Do diário de Morgan O’Hara
Alguns dias se passaram, e eu tinha que tomar o controle de minha vida e decidir o que fazer do futuro. Passei algumas noites em claro no escritório de meu pai, quer dizer: meu escritório, mexendo nas gavetas e verificando documentos do cofre. Para alguns isso soaria como ganância, para outros uma forma de sentir a presença de meus pais, e para alguns mais atentos, seria a busca por respostas.
Carlinhos algumas vezes passava as noites no escritório comigo. Não dizia nada, folheava algum livro sobre Criaturas Mágicas ou Herbologia, mas eu sentia seus olhos me acompanharem constantemente, e isso me dava forças para continuar a minha procura por respostas.
Sim... Eu queria respostas para minha pergunta:
Quem era o comensal que lançou o Avada Kedrava em meus pais?Porque ninguém sabia a identidade dele ou dela.
Pois segundo o pouco que Porshy descobriu com alguns elfos domésticos do povoado, onde o ataque foi maciço, que a figura, estava mascarada, não falava nada, apenas agia friamente, enquanto assobiava uma música.
Sim... Assobiava enquanto matava as pessoas.
Olhei ao meu redor.
O escritório era grande, havia livros sobre diversos assuntos que ocupavam quase três paredes, algumas poltronas confortáveis e um sofá de couro escuro, onde Carlinhos, todo encolhido, cochilava neste momento. Aticei o fogo na lareira para que ele não sentisse frio, e voltei a analisar o meu achado: alguns documentos da Ordem da Fênix com pistas sobre um grupo de comensais, em Paris.
As informações não eram muito precisas, porém não havia nomes, citavam uma grande desconfiança da diretora da Escola de Beuaxbatons, uma mulher de nome Olímpia Máxime, sobre alguns possíveis locais de encontro destas pessoas como Dijon e Marselha.
Anotei em minha agenda, para me informar sobre esta mulher, quando me deparei com uma carta desta senhora a meu pai:
"Senhor O'Hara,
Claro que ficarei feliz em recebê-lo como professor em minha escola, para que possa investigar as atividades dos aliados Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Acho o disfarce propício, uma vez que minhas desconfianças recaem sobre alguns professores da escola. Mande sua resposta o mais breve possível, e farei os arranjos necessários.
Olímpia Máxime ".
Olhei a carta e estava datada do dia da morte de papai.
Meu pai iria para lá como professor? Estranho...
Pensei um pouco, analisei os prós e contras... Sentei-me na mesa e me pus a escrever a resposta. Bom nunca fiz uma carta destas, então resolvi ser o mais direta possível:
“MadameMaxime,
Sou Morgan, filha do auror falecido John O'Hara e gostaria de pedir a minha transferência para sua escola. Gostaria de concluir meus estudos sob sua conceituada tutela.Anexo nesta carta os resultados de meus NOM’s.
Sem mais, aguardo sua resposta.
Morgan S.M.O'Hara"
E escrevi uma outra para meu amigo Jean Pierre, pedindo-lhe que me arranjasse um local para eu ficar hospedada, quando estivesse fora da escola.
Mandei Orion levar as cartas. Chamei Carlinhos e Porshy e contei minha decisão. Meu namorado, ia fechando a cara à medida que eu contava o que descobri.
CW-Você podia ter falado comigo antes de decidir alguma coisa.
MOH-Desculpe, quis responder logo e pedir a vaga de estudante na escola francesa. Seria um bom disfarce e de qualquer forma tenho que terminar os estudos. - argumentei.
-Mestra, vou junto.- disse o elfo com seus olhos enormes.
MOH-Não sei se você poderá ir Porshy... - comecei
Porshy-Porshy vai. Fiquei longe do mestre John e olha o que aconteceu. Vou com a mestra, é meu dever.
MOH-Fazemos assim: vindo aprovação para estudar lá, peço para levá-lo. E se não conseguir a vaga, nos hospedaremos em algum lugar ok? – e o elfo acenou positivamente e disse.
-Porshy contente com a decisão. Já vou arrumar bagagens... - e saiu da sala.
Olhei para meu namorado calado e ele perguntou:
CW-Você está decidida não é? Mesmo que eu diga que os membros da Ordem estão investigando sobre a morte do seu pai ou que não é seguro.
MOH-Não vou conseguir ficar sentada sem fazer nada de útil entende? E você não vai poder ficar vinte e quatro horas grudado comigo, mesmo que eu fique aqui. Você tem as missões da Ordem, o trabalho com os dragões; e cabe a mim, me manter segura e ocupada.
Ele me olhava sério, e em seus olhos eu lia apreensão, admiração e muito amor. Era estranho você conseguir ver nos olhos de alguém, o quanto ele se preocupa com você.
Peguei seu rosto entre minhas mãos, e olhei para ele por alguns instantes, ele deve ter visto o quão segura eu estava, e isto o convenceu de meu propósito.
CW-Bom, acho que vou ter que aceitar a sugestão de Fleur e começar a treinar o "jeito civilizado" de falar: após uma mesura, fez biquinho e começou a falar: Je t'aime, Je sui mon amour, Je sui magnifique...
Era a primeira vez em muito tempo que eu ria das brincadeiras dele e enquanto me abraçava ele continuava a treinar seu "extenso" vocabulário francês, imitando a noiva do irmão.
Meu último pensamento antes de beijá-lo foi: França, aqui vou eu!
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