Thursday, November 03, 2005

Pai, doce pai...

Da caderneta arrebentada de Samuel Berbenott

Nunca pensei que Madame Máxime fosse tão sem senso de humor quanto a descobri ontem... Foi só uma brincadeira pra quebrar a rotina, e hoje, é um escândalo! Nossa! Como as mulheres são exageradas... Eu vou explicar desde o começo. Depois de cinco minutos de pura conversa à toa e confabulações, eu, Ian, Bernard e Dominique decidimos qual seria a brincadeira do ano para a Festa do dia das Bruxas... A idéia não poderia ser melhor e mais divertida, e apesar de Marie nos reprovar e falar que somos infantis, acabou nos ajudando...

Ontem, por volta das onze da noite, lá estávamos, no banheiro masculino do terceiro andar. Após alguns ajustes de capas, e sussurros pra nos lembrarmos do feitiço, decidimos que era a hora da festa realmente começar... Ao invés de nós sairmos, saíram do banheiro, quatro figuras encapuzadas pretas com todo o corpo tampado. Marie que se postava plantada no corredor, levou um susto momentâneo e depois novamente começou um monólogo sobre as nossas brincadeiras idiotas... Saímos pelo castelo petrificando os alunos que cruzavam nossos caminhos, que caíam com as bocas abertas e os olhos arregalados realmente acreditando que éramos Comensais da Morte... Estava indo muito bem até que tivemos a infeliz idéia de nos unirmos ao restante dos estudantes que como todos os anos estavam reunidos nos jardins festejando. Quando aparecemos, o impacto foi imediato... Pânico brotava do chão, e todos apavorados corriam... Ainda tentamos apostar quem conseguia petrificar mais, quando recebemos jatos no peito e caímos estuporados no chão.

O que aconteceu foi que fomos estuporados por Madame Máxime e alguns outros professores e levados direto para o purgatório. Após recebermos uma verdadeira punição severa da nossa cara juíza (uma semana de detenção com direito à carta para os pais), ainda achamos motivos pra comemorar e fomos aproveitar o que a festa, ou o que tinha sobrado dela, nos proporcionava!

Seguimos a filosofia: Se vamos ser mortos, então que morramos felizes... Eu estava realmente preocupado com a reação do meu pai quando ele recebesse a coruja, mas não tardou muito para eu descobrir qual seria. A minha impressão foi que mal tinha deitado e alguém me balançava furiosamente ao pé da cama. Acordei assustado e a fisionomia do meu pai foi se tornando nítida... Preferia acreditar que estava tendo um pesadelo, mas infelizmente, meu subconsciente me preparara pro pior!


IS: Levanta Samuel! A gente precisa conversar agora...

SB: Tão cedo aqui pai? Sentiu minha falta é? O que foi que aconteceu? Madame Máxime mandou as notas da prova de etiqueta? Ah pai, num vai começar de novo né? Sabe muito bem que detesto essa matéria e...

IS: Levanta, e vem comigo!


Tentando pensar em métodos novos de desaparatação sem saber desaparatar levantei e me troquei. Provavelmente, Patrick já estava na beira do lago conversando com a professora de sereiano... Isso havia virado um hábito todas as manhãs. Quando deixamos o dormitório, ele me conduzia à frente até chegarmos a uma sala que se encontrava vazia, no quinto andar. Ele sentou atrás da mesa que estava no centro, e eu sentei na cadeira em sua frente, encarando meus pés.


IS: Porque fizeram essa brincadeira sem nexo ontem? Porque acharam que isso era divertido?

SB: Não achei... Ainda acho! O senhor tinha que ver a cara de terror dos primeiranistas! Isso valeu todo o meu ano! Fizemos essa brincadeira só pra quebrar a rotina da festa, oras... O senhor não sabe o quão patética é a festa daqui...

IS: Você realmente acha divertido quase matar alguém de susto? Achou divertido brincar com quem é menor que você? A festa foi feita para ser aproveitada por quem quer... Quem a acha rotineira, então que quebre a rotina dela no seu dormitório, sonhando...

SB: Mas...

IS: Você sabe o que essa brincadeira idiota de vocês causou? Sabe? Sabe o tanto de cartas que recebi esta manhã me pedindo esclarecimentos e argumentos, e o tanto que foi difícil convencer as pessoas que os Comensais eram meninos que não cresceram, querendo diversão? Sim, convencer as pessoas não é fácil sabia? Elas sempre acham que estamos mentindo para abafar o caso...

SB: Pai, você não acha que está exagerando também não? Já peguei uma semana de detenção com a Máxime se isso o deixa satisfeito... Foi só uma brincadeira que foi levada pelo lado errado... Nós não pensamos que chegaria a esse ponto! Olha me desculpa se não sou o exemplo de filho certinho que você sempre quis, mas eu acho que vocês estão fazendo um tornado em borras de chá.

IS: Eu pensei que você se preocupasse com a minha carreira no Ministério...

SB: Pai, eu me preocupo com você! Com a sua carreira, você que se preocupe... Antes de começar a me julgar como inconseqüente lembre-se que eu sou um aluno como qualquer outro daqui, e é assim que quero ser classificado... Não quero ser chamado de o filho do Ministro, e muito menos quero receber sermão especial por ter ferido a honra do Ministro. Se eu não estivesse envolvido na brincadeira, você receberia as mesmas cartas, mas, no entanto, parece que agora, a culpa delas ter chegado até você é minha... Pai será que dá pra me dar um sermão como o pai dos outros vão dar? Não quero receber um sermão do Ministro da Magia porque eu não mereço Azkaban, ainda, pelo o que fiz!

Posso até ter sido grosso demais com ele, mas todas as vezes era assim... Ele sempre me comparava com o filho do amigo do departamento num sei o que, que nunca fazia nada de errado... Será que ele num entende que eu não gosto de ser perfeitinho e que nunca vou querer ser Ministro? Ele ficou me olhando como se tivesse pensando em tudo e depois me pediu desculpas por ter mais uma vez me deixado com raiva desses sermões...


IS: Ta, desculpa... É que eu me preocupei se você ficaria bem quando soube de Comensais aqui, e então, quando fiquei sabendo que você estava por trás, não me controlei...

SB: Tudo bem pai... Estávamos errados mesmo, e a brincadeira passou de todos os limites... Me desculpa também! Vai querer me deixar uma semana sem a minha vassoura?

IS: Não será necessário... O castigo de Máxime me representa... Terei que voltar ao Ministério, Samuel! Juízo... Vê se num me arruma mais uma detenção...

SB: Tchau Hitler... Digo, Tchau pai!


E ele se foi... Num adianta falar isso pra ele, porque a próxima que eu aprontar vai ser a mesma coisa de sempre, mas pelo menos nos entendemos e isso que vale por enquanto... Quero deixar bem claro, caderneta, que não relatei tudo isso aqui porque peguei a péssima mania das meninas de se abrirem aos seus diários. Só relatei pra deixar isso gravado pra eternidade também, afinal, quando tiver meu filho, quero ensiná-lo como pregar uma boa peça em alguém, como sair da rotina nas festas escolares, e como se livrar do pai chato e conservador depois de tudo...

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