Wednesday, June 21, 2006

Passaporte para confusão

Das memórias de Gabriel Graham Storm

- Tem certeza que pode fazer isso, filho? Você não precisa...

Estava em uma sala imensa com o pai da Gina, Arthur Weasley, e ele tentava me fazer mudar de idéia quanto a desenhar a planta que Ty e eu havíamos queimado na noite anterior. Meu pai havia saído para conversar com a minha mãe e eu fiquei lá, forçando a memória para lembrar de todos os detalhes que tinha visto.

- Tenho sim, Sr. Weasley. Posso começar?
- Bom, nesse caso... Vou estar na sala ao lado, se precisar é só chamar.

Assenti com a cabeça e puxei a pena e o tinteiro para perto de mim. Comecei riscando o desenho dos locais, para depois me preocupar em encontrar as referencias e anotações perdidas que tinham no que destruímos. Não encontrei dificuldades em fazer isso, não sei por que a Tonks fez um escândalo tão grande. Desde pequeno adoro desenhar e meu passatempo favorito era ficar deitado na varanda de casa cercado de papel e lápis de cor. E também tinha uma memória fotográfica boa, conseguia decorar varias informações lendo-as apenas uma vez.

Estava já na metade do pergaminho quando Ty entrou bem devagar na sala, acompanhado de Miyako. Levantei depressa indo abraçar minha amiga. Ela estava olhando espantada para cada canto da casa, achando tudo muito diferente. Passamos um bom tempo conversando, acho que mais de uma hora, pois meu pai entrou na sala certa hora com Gina, perguntando se eu estava tendo dificuldades. Peguei o pergaminho outra vez e eles pararam ao meu lado, o olhando.

- Isso ta parecendo um rascunho do mapa do maroto, não é? – Gina falou olhando para o meu pai e ele riu
- O que é mapa do maroto? – perguntei querendo achar graça também
- Não é nada, bobagem. – ele respondeu
- Bobagem nada, é uma relíquia! – Gina parecia ofendida com o pouco caso que ele fez – é um mapa que ele e os amigos fizeram quando estava na escola, um mapa dos corredores de Hogwarts. Mostra cada cantinho, cada milímetro dos terrenos da escola e ainda aponta as pessoas, a localização delas!
- Uau! Como vocês fizeram isso?? – Ty saltou da cadeira olhando para o meu pai, os olhos brilhando.
- Quem criou o feitiço foi Tiago, eu apenas desenhei o mapa. Não sei se me lembro como exatamente fizemos aquilo funcionar...
- Pode nos ensinar a fazer um? – Miyako perguntou esperançosa.
- Nem pensar! Fizemos muita besteira com esse mapa na mão e não pretendo ensiná-los a fazer o mesmo tipo de coisa...
- Não vamos fazer besteira! Não acha que seria até seguro andarmos com um mapa detalhada de Beauxbatons? Sabe, com uma coisa dessas, poderíamos ter visto os comensais chegando naquele dia a tempo de salvar parte do castelo... – falei tentando fazer uma cara santa.

Vi que ele parou para considerar a possibilidade, então nós três fizemos as caras mais cínicas e carentes que conseguimos, encarando ele sem nem piscar. Ele nos fitou um tempo e disse que iria pensar no assunto, pois antes tinha que lembrar o feitiço usado no mapa. Acho que por medo de acabar contando mais alguma coisa que fossemos implorar para aprender, ele saiu dizendo que precisava resolver uns assuntos e nos deixou sozinhos na sala. Gina esperou que ele saísse e se virou para nós, rindo.

- Ele não vai ensinar vocês a desenhar uma copia do mapa do maroto...
- E porque não? – Miyako falou
- Ora, porque ele sabe que vocês vão usá-lo para sair do castelo!
- Não conhecemos as passagens secretas de Beauxbatons, pretendia apenas poder ter algo que me dissesse onde cada pessoa estava. - disse
- Não conhecemos mesmo as passagens, mas já é algo que podemos começar a investigar! – Ty falou animado, forçando a memória para tentar lembrar algo que pudesse ser uma delas.
- Ainda assim duvido muito...
- Com quem está o mapa original? – perguntei a ela
- Com o Harry. Meus irmãos deram a ele há uns 4 anos. Seu pai chegou a tomar o mapa da mão dele, mas o devolveu no fim do ano quando foi embora da escola. Disse que como não era mais professor dele, não poderia se sentir culpado em devolvê-lo.
- Ele deixou o mapa com o Harry Potter e não vai ensinar o próprio filho a fazer um?? Impossível, mais um argumento lobão, ele não vai ter como recusar! – Miyako falou confiante.
- É, não vai ter como ele dizer não agora... E só precisa me ensinar o feitiço, pois desenhar o castelo eu consigo, não vai ser difícil...

Já estava animado com a idéia, mais do que antes. Imagina o que não poderíamos fazer tendo controle de cada passo das pessoas no castelo? Ate da madame Maxime? E fora que realmente poderíamos saber se mais algum intruso entrasse no castelo! Deixei a empolgação de lado um pouco e voltei minha atenção ao pergaminho inacabado, começando agora a escrever as localizações e coordenadas que estavam no outro. Quando terminasse isso, começaria então a pensar numa planta do castelo de Beauxbatons. Quem sabe se eu ganhar o distintivo de monitor esse ano, não facilite nosso garimpo para concluir o mapa?

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