Do diário de Miyako Kinoshita
SD: Desculpa Mi, ela estava dando bobeira na direção do meu bispo, não pude evitar! – rindo.
MK: Certo, isso vai ter conseqüência!
Acompanhante: Sávio Dulovosky, vulgo “O búlgaro”.
Eu vou explicar...
Acordei mais cedo do que o costume, porque Denise que costuma madrugar todos os dias, deixou seu bisbilhoscópio cair no chão, e a coisa começou a apitar e rodopiar descontroladamente, fazendo o maior estardalhaço. Desci com ela pra tomar café, e o Salão Comunal estava praticamente vazio. Praticamente...
Denise pegou uma torrada e foi direto pra biblioteca terminar o dever de Botânica, e eu me sentei ao lado do único outro componente na mesa da Nox, Sávio.
SD: Oi Mi... Eu não, sempre acordo nessa mesma hora. Você sim, pelo visto.
MK: É, mais ou menos. Não consigo acordar tão cedo assim...
SD: Eu acordava sempre em cima da hora das aulas em Durmstrang! Devo acordar cedo aqui porque não me acostumei com o fuso horário, sei lá...
MK: É, pode ser... Então, o que está lendo aí?
SD: Ah, não é nada demais. Só algumas informações gerais do Campeonato de Quadribol... Viu que o Krum ganhou outro prêmio de melhor apanhador do mundo? – Sávio virou o jornal e eu vi a foto de Victor Krum segurando um troféu em forma de pomo de ouro, um semi-sorriso no rosto.
MK: Novidade... Ele ganha esse prêmio todos os anos! Acho que é o terceiro ou o quarto consecutivo! Nem ele mesmo se surpreende mais, imagino.
SD: Ele não gosta de muita atenção em cima dele, é mais quieto. Odeia jornalistas intrometidos.
MK: Você conheceu ele?
SD: Sim, eu costumava conversar com ele... Até que é bem inteligente!
MK: Não sei nada da personalidade dele, mas nunca vi ninguém apanhar um pomo tão bem! Quero ser igual ele quando crescer... – rindo.
SD: Você é humilde! Joga muito bem também...
MK: Como você sabe?
SD: Assisto todos os treinos de apanhadores, fico vendo você jogar... – ele me encarou sério, depois voltou ao jornal, um sorriso no rosto.
MK: Sério? Nunca te vi lá nas arquibancadas!
SD: Sei ser discreto quando quero...
MK: É, você mudou! Pra quem andava com um pato na cintura!
SD: Era uma tentativa de chamar atenção da única pessoa que ousou se aproximar de mim, mesmo com o pato... Não, não é o Samuel, ele não se importava com o pato também! Estou falando de você! Você não me tratou como um maluco, e sim como um amigo...
MK: Agora eu tenho que chorar? – perguntei fazendo cara de choro e ele começou a rir.
SD: Não, sem lágrimas...
SD: Vocês ensaiaram essa fala?
MK: Não... Somos gêmeos e esqueceram de contar! – disse bagunçando o cabelo do Biel e deixando ele um pouco corado. – Depois eu te explico Biel! Agora, é melhor irmos andando e apressar o Ty, ou vamos chegar atrasados na aula de botânica! – Biel concordou, arrumando o cabelo e tomando o último gole de café da xícara, ficando de pé, eu em seguida. – Hum, nos vemos então Sávio?
SD: Quando você quiser... – sorrindo.
MK: Ah, ele tinha acabado de me mostrar aquela notícia do Krum, e eu disse a mesma coisa que você, sobre o que o Krum deveria sentir com mais esse prêmio!
GS: Entendi! Acordou cedo hoje hein?
MK: É, perdi o sono... Ele está tão diferente!
GS: Pelo seu sorriso de pessoa que não está entendendo a situação, imagino que ele deva estar bem diferente mesmo! – rindo.
MK: É sério! Está mais maduro! Conversei tanto tempo com ele que nem vi que estávamos em cima da hora da aula! E está falando francês fluentemente! Ele realmente é outro!
GS: Quer que eu te deixe a sós com seus pensamentos, Mi?
GS: É, temos... Espero que dure muito! Ele está tão bem humorado, até está comendo menos, acredita?
MK: É, o Ty também mudou...
GS: O amor muda as pessoas!
MK: Quem sabe... Nunca amei ninguém pra saber! Mas acho que é verdade! Minha mãe vai se casar! Acredita nisso? E o Ty, romântico! Você, rebelde! É, o amor muda as pessoas!
GS: Eu não estou rebelde! – falou em tom ofendido.
MK: Você gosta dela Biel, nem adianta disfarçar... Te conheço de outras primaveras!
MK: Ôn, que bonitinho!!!
GS: Sem palhaçada, Mi, por favor.
MK: Ok, parei... Mas que é bonitinho, é!
TM: EI, vocês dois vão entrar ou não??? – Ty gritou com a cabeça pra fora da estufa, um sorriso desconfiado.
Cheguei no Salão Comunal da Nox depois do jantar e me larguei na primeira poltrona vazia que encontrei. Estava olhando o teto, aérea, quando alguém segurou minha mão.
SD: Está muito cansada?
MK: Não... Só com um pouco de preguiça!
SD: Quer dar uma volta? Podemos ficar um pouco fora do castelo ainda, até os aurores irem nos rebocar de volta...
MK: Tudo bem. Um pouco de ar fresco até que não faz mal...
MK: Diferentes como?
SD: São mais rígidos, ainda mais quanto a essa dinâmica entre meninos e meninas, entende? Não permitem namoros...
MK: Credo... Então é por isso que você mudou tanto depois que veio não é? Já está pegando o jeito da dinâmica íntima? – rindo. Ele me encarou sério.
SD: O amor muda as pessoas!
MK: Ensaiou essa fala com o Gabriel? Ele me disse isso hoje também! Querem me convencer que o amor muda mesmo as pessoas?
SD: É, talvez... – continuou a me encarar sério e eu comecei a ficar sem graça. – Eu gostava de lá, mas a semana que passei aqui foi suficiente pra querer voltar...
MK: Nossa, fez tanto impacto?
SD: Eu voltei por sua causa!
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