Das memórias de Ian Lucas Renoir Lafayette
-Enervate!
Acordei num lugar diferente do que estava quando fui atingido pelo feitiço estuporante. Estava preso a uma cadeira por cordas. Olhei para meus amigos e eles também tinham cordas os amarrando. Corri os olhos pela sala e a reconheci de imediato como sendo o escritório da diretora Olímpia Maxime. O som forte de uma mão batendo na madeira ecoou na sala e virei assustado para frente. A enorme mão que fez o barulho era a de madame Maxime, que estava parada ao lado da mesa e nos olhava furiosa. Não me recordo de ter visto ela tão irritada desse jeito, nem da vez que derretemos as esculturas de gelo da decoração de natal e alagamos o grande salão.
OM: Irresponsáveis! Inacreditável! Inaceitável!
DC: Irreverente?
IL: Irônico?
SS: Inesperado?
OM: CALADOS!
BL: Calado não é com I... – Bernard arriscou, mas se encolheu quando a diretora o fuzilou com os olhos.
OM: Vocês estão desacordados há meia hora... E há meia hora eu tento descobrir o que vocês têm dentro das cabeças no lugar do cérebro, para serem capazes de bolar algo tão imbecil!
IL: Não foi tão ruim assim...
OM: Não lhes dei permissão para falar! Será que algum de vocês tem noção do que essa brincadeirinha divertida representou? Aqueles alunos em pânico lá fora acham que quatro comensais da morte invadiram a escola e agora acham que alunos de Beauxbatons são realmente seguidores de você-sabe-quem!
DC: Mas nós não somos, foi só uma brincadeira!
Desatamos a protestar contra o fato de estarem nos acusando de sermos seguidores do você-sabe-quem. A diretora ficou apenas ouvindo e quando terminamos, ela recomeçou o sermão.
OM: Acabaram? Pois deviam ter pensado nas conseqüências antes de sair por ai mascarados e petrificando os colegas! Admira-me você, monsieur Lafayette, filho de dois grandes aurores! E o senhor também, monsieur Stardust... O que dirá o Ministro quando souber que o filho dele estava envolvido nessa brincadeira de extremo mau gosto?
Maxime andava pela sala de um lado para o outro, sentando-se a sua mesa um tempo depois e começando a escrever em quatro pedaços de pergaminhos. Ninguém se atreveu a falar durante esse tempo, o único som que se ouvia na sala era o da pena riscando os pergaminhos. Quando terminou, ela se levantou e depois de arrumar os rolinhos nas patas de quatro corujas, olhou para nós.
OM: Detenção. Uma semana começando amanha. Estejam os quatro aqui às 17hs em ponto. Estão dispensados.
Com um aceno da varinha as cordas que nos prendiam sumiram e saímos apressados da sala sem olhar para trás.
BL: Acho que dessa vez fomos longe demais.
SS: Merlin, não quero nem saber o que vai me acontecer quando meu pai receber aquela coruja!
IL: Nem eu... Melhor aproveitarmos nossos últimos momentos vivos, o que acham?
DC: Excelente idéia! Acho que ainda sobrou cerveja amanteigada no jardim...
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