Wednesday, June 28, 2006

Férias em família... Alguma coisa sempre acontece...

Anotações de Ty McGregor

Abri os olhos e demorei a me situar onde eu estava. Comecei a prestar atenção e ouvi os roncos de meus primos Declan e John. Estava em casa... Não em Paris onde estudo e meus pais moram, mas na Escócia, na casa da minha avó. Após a reunião da ODF, e alguns pequenos contratempos, meus pais decidiram que se eu fosse me meter em confusão que fosse em casa. Eles tiveram muito trabalho em convencer o Olho tonto Moody de que eu e Gabriel somos dois garotos normais, e não bruxos das trevas disfarçados como espiões, após queimarmos um mapa de ataque deles. Claro que o fato da tal de Tonks nos olhar torto influenciou também. Mamãe disse que faria ela virar um arco-íris se ela tocasse num fio de cabelo nosso, então para evitar ter a mãe na prisão, vim para cá hehe.
Levantei-me, passei na cozinha comi alguma coisa e fui correr. Minha mãe tinha razão quando me disse que isso era bom pra substituir uma penseira. Havia recebido no dia anterior, uma carta de Hermione, a garota que eu havia conhecido em Londres, dizendo que finalmente ela e Ronald haviam entrado numa espécie de acordo. Comecei a rir: sabia que no acordo deles, a palavra dela seria a lei.
Não senti ciúmes, afinal nosso lance foi àquela velha história: rapaz sozinho, garota sozinha... Algumas coisas em comum... Nada sério. Na minha última noite lá, falei para ela que era melhor ela dizer ao Ross, quer dizer Ron, o que sentia e queria dele. Porque o cara era muito lerdo, para perceber que ela gostava dele. E disse a ela que ele também gostava dela, era evidente. Tornamos-nos amigos, e agora vamos trocar cartas sempre que possível.
Gabriel me escrevia sempre, contando que estava se dando bem com o pai dele e Miyako me contou que achava que a mãe estava apaixonada por meu padrinho Sergei. Contei a ela que ouvi meu pai dizendo a ele, para fazer o pedido. Quando eles viram que eu estava prestando atenção na conversa, mudaram de assunto, passaram a falar do trabalho que meu pai realizava em Londres: revezar com o Schackelbolt na proteção ao Ministro trouxa. Lá fiquei sabendo que meu pai, é credenciado pelo serviço secreto trouxa a Scotland Yard. Por isso o ministro Scrimgeour aceitou meu pai rapidamente. Claro que o fato de meu pai haver trabalhado com ele no início da carreira ajudou, mas este novo ministro bruxo tinha restrições com os que ele chamava de a “gente de Dumbledore”. Tanto que ele recusou os serviços de mamãe. É interessante que você passa a vida inteira com pessoas que são os seus pais e percebe que não os conhece totalmente.
Continuei a correr e de repente fui atraído por um movimento a minha direita. Era Riven saindo escondido da propriedade. Ele parecia estar fugindo de casa, então resolvi segui-lo.
Estava com uma cara péssima, talvez pelo fato de ter brigado com o pai dele ontem á noite. Ele disse ao pai que vai ser auror, e o tio Dylan ficou uma fera. Disse que não vai permitir que o filho dele corra risco desnecessário. Que ele pode ser até faxineiro do Gringotes, mas auror não. Ele já tinha perdido o pai auror, não queria perder o filho também. Tia Patrícia não perdeu a oportunidade e disse que o erro deles foi permitir que meus pais ensinassem defesa para nós, e por isso Riven estava deslumbrado com a carreira. Quando ela começou a falar mal dos meus pais, vovó interferiu. Nunca a vi tão brava quanto ontem. Disse que eles limitassem sua discussão ao desejo de Riven de seguir os passos do nosso avô, e que não falassem do filho dela pelas costas. Então tio Dylan pegou pesado: disse que não sustentaria o Riven, se ele fosse para a Academia de Aurores; que ele teria que trabalhar para se manter.
Diminui o ritmo e observei ele ir na direção do vilarejo. Vi quando ele entrou num bar mal iluminado, famoso por ser o refúgio de desordeiros. Até mesmo eu, que gostava de encrencas evitava aquele tipo de ambiente. Ntrei sorrateiramente e fiquei num canto observando-o sem ser visto. Ele tomou uma caneca de cerveja trouxa e levantou-se para sair. Ele sempre foi meio fraco pra bebida, especialmente as trouxas, pois cambaleou e esbarrou num homem grande, com cara feia e cheio de tatuagens.
-Não enxerga garoto?
-Desculpe... Não o vi.
-Ah então eu sou insignificante para você?
-Com este cheiro não.
-Não quero brigas aqui dentro Irv... – avisou o dono do bar.
Droga! Riven conseguiu irritar alguém com o dobro do tamanho dele. Devia estar bêbado ou então disposto a morrer, ele não costuma ser tão corajoso assim. O cara o pegou pelo colarinho e aí eu me meti:
TM - Ei moço larga ele. Ele já te pediu desculpas. - e Riven me olhou irritado.
-Ora, o que esta havendo aqui? Abriram as portas do jardim de infância?- disse o grandão e deu risada.
RM - Ty, vai embora, isso não é da sua conta. – e tateava os bolsos em busca da varinha, e não a encontrou, ficou assustado, pois seus olhos entraram em foco rapidamente.
TM - É da minha conta quando alguém vai te partir em dois, você ainda é da família.
Olhei para o homem e falei:
TM - O senhor me parece uma pessoa razoável. Não vai se deixar irritar por um fedelho que mal saiu das fraldas.
RM - Tyrone cala a boca, eu posso me virar com este trouxa.
O homem ao ouvir aquilo, jogou o Riven longe. Ele bateu a cabeça na parede e escorregou pro chão, ficando tonto.
No desespero você faz o impensável. Corri para o lado dele e pulei em cima do grandalhão cutucando seus olhos. Ele gritou de dor e começou a girar. Como ele rodasse a esmo, meus pés acertaram um cara que estava sentado bebendo e ele virou a caneca na roupa, este se irritou e foi pra cima do grandalhão dando-lhe um soco. O cara conseguiu se desvencilhar de mim e me jogou no chão, rolei e me aproximei mais do Riven.
Nesta hora o caos se instalou, começou uma briga entre os tipos estranhos e aproveitei que eles nem olhavam para nós. Peguei a mochila do Riven e fui arrastando ele para fora do bar, enquanto algumas garrafas eram quebradas e gritos furiosos eram ouvidos.
TM - Levanta seu idiota e vamos para casa.
RM - Eu não vou para casa... Quero ir embora daqui e nunca mais vão saber de mim.
TM - Você vai para casa agora, ou eu vou te encher de pancadas. Fugir só vai piorar a situação. Ou você acha que agindo como um bebê seu pai vai te ouvir? Vai provar que ele tem razão.
Acho que ele me ouviu, pois levantou e começou a andar emburrado de volta para casa. Andávamos calados um ao lado do outro e ele disse:
RM - Porque me ajudou? Eu não te ajudaria...
TM - Se você fosse do mesmo tamanho que o cara, teria ido embora sem olhar para trás. Mas o cara ia te transformar em patê. Tia Patrícia tem o direito de receber seu corpo de volta. - e começamos a rir da minha piadinha de humor negro.
RM - Você vai contar?
TM - Não. – e ele me olhou surpreso.
TM - Sua mãe já vai te matar só pelo fato de você estar fora de casa, e sozinho. Algumas bebidas trouxas são mais fortes que as nossas e exalam um cheiro de matar a esta hora da manhã.- apontei para o óbvio.
Quando chegamos à porta de casa, ele disse:
RM - Tyrone... Er... Ty, Obrigado. - vi que para ele foi um sacrifício dizer isto alto, e respondi sorrindo:
TM - Por nada Rivendell. - ele odeia mais ouvir seu nome alto, do que eu ao meu.
Fui para os fundos da casa, mas algum tempo depois pude ouvir os gritos estridentes da tia Patrícia.
Tenho que agradecer aos deuses todos os dias pelos pais que tenho.

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