Friday, June 30, 2006

As famosas gemialidades

Do diário de Miyako Kinoshita

A festa da Ordem já havia começado a algum tempo. A casa estava cheia de bruxos daquele tipo estranho, que circulavam animados sorrindo e conversando. Embalados a The Wonders e The Beatles, muitos deles ocupavam a pista de dança e rodopiavam como se fossem adolescentes. Até mesmo mamãe que dançava animada com um bruxo magrelo que nunca tinha visto antes.

MK: Nossa! Nunca tinha visto minha mãe dançando desse jeito. Agora deu pra ter uma idéia de como ela era na época da escola.
GS: Só não consigo entender como alguém consegue se empolgar com esses ritmos...
TM: Bizarro!

Levantei rindo das caras de tédio do Gabriel e do Ty, e fui até a escada. Assim que cheguei no andar de cima, nem mesmo o som alto foi capaz de ocultar uma grande explosão vinda de um quarto no final do corredor. Alarmada, fui até lá devagar e bati na porta com cautela. Demorou um pouco até alguém responder...

-Quem é?
MK: Miyako?!
-Quem é você?
Como já tinha respondido o meu nome, resolvi ser mais direta...
MK: Está tudo bem aí? É que ouvi uma explosão e pensei que pudesse ter acontecido alguma coisa...
- Ah, sim, é isso! Está tudo bem, obrigado. Foi só o nosso novo produto...
MK: Ok... Então eu já vou.

Virei as costas e continuei andando, quando a porta do quarto foi aberta. A mesma voz disse alto...

- Ela ta indo mesmo Fred!
- Ei, volta aqui!

Parei e olhei para a porta entreaberta. Na fresta tinham duas cabeças ruivas idênticas e cobertas de fuligem me olhando. Me aproximei do quarto novamente, confusa.

MK: Quem são vocês? – Eles sorriram e um deles respondeu.
- Sou Fred e esse é Jorge Weasley.
MK: Vocês são os irmãos gêmeos do Rony?
JW: Mera infelicidade do destino. De onde você veio?
MK: Ah, eu estudo em Beauxbatons. Minha mãe, Yulli, fez parte do primeiro grupo da Ordem e ajudou a organizar essa festa.
FW: Você se importaria de entrar e nos ajudar um instante?

Fiquei na dúvida se deveria entrar ou não, mas acabei confirmando com a cabeça, e passei pela porta do quarto. De longe, o quarto mais bagunçado que já tinha visto! Havia caixas em todos os cantos, os sacos plásticos no chão, uns produtos de logros jogados na única cama velha. Fred conjurou uma cadeira e pediu pra me sentar, e foi o que fiz rapidamente.

FW: Agora conta, como foi exatamente a explosão que você ouviu? Quero dizer, o barulho?
MK: BUM! Pra mim todas as explosões são iguais... – achei cômica a pergunta, e estranha, mas me contive. Jorge olhou pra Fred um pouco animado quando parou de anotar algo em um bloco verde.
JW: Bom sinal! Se a explosão não se difere, é porque estamos no caminho certo...
MK: O que vocês estão fazendo?
FW: Já disse... É um novo produto!
MK: Produto? – Jorge que estava me encarando, de repente tirou um maço de folhetos laranja do bolso da jaqueta e me entregou um. Era laranja vivo, e no centro uma foto dos gêmeos sorrindo e segurando uma varinha que em instantes se transformava em uma galinha de borracha na mão deles. Em cima, com letras garrafais, lia-se: Gemialidades Weasley. – Ah, vocês tem uma loja de logros no Beco Diagonal? Nunca vi uma por ali...
FW: Ela é nova.
MK: E o que estão fazendo?
JW: Algo que vá revolucionar as pistas de dança...
MK: Como? – perguntei curiosa.
FW: Vendo como Rony dança e constatando como os adultos dançam hoje, chegamos à conclusão que ninguém sabe dançar de verdade! Nós estamos apenas facilitando para quem sempre quis aprender a dançar, mas nunca conseguiu...
MK: E como vocês vão fazer isso? – dei uma risada irônica.
JW: Você já vai ver...

Jorge soltou o bloco de notas, e ele e Fred pegaram suas varinhas apontando para um par de botas velhas. Gritaram um feitiço diferente, e tamparam os ouvidos. Eu tampei também esperando outra explosão, mas algo diferente aconteceu... As botas começaram a dançar sozinhas, como se alguém estivesse sapateando com elas por baixo de uma capa da invisibilidade. Fred e Jorge aos pulos gritavam e imitavam a bota nos passos cada vez mais sincronizados. Logo me puxaram pra dançar também, e lá estavam dois malucos, um par de botas e eu dançando uma música que nem ao menos ouvíamos.

A bota dançou twist, rock, valsa, lambada, tango... Era só um aceno de varinha e ela mudava o estilo. Quando cansamos, me larguei na cadeira rindo.

MK: Como vocês conseguem fazer isso assim, nessa facilidade?
FW: Facilidade? Ficamos noites em claro estudando novas probabilidades de feitiços.
JW: São dias só ouvindo explosões, pra sair isso aqui. – disse agarrado ao par de botas velho.

Fiquei conversando com eles muito tempo, e quando sai do quarto carregada de amostras grátis de logros, o som já havia parado e Ty e Gabriel cochilavam nas poltronas. Me despedi dos gêmeos prometendo visitá-los quando fosse comprar meus materiais, e junto com mamãe, um pouco “alta” voltamos para o hotel...

***

YH: Mi, eu vou ter que voltar pro Japão. – mamãe disse na manhã seguinte, com cara pesada.
MK: Já? Mas as minhas férias nem começaram! – disse desanimada.
YH: Não, não! Eu vou voltar, você tem outro convite...
MK: Como?
YH: Scott vai viajar com o Gabriel pra Itália, e quando soube que teria que voltar ao Japão, perguntou se você não quer ir junto com eles...
MK: E você deixou? – disse com um sorriso largo.
YH: Apesar de achar que o Scott tinha um sorriso bem maroto, é claro... Você não vai ficar presa dentro de casa as férias inteiras né? O avião sai amanhã, então se quiser ir é melhor ir arrumar suas coisas logo.

Levantei correndo e subi para o quarto. A idéia de viajar para Roma com o Gabriel e o padrinho dele (que padrinho!) superava qualquer outro plano para as férias, que ainda estavam por começar...

Wednesday, June 28, 2006

Férias em família... Alguma coisa sempre acontece...

Anotações de Ty McGregor

Abri os olhos e demorei a me situar onde eu estava. Comecei a prestar atenção e ouvi os roncos de meus primos Declan e John. Estava em casa... Não em Paris onde estudo e meus pais moram, mas na Escócia, na casa da minha avó. Após a reunião da ODF, e alguns pequenos contratempos, meus pais decidiram que se eu fosse me meter em confusão que fosse em casa. Eles tiveram muito trabalho em convencer o Olho tonto Moody de que eu e Gabriel somos dois garotos normais, e não bruxos das trevas disfarçados como espiões, após queimarmos um mapa de ataque deles. Claro que o fato da tal de Tonks nos olhar torto influenciou também. Mamãe disse que faria ela virar um arco-íris se ela tocasse num fio de cabelo nosso, então para evitar ter a mãe na prisão, vim para cá hehe.
Levantei-me, passei na cozinha comi alguma coisa e fui correr. Minha mãe tinha razão quando me disse que isso era bom pra substituir uma penseira. Havia recebido no dia anterior, uma carta de Hermione, a garota que eu havia conhecido em Londres, dizendo que finalmente ela e Ronald haviam entrado numa espécie de acordo. Comecei a rir: sabia que no acordo deles, a palavra dela seria a lei.
Não senti ciúmes, afinal nosso lance foi àquela velha história: rapaz sozinho, garota sozinha... Algumas coisas em comum... Nada sério. Na minha última noite lá, falei para ela que era melhor ela dizer ao Ross, quer dizer Ron, o que sentia e queria dele. Porque o cara era muito lerdo, para perceber que ela gostava dele. E disse a ela que ele também gostava dela, era evidente. Tornamos-nos amigos, e agora vamos trocar cartas sempre que possível.
Gabriel me escrevia sempre, contando que estava se dando bem com o pai dele e Miyako me contou que achava que a mãe estava apaixonada por meu padrinho Sergei. Contei a ela que ouvi meu pai dizendo a ele, para fazer o pedido. Quando eles viram que eu estava prestando atenção na conversa, mudaram de assunto, passaram a falar do trabalho que meu pai realizava em Londres: revezar com o Schackelbolt na proteção ao Ministro trouxa. Lá fiquei sabendo que meu pai, é credenciado pelo serviço secreto trouxa a Scotland Yard. Por isso o ministro Scrimgeour aceitou meu pai rapidamente. Claro que o fato de meu pai haver trabalhado com ele no início da carreira ajudou, mas este novo ministro bruxo tinha restrições com os que ele chamava de a “gente de Dumbledore”. Tanto que ele recusou os serviços de mamãe. É interessante que você passa a vida inteira com pessoas que são os seus pais e percebe que não os conhece totalmente.
Continuei a correr e de repente fui atraído por um movimento a minha direita. Era Riven saindo escondido da propriedade. Ele parecia estar fugindo de casa, então resolvi segui-lo.
Estava com uma cara péssima, talvez pelo fato de ter brigado com o pai dele ontem á noite. Ele disse ao pai que vai ser auror, e o tio Dylan ficou uma fera. Disse que não vai permitir que o filho dele corra risco desnecessário. Que ele pode ser até faxineiro do Gringotes, mas auror não. Ele já tinha perdido o pai auror, não queria perder o filho também. Tia Patrícia não perdeu a oportunidade e disse que o erro deles foi permitir que meus pais ensinassem defesa para nós, e por isso Riven estava deslumbrado com a carreira. Quando ela começou a falar mal dos meus pais, vovó interferiu. Nunca a vi tão brava quanto ontem. Disse que eles limitassem sua discussão ao desejo de Riven de seguir os passos do nosso avô, e que não falassem do filho dela pelas costas. Então tio Dylan pegou pesado: disse que não sustentaria o Riven, se ele fosse para a Academia de Aurores; que ele teria que trabalhar para se manter.
Diminui o ritmo e observei ele ir na direção do vilarejo. Vi quando ele entrou num bar mal iluminado, famoso por ser o refúgio de desordeiros. Até mesmo eu, que gostava de encrencas evitava aquele tipo de ambiente. Ntrei sorrateiramente e fiquei num canto observando-o sem ser visto. Ele tomou uma caneca de cerveja trouxa e levantou-se para sair. Ele sempre foi meio fraco pra bebida, especialmente as trouxas, pois cambaleou e esbarrou num homem grande, com cara feia e cheio de tatuagens.
-Não enxerga garoto?
-Desculpe... Não o vi.
-Ah então eu sou insignificante para você?
-Com este cheiro não.
-Não quero brigas aqui dentro Irv... – avisou o dono do bar.
Droga! Riven conseguiu irritar alguém com o dobro do tamanho dele. Devia estar bêbado ou então disposto a morrer, ele não costuma ser tão corajoso assim. O cara o pegou pelo colarinho e aí eu me meti:
TM - Ei moço larga ele. Ele já te pediu desculpas. - e Riven me olhou irritado.
-Ora, o que esta havendo aqui? Abriram as portas do jardim de infância?- disse o grandão e deu risada.
RM - Ty, vai embora, isso não é da sua conta. – e tateava os bolsos em busca da varinha, e não a encontrou, ficou assustado, pois seus olhos entraram em foco rapidamente.
TM - É da minha conta quando alguém vai te partir em dois, você ainda é da família.
Olhei para o homem e falei:
TM - O senhor me parece uma pessoa razoável. Não vai se deixar irritar por um fedelho que mal saiu das fraldas.
RM - Tyrone cala a boca, eu posso me virar com este trouxa.
O homem ao ouvir aquilo, jogou o Riven longe. Ele bateu a cabeça na parede e escorregou pro chão, ficando tonto.
No desespero você faz o impensável. Corri para o lado dele e pulei em cima do grandalhão cutucando seus olhos. Ele gritou de dor e começou a girar. Como ele rodasse a esmo, meus pés acertaram um cara que estava sentado bebendo e ele virou a caneca na roupa, este se irritou e foi pra cima do grandalhão dando-lhe um soco. O cara conseguiu se desvencilhar de mim e me jogou no chão, rolei e me aproximei mais do Riven.
Nesta hora o caos se instalou, começou uma briga entre os tipos estranhos e aproveitei que eles nem olhavam para nós. Peguei a mochila do Riven e fui arrastando ele para fora do bar, enquanto algumas garrafas eram quebradas e gritos furiosos eram ouvidos.
TM - Levanta seu idiota e vamos para casa.
RM - Eu não vou para casa... Quero ir embora daqui e nunca mais vão saber de mim.
TM - Você vai para casa agora, ou eu vou te encher de pancadas. Fugir só vai piorar a situação. Ou você acha que agindo como um bebê seu pai vai te ouvir? Vai provar que ele tem razão.
Acho que ele me ouviu, pois levantou e começou a andar emburrado de volta para casa. Andávamos calados um ao lado do outro e ele disse:
RM - Porque me ajudou? Eu não te ajudaria...
TM - Se você fosse do mesmo tamanho que o cara, teria ido embora sem olhar para trás. Mas o cara ia te transformar em patê. Tia Patrícia tem o direito de receber seu corpo de volta. - e começamos a rir da minha piadinha de humor negro.
RM - Você vai contar?
TM - Não. – e ele me olhou surpreso.
TM - Sua mãe já vai te matar só pelo fato de você estar fora de casa, e sozinho. Algumas bebidas trouxas são mais fortes que as nossas e exalam um cheiro de matar a esta hora da manhã.- apontei para o óbvio.
Quando chegamos à porta de casa, ele disse:
RM - Tyrone... Er... Ty, Obrigado. - vi que para ele foi um sacrifício dizer isto alto, e respondi sorrindo:
TM - Por nada Rivendell. - ele odeia mais ouvir seu nome alto, do que eu ao meu.
Fui para os fundos da casa, mas algum tempo depois pude ouvir os gritos estridentes da tia Patrícia.
Tenho que agradecer aos deuses todos os dias pelos pais que tenho.

Monday, June 26, 2006

Tabajara Quadribol Clube

Das lembranças de Ian Lucas Renoir Lafayette

É difícil imaginar um cara de 16 anos sem certas coisas, como por exemplo, 2 meses de férias de verão ou uma coleção de alguma coisa. Mas mais difícil ainda é imaginar um cara de 16 anos sem um grande amigo como Bernard Lestel. Bernard é o cara mais legal que eu conheço. Ele faria qualquer coisa por mim e eu faria qualquer coisa por ele. Pelo menos foi o que sempre pensei.

Desde que me entendo por gente, Bernard e eu somos melhores amigos. Temos inúmeras diferenças, mas se tem uma coisa em que sempre concordamos é que eu sou bom nos esportes e ele não. Não que eu esteja querendo me gabar, mas sempre ganhei do meu amigo nas disputas no nosso quintal, seja no quadribol ou em algum esporte trouxa. Isso não parecia incomodar Bernard, ele perdia para mim e não se importava com isso, pois sabia que ao menos se esforçava. Mas agora, parecia que eu era o incomodado com isso... Por alguma razão idiota, a mania de Bernard de narrar a partida enquanto jogávamos começava a me irritar.

- Será que dá pra parar com isso?
- Ele passa pela defesa, faz um giro inacreditável e arremessa!
- Para de falar e joga direito!
- Não enche Ian! Qual é o seu problema?
- Você ta tirando minha concentração.
- Você ta muito chato, vou pra casa. Nos vemos amanha no campo...

Bernard foi embora e me devolveu a bola. Estávamos jogando basquete no meu quintal. Desde que soube que estava doente, resolvi aproveitar ao máximo essas férias e por conta disso, o convenci a se inscrever em um time de quadribol que tinha no bairro. Reuníamos-nos com outros bruxos da nossa idade e passávamos quatro tardes por semana ouvindo o treinador Cutlip gritar conosco. Ate agora os treinos estavam sendo individuais, ainda não havia tido uma partida com times definidos e eu estava ansioso para chegarmos logo a essa fase. Bom, ao menos eu pensava que ela seria divertida. Formar um time era um ritual cruel...

- Acabou a moleza rapazes! Vou eleger 4 capitães, esses virão para a frente e montarão seus times! Annaud, Godard, Clément e Besson!

Os quarto garotos se adiantaram e ficaram enfileirados de frente para a gente. Um a um eles iam escolhendo o time e eu observava os que iam restando. O medo de ser escolhido por ultimo era evidente. Besson falou meu nome e me posicionei atrás dele esperando a seleção terminar. Enquanto eles estudavam as opções restantes, eu percebia que Bernard ia sobrando. Restavam agora apenas 2 pessoas e instiguei Besson a escolhe-lo.

Começamos a jogar e percebi que Bernard parecia um homem possuído. Mas infelizmente não era possuído de aptidão atlética. Logo meu time me olhava torto, por ter induzido o capitão a escolher Bernard. Meu amigo parecia não se importar em jogar mal. Tudo bem, eu sei que o jogo não estava valendo nenhum campeonato, mas ainda assim ninguém queria perder! Quando o treino acabou, esperei todos saírem do vestiário para falar com ele.

- O que aconteceu lá fora??
- Como assim?
- Por que não seguiu as instruções de Besson? Podíamos ter vencido!
- Por que está tão preocupado? É só um treino idiota!
- Não é idiota! Todos nos esforçamos e você não fez nada!
- Eles jogam muito melhor que a gente, não havia nada a fazer.
- Ninguém é melhor do que ninguém aqui... Anda, vamos para casa praticar um pouco!
- Não estou com vontade...
- Vamos Bê, com um pouco de treino você pode melhorar seus arremessos!
- Já falei que não quero Ian, estou cansado!

Como se consola um amigo sem feriar seu ego? Há certas coisas que não devem ser ditas...

- Só porque você é ruim não é razão para não jogarmos.

Como essa, por exemplo... Bernard apanhou sua mochila e voltou para casa sozinho, sem me esperar. Não ouvi noticias dele pelo dia seguinte e só voltamos a nos encontrar no treino, dois dias depois. Antes de começar, cai na besteira de ir falar com o treinador sobre achar seu método de divisão de times injusto e ele, irritado por ter sido criticado, me fez um dos quatro capitães. Agora eu me via na difícil tarefa de montar um time e ser justo. Queria consertar as coisas com Bernard e o escolhi primeiro, mas isso só piorou. Os outros garotos começaram a rir e meu amigo parou atrás de mim irritado. Os outros três capitães iam selecionando os seus jogadores e quando chegou a minha vez de novo, ficou claro o que eu deveria fazer... Um a um, fui escolhendo os piores jogadores do grupo. Quando acabei, olhei para eles, olhei para meu time e pensei: Merlin, o que foi que eu fiz?

- Bom... Tentem mirar os aros...

Ouvi o apito do treinador e logo as vassouras estavam no ar. Foi desastroso. Eu voava atrás da goles e gritava com os outros meninos para que marcassem os adversários. Eu podia ver que por mais que eles fossem ruins, estavam se esforçando. Exceto Bernard. Meu amigo parecia fazer questão de não fazer nada, fazer questão de jogar pior do que todos, como se quisesse me punir. Já perdíamos de 200 x 40 quando pedi tempo.

- O que está havendo pessoal?? Berri, você precisa marcar mais o Clément, ele está voando livre! E Gance, preste atenção no Vigo, ele não é tão rápido assim, você que está indo devagar demais! Venham aqui, tenho uma idéia...

Formamos um circulo fechado para que eu tentasse mostrar uma jogada diferente para tentarmos desenvolver e quando acabei de explicar, eles saíram animados. Menos Bernard, é claro. Talvez desse certo. Não éramos os melhores e nem os mais rápidos, mas tínhamos miolos. Se trabalhássemos duro, nos esforçássemos um pouco mais, poderíamos derrotar aqueles caras. Mas infelizmente não éramos só muito pouco atléticos. Éramos também muito burros. E nós nos comportamos muito mal. Bernard agora só voava em campo, sem marcar ninguém ou tentar ao menos participar do jogo. Quando Berri passou a goles para ele e Vigo a tomou de sua mão sem o menor esforço, perdi a paciência.

- Qual é o seu problema??
- Nenhum.
- Ao menos estou tentando ganhar o jogo, ao contrario de você que não faz nada!
- Me de a goles.
- Pra que?
- Me passa a goles!

Atirei a goles na mão dele. Bernard a mantinha presa nos braços e voava a toda velocidade para o aro. O goleiro do outro time olhava para ele sem piscar, pronto para agarrar. Foi então que aconteceu. Um milagre, o impossível, o sonho que se tornou real... Bernard acertou a goles em cheio na cabeça do treinador Cutlip. Naquele instante, no momento do encontro da borracha com a cabeça, o quadribol voltou a ser divertido. Todos caíram na gargalhada vendo o treinador sargentão sair de campo desnorteado e todo sujo de molho, alisando a cabeça. A cara que Bernard fez de ‘foi sem querer’ foi tão engraçada que de repente esqueci por completo que estávamos brigados há dois dias, esqueci de continuar sendo competitivo e retomamos a partida dando prioridade à diversão. A verdade é que fomos massacrados, mas pela 1ª vez em muito tempo não teve a menor importância. Bernard e eu voltamos a ser como éramos. E assim sei que vamos ficar por muitos anos...

You just call out my name and you know where ever I am
I'll come running to see you again.
Winter, spring, summer or fall
all you got to do is call
and I'll be there, yeah, yeah, yeah.

*********************************************************
N.A.: ‘You’ve got a friend’, James Taylor

Sunday, June 25, 2006

Chegando a Londres com flechas de cupido...

Do diário de Miyako Kinoshita

Chegamos ainda cedo na sede da Ordem. A sala estava vazia, até ouvirmos passos apressados descendo a escada. Tio Kyle vinha com a varinha em punho, seguido de tia Alex, que logo se desarmaram e vieram nos cumprimentar.

AM: Yulli! Miyako! Que bom ver vocês...
KM: Bem vindas!
AM: Vou chamar o Ty! Ele e o Gabriel estavam esperando sua chegada...

Ty veio correndo atender ao chamado da mãe, e logo que me viu saltou para me abraçar, e me puxou pela mão escada acima...

TM: Silêncio... O Lobão está concentrado em uma pequena peculiaridade... Vamos fazer uma surpresa...

Ty abriu a porta de um quarto cautelosamente, e me empurrou para dentro, onde Gabriel estava conversando com seu pai e mais duas meninas que não reconheci. Ele correu para me abraçar também, e me apresentou as duas amigas dele, quando estudava em Hogwarts. Gina Weasley, uma menina ruiva e cheia de sardas, mas com humor bastante divertido, e Luna Lovegood, loira, e totalmente biruta. Não falava coisa com coisa, e carregava uma revista de cabeça pra baixo que lia atenciosamente.

Foi só então que tive um tempo para reparar na casa. Estava em destroços... A grande e pesada camada de pó e mofo nos móveis e nos cantos das paredes mostravam que a casa havia sido abandonada há muitos anos. Havia sacos plásticos espalhados por todos os cantos, e as janelas se encontravam fechadas, dando ao local um clima pesado e quente.

Quando o pai do Biel saiu do quarto, eles iam me colocando por dentro desses primeiros dias, e de todas as novidades que tinha perdido.

MK: Quer dizer então que você agora pode dizer pra todo mundo que ele é seu pai? –perguntei espantada.
GS: Exatamente...
MK: Uau, vocês foram rápidos com essa notícia hein? E como foi o casamento?
GW: Por um lado, muito bom, por outro deprimente... Em pensar que meu irmão agora se casou mesmo com a Fleuma! Blergh...
TM: O que tem contra a Fleur? Ela é uma boa pessoa... – Ty disse com seu sorriso sacana.
MK: Um pouco fresca demais, mas não é a pior!

Passamos o resto da tarde conversando, enquanto Biel terminava o mapa causador da discórdia. Quando anoiteceu, mamãe sugeriu que fossemos para o hotel dormir um pouco, o que aceitei com prontidão...

****

Havíamos chegado a algum tempo no hotel, e já me preparava pra dormir quando a campainha toca. Achei estranho alguém tocando naquela hora, e ouvi mamãe indo atender a porta, pedindo que fosse me deitar, o que era mais estranho ainda...

Em silêncio, fiquei encostada no corredor esperando, quando uma voz conhecida disse...

SM: Yulli... Me desculpa vir a essa hora, mas é que quando soube que tinham chegado... Queria te ver!
YH: Tudo bem... Quer entrar?
SM: Bom, é melhor não, a Miyako está aí e já está realmente tarde. Só vim saber como você está. Melhor?
YH: Sim, obrigada.
SM: Ok, então, é bom te ver de novo... Tenho que voltar para a sede agora, mas nos vemos amanhã.
YH: Boa noite...
SM: Boa noite!

Huum, não me contive... Saber que o padrinho do Ty havia ido até o hotel já tarde da noite para somente ver minha mãe de novo por breves minutos, foi demais... Esperei ela fechar a porta novamente, com um sorriso estampado no rosto, para sair do meu esconderijo. Assim que me viu, tentou disfarçar a cara, mas eu flagrei mais rápido...

MK: Mamãe, que clima hein???
YH: Eu não te mandei dormir dona Miyako?
MK: Como? Era tudo suspeito demais...
YH: Pare de ser boba, somos só velhos amigos...
MK: Assim como eu e o Ty? Eu e o Gabriel? Aham, vi... Que linda amizade! Mamãe, pra cima de mim? Ta na cara que ele ta afim de você!
YH: Até você? Já não me bastam Alex e Louise, agora você também? Onde foi que eu errei? Merlin...
MK: Você gosta dele também não é? Eu vi nos seus olhos... Ah, que legal mamãe, formam um casal tão liindo!
YH: Agora chega, vamos dormir!

Ela me rebocou para o quarto, e só saiu de lá quando certificou que eu estava deitada. Não carregava um ar nervoso com as minhas suposições, e muito pelo contrário. Acho que finalmente, o padrinho do Ty andava traçando um caminho mais direto pra conquistar minha mãe, e se dependesse de mim, isso seria muito mais rápido!

Wednesday, June 21, 2006

Passaporte para confusão

Das memórias de Gabriel Graham Storm

- Tem certeza que pode fazer isso, filho? Você não precisa...

Estava em uma sala imensa com o pai da Gina, Arthur Weasley, e ele tentava me fazer mudar de idéia quanto a desenhar a planta que Ty e eu havíamos queimado na noite anterior. Meu pai havia saído para conversar com a minha mãe e eu fiquei lá, forçando a memória para lembrar de todos os detalhes que tinha visto.

- Tenho sim, Sr. Weasley. Posso começar?
- Bom, nesse caso... Vou estar na sala ao lado, se precisar é só chamar.

Assenti com a cabeça e puxei a pena e o tinteiro para perto de mim. Comecei riscando o desenho dos locais, para depois me preocupar em encontrar as referencias e anotações perdidas que tinham no que destruímos. Não encontrei dificuldades em fazer isso, não sei por que a Tonks fez um escândalo tão grande. Desde pequeno adoro desenhar e meu passatempo favorito era ficar deitado na varanda de casa cercado de papel e lápis de cor. E também tinha uma memória fotográfica boa, conseguia decorar varias informações lendo-as apenas uma vez.

Estava já na metade do pergaminho quando Ty entrou bem devagar na sala, acompanhado de Miyako. Levantei depressa indo abraçar minha amiga. Ela estava olhando espantada para cada canto da casa, achando tudo muito diferente. Passamos um bom tempo conversando, acho que mais de uma hora, pois meu pai entrou na sala certa hora com Gina, perguntando se eu estava tendo dificuldades. Peguei o pergaminho outra vez e eles pararam ao meu lado, o olhando.

- Isso ta parecendo um rascunho do mapa do maroto, não é? – Gina falou olhando para o meu pai e ele riu
- O que é mapa do maroto? – perguntei querendo achar graça também
- Não é nada, bobagem. – ele respondeu
- Bobagem nada, é uma relíquia! – Gina parecia ofendida com o pouco caso que ele fez – é um mapa que ele e os amigos fizeram quando estava na escola, um mapa dos corredores de Hogwarts. Mostra cada cantinho, cada milímetro dos terrenos da escola e ainda aponta as pessoas, a localização delas!
- Uau! Como vocês fizeram isso?? – Ty saltou da cadeira olhando para o meu pai, os olhos brilhando.
- Quem criou o feitiço foi Tiago, eu apenas desenhei o mapa. Não sei se me lembro como exatamente fizemos aquilo funcionar...
- Pode nos ensinar a fazer um? – Miyako perguntou esperançosa.
- Nem pensar! Fizemos muita besteira com esse mapa na mão e não pretendo ensiná-los a fazer o mesmo tipo de coisa...
- Não vamos fazer besteira! Não acha que seria até seguro andarmos com um mapa detalhada de Beauxbatons? Sabe, com uma coisa dessas, poderíamos ter visto os comensais chegando naquele dia a tempo de salvar parte do castelo... – falei tentando fazer uma cara santa.

Vi que ele parou para considerar a possibilidade, então nós três fizemos as caras mais cínicas e carentes que conseguimos, encarando ele sem nem piscar. Ele nos fitou um tempo e disse que iria pensar no assunto, pois antes tinha que lembrar o feitiço usado no mapa. Acho que por medo de acabar contando mais alguma coisa que fossemos implorar para aprender, ele saiu dizendo que precisava resolver uns assuntos e nos deixou sozinhos na sala. Gina esperou que ele saísse e se virou para nós, rindo.

- Ele não vai ensinar vocês a desenhar uma copia do mapa do maroto...
- E porque não? – Miyako falou
- Ora, porque ele sabe que vocês vão usá-lo para sair do castelo!
- Não conhecemos as passagens secretas de Beauxbatons, pretendia apenas poder ter algo que me dissesse onde cada pessoa estava. - disse
- Não conhecemos mesmo as passagens, mas já é algo que podemos começar a investigar! – Ty falou animado, forçando a memória para tentar lembrar algo que pudesse ser uma delas.
- Ainda assim duvido muito...
- Com quem está o mapa original? – perguntei a ela
- Com o Harry. Meus irmãos deram a ele há uns 4 anos. Seu pai chegou a tomar o mapa da mão dele, mas o devolveu no fim do ano quando foi embora da escola. Disse que como não era mais professor dele, não poderia se sentir culpado em devolvê-lo.
- Ele deixou o mapa com o Harry Potter e não vai ensinar o próprio filho a fazer um?? Impossível, mais um argumento lobão, ele não vai ter como recusar! – Miyako falou confiante.
- É, não vai ter como ele dizer não agora... E só precisa me ensinar o feitiço, pois desenhar o castelo eu consigo, não vai ser difícil...

Já estava animado com a idéia, mais do que antes. Imagina o que não poderíamos fazer tendo controle de cada passo das pessoas no castelo? Ate da madame Maxime? E fora que realmente poderíamos saber se mais algum intruso entrasse no castelo! Deixei a empolgação de lado um pouco e voltei minha atenção ao pergaminho inacabado, começando agora a escrever as localizações e coordenadas que estavam no outro. Quando terminasse isso, começaria então a pensar numa planta do castelo de Beauxbatons. Quem sabe se eu ganhar o distintivo de monitor esse ano, não facilite nosso garimpo para concluir o mapa?

Sunday, June 18, 2006

Dizem por ai...

- Depressa Gabriel! Você é a noiva ou um convidado??
- Já to indo, que coisa...
- Ta se arrumando tanto assim pra quem hein?
- Huuum, tem menina na jogada?
- To pronto, já terminei, não me amolem!

Sai do quarto rápido deixando minha mãe e meu padrinho rindo lá dentro. A campainha tocou no instante seguinte e mamãe aparatou na minha frente, abrindo a porta. Tia Alex, tio Kyle, Ty estavam parados lá fora, todos arrumados. Mamãe me deu mil recomendações, as de sempre, e sai com eles para o casamento do irmão da Gina com Fleur Delacour. Usamos uma chave de portal e em segundos estávamos nos jardins da Toca, casa dos Weasley.

O quintal estava todo decorado com fitas, rosas e todo tipo de frescura que um casamento pode comportar. Tive receio de ficar com ânsia de vomito no meio daquele rosa todo. Olhei para Ty e ele parecia dividir o pensamento comigo. Começamos a caminhar devagar para onde estavam arrumadas as cadeiras para a cerimônia quando avistei Gina parada de braços cruzados parecendo impaciente. Ela ergueu os braços como que diz até que enfim e veio atravessando o gramado na nossa direção.

- Aleluia! Por que demorou tanto? Ah não importa, vem comigo! Você também Ty!
- Ahn ok... Vejo vocês depois! – Ty falou para os pais e Gina saiu nos arrastando.
- Por que a pressa? O casamento só começa daqui a meia hora, isso se a noiva não atrasar...
- Todos já estão sentando, vamos ficar em pé. Rápido, Mione guardou nossos lugares, mas alguns de meus parentes podem tirá-la de lá a força se ficar sozinha por muito tempo!

Logo achamos a Hermione e ela mantinha sua bolsa e a de Gina em duas das cadeiras, segurando a ultima com a mão e espantando as pessoas que tentavam sentar ali. Ela deixou um suspiro de alivio escapar sem disfarce quando chegamos e nos sentamos. Gina empurrou Ty para a cadeira ao lado dela e me sentei ao seu lado, devolvendo as bolsas. Eles logo engataram em uma animada conversa em céltico misturado com inglês, que horas ele misturava com francês. Estava difícil distinguir já. A cerimônia não demorou a começar e todos nessa hora se calaram. Foi uma coisa bem simples, mas até bonita. A todo instante reparava que, sentados do outro lado, Harry Potter e o irmão da Gina, Rony, ficavam nos encarando. Ambos com bicos do tamanho de um abacaxi.

- Adoro casamentos... Quem será que vai pegar o buquê? – Hermione falou
- Espero não ser eu, ou mamãe vai começar a surtar! – Gina falou rindo
- Onde estão seus amigos, Mione? O Harry e o Ross? – Ty perguntou, olhando para os lados.
- Ron... E não faço idéia... Devem estar por ai falando de quadribol! Não me importo.
- Podemos nos sentar? Esse povo ta olhando muito pra cá, estou começando a me incomodar...

Sentia as pessoas me encarando há algum tempo, mas agora que os noivos haviam sumido para trocar de roupa, creio eu, muitas delas não tiravam os olhos de mim e isso realmente estava me deixando sem graça. Fomos nos sentar em uma mesa mais afastada, ignorando os acenos da mãe da Gina, que queria que nos sentássemos em uma enorme mesa montada no meio do jardim. De todas as pessoas que me encaravam, ela era a pior! Parecia que estava me medindo com os olhos... Já havia revistado minha roupa para me certificar de que não estava manchada ou rasgada, mas estava tudo normal, nenhum motivo para isso.

- Por que esse pessoal todo não para de olhar pra cá? – Mione perguntou
- Também gostaria de saber, que coisa chata!
- Huuum, acho que imagino o porquê... Olha quem ta ali Lobão!
- Aaah, agora sim entendi... – Gina riu

Virei depressa para trás e vi que meu pai estava sentado a algumas mesas de distancia, e fazia sinal com a cabeça para que fosse até lá. Levantei meio sem jeito, mas fui assim mesmo. Ainda não tinha visto ele por ali, mas agora começava a fazer sentido aquela coisa toda. Ele pediu licença a uma mulher que estava com ele e se afastou para falar comigo. De relance vi Ty e Gina falando depressa com Hermione, provavelmente atualizando ela sobre a aparente fofoca do momento...

- Não sabia que viria ao casamento, não me disse nada.
- Nem eu sabia que vinha e ainda não me acostumei, não sei quem conhece quem nesse meio... Também não fazia idéia que encontraria você aqui.
- Os olhares estão lhe incomodando, não?
- Um pouco... Quero ir embora.
- Não de atenção a eles. Ninguém sabe a verdade, então ficam especulando.
- É... Quem não gosta de uma fofoca, não é? E pelo visto somos o alvo do momento, acho que estou mais popular que o Potter!
- Isso, não deixa os comentários te irritarem. Vejo que já conhece Hermione Granger e Gina Weasley...
- Ah é... Conheci a Mione tem uns dias, mas Gina é minha amiga há 4 anos.
- Elas são ótimas meninas. Os meninos também, já os conhece?
- O Rony e o Harry? Sim... O Ron é legalzinho, só é meio boboca. Mas o harry, huuum, não sei...
- Não sabe o que? Não achou ele legal?
- Sei que você adora o garoto, mas não fui com a cara dele. Não estou dizendo que apoio Cornélio Fudge e suas loucuras, mas não condeno os jornalistas que falaram que ele tem complexo de herói...
- Acho que se você o conhecer melhor, muda de idéia.
- Pode ser, mas por hora ele não me parece nada agradável. Achei-o muito emburrado, isso sim!

Meu pai riu e conversamos mais alguns minutos sobre bobagens antes que eu voltasse para a mesa. Na altura em que sentei novamente, Mione tinha as mãos na boca como se não acreditasse no que os outros dois contaram a ela. O assunto logo morreu e levantamos um tempo depois para dançar, acompanhando muitos outros que já se divertiam no gramado. Já perto do anoitecer tia Alex e tio Kyle vieram nos chamar e fomos embora para a sede da Ordem, onde mamãe disse que iria me buscar.

*************************************

- Você viu a cara de otário daquele tal de Ross Weasley? – Ty falava rindo
- É Ron, Ty... E vi sim, a dele e a do Potter, dois bicudos.
- Ron, Ross, Ross, Ron, tanto faz, é tudo com R! Ele gosta da Mione, ta na cara. No mínimo tava pensando no quanto era idiota de não falar isso pra ela logo, porque ele vai rodar...
- E o Harry ainda gosta da Gina. Só espero que não resolva encrencar comigo, pois já não fui com a cara dele, então não vou me opor a arrumar confusão.
- Ei, o que é isso aqui?

Estávamos na sala da sede da Ordem da Fênix ainda de terno, apenas com as gravatas frouxas. O cômodo estava escuro, já era noite, e Ty achou um rolo de pergaminho perdido em cima da mesa. Apanhamos para ver o que era e uma espécie de mapa se revelou, com varias anotações de localizações de Londres. Parecia uma planta de algum lugar...

- Será que isso é algum tipo de mapa de ataque?
- Mapa de ataque? – perguntei confuso
- É, aquelas coisas que eles fazem antes para bolar as estratégias de guerra!
- Hei, quem está ai?

Uma voz rouca ecoou pela sala e com o susto deixamos o pergaminho cair. A rajada de vento que entrou no cômodo quando a porta foi aberta de repente levou-o para dentro da lareira em chamas e a voz rouca instantaneamente se transformou em um urro. Corremos para trás, ficando encurralados na parede. Uma cara toda cheia de cicatriz saiu das sombras e reconhecemos a pessoa com o auror olho-tonto Moody.

- Mas o que vocês estão fazendo aqui? Quem são vocês?
- O que houve olho-tonto? Por que está gritando? – a mulher que estava com meu pai no casamento entrou correndo
- Quem são essas crianças? – um outro homem falou, se juntando a nós.
- Não sei, podem ser espiões! Queimaram nossa planta! – Moody falou rosnando.
- Não me parecem espiões...
- Queimaram a planta?? A planta que demorei semanas para concluir?? – a mulher agora urrava como Moody.
- ESPIOES! INTRUSOS NA SEDE DA ORDEM!
- Mas que intrusos Alastor? Está louco? São crianças!
- O que está acontecendo aqui?? – reconheci a voz de meu pai
- Esses moleques, que nem sabemos quem são e como entraram aqui, destruíram nosso trabalho de meses! – a mulher tornou a falar apontando para Ty e eu.
- Vamos nos acalmar Tonks, deve ter sido um acidente... – um homem que reconheci sendo o pai da Gina falou calmamente.
- Calma, Arthur?? Sabe o trabalho que tive??
- Tenho certeza que não foi fácil, mas está se exaltando por nada. Podemos refazer...
- Refazer? Impossível, precisaria estar em todos os lugares outra vez e não temos tempo para isso!
- Eu posso desenhar... Consegui ver bem o mapa, posso fazê-lo em menos de um dia... – falei baixo tentando ajudar, desviando da luz da varinha do Moody, que parecia um detetive trouxa.
- Acha mesmo que pode fazer em minutos uma coisa que tomou semanas de bruxos mais experientes que você, garoto? – ela falou prepotente e me irritei
- Acho sim! Você nem me conhece, não sabe do que sou capaz ou não!
- Não conheço mesmo, quem é você para falar assim?
- Ele é meu filho Tonks! E o outro menino é seu amigo, filho dos McGregor. E se ele está dizendo que pode refazer o mapa, vamos deixar que ele tente.

Meu pai havia passado pelo meio da aglomeração que nos cercava e se pos ao meu lado, apertando meu ombro. Eu olhava dele para as pessoas que agora pareciam prender a respiração, com as cabeças indo dele para a tal Tonks como se esperassem uma 3ª Guerra Mundial. Ty tinha um sorriso debochado na cara e me olhava parecendo satisfeito. Nessa hora percebi que eu também sorria sem conseguir me conter.

A tal da Tonks saiu sem falar nada da sala e ele nos conduziu para longe da confusão, sem se importar para onde ela estava indo. No meio do caminho mamãe, tio Scott, tia Alex e tio Kyle apareceram correndo, atraídos pelos gritos e querendo saber o que estava acontecendo, mas meu pai apenas disse que estava tudo bem. Mamãe me puxou para junto dela e tia Alex agarrou Ty pela manga da camisa, encarando as pessoas na sala com olhares assassinos.

- Acha mesmo que pode desenhá-lo de novo? – me perguntou calmo
- Sim... Não estava mentindo, consigo memorizar as coisas com facilidade! Me de um pergaminho e faço isso agora!
- Calma, eu acredito em você. Não se preocupe com isso hoje, amanha vemos como vai ser. Vou dispensar os fofoqueiros, nos vemos amanha, ok?

Ele se despediu de mim e disse à mamãe que amanha queria conversar com ela, voltando para a sala onde ainda se ouviam conversas sobre o ocorrido. Tio Scott olhou para mim perguntando o que tinha acontecido, mas mamãe disse que eu contaria em casa, pois queria ir embora depressa. Essa poderia não ter sido a melhor maneira de acabar com a boataria, mas que calou a boca de muita gente, isso calou... rs

Wednesday, June 14, 2006

Dois que se tornam Um

Do diário de Morgan O’'Hara

Nossa cerimônia de casamento em Paris foi linda. A senhora McGregor me ajudou com vestido e junto com o marido preparou tudo, conseguindo a licença e o sacerdote. Passamos nossa noite de núpcias num hotel muito elegante presente dos McGregors e de Sergei, que foram nossos padrinhos. Optamos por contar sobre nosso casamento após a cerimônia de Gui e Fleur, para não ofuscar os preparativos deles. Viajamos no dia seguinte pela rede de Flú e saímos numa casa em Godrics Hollow.
MW- Graças aos céus vocês estão bem. - disse abraçando-o, enquanto eu era abraçada pelo senhor Wesley, os gêmeos e Gina.
MW- Olá Morgan. - deu-me um abraço rápido e já se pôs a dar ordens.
MW- Você vai dividir o quarto com a Gina e a Luna, Carlinhos vai ficar com o filho de um casal de Paris, amigos dos Delacour.
Gina me levou ao quarto e perguntou:
GW- Você está diferente Morgan. Mais adulta, e o Carlinhos também chegou diferente.
MOH- Acha? Talvez o susto tenha me deixado mais séria.
GW- Não, não foi isto. Vocês estão felizes. Dá quase para tocar esta felicidade...
MOH- Obrigada Gina. Mas agora quero ir ate Londres comprar um presente para os noivos e desfrutar da companhia de seu irmão só pra mim por algum tempo. – disse piscando enquanto ela e Luna me ajudavam com as malas.

-x-x-x-x-x-x

Quando voltamos das compras encontrei Alexandra e Kyle McGregor na sala com o senhor Weasley, a senhora Storm e também o senhor Foutley, todos os membros da ODF. Nos cumprimentamos animados e fui ao quarto descansar um pouco.No caminho encontrei Ty, Gabriel, junto com Luna, Harry, Rony e Gina. Ty veio ao meu encontro para me dar um abraço e falei com ele em céltico baixinho:
MOH- Eles não sabem que me casei...
TM- Tudo bem, mas Hermione está aprendendo céltico. Cuidado.
Rony nos olhava de cara feia, e passamos a falar em inglês:
MOH- Vai ficar hospedado aqui?
TM- Sim, por uns dias. Vou dividir o quarto com o Carlinhos. - e as meninas voltaram a rir e ele falou:
TM- Elas riem toda hora que falo isso... O que há de tão engraçado nisso?
GW- Meu irmão ronca e muito, Ty. Você não vai conseguir dormir. - Gina explicou e olhou para mim para confirmar.
MOH- Sim, ele ronca bastante. Mas farei um feitiço para amenizar isto ok?- enquanto ria da cara chocada do garoto.

Mais tarde naquela noite...
MOH - Vamos ficar juntos aqui? Sua mãe pode descobrir...
CW - Gina não vai contar que você saiu de madrugada do quarto; o Ty e os gêmeos estão ferrados no sono. A casa é enorme e estão todos dormindo. Tenho direito a um beijo de boa noite...
Comecei a rir e acabamos dormindo juntos.

No dia seguinte...
MW- MAS O QUE É ISTO?
Fomos acordados por uma senhora muito irritada, parada no quarto.
CW - Mãe, calma... Posso explicar.
Ela não deu muita atenção e virou os ataques para mim, enquanto o senhor Weasley entrava no quarto e mais gente aparecia. Ele ainda tentou conte-la:
AW - Molly, depois falaremos com eles calmamente...
MW - Não Artur, isto é um mau exemplo para os mais novos. Nunca esperei isto de você Morgan. Sabia que esta maneira de viver livre, sem a presença de um adulto para cuidar de você poderia dar alguma coisa errada.
MOH - Não preciso de nenhum adulto para cuidar de mim senhora Weasley. Quando meus pais morreram eu já era emancipada. Eles sempre confiaram em mim. - respondi fria, e vi Fleur fazendo um sinal de positivo aprovando o enfrentamento e Gui estava ao seu lado. As marcas em seu rosto o deixaram mais sério, em outros tempos estaria brincando com a situação.
MW - Bem, a morte de seus pais deve ter abalado seu bom senso, porque uma moça de família, não agiria desta forma. Passando a noite no quarto de um rapaz solteiro...
CW - Mãe o que é isto? Olha como fala com ela.
MW - Carlinhos você esta respondendo para mim? Realmente você mudou muito depois que começou a sair com esta moça. – bufou e nesta hora eu senti vontade de bater nela.
AW - Carlinhos... Veja o modo como responde para sua mãe.
CW - Não estávamos fazendo nada de mais e...
MW - Como não? Passaram a noite juntos, sua irmã ainda é uma criança, Rony e Harry estão aqui também, e o que dirá o casal McGregor, convidados da Fleur? Eu esperava mais de você.
Ela havia conseguido tirar Carlinhos do sério, pois ele disse bravo em alto e bom som:
CW - Ninguém vai se atrever a falar nada, pois eu estava dormindo com a minha esposa.
MW - Como? - disse chocada.
FD - Vocês casaram? Antes de mim?- disse lacrimosa.
CW - Nos casamos antes de vir para cá. Morgan não queria contar para não chateá-la Fleur. Iriamos comunicar a todos depois do seu casamento...
Comecei a ir para a porta, e Carlinhos me chamou:
CW - Aonde vai Morgan?
MOH - Fazer as malas... Agora sei o que sua mãe pensa a meu respeito, acho melhor ficar num hotel.
CW - Você não pode sair assim, sem comer nada.
MOH - Posso e vou... - virei-me tão rápido que senti uma vertigem. Fechei os olhos e apoiei-me na parede, respirando com dificuldade. Senti os braços de Carlinhos me pegarem rapidamente no colo e me colocarem na cama novamente.
AW - Voltem para suas camas. Vamos Molly. – disse o senhor Weasley enérgico para as pessoas que estavam no corredor.
Carlinhos a me ver daquele jeito resolveu contar tudo de uma vez:
CW - Nosso casamento foi em Paris, quando fui buscá-la. E depois do casamento do Gui vou mudar para as Ilhas Hébridas. Minha mulher e meu filho precisam de mim lá.
AW - Filho? Você está grávida? Eu vou ser avô?- antes que eu ou Carlinhos respondêssemos as suas perguntas, ele correu para abraçar o filho.
A senhora Weasley me olhava de olhos arregalados e disse meio hesitante:
MW - Eu... Eu gosto de você Morgan, só fiquei um pouco chocada com o que vi... Procure entender... Não imaginava que....
Eu apenas olhava para ela e devia estar com um olhar muito irritado e disse entredentes:
MOH - Sei... - e corri para o banheiro mais próximo, enjoada. Era primeira vez que isto me acontecia. Melhorei e quando voltei ao quarto, vi a senhora Weasley esbaforida carregando uma bandeja:
MW - Morgan, me perdoe por tudo o que disse. Tome este chá calmante, não é bom no seu estado passar nervoso. Eu fui uma tola insensível.
MOH - Já estou bem obrigada. – disse. Ela percebeu minha frieza e tentou mais uma vez.
MW - É que os tempos estão tão negros, que eu acabei me esquecendo de tudo que a gente faz quando ama.
MOH - Não tem problemas senhora Weasley... É sério. - mas ela continuou:
MW - Bem, falaremos para as pessoas que vocês resolveram se casar aproveitando o clima romântico de Paris e depois de um mês dizemos que você está grávida e...
MOH - Não me importo com a opinião dos outros. Se alguém perguntar direi que estou grávida do homem que eu amo. Quero deixar claro que não obriguei seu filho a se casar comigo. Ele o fez porque quis, posso ter e criar meu filho sozinha se eu quiser.
CW - Nosso filho terá a nós dois.
MW - Ora, mas que idéia absurda. Uma criança precisa do pai e da mãe.
MOH - Uma criança precisa de amor. – rebati e o senhor Weasley resolveu acabar com a discussão.
AW - Morgan, fico muito feliz em ter você como membro da família. Sempre gostei muito de você e espero que nos aceite como tal.
MOH - Obrigada senhor Weasley. - a mulher se aproximou:
MW - Você pode perdoar minha reação de agora a pouco.
Olhei para os olhos amorosos de Carlinhos e sabia que ele me apoiaria qualquer que fosse minha decisão; lembrei do que a senhora McGregor havia me dito sobre o casamento:

"Quando você casa com alguém, esta recebendo junto com a pessoa amada a família dele. Para os bons e maus momentos. Os aceite como são. Família a gente não escolhe."

Ela tem razão.
MOH – Está tudo bem, senhora Weasley, somos uma família.
A senhora gorducha saiu do quarto após me dar um abraço apertado, prometendo fazer um café da manhã maravilhoso para comemorar as novidades. E meu marido deitou-se ao meu lado e tirou do pescoço a corrente com as duas alianças, enquanto punha uma no meu dedo dizia:
CW - Isto pertence a você senhora Weasley, assim como eu. - e me envolveu em seus braços fortes.

Lembrei-me primeira vez que o vi e o odiei. Hoje eu sei que me apaixonei por ele naquele primeiro olhar.

Saturday, June 10, 2006

Próxima parada: Londres

Anotações de Ty McGregor

Depois da briga dos meus pais, o Ministério os convocou para trabalhar em regime de urgência. Tio Sergei era quem conseguia chegar um pouco mais cedo e supervisionava nossos avanços.Por minha conta continuei a correr e a fazer exercícios para aumentar minha massa muscular. Encontrei alguns livros velhos no quarto da minha mãe, do tempo que ela estudava em Hogwarts e comecei a praticar os feitiços que lia lá. O que me chamou a atenção num deles foram as anotações numa letra masculina e um coração com as iniciais L & A. Era o feitiço Orchideus, que conjura um buquê de flores.
Este livro devia ter pertencido ao tio Logan, que havia sido namorado de minha mãe antes dela se casar com meu pai.
De dentro do livro caiu uma carta, e sabia que minha mãe me daria um bom puxão de orelha quando soubesse que eu havia mexido nas coisas dela, mas a minha curiosidade foi grande:

"Minha querida Alexandra...
Como você e sua família estão? Espero que estejam todos bem. Aqui os ataques foram em escala menor. Minhas irmãs, graças aos seus conselhos montaram uma rede de alerta entre as mães e por isso foi fácil, acabar com o ataque que a Academia de Salém sofreu. Já tenho duas sobrinhas que querem ser Auror como a querida tia Alex. Até a reunião.

L.W."

Guardei aquela carta nas coisas da minha mãe e sempre que tinha tempo livre, estudava aquele livro. Meus pais haviam feito as pazes, mas meu velho ficava meio sem jeito ao falar comigo.Como se o fato de eu não querer ser como ele, houvesse criado um muro entre nós.

- Não falta nada? Ty pegou seu casaco?
- Peguei mãe, to pronto.


A viagem foi relativamente rápida, não perdi o equilíbrio porque meu pai apoiava a mim e a minha mãe. Saímos numa lareira enorme, onde cabíamos de pé, espanando as vestes e Gabriel veio me cumprimentar:
GS - Cara você demorou, achei que não vinha mais. Oi tia Alex, tio Kyle.
Enquanto era recebido por ele, dei uma olhada á minha volta e vi duas garotas nos observando: uma loira e uma ruiva. Acenei com a cabeça e elas retribuíram. A casa dava mostras de que passava por uma enorme reforma, tendo sacos plásticos em vários lugares,porém havia aquele cheiro acolhedor de casa. Deixei meus pais falando com tia Louise e tio Scott e segui o Gabriel.
GS - Estas são minha amigas: Luna Lovegood e Gina Weasley, este é Ty McGregor.
TM - Oi.
E a loirinha começou a me encarar, e disse:
LL - Se você fosse um pouco mais velho, eu podia jurar que você é o Toquinho.
A ruiva começou rir junto com o Gabriel, enquanto eu respondia:
TM - Ah, mas se eu fosse o Toquinho dos Duendeiros, não iria estar aqui né? Eles estão em Dublin, fazendo um show neste fim de semana. Uma das minhas primas namora o vocalista.
LL - Você gosta deles?
TM - São irados.

As the night is closing in
I'm waiting on you
Those big black eyes wicked smile
That you flash as you walk through my door
Into my life
Into my life
Into my life

Comecei a cantar um refrão de um sucesso deles e ela me acompanhou. Começamos a rir e logo a mãe da Gina veio nos chamar:
MW - Por favor, alguém mostre ao Ty onde ele vai ficar.Você vai dividir o quarto com meu filho Carlinhos... - notei quando Gina e Luna deram risadinhas.
TM - Ele já chegou com a Morgan? A Miyako também né?
GW - O Carlinhos e a Morgan foram até o centro de Londres, comprar um presente para o Gui e a Fleur, e esta menina Miyako não sei quem é.
GS - É nossa amiga e a mãe dela foi da ordem também, Gina. Claro que a Miyako vem, só tá um pouco atrasada, tia Yulli deve ter tido alguma reunião de última hora.
TM - Hum.... Deve ter sido isso.
Gina falou para o Gabriel onde eu iria ficar e ele me levou até lá. Começamos a subir as escadas e após passar por várias portas parecidas, logo estava no quarto que dividiria com Carlinhos e mais alguém, pois haviam mais duas camas lá. Gina e Luna foram ao quarto delas e eu fiquei sozinho com Gabriel. Joguei minha mochila numa das camas e Gabriel perguntou:
GS - Vão ficar hospedados aqui quanto tempo?
TM - Só por uns dias.Minha mãe vai dar uma arrumada no apartamento em Trafalgar Square. Eles não querem que eu fique sozinho num hotel. Papai vai dividir com o tal de Schackelbolt um trabalho de segurança. – ele me olhou bem sério disse:
GS - Se quiser pode ficar lá em casa, tem espaço.O que aconteceu entre você e o tio Kyle? Suas cartas foram evasivas....
TM - Valeu, pelo convite, mas o tio Sergei, vai vir também.Talvez até mude para cá novamente, então a casa precisa ficar pronta.E sobre meu pai...- no sentamos um de frente pro outro e ele através de legilimência, viu minhas memórias.Depois que terminou disse:
GS - Você não devia se deixar abalar pelo Riven, sabemos que ele é um idiota natural.
TM - É, eu sei.
GS - E este livro que você está estudando.Não é perigoso? – mostrei o livro para ele quando uma batidinha na porta nos interrompeu:
LL - Eles chegaram, venham.
Descemos e encontramos um trio sendo abraçado pela senhora Weasley. Um era alto e ruivo, e pela cor dos cabelos soube que era o irmão do Carlinhos, a garota tinha cabelos e olhos castanhos. O último, porém bem paparicado pela senhora gorducha era um pouco mais baixo que o ruivo, magro, tinha cabelo bem pretos rebeldes e olhos verdes. Quando olhei para os óculos que usava vi a cicatriz na testa, soube quem era.
O trio se aproximou e Gina nos apresentou:
GW -E stes são: Gabriel Storm e Ty McGregor.Os pais deles fazem parte da Ordem.Esta é Hermione Granger, meu irmão Ronald e o Harry Potter.
Hermione que era até bem bonitinha, sorriu ao me cumprimentar.
HG - Olá. prazer em conhece-los. Vocês devem saber muito sobre a primeira formação a Ordem, o que faziam, estas coisas, poderiam nos contar muita coisa.
TM - Só soube sobre a ODF quando fomos atacados em Paris, e isto na segunda vez.
Notei que o ruivo me olhava estranho, talvez porque a garota Hermione, fizesse as perguntas olhando para mim.
HP - E o que vocês fazem lá? - disse tentando ser simpático.
TM - Estudamos, jogamos quadribol, enfrentamos comensais, coisas normais. – e demos risada.
GS - Eu sou apanhador e o Ty é batedor pela nossa casa. Sapientai Angeli.
GW - Poderíamos marcar um jogo não? - Todos aprovaram a idéia, mas a única que se opôs foi Hermione.
HG - Temos muita coisa para estudar, esqueceram? Não podemos desperdiçar nosso tempo com um jogo inútil.
RW - Estamos de férias Hermione. Dá um tempo... Só porque você ama ficar debruçada em cima dos livros, não significa que tenhamos que ficar também.E não vamos sair daqui, antes do casamento do meu irmão.
TM - Você torce pelo time da sua casa Hermione? - disse olhando para ela.
HG - Ora, claro que torço.
TM - Então você deve gostar pelo menos um pouquinho de quadribol. E se não entende as regras, é porque ninguém ainda te explicou como funciona. Se quiser posso te ensinar o básico.
Gabriel levantou uma sobrancelha interrogativa. Gina engasgou com o seu suco e Luna havia começado a ler uma revista de cabeça para baixo. Ronald ficou com as orelhas vermelhas.
Hermione olhou para ele esperando alguma reação e como ela não veio...
HG - Tá, mas tem que ser numa das pausas do meu livro de feitiços. Estou estudando algumas azarações, e estas estão um pouco complicadas, porque estão em céltico.
TM - Qual tipo de céltico: escocês ou irlandês?
HG - Escocês, o que o torna bem difícil...
TM - Não é não. Qualquer língua é fácil de aprender depois que se aprende o sereiano.
HG - Você fala céltico? E sereiano? – O.O
TM - Sim. Minha avó costuma falar com os netos nesta língua. Ela diz que é uma forma de manter a língua dos antigos viva. Apenas minha mãe não fala céltico em casa. E o sereiano é obrigatório em Beauxbatons.
HG - Que interessante. Os livros estão na biblioteca, vamos para lá?
TM - Depois. Agora nós podíamos conversar ou jogar alguma coisa. O dia está bonito demais para ficarmos na biblioteca, você não acha? (disse a última frase em céltico para provar a ela que sabia falar o idioma).
Ela já devia conhecer algumas palavras, e sorriu radiante. O ruivo fechou a cara, e Gabriel e Gina me olhavam divertidos. Acho que estes dias aqui vão ser bem interessantes...

N.AUTORA: Into my life – Dire Straits

Wednesday, June 07, 2006

Começando com o pé esquerdo...

Das lembranças de Ian Lucas Renoir Lafayette

“Est-ce que tu m’entends hey ho !
Est-ce que tu me sens hey ho !
Touche moi je suis là hey ho!”


- IAN! ABAIXA ESSE SOM E ABRA A PORTA AGORA!
- Ai droga, o que foi que eu fiz dessa vez??

Destranquei a porta do quarto e a mão do meu pai entrou nele, agarrando a gola da minha camisa e me arrastando escada abaixo. Há um minuto atrás estava deitado na minha cama ouvindo um disco da minha banda favorita e agora me encontrava tropeçando nos degraus e batendo a mão nos quadros da mamãe na parede, tentando não cair. Papai só parou quando chegamos ao escritório e logo localizei a caixa que havia ganhado do vovô em cima da mesa. Achava que sabia onde aquilo ia terminar, mas a verdade era que não fazia idéia do que estava por vir...

- O que foi que eu fiz??
- Sabe o que é isso? – falou apanhando a caixa
- Uma caixa...
- Muito bem, mas sabe o que ela faz?
- Mata comensais? – arrisquei.
- ONDE CONSEGUIU ISSO?
- Eu achei, não sabia o que era...
- Achou aonde? Uma coisa dessas não poderia estar simplesmente perdida no jardim de uma escola. Tem idéia do que é essa coisa???
- Já falei que não, porque o senhor está tão nervoso? Essa coisa salvou a minha vida!
- Quero que me diga agora aonde a conseguiu, e sem mentir...
- Eu não...
- Eu dei a ele Gerard!

Vovô abriu a porta do escritório e entrou. Não tinha a intenção de dizer que havia conseguido a caixa com ele, mas ele mesmo confessou. Papai se virou na mesma hora e se calou. O conhecia muito bem, quando ficava calado mesmo estando nervoso, era porque estava preparando o sermão. E ele não demorou a vir...

- Como pode dar uma coisa dessas na mão do meu filho??
- Fiz isso com o intuito de protegê-lo! E funcionou!
- Sabe muito bem que isso não é um objeto para se andar na mão de uma criança! Ainda mais uma como Ian, irresponsável!
- Ei! Eu estou bem aqui! E não sou criança...
- Cale a boca Ian! Isso é entre seu avô e eu.
- Não mande meu neto calar a boca!
- Falo com ele do jeito que quiser, ele é meu filho! Cansei de você se meter na educação que dou a ele, chegou ao limite! Você deu a ele um artefato das trevas!!
- O QUE? – falei assustado, olhando do vovô para meu pai.

Papai começou a berrar que o feitiço mantido dentro da caixa era magia antiga, mas magia negra. Explicou que uma caixa daquelas não era vista há anos, todas haviam sido destruídas e que restara apenas uma, cujo paradeiro era desconhecido até ontem, quando bruxos do ministério da magia identificaram o feitiço que matou aqueles cinco comensais. Eu olhava de um para o outro assustado.

- Então Henri? Como conseguiu isto? Sabe que o ministério vai se convencer de que é um comensal, até que prove o contrario, não é?
- Está fazendo tempestade em um copo d’água! Não sou um bruxo das trevas, sabe muito bem disso!
- Pois então se explique para a corte suprema quando vierem levá-lo! Os aurores já estão a caminho daqui!
- Não podem levar o vovô! Aquilo salvou a minha vida!
- Não seja tolo Ian! O feitiço que saiu daquela caixa atingiu você, teve sorte de sobreviver, mas isso lhe deixou doente.
- Não estou doente, madame Magali me deu alta!
- Conte a ele Henri! Conte ao seu neto querido a verdade!

Virei-me para vovô esperando o que ele iria dizer, estava cada vez mais confuso. Ele sentou na poltrona e me encarou sério, começando a falar.

- Quando o feitiço lhe atingiu, transferiu para você parte dele. Isso não é comum, a maioria das pessoas atingidas por ele morre na hora, mas os que sobrevivem adoecem. Entenda que não imaginava quer você ficaria vulnerável a ele, não imaginava que pudesse ser atingido quando abrisse a caixa!
- Eu... eu... eu vou morrer???
- NÃO! Não é assim, há uma cura.
- Vamos ser realistas Henri, nenhum bruxo atingido por esse feitiço sobreviveu aos testes, não há uma poção para reverter isso!
- Porque nenhum bruxo competente tentou! Não vou deixar meu neto morrer, eu mesmo encontrarei a cura, já esqueceu que sou medibruxo? Vou levá-lo imediatamente ao hospital para alguns testes.
- Não vai a lugar nenhum com meu filho, acho que já causou estragos demais por aqui!
- Deixe-o leva-lo Gerard... Que mal vai fazer?

Mamãe apareceu no escritório e pela primeira vez interrompeu uma discussão entre vovô e papai. Eu estava sentado numa das cadeiras da mesa de reuniões zonzo, tentando entender tudo que eles diziam. Estava entrando em pânico em silencio ouvindo papai afirmar que eu morreria e que minha única chance de sobreviver estava depositada nas mãos de vovô Henri. Mamãe me tirou do escritório e fechou a porta, deixando-os terminar de brigar. Eu caminhava ao lado dela me sentindo mole, com ânsia de vomito.

- Não se preocupe querido, seu avô vai conseguir. Eu confio nele...

Mamãe beijou minha cabeça e sentou ao meu lado no sofá. Embora sentisse firmeza em suas palavras, queria poder acreditar nela. Minhas férias acabaram de começar e já foram pro vinagre...

Monday, June 05, 2006

Treinamento militar nas férias...Ninguém merece!

Por Ty McGregor, um sobrevivente.

Desde que havia chego para as férias, meus pais têm me ajudado com a projeção astral. Consegui me dividir em dois novamente e já não ando ficando mais zonzo. Tio Sergei me encheu de livros sobre o assunto e meus pais resolveram que eu devia ter mais agilidade e força física.
Disse a eles que eu não era batedor da Sapientai apenas pelos meus belos olhos, mas eles resolveram me lembrar que eu FUI batedor no passado, pois havia sido suspenso, portanto já estava sem jogar a algum tempo e fora de forma.
A casa da vovó na Escócia estava cheia de netos e primos de vários graus, vindos de várias escolas que sofreram ataques de comensais. Houve uma reunião de família, onde os pais decidiram que os mais velhos teriam algumas aulas com meus pais e tio Sergei, para aprendermos a nos proteger e cuidar dos mais novos em caso de futuros ataques, pois meus pais achavam que a coisa não iria parar por aí.
Óbvio que nem tudo foi fácil, pois a mamãe teve ganas de bater em tia Patrícia, quando ela disse que meu pai estava exagerando, com esta historia de defesa pessoal ou ataquesa futuros.
Mamãe lembrou a ela que feitiços simples quando bem executados podem deixar uma pessoa hostil imobilizada dando tempo de a vítima fugir, disse isso com um olhar bem maldoso. Tia Patrícia se encolheu e meus tios abafaram risinhos junto com meu pai. Olhei interrogativamente para Riven e ele apenas sacudiu os ombros, não entendendo nada do que se tratava.

Começava ali minha semana infernal!

x-x-x-x

-Vamos dar mais uma volta, Ty. Ainda não acabou.
-Mas nós já demos nove voltas pela propriedade, tio.
-Eu sei que foram nove, seus pais e eu costumamos, dar quinze voltas quando estamos aqui. Hoje vocês só vão correr dez voltas, amanhã será o mesmo que eu e eles.
-Vamos Ty deixa de ser preguiçoso... - disse mamãe quando passou correndo por mim junto com papai.
Ambos corriam lado a lado, mantendo o ritmo, parecia que estavam passeando num parque. Logo atrás deles vinha meu primo Riven, que acelerou e se emparelhou com eles. Vi quando deu um sorrisinho sarcástico quando ouviu meus pais me zoando. Foi um baque no meu orgulho. Resolvi manter o corpo correndo porque o espírito já estava longe há muito tempo. Olhei para trás e Declan estava encostado numa árvore segurando um lado do corpo, e Johnny dava a mão para Mary, para ajudá-la a continuar.
Acelerei um pouco e deixei meu padrinho para trás, para alcançar meus pais. Riven me olhou feio quando o ultrapassei. Mas nem liguei, queria mostrar ao meu pai que eu conseguiria participar daquela corrida idiota.
KM - Cansado?
TM - Um pouco. - e puxava o ar com força enquanto corria.
AM - Isto faz parte do treinamento para auror. - observou mamãe.
TM - Mas eu não vou ser auror, já disse isso a vocês há muito tempo. Portanto estas maratonas são inúteis. - disse ríspido e vi quando meu pai ficou meio rígido, mas continuamos a correr.
Riven nesta hora se aproximou e disse arquejante:
RM - Eu tô adorando tudo isto, vou ser auror, tio. Pode contar comigo.
Meu pai abriu um sorriso orgulhoso e começou a diminuir o ritmo para esperar por ele. Olhei meio perdido para minha mãe ela disse firme, enquanto olhava com os olhos apertados para meu pai:
AM – Continue correndo. - obedeci e ficamos um pouco mais na frente. Podia ouvir meu pai rindo de alguma coisa que o Riven estava dizendo, e isso estava me deixando irritado. Ok, eu confesso: com ciúmes.
Logo a corrida terminou e papai e Riven em alguns minutos conversavam mais do que nestes anos todos, vi quando ele puxou o tio Sergei e ficaram lá os três trocando ideais sobre como ser um bom auror. Papai viu os outros primos se aproximando resmungando as palavras desistir, e resolveu injetar "ânimo". Apontou a varinha para garganta e disse alto:
KM - Quem não completar a corrida hoje não come nesta casa.
Logo vi Declan correndo apavorado e Mary fazendo força para segurar as lágrimas enquanto corria mais devagar com o irmão gêmeo, Johnny.
Naquela noite, após o jantar pedi licença para ir pro meu quarto mais cedo. Meu padrinho quis levantar para falar comigo, mas meu pai o chamou para mostrar que o Riven já conseguia conjurar um patrono corpóreo. Quanta babaquice.
Vovó fez emplastros de murtisco para todos colocarem nas pernas doloridas. Até mamãe usou um na barriga, tio Sergei olhou preocupado para ela, mas relaxou depois que papai cochichou algo para ele. Mary repetia os mesmos movimentos de minha mãe para usar o emplastro em algumas partes do corpo. Deve ser coisa de mulher...
Mais tarde, ouvi uma coisa rara: meus pais brigando. Levantei rápido para ouvir o que eu suspeitava. Não conseguia ouvir tudo, apenas algumas coisas:
AM - Você está sendo duro demais com ele. Ainda é um menino e já passou por muita coisa...
KM - Já é praticamente um homem, tem quase o meu tamanho. Se depender de você, ele vai ser um fraco, e fracos não sobrevivem no mundo lá fora.
AM - Você não precisava esnobá-lo o resto do dia... Só porque ele disse que não quer ser auror... Riven é um bajulador.
KM - Não esnobei ninguém. E o Riven realmente quer ser auror. Porque isso? O Ty já foi chorar pra mamãezinha, foi?
AM - Não, ele não veio chorar para mim. E se viesse estaria no direito dele. Afinal ele é o meu filho. Você foi muito idiota, com as crianças isto sim.
KM - Ah! Apelando pros insultos quando não consegue ganhar uma discussão. Típico. Ei, aonde você vai?
AM - Vou dormir em outro lugar. Estou com vontade de bater em você, e se eu ultrapassar este limite...
KM - Não se dê ao trabalho. Ainda posso ser um cavalheiro, saio eu.
Minha parede estremeceu quando ele bateu a porta com força. Fiquei ali por muito tempo, e quando dei por mim, o dia estava nascendo. Levantei-me e fui acordar meus outros primos que dividiam o quarto comigo. Eu havia decidido dar o melhor de mim, naquele treinamento insano.
Vou mostrar ao velho, que sou muito melhor que o Riven, e isto porque EU sou o filho dele, e ele terá que me aceitar como sou, quer ele goste ou não. Mas, antes disso, vou passar na cozinha e separar comida para quem não conseguir correr hoje.

Sunday, June 04, 2006

Velhos amigos

Das memórias de Gabriel Graham Storm

Mamãe me tirou da cama cedo e levantei protestando que estava de férias e podia acordar tarde, mas ela tinha uma boa justificativa: ela estava indo para a Sede da Ordem da Fênix e queria que eu fosse para me apresentar a alguns amigos dela. Estava louco para entrar lá, tentar ouvir alguma coisa que não estivessem me contando. E fora que ela me contou o que aconteceu na noite anterior e disse que meu pai queria me conhecer, ele estaria na reunião também. Saí de casa meio nervoso, ansioso por não saber como seria.

Chegamos à Sede uma hora depois, ficava em uma cidade afastada de Londres chamada Godrics Hollow. Acho que escolheram um lugar tão longe assim para não chamarem a atenção. Mamãe fechou a porta com cuidado para não fazer barulho e nos encaminhamos em direção à cozinha. Estávamos a meio caminho quando um homem negro de quase dois metros de altura saiu pela porta e veio andando na nossa direção, sorridente.

QS: Ah Louise! Até que enfim! Esse é o seu garoto, pelo que p... – e parou de falar quando se aproximou.
LS: Filho, esse é Quim Shackbolt, auror da Ordem e um velho amigo. Quim, esse é Gabriel, meu filho. – mamãe falou rindo.
QS: Er, só seu?
LS: Não... Mas não me faça explicar, acho que você já sabe a resposta.
QS: Preciso sentar... – ele foi tateando ate encontrar uma cadeira. – Ele já sabe?? Como reagiu??
LS: Melhor que você...
QS: Er, ahn, desculpe por isso, foi o choque... Muito prazer, Gabriel.
GS: Prazer... - e apertei sua mão. Ele quase quebrou a minha.
LS: A reunião vai começar daqui a pouco. Dê uma volta pela casa, eu encontro você quando terminar.

Assenti com a cabeça e mamãe e o auror gigante sumiram pela porta da cozinha. Olhei a minha volta. A casa estava quase escura, uma iluminação muita fraca permitia que víssemos os móveis e não tropeçássemos neles. Encontrei uma escada e subi, pensando em dar uma olhada nos cômodos dos outros andares. A casa era imensa e reparei que faltava muito pouco para admitirem que ela estava em ruínas! O que quer que tenha acontecido aqui, foi feio. Havia um quarto com um berço e ele estava completamente destruído, as paredes esburacadas cobertas com lençóis. Entrei em uma sala com uma enorme tapeçaria, mas não consegui identificar os nomes, estava muito suja, essa casa devia estar abandonada há anos. Estava forçando a vista para ler os nomes dela quando minha visão foi obstruída por uma massa de cabelos ruivos e loiros, que me derrubaram no chão. Olhei assustado para quem havia saltado em cima de mim e vi duas meninas rindo. Gina Weasley e Luna Lovegood.

GW: Bieeel que saudades! Ouvimos que você estava aqui! – Gina falou estendendo a mão para que eu levantasse e me abraçando.
LL: Quando chegou e porque não nos avisou?? – Luna falou indignada.
GS: Cheguei ontem e pretendia procura-las hoje, mas ainda são 9hs da manhã!
GW: Você cresceu! Está mais alto... Mas a cara continua a mesma!
GS: Vocês também não mudaram muita coisa...

Gina e Luna eram minhas amigas da época em que estudei em Hogwarts. Conheci Luna primeiro, pois éramos da mesma casa e ela depois me apresentou a Gina. Fiz outros amigos nos dois anos em que estudei lá, mas aquelas duas eram o único motivo que me faziam sentir falta de Hogwarts. Elas me empurraram para fora do cômodo e começaram a falar ao mesmo tempo, me atualizando sobre tudo que aconteceu desde que me transferi para Beauxbatons. Não estava entendo nada, não dava tempo de assimilar as informações! Pedi então que contassem apenas no ultimo ano. As duas pararam de falar na mesma hora, parecendo tristes.

GW: Não estou acreditando ainda no que aconteceu...
LL: Foi horrível... Comensais atacando alunos!
GW: Dumbledore... O que vai acontecer agora? Ele era o único que você-sabe-quem temia...
GS: Também não acredito ainda nisso, como conseguiram? Quem fez isso?
LL: Snape... Harry sempre disse que ele era um comensal, mas Dumbledore confiava no asqueroso.
GS: Quem é Harry?
GW: Harry Potter... Você o conhece. – e torceu o nariz ao falar.
GS: Ah sim, ele... Como Snape teve a coragem de trair a confiança de Dumbledore? Ele agora vai ser caçado, todos aqui devem estar querendo sua cabeça.
LL: Ele não vai durar muito... Acho que o próprio Harry vai querer pega-lo.
GW: Sim, ele tem complexo de herói. Vamos falar de coisas agradáveis, por favor? Gabriel, no fim da semana meu irmão vai se casar. Quer ir comigo?
GS: Claro! Não tenho plano nenhum pras férias, sair um pouco vai fazer bem. Qual irmão vai casar?
GW: O Gui, ele é o mais velho. Vai se casar com a Fleur, você a conhece!
GS: Ah sim, lembro dela! Vou adorar ir.
GW: Ótimo! Depois combinamos direito.

Luna ia falar alguma coisa, mas alguém bateu na porta do quarto em que estávamos e a abriu. Meu coração deu um salto quando a pessoa apareceu, pedindo licença. Era meu pai. Olhei para as duas, que levantaram rápido quando ele perguntou se podia falar comigo a sós. Não havia contado nada, mas pelas caras, acho que começaram a ligar os pontos. Gina fechou a porta ao sair e ficamos a sós, nos encarando mudos. Não estava preparado pra isso, não fazia a menor idéia do que dizer! E pelo jeito, ele também não. Até que resolvi dizer a primeira coisa que me veio à cabeça.

GS: Er... Muito prazer, Gabriel...

Ele riu e estendeu a mão, sentando ao meu lado na cama. Respirei mais aliviado e começamos a conversar. Parece que não vai ser tão difícil assim, afinal de contas...