. Mas hoje vocês já são poderosos por si só e preparados para sobreviver e usar seus verdadeiros poderes.
- Hoje liberaremos o poder de vocês de verdade. É chegada a hora para que vocês finalmente conheçam o verdadeiro poder de vocês. O que vocês usavam antes era apenas uma fração do poder total. Amor, amizade, felicidade e o bem das pessoas, esses são seus motivos e suas forças.

Dizendo isso papai deu as mãos à mamãe e juntos colocaram a mão na parede diante deles. Seus olhos brilharam em negro e dourado respectivamente, e na parede surgiu um ankh sobreposto a um pentagrama. Para nossa surpresa uma porta começou a se formar surgindo da parede, e depois de alguns segundo elas se abriram lateralmente revelando um amplo quarto iluminado por uma luz que vinha das paredes, do teto e do chão, formando um imenso pentagrama com vários outros símbolos espalhados pelas linhas do pentagrama. No centro do salão haviam quatro símbolos principais: um circulo negro coroado por um sol, outro círculo branco coroado pela lua, além de duas luas crescentes, uma acima e outra abaixo da linha dos círculos. Reconheci o desenho de uma magia de complexidade e poder que eu nunca havia visto. Também sentia uma concentração de poder nos círculos, e o círculo branco parecia me chamar, entrando em ressonância com minha mente e minha alma. Nunca em minha vida me senti tão leve e tão forte. Quando olhei para o lado vi que Griffon sentia a mesma coisa e sua pele começava a brilhar em dourado e com certa surpresa notei que minha pele brilhava em prata. Quando olhamos para nossos pais vimos uma glória antiga neles, como se fossem mais do que nossos pais. Mamãe brilhava em branco e papai em negro. Os dois nos indicaram os círculos e se encaminharam para as luas crescentes.

Quando meu pé tocou a borda do círculo designado a mim, sentia uma onda de poder que eu não via há muito tempo. O círculo praticamente me prendia ao chão, e uma corrente de poder passava por todo meu corpo, mas eu sabia que era apenas o início. Mamãe sacou uma adaga prateada da cintura e fez um corte na mão, deixando seu sangue pingar na lua crescente. Papai cortou a mão com suas unhas e deixou seu sangue pingar também. No mesmo momento em que a primeira gota tocou o chão, toda a sala brilhou mais intensamente. Uma onda de energia se espalhava ao nosso redor e depois parecia retornar lentamente até nós. Então ouvimos nossos pais falando, mas como se fossem uma só voz:
- Suas armas, seus verdadeiros poderes, suas almas de batalha, jazem nesse chão, adormecidas aguardando o tempo certo. É chegada a hora de vocês. Isis ressuscite a carne, Gaia forje as armas, Deusa abençoe-as. Anúbis traga de volta as armas caídas, Hades guie-as através das trevas, Seth empreste-os o seu poder. Thór que seu martelo as torne resistentes, Odin que seus corvos as encham de sabedoria, Zeus com seus raios aumente a força do ódio dessas armas. Chronos rompa as barreiras do tempo, devolvendo os poderes antes selados. Que o Selo de Chronos seja rompido.

I just know there’s no escape now
once it sets its eyes on you.
But I won’t run, have to stare it in the eye.

Stand my ground, I won’t give in.
No more denying, I’ve got to face it.
Won’t close my eyes and hide the truth inside.
If I don’t make it,
someone else will stand my ground.

Prenda um dragão. Mantenha-o preso em uma jaula pequena, porém alimentando-o bem e dando-lhe motivos para crescer. O dia que a jaula se romper, o dragão terá um poder superior a tudo que você possa agüentar. Tudo que você possa simplesmente imaginar. Foi isso que aconteceu conosco.
Ao som da frase “Que o Selo de Chronos seja rompido”, uma onda de energia que eu nunca imaginei agüentar passou pelo meu corpo. Senti como se meu corpo estivesse sendo queimado de dentro para fora, mas não havia dor. A magia fluía por cada veia de meu corpo, e eu sentia todo o poder da sala convergindo para dois pontos. Eu e Griffon. O poder selado ao ser libertado explodiu, invadindo nossos corpos, nos dando uma energia que eu nunca havia visto. Fiquei tonto, mas não movia um músculo, ligado ao fluxo de energia que convergia para mim. Então tudo ficou negro.
Diante de mim surgiu uma foice negra. Seu cabo e sua lâmina eram negros, porém era trabalhada em prata e branco. Senti como se o último pedaço de minha alma estivesse ligada aquela arma diante de mim. Uma voz me chamava...Uma voz que eu conhecia desde o meu primeiro dia de vida. Estiquei o braço e toquei o cabo da foice, meus dedos se fechando perfeitamente no entalhe prateado...Senti-me completo finalmente, minha alma entrando em ressonância com a alma da foice, crescendo e crescendo cada vez mais. Então notei que ao mesmo tempo que enxergava com meus olhos, também enxergava pelos olhos de Griffon, como se fossemos um. Diante dele estava uma lança longa e dourada, cuja lâmina era branca, assim como os entalhes ao redor do cabo.
Abrimos nossos olhos na sala do selo novamente. Mamãe e papai estavam de pé diante de nós, que havíamos caídos ajoelhados, mas não precisaram nos dar apoio, pois nos levantamos facilmente. Foi uma sensação estranha, mas maravilhosa. Nunca me senti tão completo, tão leve e tão bem. Meus poderes haviam realmente crescido, em um nível maior do que eu poderia imaginar. Meus instintos vampiricos foram aumentados pela força que antes dormia em mim. O mundo parecia novo, novas cores estavam diante de meus olhos, eu via coisas que antes não via. Sentia coisas que não sentia. A simples ação de respirar era uma nova experiência e eu podia sentir cada pedaço de ar entrando em meu peito e se espalhando pelo meu corpo. Ouvia os menores ruídos do lado de fora da casa e podia ouvir o próprio fluxo de magia que havia em cada pessoa.
- Agora vocês estão prontos. Vão. Usem as armas que antes estavam adormecidas, Kamui e Fuuma. – Nossos pais falaram juntos e eu e meu irmão concordamos juntos.

Sem que sequer nós mesmo notássemos, estávamos do lado de fora da sede, indo mais rápido que qualquer velocidade que antes havíamos alcançado. Mas o mundo se unia a nossas energias, sentíamos e entendíamos cada polegada do mundo ao nosso redor. Nossos corpos brilhavam e quem visse nós dois correndo, poderia jurar que vira um feixe de luz passando diante de seus olhos. A um chamado nosso, as sombras e as luzes da cidade se uniram a nós, tomando formas que nós desejássemos. E nós estávamos indo a caçada.

N.A.: Stand my Ground, Within Temptation.

N.A.: A Foice representa tanto a imagem de ceifador como a arma que segundo a mitologia, Chronos utilizava. A Lança representa uma das mais poderosas armas existentes e mais versátil também (a meu ver pelo menos). Não coloquei aqui, mas gostaria que ela representasse a própria Lognus (ou Longnus).

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