Saturday, September 30, 2006

Un Nouveau Monde Entier

Relato dos gêmeos Chronos

Novo colégio.
Novos amigos.
Novas disciplinas.
Algumas regras novas. Para quebrar é claro.
Novas confusões....

- Já no primeiro dia Griffon? Tinha que ser você!
- Ah cala a boca Seth! Até que foi divertido!
- Silêncio vocês dois!! Continuem escrevendo as mil vezes “Eu não tenho etiqueta e preciso melhorar!” – Uma mulher com rosto severo vociferava para os dois. Em sua roupa havia uma imensa mancha marrom.
SC: Droga, odeio essa nova disciplina.
GC: Olha você falando abertamente que odeia algo, Etiqueta realmente não é com você!
SC: Mas não é mesmo! Pra mim não serve pra nada.
FD: Eu ouvi isso Sr. Chronos! - Françoise Dekeuwer-Defossez gritando para Griffon.
GC: Ei, a Senhora é cega? Ele é o Seth! Não vê que tenho cabelos louros? E ele pretos?
FD: NÃO IMPORTA QUEM SEJA! CALEM-SE E CUMPRAM A DETENÇÃO!
GC: Bruxa velha maluca. – Griffon sussurrava enquanto voltava a escrever “Eu não tenho etiqueta e preciso melhorar!” pela centésima vez. – Ei Kam, quer morder ela não?
SC: Deixe de brincadeira Griff.
GC: Ah vai! Vai estar fazendo um bem para todos!
Seth encarou o irmão e o ignorou olhando pra frente e voltando a escrever a frase. Griffon resmungou algo como “sem-graça” e virou-se para seu papel rindo ao se lembrar do que acontecera...

Algumas horas antes...

AC: Griffon Fuuma Capter Chronos! Eu mandei você arrumar o seu malão ontem a noite!!
GC: Eu me esqueci pai! Estava estudando tanto que me esqueci!
AC: Quer mentir pra mim? O que ficou fazendo ontem?
SC: Ele ficou me perturbando pra invadir o porão e pegar as bombas de bosta.
AC: E por que você as quer?
GC: Ah deixa pai! Por favor! Vai ser divertido usá-las! Digo tê-las como lembrança de Hogwarts! – Griffon fez uma carinha de santo enquanto encarava o pai. Alucard sorriu e concordou por mais que soubesse que não ia sair coisa boa disso.
AC: Está bem, pode ir lá pegá-las. Eu e seu irmão vamos levar os malões na frente. - Griffon saiu correndo da sala enquanto Mirian descia as escadas e se dirigia para o lado do filho e do marido beijando os dois.
Quando Griffon voltou eles finalmente entraram na lareira e um a um falou “Beauxbatons”. As labaredas envolveram os membros da família e quando finalmente as chamas se acalmaram puderem ver um bonito e luxuoso gabinete.
MM: Arhhh Sr. E Sra. Chronos! Que bom revê-los – Uma mulher muito mais alta que o casal Chronos os saudou sorrindo e deu as boas vindas.
MC: É um prazer também revê-la, Sra. Maxime. Obrigado por aceitar a transferência dos meninos.
MM: Non se preocupe. São eles? Sejam bem vindos meus queridos. Vocês se parecem bastante mesmo, apesar da diferença no cabelo e nesse sobre-tudo que você carrega, qual seu nome?
SC: Seth, prazer.
MM: Prazer. Então você deve ser o Sr. Griffon, prazer também.
GC: É um prazer também Sra. – Griffon sorriu ao ver o olhar dos pais, como se eles agradecessem a Merlim por ele mostrar o mínimo de educação
AC: Onde eles ficaram alojados? Imagino que vocês têm uma cerimônia de seleção de casas.
MM: Mas é claro! Nós a faremos agora mesmo...

Madame Maxime bateu palmas e de um canto da sala entrou uma nuvem brilhante. Eram fadas, Madame Máxime explicava com um sorriso de satisfação de acordo com que a nuvem brilhante se dirigia na direção dos dois irmãos. Elas escolheram primeiro Seth e o envolveram num turbilhão de cores e luzes. Seth se viu envolto por uma névoa colorida e parecia não ver mais a sala de Madame Máxime. Uma imagem de um homem gargalhando surgiu a sua frente, ele o reconheceu, já ouvira muito falar dele: Hellion. Os olhos de Seth faiscaram e suas pressas ficaram a mostra enquanto ele saltava para frente pronto para a luta, atingindo Hellion na altura do peito. Mas a imagem deu lugar a outra imagem, a imagem do maior medo de Seth. Ele ameaçou se afastar e a imagem cresceu e o mundo parecia girar, mas Seth decidiu avançar, encarar o desafio. Nesse momento surgiu a frente dele a imagem de um minotauro e as fadas pararam de voar ao redor de Seth.
- Pour le Lux vous devez entrer – A voz fina e musical das fadinhas cantou e em seguida voaram ao redor da cabeça de Griffon...

Griffon se viu fechado em um lugar escuro. Solidão. Griffon se sentou abraçando os joelhos, com medo. Onde estava Seth? Onde estavam seus pais? Onde estavam todos? Ele começou a tremer, mas a imagem de um grifo lhe veio a cabeça e ele se levantou com dificuldade. Gritou e correu na direção do nada e olhava ao redor buscando algo em que se amparar. Não! Ele não estava sozinho, não estaria nunca e ele podia lutar até reencontrá-los...A imagem de minotauro surgiu a sua frente e ele acordou do transe confuso

- Pour le Lux vous devez entrer – As fadinhas cantaram lentamente antes de desaparecerem por trás de uma porta
MM: Magnífico! Vocês dois farão parte da Lux, vou levá-los ao salão comunal. Ou preferem ir tomar café?
GC: Para lhe dizer a verdade, tomar café, estou faminto!
SC: Eu queria poder conhecer o salão comunal.
MM: Muito bem, muito bem. Vou levar o Sr. Griffon para tomar café e pedirei a alguém que leve você para o salão comunal Sr. Seth.
AC: Posso acompanhá-lo?
MC: Eu também gostaria de ir ao dormitório deles também.
MM: Claro com certeza.

Madame Máxime deu algumas ordens em francês e uma monitora de cabelos louros surgiu para acompanhar Alucard, Mirian e Seth ao dormitório da Lux enquanto ela mesma conduzia Griffon para o salão principal, e este não tirava os olhos da monitora. Madame Máxime fingiu não notar e o levou para tomar café. Griffon recebeu os olhares dos veteranos da Beauxbatons e sorriu, sentia-se como seu irmão. Madame Maxime o apresentou para a escola e o deixou na mesa da Lux onde fez algumas amizades logo de cara.

DS: Olha carne nova na casa! Brincadeira, prazer me chamo Desireé Savoy e estes são Amélia Lestel e Thiery Renault
AL: Prazer, sou do 3º ano. Qual seu nome?
GC: Ah prazer! Meu nome todo é Griffon Fuuma Capter Chronos
TR: Que nome gigante!
GC: Rsrsrs eu sei, meus pais tem muita imaginação! Podem chamar apenas de Griff.
DS: Seja bem vindo então Griff, vou te apresentar algumas pessoas.

Griff deixou-se ser levado pelas mãos de Desireé enquanto ela apresentava alunos da casa e de outras, fazendo comentários sobre quem é arrogante, metido, maluco, divertido e coisas do gênero. Griffon conseguia se encaixar rapidamente nos meios e em pouco tempo já falara com boa parte do colégio, quando esbarrou em um garoto.

TM: Ai! Cuidado! Ah você é o aluno novo! Bem vindo
GC: Desculpe-me. Sim sou um dos alunos novos, prazer. Pode me chamar de Griff e você quem é?
TM: Tem mais gente?
GC: Sim, meu irmão caladão, o Seth.
TM: Então me apresenta ele! Consigo fazer ele não ser caladão! Ah me perdoe, me chamo Tyrone Mcgregor, mas pode chamar de Ty. E esse aqui do lado é o Lobão, digo, Gabriel Graham Storm e essa é a Miyako Hakuna, ela tem mais uma infinidade de sobrenomes que você não vai decorar
MH: Ei Ty! Fica quieto! Prazer Griff.
GS: Prazer Griff. Vamos conhecer seu irmão então?
GC: Sim, mas eu não sei chegar no dormitório da Lux. Não acompanhei aquela monitora linda.
TM: Hahahaha já vi que vamos nos dar bem. Vem com a gente, conhecemos o caminho. - Ty e Gabriel saíram guiando Griffon pelos corredores e finalmente conseguiram chegar a sala comunal da Lux. Assim que chegaram na entrada, Seth e seus pais estavam saindo e Alucard e Mirian sorriram ao ver o quarteto.
AC: Ty, Gabriel, Myako!! Vocês cresceram
TM: Como assim?
GS: Os senhores nos conhecem?
MC: Sim, não nos vemos há um bom tempo. Estudamos com seus pais.
MH: Acho que sei quem são vocês! Minha mãe já falou do Sr, Sr.Chronos.
AC: Pode me chamar de Lu se quiser. Já fizeram amizade com o Griffon então.
MC: Griff você é muito extrovertido mesmo! Este aqui é o gêmeo do Griffon, Seth.
SC: Prazer, pode me chamar de Kam se quiser
GS: Você que o Griff falou que é caladão! Vamos andar pelo colégio, vamos apresentá-lo para vocês!
Gabriel e Ty puxaram Seth e se despediram de Mirian e Alucard. Os dois veteranos apresentaram o colégio e encontraram diversos professores. Griffon já estava solto e falava normalmente e ria muito, enquanto Seth ainda se mantinha um pouco calado, apesar de mais solto. Eles passaram em frente a sala de etiqueta onde pararam por uns instantes olhando para a porta.
MH: Argh, odeio essa matéria, é horrível. E a Defossez é pior ainda!
TM: É a professora de Etiqueta, é louca por etiqueta e briga com qualquer um que a rompa. Sinceramente, também odeio etiqueta.
GC: Argh, só de pensar que vou ter que ter aula disso não consigo acreditar. Também não vou gostar.
SC: Também não sou muito fã.
GC: Já sei...- Griffon falou com um sorriso no rosto e olhando em volta se virou para os companheiros.
SC: já vi que não vem boa coisa.
GC: Fica quieto Seth....Que acham de pregar uma peça nela hein? Tenho uma bomba de bosta aqui, são famosas em Hogwarts, não sei se aqui também. Não se preocupem, se algo der errado eu assumo tudo.
MH: Hum tem certeza?
GC: Claro! Adoro uma confusão!
GS: Hahahahaha você era Grifinório não era?
SC: Sim, éramos...Eu me lembro de você.
GS: Rsrsrsrs também me lembro de você, apesar que lá em Hogwarts você era ainda mais quieto. Já seu irmão...
SC: Desde sempre falador...
MH: E só arranjava confusão com certeza!
GC: Ei dá pra parar de falar assim? Ta que é verdade...Mas mesmo assim! Mas não era como o Potter, não gostava dele.
SC: É, ele uma vez quis brigar comigo porque uma garota que ele tava afim de lá gamou em mim.
GS: Primeiros grifinórios que não gostam do Potter! Vocês deviam ser odiados na Grifinória!
GC: Nem tanto, eles se divertiam com a gente...Só o grupinho do Potter não ia com nossa cara, menos a Granger. Ela tinha uma quedinha pelo Seth.
GS: Hahahahahaha eu lembro que você vivia andando com os gêmeos Weasley!
TM: Bem chega de conversa não acham? Topamos então, mas não vamos te deixar levar a culpa sozinho. - Griffon sorriu e de dentro do casaco pegou uma bomba de bosta que enrolou em papel de presente e entregou a Seth com cuidado.
SC: E o que espera que eu faça?
GC: Bota isso naquele lustre. Quando ela abrir a gente derruba e cai tudo em cima dela!
SC: Eu não vou fazer isso, faz você.
GC: Eu não alcanço não vê? Faz por favor! – Os outros também pediram e Seth relutante pegou o embrulho e com facilidade saltou e conseguiu se equilibrar no lustre, deixando o embrulho no lugar.
TM: Uau! Como ele faz isso?
GC: Uma longa história depois te conto. - Mas nesse momento a professora Dekeuwer-Defossez abriu a porta e achou estranho a aglomeração deles na sua porta.
DD: O que estão fazendo aqui? – Seth perdeu o equilíbrio com o susto e caiu ao lado dela com o embrulho nas mãos. Ela o olhou de cima abaixo e gostou do jeito sério dele. – Ah você deve ser um dos alunos novos! E o que é isso? Presente para mim?

Ele tomou o presente das mãos de Seth sorrindo e apesar dos garotos tentarem impedir ela tentou sacudir para ouvir o barulho. Mas as bombas de bosta explodiram na roupa perfeitamente limpa da professora. Ela os fulminou com um olhar penetrante e gritou:DD: O QUE É ISSO? MINHA ROUPA CORRETAMENTE LIMPA! OS CINCO! PRA DENTRO DA SALA AGORA!
GC: Desculpa professora, não era pra senhora. E eles estavam só passando, é uma idéia minha e do meu irmão.
DD: NÃO IMPORTA PARA QUEM SEJA! OS DOIS ENTÃO PRA DENTRO!

Ty, Gabriel e Myako tentaram discutir que eles também estavam no meio, mas Griffon sorriu para eles piscando o olho e entrou na sala...

Thursday, September 28, 2006

Alucinação ou realidade?

Das lembranças de Ian Lucas Renoir Lafayette

- Você precisa crescer, Lucas!
- Mas pra que vovô? O mundo já é por demais amargo e se todas as pessoas se tornarem sérias, tudo vira uma chatice!
- Você precisa crescer, para que incidentes como o do feriado de páscoa não se repitam!
- Aquilo foi uma burrice, lhe garanto que não tornara a se repetir.
- Já passou da hora de você encarar as coisas com um pouco mais de seriedade. Estou velho, não tenho muito tempo de vida e o que vai ser dos meus negócios se meu neto insiste em agir como se tivesse 13 anos?
- Que historia é essa de ter pouco tempo de vida?

- ACORDA LUKE! ESTÁ ME OUVINDO? – meu avô me agarrou e começou a me sacudir com força
- Não vovô, me larga! Para, me solta! O que você quis dizer com isso?
- LUKE! Está louco? Sou eu, Bernard!

Saltei da cama assustado e suando frio. Meu amigo me olhava assustado de pé ao meu lado, tentando me manter deitado.

- Onde está o meu avô? Pra onde ele foi?
- Seu avô? Ele não esteve aqui, Luke...
- Onde eu estou? O que aconteceu?
- Estamos na enfermaria da escola, você desmaiou depois de levar uma cabeçada do Antoine, que por sinal saiu daqui a pouco tempo com um corte da testa.
- Mas eu estava com o meu avô, ele disse que ia morrer e...
- Você estava sonhando, estava agitado. Seu avô nunca esteve aqui.
- Mas... Parecia tão real...
- Ah, monsieur Lafayette! Sente-se bem? Já está liberado, pode ir, mas nada de jogos brutos por um tempo! – madame Magali falou, enquanto me tirava da cama e sacudia o lençol.
- Vamos, estão todos preocupados lá fora.
- Eu me lembro de estar correndo e você gritar, ai vi o Antoine voar e não lembro de mais nada.
- Ele foi estúpido... Mais que você, quando o derrubou. O jogo terminou ali, deu a maior confusão... Dominique, Samuel e Michel partiram pra cima dele, se o Olivier, Rubens e eu não tivéssemos segurado os três, algo pior poderia ter acontecido.
- Depois eu me acerto com aquele bolha d’água...

Sai com Bernard da enfermaria e encontrei meus amigos sentados do lado de fora ansiosos. Eles falavam depressa, contando o que aconteceu depois que fui carregado pra enfermaria desacordado e de como Antoine agora teria que andar atento pelos corredores. Eu ouvia a tudo, mas não absorvia muita coisa. Estava confuso. Bernard disse que eu havia sonhado, nada mais, mas a sensação que eu tinha não era essa. O sonho tinha sido real demais, era como se meu avô estivesse mesmo falando comigo, do meu lado. Mas tinha que ser só impressão minha, não havia outra explicação. Espantei o sonho dos meus pensamentos e voltei minha atenção aos meus amigos, planejando um jeito de pegar o bolha d’água na peça do ano...

**************************

Quatro dias depois...

A professora de etiqueta, mademoiselle Defossez, caminha distraída no corredor, absorta na leitura de uma dos seus livros de tortura em sala de aula. Um pouco mais a frente dela, escondido atrás de uma estatua, estava Vincent, irmão de Bernard. Ele se preparava para posicionar o pé na frente dela, que distraída, não havia percebido a presença daquele menino pentelho. Foi inevitável. No momento em que mademoiselle Defossez passou pela estátua, Vincent pôs o pé na frente e ela deu um rasante no corredor, atirando seus livros pra todos os lados e caindo por cima da varinha, que se partiu na mesma hora. O som da risada debochada de Vincent ecoava no corredor, atraindo a atenção de alunos curiosos que passavam perto.


- Luke? Luke? LUKE!
- Ahn? O que? Que foi? – falei assustado levantando a cabeça da mesa, o pergaminho pregado no meu rosto.
- Você dormiu na aula de novo! Desse jeito vai ser reprovado nos NIEMs...
- Deixa de ser chato Bernard! Transfiguração é mole, depois recupero.

Arranquei o pergaminho amassado do meu rosto e joguei na mochila de qualquer jeito, levantando e indo me juntar aos outros na porta. Conversávamos animados quando a professora de etiqueta passou e me chamou a atenção. Ela usava a mesma roupa do sonho e abria um livro para ler, andando pelo corredor distraída. Precisava ter certeza de que não estava louco, então a segui. Ela ia na direção que eu imaginava e logo entrou no corredor certo. Procurei por Vincent e o avistei posicionado atrás da estatua, rindo. Quando mademoiselle Defossez ia passar por ele, dei um grito chamando sua atenção, frustrando os planos do endiabrado.

- Ah, não era nada professora, desculpe... Pensei ter perdido o exercício da semana passada, mas já encontrei.
- Tudo bem monsieur Lafayette, só não grite outra vez. Você é um garoto educado e garotos educados não gritam, usam o tom de voz adequado.
- Desculpe, não vou mais gritar... – e ela continuou andando
- Por que você gritou seu idiota?? – Vincent veio ate mim indignado
- Olha o respeito pigmeu! Você ia derrubar a professora, eu sei!
- Como você sabia que...

Mas Vincent não terminou a frase, pois um grito nos interrompeu. Olhamos depressa para o final do corredor e a professora estava caída no chão, os livros espalhados por todos os lados. Sua varinha partida ao meio jazia ao seu lado, enquanto ela se recompunha e juntava as coisas. Vincent apontou para ela e começou a gargalhar, aquela risada irritantemente alta e debochada. Algumas pessoas começavam a chegar para ver e algumas meninas foram ajudar a professora a se levantar, que alegava ter tropeçado na escada. Meus amigos pararam ao meu lado para ver o que estava acontecendo, mas seguraram os risos quando viram que eu estava sério.

- O que aconteceu? Quem derrubou a Defossez? – Dominique perguntou fazendo força para não rir
- Vincent ia derruba-la, mas eu não deixei...
- Então o que houve? – Marie falou seria, preocupada com a professora.
- Eu posso saber o que vai acontecer, mas não posso impedir que aconteça...
- O que Luke? Que papo doido é esse? – Samuel falou rindo
- Eu vi, eu sabia que ela ia cair! Vincent seria o culpado, mas eu impedi, só que ela caiu do mesmo jeito, o que quer que seja encontrou uma outra maneira de fazer com que ela caísse...
- Ok, acho que a pancada do Antoine foi mais forte do que pensei... – Bernard falou
- Não estou maluco, eu sonhei com isso! Não sei como, mas eu a vi caindo antes de acontecer!!
- Luke, melhor irmos para a enfermaria, você não esta bem...
- Eu estou ótimo Michel! Por que não acreditam em mim?
- Porque o que você esta dizendo não faz sentido. Simples assim. – Samuel falou e os outros apoiaram
- Saiam da frente, me soltem, não vou ver pra enfermaria coisa nenhuma! Vou escrever ao meu avô...
- Luke, espera! O que está acontecendo?

Mas não parei para responder a pergunta de Bernard, pois simplesmente não sabia o que dizer. Será que era efeito colateral do feitiço da caixa? Lembro que antes de desmaiar, comecei a sentir fortes dores de cabeça, a ponto de ficar tonto e me desequilibrar, e quando acordei, estava com essas sensações esquisitas. Precisava falar com meu avô, de verdade, não em sonhos malucos. E se agora eu adquiri a habilidade de prever o futuro? O que vou fazer se isso for verdade e não uma alucinação minha??

Tuesday, September 26, 2006

Les Fables de Beauxbatons, une histoire…

Antes tarde do que nunca! Apesar de estar um “pouquinho” atrasada, não poderia deixar de falar sobre esse blog também. Sou suspeita, mas minhas intenções são as melhores.

Everything starts when...

Um texto pronto sem ter sido postado. Outras discórdias acumuladas. A vontade de sair. A vontade de fazer algo novo, que não fosse em nenhuma hipótese acusado de plágio. Idéias na cabeça. Disposição para REcomeçar...
A Beaux surgiu de uma série de fatores que foram se acumulando, mas em pouco tempo ganhou a aprovação daqueles que realmente queriam integrar.

Reaproveitamos algumas coisas, alguns personagens, algumas características... Inovamos algumas, e inventamos muitas. A Beaux se tornou, inconfundivelmente, a mais personalizada das nossas casas, uma vez que nós somos as diretoras. Cada uma tem um pouquinho de Madame Máxime, e não temos que nos limitar a nenhuma regra citada no mundo de JK. Rowling, além as básicas para nossa existência! O que quero dizer é que todos sabem que existe Beauxbatons, mas o que acontece dentro do castelo de Beauxbatons é totalmente por nossa conta!

No começo: duas gêmeas avessas, uma romântica comprometida, um grupo de meninos “marotos”, uma rebelde sem causa, uma cigana profeta e muitas idéias novas. Além das tramas velhas a serem terminadas...
Depois de um tempo, um trio “diferente” e mais histórias a contar.

É assim que desde o começo, até hoje, nós escrevemos nesse blog! Nunca abrimos inscrições, mas nunca sentimos essa necessidade eminente de aumentar. Como já nos garantimos anteriormente, somos auto-suficientes! Tivemos perdas, de autores e consequentemente de personagens, mas continuamos *guerreiras* aqui, e sempre inovando mais, inventando mais e nos divertindo mais!

Escrevemos por lazer! Por puro e simples prazer! Não temos obrigação nenhuma com datas nem eventos... Nós lideramos o tempo.
Esse ano foi só o primeiro de muitos outros que estão por vir! Muitos e muitos! Podem esperar! Enquanto o futuro não chega, nos resta segurar o presente com essa união de sempre...

Parabéns Beaux, por ser NOSSO blog, por ter nossa cara, e por corresponder exatamente às nossas expectativas! Obrigada, Ju e And, por não terem desistido também, e por serem essas pessoas que vocês são. Por elogiarem até o que está básico, por criticarem o que pode ser melhorado, por rirem das pequenas coisas, por planejarem o futuro bem futuro dos personagens e despreocuparem com o presente! Não poderia ter escolhido duas melhores amigas/companheiras/irmãs para dividir as tramas dos meus personagens e da minha vida né? Bem vindo Renan! Agora o Quarteto Fantástico está unido em mais uma batalha! Yees!
Diante de todos esses agradecimentos, só posso desejar felicidades e muitos anos de vida para essa nossa casa francesa!

By: Tandi *.*

Wednesday, September 20, 2006

Eu vi... uma... BARATA?!

Do diário de Isa McCallister

Estava tarde, realmente muito tarde, quando finalmente eu desisti dos deveres e me despedi de Brendan. Tínhamos ficado boa parte da noite e o começo da madrugada fazendo um relatório para a aula de Feitiços, e sem mais prerrogativas de fazer qualquer outra coisa naquele dia, subi para o dormitório. Mal tinha entrado, e sem cerimônias, joguei os livros e a bolsa no chão pulando na cama.
Tinha a perspectiva de dormir do jeito que eu estava: de uniforme e tudo! Aliás, eu tinha a perspectiva de dormir naquele momento...
Fechei os olhos e virei para o lado, quando ouvi um barulho de asas e aquele “ZzzZ” de pernilongos que incomodam. Deixei estar, afinal, quem nunca dormiu ao barulho de pernilongos? E também, um minuto depois, o barulho parou e tudo caiu em silêncio.
Novamente, fechei os olhos. Estava quase pegando no sono quando sinto algo áspero subindo no meu pé, e dele para a minha perna. Balancei a perna sonolenta e a coisa saiu. O barulho chato de asas começou...
Aquela sensação ruim de que o que tinha passeado no meu pé segundos antes não era simplesmente um pernilongo invadiu meu estômago, e totalmente espantada e receosa acendi a ponta da varinha. Apontei para o teto e nem sinal, para o chão, e nada, para o edredom e...

- AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, BARATA! BARATA! BARATAAAA!

Pulei de um salto jogando o edredom no chão. O inseto preto que caminhava sobre ele impulsionou vôo novamente dando uma rasante na minha cabeça. Sentindo arrepios gelados passarem pelo meu corpo todos os segundos, corri e segurei minha sandália, apontando para a barata, agora tomando pouso na parede oposta, ameaçadoramente. Sem mirar muito, coloquei toda a força na sandália, que voou rápida até a parede e acertou um ponto com pelo menos 2 metros do animal. No mesmo instante, ela abriu novamente as asas dando outro rasante na minha cabeça e indo pousar ao lado do meu edredom, no chão.
Era difícil ter ação com tanto nojo. Sentia arrepios cada vez mais gelados e constantes à medida que via aquela coisa se movimentar lentamente. Tentei inutilmente lançar outra sandália, mas essa foi parar bem mais longe, e nem fez a barata entrar em outro vôo. Não tinha outra solução, o jeito era pedir resgate!
O dormitório dos meninos ficava no lado oposto do Salão Comunal. Tentei sufocar minha vontade de dar uns berros de SOS e o mais silenciosamente que pude, entrei no dormitório onde Brendan e Rubens já dormiam profundamente.

IM: Brendan... Brendan!!! Acorda! Brendan!

Sei que não fui nem um pouco delicada enquanto balançava ele, mas foi o método mais rápido de fazê-lo abrir os olhos e sentar na cama parecendo preocupado.

BL: ISA!
IM: Shhhh... Calma! Não precisa acordar a casa toda!
BL: O que aconteceu? Teve um pesadelo? – disse com a voz ainda alta como se não se importasse nem um pouco de acordar Rubens.
IM: Pesadelo sim... Pesadelo real! E estou tendo ainda! Vem comigo, preciso da sua ajuda ou vou ter que dormir na poltrona!
BL: Ham? Me explica...
IM: Levanta! Rápido!

Ele levantou parecendo assustado e fomos reto para o dormitório.

BL: Isa, será que dá pra você me dizer o que está acontecen...
IM: Um minuto e você vai entender!

Quando chegamos à porta do dormitório, eu parei e olhei pra ele.

IM: Tem um baratão imenso e voador aí dentro! Passou andando no meu pé, e faz um barulho horrível. A última vez que vi, antes de ter ido te acordar, ela estava perto do edredom. Mata pra mim, por favor! E traz o cadáver! Me recuso a dormir nesse lugar se não ver ela morta! Boa sorte!

Brendan ficou me encarando chocado enquanto absorvia todas as informações. Depois que pareceu entender, começou a rir.

BL: Você me tirou da cama essa hora da manhã pra matar uma... barata?
IM: Não é uma baratinha qualquer, e eu não mato uma coisa dessas de jeito nenhum! Como meu pai está a quilômetros daqui, bem... Por favor???
BL: O que você me pede chorando que eu não faço rindo? – ele disse sufocando um riso e pegando a pantufa na mão. – Eu volto com o cadáver!

Ele estufou o peito, como um daqueles soldados que se preparam para uma guerra longa, e abriu a porta. Estava tudo ótimo, tudo muito bem mesmo, se ele tivesse conseguido entrar! Quando tentou cruzar a barreira da porta, tomou um choque contra alguma estrutura invisível, e foi jogado a alguns centímetros pra trás como se tivesse levado um soco.

IM: O que aconteceu? Entra e fecha logo essa porta antes que aquela coisa saia voando!
BL: Não posso entrar! Agora estou me lembrando... Regra número 4 presa no mural da casa... –ele pigarreou e continuou a fala em tom de discurso- “O dormitório das meninas é exclusivamente para meninas! Meninos não entram!”
IM: @$#%#@#

Brendan arregalou os olhos para as minhas últimas palavras, mas eu já nem estava me importando com os maus modos ou com o que a professora Françoise falaria se visse a aluna exemplo delas falando daquela maneira...

IM: E agora?
BL: Devo desejar sorte para você? –rindo.
IM: Isso não tem a mínima graça!
BL: Desculpa... Isa, não tem jeito, você vai ter que matar ela, ou dormir no sofá até alguma que menina corajosa tope ir lá de manhã executar o trabalho pra você...

Por um momento não me restaram dúvidas de que eu dormiria na poltrona, mas então, a voz agourenta da Bel ressoou na minha cabeça...
“Isabel McCallister, você me envergonha! Deixou seu quarto, se rendeu indignamente, por causa de um inseto voador sem dentes e presas, muito menos glândulas venenosas??? Que espécie de ser humano é você? Uma verdadeira Barbie!”
Diante dessa pressão psicológica, minha mente tomou uma coragem sobrenatural, e tirando a pantufa do meu próprio pé, lancei um olhar decidido a Brendan e atravessei a porta.

BL: Isa, eu estou aqui com você! – Brendan disse sufocado do lado de fora da porta.

Caminhei um pouco relutante até o edredom, mas nem sinal dela. Olhei na cama, nas paredes, e nada. Então o barulho desconfortante recomeçou e ela descreveu um círculo a um palmo da minha cabeça antes de voar reto para outro extremo. Sem pensar duas vezes, joguei a pantufa e ela acertou a barata, que caiu com um baque surdo no chão.

IM: Acertei! Acertei! Consegui derrubar ela!
BL: Muito bom Isa! Agora dá uns pulos em cima dela só pra garantir...

Feliz com o meu feito, fui até onde ela se contorcia. Quando levantei o pé para dar a primeira pisada, ela conseguiu se recuperar e abriu a asa que tinha sobrado. Não conseguiu voar mais... O máximo foi uma espécie de pulo prolongando antes de cair novamente e sair rodando pelo chão tonta.
Veio andando na minha direção antes que eu pudesse alcançar algum sapato. Retrocedi uns passos e fui parar na ponta da penteadeira, onde inconsciente, apanhei a primeira coisa que minhas mãos alcançaram: Spray fixador de cabelos.
A barata agora estava a apenas alguns centímetros de mim...
Apertei o spray e um jato de líquido viscoso atingiu a casca da barata. Acho que o efeito imediato foi por tê-la deixado embriagada com o cheiro forte do produto. Ela deu uma cambaleada tonta e paralisou.
Sem sapatos para dar uma pisada boa nela, apelei para outro pote na penteadeira... Dessa vez era o do gel.
Não tinha idéia melhor a não ser prender ela lá dentro e entregar o pote para o Brendan dar um fim.
Com a tampa, peguei a barata imóvel e reboquei até o interior do pote, quase cheio de gel. O mais depressa que pude, girei a tampa com força...

BL: Isa... O que exatamente você jogou na barata para ela estar estática assim? – disse minutos depois enquanto analisava a barata presa em cima do gel.
IM: Spray fixador de cabelos. E a Bel ainda me diz que meus “artigos de futilidades” não servem para nada! Hunf...

Brendan jogou o gel na lareira e se despedindo de mim, novamente voltou para o seu dormitório. Deitei na cama, e adormeci uns minutos depois satisfeita comigo mesma. Papai ficaria orgulhoso se soubesse dessa história! Uma das poucas coisas que ele sempre tinha que fazer em casa era matar barata e outros tipos de insetos feios. A guerra: Isabel X Barata Voadora, tinha terminado com êxito e honra!

A partir de hoje devo lembrar de:
* Carregar sempre comigo um spray fixador de cabelos e um pote de gel.
* Não depender mais de homens para assassinatos domésticos.
* Lutar pela a abertura dos dormitórios femininos para os garotos, para o caso de emergências!

Monday, September 18, 2006

Mentes Brilhantes

Das memórias de Gabriel Graham Storm


- Para entender todo o simbolismo de Mercúrio, devemos nos reportar à mitologia, ao deus Mercúrio, dos romanos e Hermes, dos gregos.

- Que saco de aula, por que não podemos desistir disso?

- Shiii Ty, fica calado! Gostamos de Mitologia, finge que é outro professor e pronto! – Miyako falou

- Algum problema ai no canto?

- Não professora, nenhum, pode continuar... – falei sem graça

- Bom, já que tenho a permissão do Sr, Storm... Continuando: Hermes, o deus da comunicação, da informação, da brincadeira, da dualidade, da esperteza. Um deus múltiplo, com capacidade de envolver a tudo e a todos, com o poder persuasivo de sua conversa.

- Esse era esperto, devia ter a maior lábia... – um menino da Fidei falou, arrancando risadas.

- Na verdade, ele tinha sim Sr. Capell. Hermes foi capaz de fazer o irmão Apolo esquecer que ele havia lhe roubado seu gado, construindo uma harpa para ele, que gostava de musica. Hermes tinha uma mente engenhosa, perspicaz, criativa, capaz de enganar e convencer a todos com suas historias. O que nos leva ao Deus dos romanos!
Mercúrio é o regente de Gêmeos, também Deus da comunicação e da eloqüência, mensageiro principal de Zeus com os mortais...

- Professora... – Miyako levantou a mão e Ty bufou do meu lado, mas ela o ignorou – Como exatamente eram os meios de comunicação naquela época? Eram somente por mensageiros?

- Excelente pergunta Srtª Kinoshita, mas infelizmente não poderei respondê-la, pois essa é a tarefa para a próxima aula: quero que vocês pesquisem sobre a questão levantada pela colega e me tragam um relatório de no mínimo um rolo de pergaminho!

- Precisa ser em rolos de pergaminho? Não podemos inventar um meio mais criativo de apresentar isso? – perguntei incerto

- Claro que pode Sr. Storm. Alias, devem! Usem a criatividade para me trazerem seus trabalhos, ele pode ser feito em grupos de até 4 alunos! Nossa, olha a hora! Classe dispensada!

A turma logo recolheu o material, já procurando formar os grupos e trocando idéias de como apresentar o trabalho da semana seguinte. Ty já estava no corredor, ele nem havia tirado o material da mochila e foi o 1° a sair. Apesar do mau humor dele com a aula, ele faria o trabalho com a gente. Miyako já vinha dando várias idéias, dizendo que estava indo para a biblioteca começar a pesquisar e ia arrastar Ty junto.

- Ah droga, não vou poder ir agora, o Viera pediu que todos os monitores estivessem na sala assim que acabassem as aulas do dia. Eu volto em seguida!
- Ei Gabriel, espera! O que tem demais nessas rondas que você não gosta nem de se atrasar! – Ty berrou no corredor, mas eu já havia subido as escadas correndo.

Quando cheguei à sala dos monitores, a de verdade e não a secreta, os mais velhos já estavam todos lá jogando snap explosivo, como de costume. Como eu fui o ultimo a entrar junto com o Wentworth, eles pararam e Viera começou a falar, andando em círculos na sala.

- Molecada, a parada é a seguinte: um de vocês, não sei qual, talvez na empolgação por descobrir todas as vantagens de ser monitor em Beauxbatons, andou falando aos quatro ventos sobre a nossa sala, a sala dos fundadores!

- Não precisem se entreolhar, não queremos saber quem fez isso, realmente não nos interessa! – Madeline completou, ao ver que muitos já se agitavam.

- Sim, a Mad está certa, não nos interessa saber quem é o linguarudo, mas o fato é que madame Maxime veio me interrogar sobre a ‘tal sala dos fundadores’ e eu fiquei muito chateado, porque fui obrigado a usar toda a criatividade que habitava em meu ser para criar uma resposta rápida e convincente. E ela não ficou muito satisfeita, está com uma pulga atrás daquele orelhão dela e pôs Gerard para nos vigiar!

- E por causa disso, nosso acesso à sala dos fundadores ficará proibido, até que Gerard pare de nos observar. Entenderam, não é? A partir de agora, é terminantemente proibido comentar sobre aquela sala, a não ser que seja entre os monitores! – Manuela falou e os outros concordaram.

- Bom, era só isso! Vou indo porque o Samuca convocou treino de quadribol pra hoje e já estou atrasado. Bernard, você assume agora! Fui!

Viera saiu apressado da sala e a namorada dele foi também. Eu olhei para os demais monitores do 5º ano, tinha certeza que o autor dos comentários pra escola toda era Fabien, ele sempre foi linguarudo, mas fingi que não sabia. Sentei no canto e puxei meu material para continuar meus desenhos, quando senti uma sombra na minha frente. Juntei tudo depressa quando vi que era Madeline.

- O que você esta escondendo?

- Nada, trabalhos.

- Huum... Você sabe quem foi que contou da sala dos fundadores

- Não sei quem foi

- Sabe sim. Você é um bom oclumente, está fazendo esforço demais para fechar a mente para alguém que não tem o que esconder.

- Er.. não... não tenho nada pra esconder, eu... eu só não sou dedo-duro...

- Tudo bem, não precisa justificar. Você está certo, se entregasse seu colega seria tão fofoqueiro quando ele.

- Mad, anda logo! Temos que terminar o dever da Milenna antes de ir pro campo! – a amiga dela voltou

- Estou indo Manu, calma. Tchau Gabriel, aquele que não é dedo-duro. Nos vemos por ai...

Ela saiu sorrindo e eu fiquei com a boca aberta, com a frase sem sair. Queria ter dito ‘Madeline, eu te amo’, mas não sai da letra M, graças a Merlin! Puxei meus desenhos outra vez, mas nem consegui fazer dois riscos e fui interrompido novamente. Dessa vez era o Wentworth.

- E ai, Gabriel? Tudo bom? Posso falar com você?

- Já está falando, Went! O que foi?

- Bom, é que eu tava pensando na aula de mitologia e sabe, você quer fazer o que quando terminar a escola?

Que pergunta era aquela, assim do nada? Nunca tinha parado pra pensar no que exatamente ia fazer, eram muitas opções e eu não conseguia me decidir entre apenas uma, mas a única coisa que realmente considerei entre todas elas era qualquer coisa relacionada à fotografia.

- Não sei ao certo, talvez trabalhar como fotografo do Profeta Diário ou do Le Prophète, daqui da França. Mas porque a pergunta?

- Se a escola tivesse um jornal, você toparia participar?

- Claro que sim! E a Miyako também, com certeza! Vamos ter um jornal?

- Não sei, é um projeto, mas vamos precisar da ajuda dos monitores mais velhos, eles têm mais conceito com a diretora... Aquela sua amiga, a Vaudeville, acha que ela poderia ajudar?

- Ah, não sei, depois vemos isso...

- Que desenho é esse? Quem é essa? Você desenha bem, pode fazer as ilustrações!

- Er sim, sim, posso cuidar disso. Tenho que ir fazer o trabalho de Mitologia, mas me dê noticias desse projeto e pode contar comigo!

Puxei o desenho da mão dele e joguei de qualquer jeito na bolsa, saindo da sala e indo para a biblioteca. É, até que seria uma boa termos um jornalzinho na escola. Seriam tardes bem ocupadas e divertidas, escrevendo ele...

Wednesday, September 13, 2006

Encontros e desencontros

Rabiscos amassados de Ty McGregor

Como previsto, Gabriel e Miyako haviam me zoado muito com a história da salada mista nos corredores, claro que eu acabava rindo junto com eles. Depois Duschamps me contou que foi a única forma que ele encontrou para ajudar o Went a beijar a Danielle, ambos são tímidos. Pelo menos foi por uma boa causa, acabei vendo os dois de mãos dadas pelo castelo.
Rory e eu fizemos um acordo mudo de esquecermos o assunto, pois ela me olhava de narizinho empinado, e a famosa barreira do "não se aproxime" estava lá. Resolvi me ocupar com as matérias e com o quadribol, pois o novo professor exigia bastante nos treinos, desconfio que ele esteja aqui como uma espécie de olheiro para algum time profissional. Portanto se eu quiser jogar profissionalmente tenho que dar o melhor, principalmente nos treinos com o time.
Com os treinos coletivos quase todos os dias da semana, conseguir reservar o campo, para cada time treinar individualmente estava difícil, então resolvi juntar num treino só a escolha de um novo goleiro e o time. Aproveitei que Gabriel não tinha ronda com os monitores hoje. Gostaria de ir numa ronda de monitores qualquer dia, e saber o que rola, porque o Lobão na hora de ir pra ronda parece que sentou num porco espinho, de tão agitado que fica. Morre de medo de perder a hora... Claro que eu já vi as monitoras e sei que não é cisma minha. Ele fica na dele, mas eu o conheço, sei que alguma coisa muito interessante acontece por lá. Bem, quando "a coisa interessante" tiver nome, ele vai contar rsrsrs.
Miyako treinou um pouco conosco, mas quando viu o desempenho dos candidatos, e a minha irritação crescente, resolveu sair com o Sávio e pôr os assuntos em dia ;)

.....

TM - São só estes?- perguntei enquanto olhava em volta do campo.
- A-hã. Deste jeito vai ficar difícil Ty. - disse Gabriel, enquanto segurava o pomo e o guardava na caixa.
O teste para goleiro consistia em defender as bolas lançadas pelo resto do time. Nada tão difícil, quando se tem um pouco de coordenação motora. Um dos candidatos escorregou da vassoura e ficou pendurado no ar, o outro esqueceu que um goleiro cuida de três aros. Um terceiro mal sabia controlar a vassoura, ficava dando pinotes. Foi uma situação frustrante.
- Não podemos desanimar, tem que aparecer alguém... - disse e nesta hora alguém gritou:
- Ei Ty, posso fazer o teste pra goleiro ainda? Madame Máxime me segurou até agora.
Olhei e era a Brenda do 6° ano, e antes que eu respondesse, o Trewlis disse:
- Ah qual é? Acha que esta menina delicada vai agüentar um jogo?
Olhei irritado para ele e disse:
- Se você agüenta, porque ela não? ¬¬ - precisava vencer minha antipatia por ele, porque no momento eu não podia dispor de nenhum jogador e ele como batedor era bom, mas se mostrou um rápido artilheiro.
- Pode vir Brenda, temos tempo. – joguei um bastão pro Gabriel e disse:
- Brenda, todos nós vamos lançar a goles ou lançar balaços em você ok? Quero ver seus reflexos, e o quanto você consegue defender. Tudo bem?
Ela deu uma volta pelos aros, e disse:
BV - Tudo bem.
E os artilheiros começaram a lançar a goles e ela era rápida, de 10 bolas lançadas ela só perdeu 3, fazendo com que eu sorrisse de orelha a orelha quando encerrei o teste.
TM - Você tá dentro! Temos que treinar uma vez por semana, para todos se conhecerem bem e combinarmos algumas jogadas. - e o resto de time se juntou para cumprimentá-la.
Minha antipatia por Trewlis, diminuiu um pouco, quando o ouvi pedindo desculpas para a Brenda por ter sido machista. Olhei nas arquibancadas e os irmãos da Rory estavam lá. Gabriel vendo para onde eu olhava disse:
- Só eles vieram. – para responder a pergunta que eu não havia feito. Dei de ombros e dispensei o time, porém fiquei para arrumar algumas coisas na nossa sala.
- Ei Ty o treino foi legal. A nova goleira foi bem. – disse Lucien e Angelique concordava com ele.
TM - Obrigado, mas ainda temos muito trabalho pela frente, até o início do campeonato. E vocês o que fazem aqui?- e Angelique respondeu rápida.
AM - O Lucien queria pedir pra você deixar ele dar uma volta na sua vassoura nova.- e o irmão a cutucou dizendo:
LM - Você também quer bobona. :P
TM - Por mim tudo bem, mas e a sua irmã? Não quero encrenca.
LM - A Rory não manda em nós, eu não tenho medo da cara brava dela. Podemos dar uma volta com sua vassoura?
TM - Claro.
Voltamos ao campo e fomos conversando sobre os mais diversos assuntos, enquanto eles se revesavam no vôo. Até que a Rory apareceu:
- Ah, vocês estão aqui. Fiquei preocupada. - e sua amiga Danielle sorriu me cumprimentando.
- Só queríamos dar uma volta, Rory. – explicou Lucien, e vi que a história sobre não ter medo da irmã, era mentira. Ri por dentro.
- Tchau Ty, obrigado. Vou escrever aquele artigo e depois te mostro.
TM - Ok, e sempre que quiserem voar, apareçam. - e eles começaram a andar com a amiga dela.
RM - Obrigada por deixar eles usarem sua vassoura.Devem ter dado trabalho.
TM - Não foi trabalho nenhum, pois eles já têm 14 anos. Não são crianças, e eu gosto deles.
Ela ficou rígida com a verdade em meu comentário, e começou a se virar para ir embora.
TM - Espera.
Aproximei-me devagar. Levantei a mão e a coloquei em seu rosto. Em seus olhos havia surpresa. Tirei a mão enquanto chegava mais perto:
TM - Veja... Um cílio perdido. Agora você precisa fazer um desejo, que se realizará. – mostrei o cílio que havia tirado de seu rosto, na ponta do meu dedo.
RM - Você não acredita nesta fábula não é? – disse rindo.
TM - Pode ser que não, mas o que vamos perder? – ficamos nos olhando por uns segundos enquanto nós dois assoprávamos o cílio.
RM - O que você desejou Ty?- perguntou baixinho e passou a língua pela boca.
TM - Você sabe o que eu desejei. - e fui baixando a cabeça para beijá-la, quando...
- RORY.
Afastamos-nos rápido e Savannah vinha se aproximando rapidamente.
SB - Finalmente a encontrei. O Renauld já revirou aquele salão todo atrás de você. Onde se viu deixar alguém esperando? Ainda bem que te achei aqui, antes que fosse tarde demais.
TM - Você e o Renauld, juntos?- perguntei ríspido.
Savannah respondeu por ela:
SB - Formam um casal tão bonitinho. Feitos um para o outro.
E se aproximou de mim:
SB - Tudo bem Ty? Andei pensando em você...
- Tudo bem. – e fiquei olhando para a Rory esperando que ela desmentisse a garota, sobre ter alguém esperando, e este alguém mas ela não fez isso. Respirou fundo e disse calma:
- Obrigada, você foi muito gentil. Tchau Ty. - e virou-se para ir embora e chamou Savannah:
-Você não vem?
SB - Vou voltar com ele. Posso Ty?
TM - Claro. Impossível não pensar em você também, Savie. – disse cínico e pus uma mão em seu ombro.
Os olhos da Rory faiscaram e me senti vingado de alguma forma. Pena que esta sensação não durou muito tempo, Savannah resolveu que o tempo dela comigo não seria desperdiçado.

Monday, September 11, 2006

Bater, correr... e apagar

Das lembranças de Ian Lucas Renoir Lafayette

A sala de poções avançada estava encoberta pela fumaça que saia dos mais de 20 caldeirões espalhados por ela. Eu, como de costume, estava sentado na primeira bancada com meus amigos e na bancada atrás da nossa estava Viera, Manuela e para o total espanto da turma, Madeline. Estava concentrado adicionando os últimos ingredientes naquela poção complicada quando levei um tapa na orelha que quase afundou minha cabeça no caldeirão. Já virei preparado para brigar, mas vi que era Viera e me desarmei.

- Ei Ian! Rugy no campo de quadribol hoje depois das aulas! Espalha pro pessoal ai na frente, ok?
- Mas já? Nosso jogo não é anual?
- Sim, mas esse é nosso ultimo ano, vai ser mensal!
- Ok então, às 16hs estaremos lá.

Virei para frente outra vez e passei a informação adiante. Dominique e Bernard logo se animaram e Michel que nunca tinha jogado ficou curioso. Viera era de família trouxa e conhece todos os jogos esquisitos deles, então quando ele entrou para Beauxbatons, nos ensinou a jogar alguns deles. Desde o 1° ano nós fazemos um jogo de confraternização da turma no fim do ano e todos participam, até as meninas. Claro, tem sempre uma ou outra que não quer, mas são poucas. Até Marie jogava e já havia dito que ia jogar hoje também.

Passamos o dia inteiro dispersos. Minha mãe mandou mais uma coruja durante o almoço querendo saber como eu estava. Agora era semanalmente, ela sempre queria noticias, saber se estava sentindo estranho e essas coisas, mas eu me sentia normal. Acho que papai me assustou a toa, pois nunca senti o tal efeito colateral que aquele feitiço assassino deveria ter causado. Quando as aulas do dia terminaram corremos para o campo de quadribol, já com vestes comuns e mais velhas. Saímos sempre imundos mesmo...

- AH! Até que enfim o quinteto chegou! Só faltavam vocês, vamos dividir os times e começar logo, antes que Gerard resolva aparecer e confiscar a bola.

Viera fez um sorteio maluco e separou os times. Marie, Bernard e Mad acabaram ficando no time oposto e Viera e Manu ficaram no nosso. Para minha felicidade, Antoine estava no time de Marie. O jogo começou bem violento, com a galera batendo pra valer e não perdoando nem as meninas. Dominique quase assassinou a Madeline quando foi tentar roubar a bola, perseguindo ela pelo campo e arrancando risadas do pessoal. Lógico que ela deu o troco e derrubou ele feio depois, deve ate ter deslocado algum osso do meu amigo rs

O jogo estava empatado e fizemos um intervalo para recuperar as energias. Os demais já haviam voltado a jogar e eu estava correndo para o outro lado do campo quando parei, apoiando as mãos no joelho e olhando fixamente pro lado contrario. Dominique e Michel pararam ao meu lado e quando viram quem eu olhava, começaram a rir.

- Calma garoto, calma! – Dominique falava de palhaçada, como se falasse com um cachorro com raiva.
- Calma, não precisa babar! – Michel ria, fingindo me segurar
- Me solta, eu vou lá...
Eu arrastava o pé na grama imitando um touro e eles fingiam fazer força para me deter, mas a verdade era que estavam me instigando a correr. Esperei até que alguém passasse a bola para ele e sai em disparada de cabeça baixa na direção de Antoine. Dei um salto e me joguei em cima dele com tanta força que caímos na grama rolando e ele seguiu assim por mais duas jardas. Com certeza havia o machucado, pois minha costela doía com a pancada que dei quando atingi o chão. Dominique, Michel e Bernard vieram correndo na minha direção, mas Bernard parou onde Antoine estava caído. Thiery chegou para socorre-lo e meu amigo veio até onde eu estava. Antoine levantou com dificuldade e fazendo careta, mas olhou na nossa direção e apontou pra mim, parecendo furioso. Não pude deixar de rir.

- Ficou louco? Podia ter quebrado uma perna ou um braço! Podiam ter batido com a cabeça no chão!
- Isso é rugby, não xadrez! Se ele não agüenta uma pancadinha, melhor ficar de líder de torcida.
- Isso ainda vai terminar mal... E vocês dois não deviam incentivar! – Bernard falou serio e Dominique e Michel pararam de rir
- Como é? Vocês quatro vão ficar de papo? Tem um jogo rolando!

Viera gritou do meio do campo e voltamos pro jogo. Ele atirou a bola pra mim e eu corria desviando dos que vinham tentar me derrubar quando comecei a me sentir zonzo. Passei a bola para Dominique e parei de correr, sentando na grama. Bernard parou do meu lado, preocupado.

- Viu? Se não tivesse se jogado em cima dele feito um gorila não estaria assim!
- Não é nada, só fiquei tonto. Já estou bem, vamos continuar o jogo!

Mas quando fui levantar, me desequilibrei. Bernard ainda tentou segurar meu braço, mas cai sentado na grama. Minha cabeça latejava, eu ouvia um barulho estridente dentro dela que estava quase me deixando surdo e começava a ver meu amigo fora de foco. Via que Bernard estava falando comigo, mas o barulho não me deixava entender nada. Ele me ajudou a levantar e fomos saindo do campo. Minha visão estava voltando ao foco normal quando vi uma silhueta vindo correndo na minha direção, muito rápido. Só deu tempo de ouvir Bernard gritar para eu me abaixar, mas não foi em tempo suficiente: a sombra de Antoine veio voando na minha reta, gritando, e sua cabeça chocou com a minha violentamente, antes que eu caísse no chão desacordado...

Friday, September 08, 2006

Entre a rotina e o divórcio

De algum pergaminho branco, por Samuel Berbenott

Um mês em Beauxbatons, o suficiente pra eu me tornar o alvo mais atraente das fofocas. O motivo eu nem preciso dizer né? Essa aliança dourada em torno do meu dedo resume tudo! Não, mas nenhuma reação se compara à que meus pais tiveram...

***

IS: Você o que Samuel?
SS: Me cas...
IS: EU NÃO ESTOU SURDO!
SS: Então porque quis que eu repetisse?
IS: Não me responda!
POFT!
SS: MÃE!
IS: Ta vendo o que você fez, parece que não tem nenhum juízo! Eu te mando de férias e você me voltada CASADO??? Que dia você vai aprender a ser mais responsável?

O resto que ele disse foi só interpretado como um monte de blá blá blá, pois estava tentando reanimar minha mãe imóvel no chão.

***

Letícia me mandava notícias todos os dias. Meu pai inconformado com o casamento foi até o México pedir pra ver os documentos e essas coisas, e a minha mãe só reclamava de eu ter sido imaturo e infantil, e ter encarado uma coisa tão séria como uma brincadeira... É claro, eu amo brincar de casamentos! Desde pequeno eu sonhava em entrar na igreja, de terno, ouvindo a marcha nupcial! Coisas de criança, vai entender! ARGH! Será que ninguém percebe que o mais perturbado com essa história toda sou EU?

Fora esse casamento, e suas conseqüências, tava tudo muito bem! Junto com a volta às aulas, Madame Máxime me presenteou com um distintivo de capitão do time da Nox! Não vou dizer que não gostava do Brian, ele era um capitão muito bom, mas mentir que eu nunca quisera estar no lugar dele também é exagero! O fato era que eu andava feliz à toa com esse distintivo!

Sávio, o do bote amarelo, tinha sido transferido pra cá, e estava na mesma turma que eu. Um pouco mais normal do que o outro Sávio, mas ainda sim, uma piada em pessoa.

É, as novidades estavam restritas no meu mundo, até que...

PB: SAMUCA! Acorda cara! Essa coruja ta dando uma de pica-pau... Só falta furar um buraco na sua cabeça pra conseguir te acordar!
SS: Mas será que nem nos sábados eu tenho PAZ nesse quarto pra dormir?
PB: Ei, quem me fez acordar foi essa coruja, que nem pra mim é, então fica calmo e pega logo essa carta!
SS: Ta, desculpa!

Sentei mal-humorado na cama e observei uma coruja das torres em cima da minha mesa de cabeceira. Os dois grandes olhos dela me encarando. Passei a mão nos olhos e em seguida soltei a carta que ela trazia.

SS: Outra...
PB: Letícia?
SS: É. Qual será a boa nova do dia dessa vez?

Abri a carta sem nenhuma empolgação. Não que eu estivesse me desfazendo das cartas dela, ou coisa assim, mas geralmente elas não vinham com nenhum tipo de informação útil pro meu dia...


Querido Samuel, ou devo falar Samuca? Como vai? Por aqui está tudo muito bom! Aliás, está tudo ótimo! Estou te escrevendo, pois receio ter boas informações pra te dar.

Seu pai foi até o cartório e verificou o nosso casamento. Lá consta que somos realmente casados...

(Comecei a ficar nervoso. Ela queria me dar boas ou catastróficas notícias?)

Então, como não temos outro jeito, ele conversou com um advogado e fez o pedido do nosso divórcio. É estranho falar assim... Divórcio, casamento, e coisas relacionadas! Lembro que quando meu pai e minha mãe se separaram, a palavra divórcio era a maior causadora de impacto em casa, e agora, nós dois estamos felizes por pedirmos um! Totalmente contraditório! O que acontece é que como nos casamos inconscientemente, nosso casamento será fácil de se anular, e em breve seremos solteiros de novo. Mesmo assim, quero que você fique com a aliança que eu te dei. Fez parte de um momento maluco das nossas vidas, e querendo ou não, nos tornamos ligados de alguma maneira. Você sabe que já é bastante especial pra mim né?


Vou ficando por aqui, mas sempre que tiver alguma notícia nova, do divórcio ou não, te escrevo ta? Continue me respondendo também, quero saber como você está... Beijos de sua amiga esposa, Letícia.

Incrível o poder desse pergaminho de me despertar. Relatei pra Patrick a situação, e um tanto mais aliviado, e até achando que aquela aliança nem estava pesando tanto mais no dedo, desci pra tomar café. Tava muito frio, mas o céu estava claro, então resolvi ir dar um passeio pelos jardins pra arejar a mente.

As férias tinham sido ótimas, até mesmo a parte do casamento. Letícia é uma pessoa bem interessante. Animada, linda, inteligente, dedicada, joga quadribol profissional e muito educada. Conheci o México, lugar que por sinal adorei, e a ela, e mesmo com um pouco de desespero depois, eu me diverti bastante. Estava aliviado em saber que pelo menos nosso divórcio seria facilitado, mas digo que se tivesse me apaixonado por ela, nem estaria me importando com meu estado civil.

É claro que nós dois já tínhamos deixado bem claro um para o outro que seríamos só amigos, e o que quer que tenha acontecido durante aqueles dias de embriaguez não iriam se repetir mais, mas ela é exatamente o tipo de mulher que um dia eu sonho pra mim... Pena que a gente não decide isso!

Me larguei em baixo de uma árvore e subi o cachecol pra tampar o vento. Meu pensamento então voou do México, do casamento, do divórcio, e de todas as outras coisas que vinham me preocupando nas últimas semanas, e então me perguntei: O que vai ser de mim quando eu acabar meus estudos e tiver que me despedir desse castelo?

Contra a parede

Do diário de Anabel McCallister

Depois de ter passado a maior parte das férias com Isabel e nosso pai, e ter desvendado todo o segredo do Grimoire (o que eu posso dizer que foi um alívio, porque aquilo estava me agoniando), voltei pra Grécia pra ficar os últimos dias de férias com mamãe. Bem, ela então me explicou toda a história do livro, e o porquê de ter escondido ele de mim... Todas aquelas coisas que já tinham sido escritas na carta!
Não estava com raiva dela, absolutamente! Eu tinha entendido os motivos dela pra ter escondido, e posso dizer que teria feito a mesma coisa. Passamos a última semana conversando sobre o trabalho do Ministério com os desaparecimentos cada vez mais freqüentes, e planejando meu ano letivo! Ah sim, todo ano eu planejo meu ano letivo com mamãe... Coisas a serem focadas a cada ano! Muitas vezes as coisas saem totalmente diferentes, mas é engraçado planejar o futuro.
Voltei pra Beauxbatons e o ritmo das aulas estava rápido. Nada novo, nada interessante, até hoje...
Estava de noite quando saí da biblioteca de volta pro salão comunal da Sapientai. Brenda estava do meu lado contando uma das histórias de mitologia, o que era ótimo, porque só ela conseguia se empolgar tanto com aqueles épicos e me fazer entender a essência deles. Viramos um corredor, e dei de cara com o Bernard.
Foi instantâneo, senti uma coisa se agitando dentro de mim, involuntariamente, e as pernas pareciam ceder. Francamente Anabel, o que está acontecendo com você? Fiz uma cara displicente, quando minha vontade era desabar no chão. Brenda notou minha reação e achou que a oportunidade era boa demais pra guardar o comentário seguinte só pra ela...

BV: Opa, Bernard! Ah, acho que já vou indo... Vocês devem ter tanto pra conversar, ou sei lá... Tchau!BL: Bel! Pensei que não tinha voltado para a escola, não vi você nenhum dia! Está fugindo de mim?
AM: Eu? Ham... Não, é claro que não estou fugindo de você! Só ando tendo tanta coisa a fazer! Agora mesmo, tenho que ir pro Salão Comunal da Sapientai terminar uns relatórios! Tchau! BRENDA, me espera!

Sai andando apressada atrás da Brenda, sendo que ela já tinha desaparecido há tempos... Estava quase correndo, sério... Só queria sumir dali o mais rápido possível!
Tentativa frustrada! Às vezes eu gostaria que ele não fosse da mesma casa que eu! Assim que sumi, ele gritou que era pra eu esperar, porque também ia pro Salão Comunal, e que íamos juntos, mas eu desabalei a fazer um zigue-zague pelos corredores tentando despistar ele de todas as maneiras. É uma sensação pavorosa ser seguida!
Fiz tantos zigue-zagues que acabei me perdendo. Já nem sabia onde eu estava. Acho que estava próxima ao fim do castelo, só não via placa nenhuma por ali. Ele estava gritando que o Salão Comunal era pro outro lado, mas eu nem estava mais preocupada com isso. Virei desabalada mais um corredor e POFT! Sem saída! Ai Merlin, Ai Merlin! Porque eu não sei ficar invisível? Por que? Por que? POR QUE???

BL: Bel, ficou louca? Vai participar da maratona bruxa no feriado de páscoa? Por que está fugindo de mim?
AM: EU JÁ DISSE que não estou fugindo de você! Eu só queria conhecer um pouco mais o castelo! Legal aqui né?

Legal? Cruzes! Devo dizer que o outro lado do castelo é terrível! Devem guardar trasgos por ali... E sim, eu comecei a frase gritando com ele, e só depois consegui controlar o timbre! Releva, eu estava nervosa! Nervosa não, é pouco! Eu estava A-P-A-V-O-R-A-D-A!
BL: Calma, não precisa gritar, estou perto de você e não estou surdo. Bom, pelo menos até a 5 segundos atrás...
AM: Desculpa! Fal...ta... de... ar!
BL: OK... Posso fazer uma pergunta?
AM: Aham... -nessa hora fingi que estava roxa de falta de ar, e que não conseguiria dar longas respostas, pois estava ocupada tentando inflar os pulmões de novo.
BL: Eu beijo tão mal assim? Digo isso porque você claramente está me evitando desde o dia em que chegamos na escola...

Ok, ele conseguiu! Bandeira branca à Bernard Lestel! Acho que morri temporariamente e esqueceram de me avisar! Dizem que quando a gente morre, nossa alma desgruda do corpo físico e sai flutuando, mas não vi alma nenhuma voando de mim! Céus! Eu estava viva! Céus! O que eu ia responder pra ele???

BL: Ok, pela sua cara já sei que a resposta é sim. Olha, me desculpe pelo que fiz quando desembarcamos, foi estúpido. Mas meus amigos estavam me pressionando para que fizesse alguma coisa e agi sem pensar, fiquei surpreso de você não ter me dado um soco.

O que eu respondi? Nada! É, nada mesmo! Fiquei ali encarando ele chocada, e agora desesperada pra puxar o ar, porque REALMENTE ele faltou! Eu estava achando tudo que ele falava uma besteira, porque ele não beijava mal! Merlin! Merlin! Permita que a Isabel NUNCA saiba disso... Minha vontade era dizer pra ele que estava tudo bem, eu não tinha me importado, só tinha ficado surpresa e sem ação, mas não dava, deu pane no meu sistema nervoso!

BL: Bel, fala alguma coisa, estou me sentindo um idiota... Me bate, sei lá, mas reage!
AM: A família dos hipógrifos irlandeses é tradicionalmente restrita à áreas de preservação... Zeus é o pai do Hércules! A poção Felix Felicis garante à pessoa que a toma um dia inteiramente de sorte! Claro, claro, não se deve entrar em contato com o pús das bubotúberas!
BL: Bel...
AM: O feitiço Accio serve para atrair objetos até você, basta ter um pouco de concentração, e focalizar bem em sua mente o que você quer atrair...
BL: BEL!

Olhei assustada pra ele. Por um momento senti minha mente rodar e entrei em um flash back de todas as matérias que já tinha estudado na minha vida estudantil. Estava em um tipo de transe falando alto, quando aquele grito dele me desabou à realidade. Eu encarei ele um pouco zonza... Quem sou eu? Quem é você? Onde estamos nós? Não deu tempo de focalizar!

BL: Accio boca!

Accio boca? Ei, peraí! Isso é impossível... Sim, é impossível! Flitwick disse que o Accio só funciona com objetos independentes, na natureza! A boca de uma pessoa não está independente! Se fosse assim, a boca sairia voando! Merlin, isso é horrível! Bocas e pessoas voando! Ia questionar pra ele que ele não podia exigir a atração de uma boca, quando vi que era tarde demais! Eu estava contra a parede, e Bernard me segurava forte pela cintura, enquanto me beijava! No momento eu tive duas opções: Morrer, de verdade mesmo, com direito a alma flutuante, ou reagir de alguma maneira... Escolhi a segunda opção! Reagi correspondendo!

Thursday, September 07, 2006

Depois daquele beijo...

Oi, diário... Preciso contar algumas coisas; são tão comuns que você vai se sentir entediado, sim, acho que até você se sente entediado, e outras que estão tirando o meu sono... Foi assim:

No dia da volta à escola...

- Seus cabelos estão lindos assim, mais curtos, mana. Ele vai gostar, até do seu bronzeado. - disse Angelique com seus olhos azuis brilhando maliciosos.
- Ele quem? – perguntou Lucien curioso.
- Ninguém, nossa irmã tem a imaginação fértil. - disse olhando feio para ela.
Despedimos-nos de papai e fomos para o bateaux, arrumar um lugar confortável. Embora eu tentasse me segurar eu olhava para todo lado, e Angelique e Lucien riam percebendo que eu procurava alguém, porém não o encontrei. Olhava para as pessoas e via suas expressões felizes. Chegamos ao castelo, na hora do jantar e fomos direto peara o salão. Vi quando um homem bonito, bem vestido que não era o senhor McGregor, se despedia dele, e ele ia para o salão da Sapientai, com uma expressão fechada.
O que será que aconteceu??- não consegui evitar pensar enquanto ia para o salão principal jantar.

Alguns dias depois ...
- Rory vem comigo vai...
- Não, Danielle, não tenho o menor interesse em brincar de salada mista. Eu que moro numa fazenda e vocês é que são ultrapassados... Francamente.
- Mas você não precisa beijar ninguém, é só pra me apoiar. Será que nem numa situação simples destas, entre eu e os livros você vai ficar com os livros?
- Ok, ok, sem dramas vou com você, mas aviso: não vou beijar nenhum daqueles tontos.
Saímos do salão da Nox e para minha surpresa Savie estava no grupo. Não é que não goste dela, afinal ela nunca me fez nada, só a acho convencida demais, só porque costuma namorar os jogadores de quadribol. Típica maria-balaço rsrsrs. Ok, vou me conter nos apelidos maldosos. Caminhamos até o corredor combinado, e encontramos os garotos. Estavam lá: Edward, Guy, Sean, e Went. Do grupo de meninas eram: Danielle, Savannah, Cecily, Alessa e eu.

- Aqui é legal não vem ninguém. Os monitores já passaram por aqui.
- Eu vou querer salada mista.
- Devíamos ir embora, pode vir alguém. - comentei, pois estava achando tudo fácil demais.
- Ai, deixa de ser boba, até parece que nunca brincou disso... - disse Savie.
- Já brinquei sim. E não sei se notou, tem mais meninas que meninos aqui... E eu só estou aqui de companhia. – respondi.
Até que o Ty chega. Estava usando a vestes do treino de quadribol, e era a primeira vez que o via assim bem de perto, desde que as aulas começaram. Ele me pareceu mais alto, e ia passar direto, depois de olhar para nós, mas quando Edward, fez o convite instigado pela Savie, eu respondi rápido que ele não iria ficar ali.
Droga! Pelo pouco que eu o conheço, foi o mesmo que agitar uma bandeira vermelha na frente do touro. Óbvio que ele ficou e ainda disse que eu estava com medo de beijar alguém. Claro que eu tive que ficar e mostrar que não tenho medo de nada e de ninguém.
Aliás, eu vou dizer a verdade só a você: meu medo era ver alguma das meninas pendurada nele. Não que isso vá me espantar. Ele vive enroscado com aquela menina do time da Nox, a Miyako, ou então com a Desireé do sétimo ano, e isto me deixa chateada, sem eu ter o menor direito pra ficar assim. Afinal ele não é meu namorado, o que me importa com quem ele anda? Não ligo mesmo. Quer dizer, eu ligo sim, sinto vontade de torcer os pescoços delas e de petrificá-lo, quem sabe assim, ele sossega.
Ok, estou sendo contraditória eu sei, mas deixa eu terminar de contar: nesta brincadeira, escolhe-se quem você quer beijar e o outro lado, finge que não sabe desta armação. Aí ele me escolheu. E as minhas pernas não me obedeciam. Quando ele ficou bem pertinho, me forcei a olhar para cima e olha-lo nos olhos e me senti hipnotizada. Geralmente é apenas um beijo curto, mas nos beijamos o que me pareceram horas, e elas foram as mais felizes da minha vida. *corando*.
Já havia sido beijada sim, diário, mas sabe quando você é pego de surpresa por sensações fortes? Você vai rir, mas eu me sentia segura, apesar de sentir minhas pernas fracas e meu coração querer saltar do peito. Ele me segurava com força, e quando o beijo foi interrompido eu ainda fiquei de olhos fechados, pois não queria que erminasse.
O que eu fiz depois? Esperei terminar a brincadeira e saí dali, quase correndo.
Por quê? Ora por que... Por vários motivos:
- Porque ele sempre está com alguma garota e não se interessaria por mim.
- Porque Savannah veio me dizer com todas as letras que ELA vai ficar com ele, que eu devo perder as esperanças, que ele não é para mim. Olha que atrevimento, como se ela fosse dona dele.
- minha mãe ainda quer que eu me vingue da família McGregor, e sinceramente eu não sei o que fazer. Não quero uma maldição acompanhando o Ty ou os pais deles. Se você visse os livros que minha mãe me mostrou, entenderia meu medo por ele.
Hoje eu o vi na hora do café, todo sério falando com os membros do time, devia estar marcando treino, quando ia sair da mesa ouvi, Desireé, dizendo que vai conhecer a casa dos McGregors na Escócia, nas férias. Que ele era muito fofo blá, blá blá...
Tá vendo diário? Eles estão juntos e o beijo não significou nada para ele Eu vou é parar de sonhar com coisas impossíveis, vou esquecer o que houve, afinal era uma brincadeira de criança.