Direto da Escola de Magia do Texas por Rory Montpellier
É incrível a quantidade de matérias novas que você descobre que existem no mundo quando se muda para uma escola nova. Na Escola Texana, além das matérias normais, ainda tínhamos as matérias extras usadas para completar nossa grade, e melhorar nosso currículo. E a principal vantagem era que você ficava apto a disputar qualquer vaga no Ministério na Magia, pois elas iam desde artes culinárias, a curso de como laçar um hipogrifo, igual aos cowboys trouxas e seus cavalos selvagens. E até a prática dos esportes trouxas rendiam bons créditos. Eu e meus irmãos nos inscrevemos para alguns destes cursos.
Lucien havia optado pelo curso de laço ao hipogrifo, participava do grupo de estudos de matemática cheio de nerds, que se denominavam Matletas, alguns até usavam um blusão com um símbolo matemático, Angelique e eu ríamos pelas costas de Lucien, chamando-os de Maletas, e ele havia conseguido uma vaga na redação do jornal na seção de esportes.
Angelique além de fazer parte do coral, entrou em culinária, economia doméstica e corte e costura, além de conseguir estágio na biblioteca da escola como restauradora de livros. Queria ocupar o tempo, pois havia terminado seu namoro com Jean Savoy. Achei até que fosse por minha causa e tentei falar com ela, mas ela explicou que eles não queriam um namoro a distancia e terminaram numa boa.
E eu além do jornal, havia me inscrito num curso chamado de Puericultura, que como o panfleto rosa bebê dizia era: “Um curso para assegurar o perfeito desenvolvimento físico, mental e moral da criança da gestação á puberdade. Créditos em dobro”.
Claro que não foi surpresa encontrar garotas e garotos que não iriam ser pais, fazendo este curso.
Estava com meu irmão em mais uma das reuniões de Jaeda e hoje a professora Annabeth estava conosco:
- Muito bem, vocês já decidiram a matéria de capa, a agora precisamos decidir os que vão ficar na escola e os que vão comigo cobrir os jogos olímpicos. Estou super empolgada com este primeiro grande evento bruxo. – disse a professora.
Foi decidido que seria mais fácil, se os redatores que iriam competir, fizessem a cobertura pelo rangeers, o nosso jornal. Jaeda, nossa editora chefe, iria competir em um esporte apenas, a Ginástica Rítmica Desportiva, ficando livre para acompanhar os outros esportes. E contaríamos com os relatos dos atletas das outras modalidades. Eu, e Lucien ficaríamos na escola junto com outros da equipe para manter o jornal funcionando. Ao final Jaeda pediu que eu ficasse para ajudá-la a fechar tudo. Óbvio que era uma desculpa para conversar.
- Rory posso fazer uma pergunta pessoal?
- Claro o que é?
- Porque não quis ir aos jogos como membro da imprensa? Não é só por causa do bebê não é?
- Não, me sinto ótima. O pai do meu filho é atleta e com certeza ele vai estar lá. Ele não perderia algo assim por nada.
- Mais um motivo para você estar lá. Fazê-lo assumir a responsabilidade.
- Não vou cobrar nada dele, porque terminamos antes de eu descobrir que estava grávida. Estar aqui é decisão minha. Quando o momento certo chegar eu conto para ele e antes que você pense o contrário: Ele é uma pessoa decente. - disse defensivamente.
- Certo entendi a mensagem Então vocês não estão juntos? E isso significa que você pode conhecer outras pessoas...
- Não estamos juntos, e não estou a fim de conhecer outra pessoa. Posso saber o porquê do interesse?- antes que ela respondesse o irmão dela chegou para buscá-la:
- Hey vareta, tá pronta?
- Estou panaca. Coloca focinheira na Charlene, não estou a fim de bater nela com uma revista enrolada, se ela for mal educada hoje com a Rory. - disse olhando para além da porta.
- Já te falei que terminamos faz tempo, tonta. Oi Rory, tudo bem?- disse sorrindo bem humorado.
- Tudo Brian. – respondi, enquanto terminava de fechar as janelas.
Saímos dali e fomos conversando até os alojamentos dos estudantes e os dois irmãos eram muito engraçados. Brian contava que iria competir no decatlo, no boxe, e na montaria por equipe, e provocava Jaeda dizendo que ela iria fazer o estádio adormecer com a apresentação de GRD dela. Ela rebatia dizendo que ele deveria cuidar da própria vida, pois iria acabar sendo reprovado em poções e não conseguiria se manter no time de basquete.
- E porque você não o ajuda Jaeda? É seu irmão. Desculpe, falei sem pensar.
- Tudo bem Rory. Eu já tentei ensinar o que sei pro cabeça de vento aqui, mas ele tem algum bloqueio com a minha pessoa.Talvez seja este cabelão, que dificulta o raciocínio.
- Difícil me concentrar com um pau de virar tripa grasnando no meu ouvido. - ele provocou e ela ameaçou dar um soco no braço dele, que desviou rindo.
- Rory será que você podia me ajudar? Estamos na mesma turma, pelo menos nas poções em dupla, eu vou conseguir nota. – ele perguntou e Jaeda disse:
- Pelo menos nisso você tem razão Smash, a Rory tem boas notas nas matérias, por isso nem precisou correr atrás de muitos créditos.
- Por mim tudo bem Brian, só não quero problemas com a Charlene. Não tomei vacina anti-rábica. - e ri com Jaeda.
- Já falei que não tenho nada com ela, porque não acreditam em mim? – disse fazendo ar de desamparo e rimos mais ainda. - Ok, então está combinado? Vai me ajudar em poções?
- Vou. Pode pegar este livro.
- Como assim?
- Se quer minha ajuda comece a ler este livro. Ou pensa que vou fazer o trabalho todo?
- Está bem, farei tudo o que mandar desde que não tenha que eviscerar sapos novamente. – ele disse amuado.
- Um bruxo com medo de sapos? – perguntei segurando o riso.
- Não tenho medo de sapos, tenho pena dos animais, só isso. – ele respondeu sem graça.
Mas ao trocar um olhar com Jaeda, pude ver o divertimento brincando nos olhos dela, e fiquei quieta. Nos despedimos e cada um foi para seu alojamento, descansar.
Antes de dormir pensei em Brian e comecei a rir sozinha, mas logo parei, não era certo. Se eu tenho pavor de barata, não posso condenar alguém por causa de uns sapinhos não é? No fim ele é apenas um garoto que tem seus receios como qualquer outro. Só espero que não seja do tipo que desmaie ou vou ter problemas.
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