Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
Mais uma vez as férias acabaram, mais uma vez refiz meu malão, mais uma vez me despedi de meus pais, mais uma vez deixei minha casa, mais uma vez embarco rumo à escola e mais uma vez revejo as pessoas que tanto me fazem falta nos meses de férias. Estou começando hoje meu 6º ano na Academia de Magia Beauxbatons, junto com meus melhores amigos, Marie Laforêt, Dominique Cartier e Bernard Lestel. Nosso reencontro foi como todo ano: cheguei com Bernard à Pont de la Concorde às 9hs, para já encontrar Marie sentada às margens do rio Sena a nossa espera. Dominique, como sempre, era o ultimo a chegar e vinha com uma comitiva de garotas atrás. Pegamos nossa costumeira ultima fileira do Bâteaux-Parisien e às 9:30 em ponto ele saiu do porto, rumo à Beauxbatons. O barco percorria toda a extensão do rio Sena, até desaparecer de vista pelos canais da França que levavam à nossa escola. Canais dos quais os trouxas não enxergam, pois são protegidos por magia.
Enquanto navegávamos pelo canal, parei para observar meus amigos. Foi ai que me dei conta de que só tínhamos mais dois anos estudando juntos, que aquela era nossa penúltima viagem de volta às aulas e de como nunca parei para pensar o quanto tudo isso iria me fazer falta depois. Marie escrevia distraída em seu diário. Ela era uma das meninas mais bonitas de Beauxbatons, sem duvida. Foi selecionada para a Fidei Angeli e retrata com perfeição as qualidades da casa. Ela detesta quadribol, mas assiste aos jogos somente para incentivar Dominique, o único do quarteto que joga. Ela havia crescido nesse verão, estava mais bonita que nunca. E aderiu a mania de prender o cabelo dividido ao meio, deixando-os caírem amarrados sobre os ombros. Novidade que aprovei instantaneamente, isso possibilitava uma melhor visão de seu rosto doce...
Sacudi a cabeça ao me dar conta de meus pensamentos e avistei Dominique. Ele estava encostado na borda do barco, conversando com três meninas do 5º ano. Uma cena normal, ele estava sempre cercado por garotas. Dominique é o que Marie chama de “conquistador barato”. Já namorou metade da população feminina de beauxbatons. A outra metade são as crianças três anos mais novas, ai ele deixa passar. Mas eram namoros de uma semana, que segundo ele, é o tempo necessário para que um conheça os defeitos do outro. Sendo assim, a cada semana ele estava com uma namorada diferente. Ele é da Nox Angeli e joga quadribol pelo time da casa como apanhador. O único defeito dele é essa necessidade incontrolável de cantar todas as garotas. É irritante estar conversando e de repente, ver que ele não esta mais prestando atenção no que você diz, pois alguma menina passou e ele se virou para piscar pra ela. Mas tirando isso, não tenho do que reclamar dele. Nunca brigamos por nada.
Enquanto Dominique conversava com as meninas, Bernard passou por ele rindo e veio se sentar ao meu lado, as mãos ocupadas com doces que ele havia comprado na proa do barco. Bernard é o que eu considero como irmão. Conheço-o desde que me entendo por gente. Somos vizinhos e nossas famílias são muito amigas. Ele, numa feliz coincidência, caiu na mesma casa que eu, a Sapientai Angeli. E como aqui na França não é aquela pensão que é em Hogwarts (sim, um conhecido meu foi pra lá para assistir o torneio tribruxo e me contou), sendo somente dois por quarto, dividimos um. Com Bernard sei que posso contar em qualquer hora, seja nas boas ou nas ruins. Ele já sabe o que estou pensando apenas ao me olhar, e vice-versa. E agora que começamos a estudar legilimência, isso só aumentou. Não há oclumência que impeça um de adivinhar os pensamentos do outro. Mas talvez ajude o fato de que somos péssimos na matéria...
Huuum, o barco está diminuindo a velocidade, acho que estamos nos aproximando do castelo. Já posso ver o campo de quadribol, o sol batendo nas balizas e elas brilhando perto do lago. Sim, chegamos mesmo, pois Dominique se despediu das garotas e veio procurar suas coisas, Marie fechou o diário e sorriu para nós. “Estamos em casa”, ela disse feliz, a imagem do belo castelo de Beauxbatons ao fundo, nos esperando para mais um ano de estudos.
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